quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

A precundia dominical.




Frequentemente muitos sentem o que se convencionou chamar de "depressão dominical" ou "melancolia dominical". Esse sentimento de tristeza, desesperança ou insatisfação geralmente acomete-nos aos domingos finais de tarde, início da noite. Ao conversar com amigos profissionais da área de saúde, encontrei que esse fenômeno, apesar de real, não há presença oficial na comunidade médica.

O quadro que se repete semana a semana é bem característico: o indivíduo acorda bem-disposto, tudo transcorre normalmente durante a manhã, mas a medida que o sol se despede no ocaso, surge aquela sensação de amargor e contrariedade que termina por assenhorar-se da alma.

Na maioria das vezes esse fenômeno pode ter sua origem em pensamentos sobre a semana seguinte, seja porque o paciente não gosta do seu trabalho ou pelo vazio da ociosidade sem metas. Como encontrar motivação para fazer o que você não deseja, estar onde você não quer estar ou mesmo saber que na manhã seguinte nada desafiador ou motivador lhe espera?

Para minorar a frequência ou a profundidade dessa depressão dominical, talvez uma boa medida seria tentar mudar de empresa empregadora ou mesmo de trabalho na mesma empresa. Aos aposentados, encontrar novos desafios, seja buscar um trabalho "part time", dividir suas experiências com os mais jovens mesmo que não remuneradas ou até um “hobby” prazeroso. O importante é ocupar-se com algo que desafie e excite, trazendo-lhe motivação para enfrentar o seu domingo.

Parabenizo o Ministro Gilmar Mendes por não sofrer desse sentimento negativo. Que nos sirva de exemplo. Sua Excelência divulgou às 22:40h do último domingo sua decisão de excluir do teto de gastos os valores adicionais ao "bolsa família". Para isso, deve ter trabalhado pelo menos durante a tarde e início da noite do domingo. Certamente não teve tempo para sentir a precundia dominical.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Únicos na diversidade, iguais em nível espiritual




Tenho adotado como política no trato com minhas redes sociais, liberdade de expressão para todos aqueles que as visitam e decidem fazer qualquer comentário. Democracia plena. Isso tem resultado na manutenção de um grande número de "associados", de tal sorte que só bloqueio alguém (elimino da rede) quando sou alvo de ofensas de ordem pessoal. Apesar de muito cedo ter feito cadastro na maioria delas desde as finadas Orkut e MySpace, até as mais recentes Signal e Truth Social, em apenas cinco ocasiões tive o desprazer de ter que afastar o indivíduo.

Tenho recebido mensagens as mais diversas nas ditas redes, não raro questionando minhas posições políticas e criticando meus textos dedicados à contemporaneidade brasileira e em alguns casos até de outros países. Neles desnudo minha alma, sem ter a pretensão de convencer ou converter ninguém. Escrevo muito mais para consumo próprio e para ocupar meu ócio com criatividade. Apesar dessas frequentes críticas, entendo que quem expõe suas posições de forma pública deve estar preparado para receber objeções e eventualmente refutá-las. Não o faço com frequência porque em regra não me interessam as opiniões diversas que me são concedidas. Pensando assim é que não me recordo de ter visitado páginas alheias (à exclusão das do meu irmão Paulo Viana) para admoestar determinada opinião ou pensamento.

Respeito a diversidade porque sei que em nível espiritual somos todos iguais, mantidas as diferenças conforme nossa percepção, experiência ou opinião. E por isso mesmo somos únicos. Únicos na diversidade e nos valores absorvidos no exercício do viver.

Em tempo: nunca marquei ninguém para ler meus textos no Linkedin ou Facebook. No primeiro, tenho acima de 12.200 contactos e neste último tenho mais de 4900 membros na minha página, dos quais mais de 800 me seguem, por que incomodar os outros, marcando-os?

domingo, 13 de novembro de 2022

O pintor e o sapateiro


“Ne sutor ultra crepidam judicaret” é uma expressão latina que significa literalmente "Não deve o sapateiro julgar além da sandália".

Não se sabe se história real ou lenda, mas há o registro de que na antiguidade, o famoso pintor grego Apeles pintava os seus quadros e habitualmente expunha-os ao público, ficando escondido para ouvir as diversas opiniões. Um belo dia, expôs a pintura de uma mulher. Do seu esconderijo ouviu o comentário da costureira do local:

- Linda imagem, mãos maravilhosas, quase perfeita. Faria apenas um pequeno reparo na roupa: "o botão de cima está muito perto do queixo, com dois botões seria muito melhor."

Apeles ouviu e registrou.

Ao passar um cabeleireiro, admirou e elogiou a obra, não sem fazer a observação de que "O alfinete do lado esquerdo do penteado deveria estar um pouco mais para trás, isso deixaria o retrato perfeito."

Apeles anotou a observação do profissional.

Por último, chega o sapateiro que ficou deslumbrado com a beleza do retrato. E comentou:

- Para tornar-se perfeita apenas precisa colocar fivelas nos sapatos.

O pintor recolheu o seu quadro, levou-o para o atelier e atendeu às observações dos três profissionais. Uma vez concluído o retoque, voltou a expor o quadro no mesmo lugar. Escondido, como de hábito, ouviu o comentário da costureira: "Agora está perfeito!". Em seguida, o cabeleireiro passando surpreendeu-se com o quadro reformado e exclamou: "Sem mais reparos. Impecável!" Finalmente, o sapateiro ao passar e encontrar o retrato, olhou-o longamente e exclamou: "Os sapatos ficaram ótimos com a mudança, mas o vestido…".

Ouvindo o comentário do sapateiro, o pintor Apeles sai furioso do seu esconderijo e grita: "Não passes além dos sapatos!"

Passei grande parte da minha vida profissional trabalhando na área de Tecnologia da Informação, que no meu tempo era Processamento de Dados. Analista de Sistemas da IBM; Professor (concursado) de Ciência da Computação na Universidade Federal do Ceará; Sócio Administrador e responsável pela operação de duas empresas da área (Processa e Digital); Presidente de Empresa Pública Estadual de Processamento de Dados. Ainda hoje, apesar de aposentado, costumo mexer um pouco com essas novas tecnologias, ainda que a minha expertise em programação seja limitada à linguagem mais simples - HTML - que adquiri de forma autodidata.

Nas últimas semanas tenho encontrado nas redes sociais um vendaval de comentários, artigos, posts, "palpites" sobre o sistema de processamento de apurações de eleições adotado no Brasil. Mesmo com esse longo histórico profissional, ando longe de ser capaz de oferecer uma opinião. Seja por estar afastado dessa atividade há já algum tempo, seja por desconhecimento do sistema.

O que me surpreende é que analfabetos e não estou falando de desconhecedores da Tecnologia da Informação apenas, falo de analfabetos funcionais, tenham a ousadia de "palpitar" sobre o assunto, tangidos de um lado e outro pela ideologia. Juro que a exemplo do pintor Apeles, diante de tanto despautério, sinto ânsia de sair do meu esconderijo aqui no Cocó e gritar a plenos pulmões: "Não passes além dos sapatos!".

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Onde erramos?




Qualquer que seja o resultado do pleito presidencial de 2022, todos nós já perdemos, o Brasil já perdeu. Tínhamos um razoavelmente largo cardápio de candidatos e resolvemos mandar ao segundo turno o atual Presidente, Sr. Jair Bolsonaro, um tosco, um incontinente verbal. Seu linguajar não guarda harmonia com o alto cargo que ocupa. Como Chefe de Estado, muita vez não atende à liturgia e majestade do cargo, sendo feito de simbolismos no comportamento. Conduz ainda alguns episódios mal explicados, tais como seu relacionamento com o Queiroz e os cheques depositados na conta-corrente de sua esposa; a mudança das chefias da Polícia Federal para "não esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meus, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha"; a negligência, ou melhor dizendo, a má vontade no trato das coisas da pandemia; o insistente modelo de administrar gerando crises dentro e fora do Governo, especialmente entre Poderes da República e eventualmente "otras cositas más".

Como explicar que 50% (talvez um pouco mais, talvez um pouco menos) dos 215 239 074 (População brasileira projetada às 17:00:06 de 25/10/2022), ou melhor dizendo dos exatos 156.454.011 eleitores aptos a votar em 2022, venham a escolher a pior opção que lhes foi oferecida no menu de candidatos? Esta não é apenas a minha opinião. Veja abaixo:

"Nos 13 anos em que gerenciou o Brasil, o Partido dos Trabalhadores (juntamente com seus associados) foi responsável pelos maiores desmandos (ou "mal feitos" como preferem alguns) já noticiados em um membro da comunidade ocidental. Nas palavras do Ministro Fux, Presidente do Supremo Tribunal Federal, "decisões sobre casos de corrupção foram anuladas na Lava Jato, mas dinheiro desviado era real" (https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2022/06/10/ministro-fux-diz-que-decisoes-sobre-casos-de-corrupcao-foram-anuladas-na-lava-jato-mas-dinheiro-desviado-era-real.ghtml); O ex-Presidente Fernando Henrique Cardos afirmou que "nunca se roubou tanto neste país" (https://g1.globo.com/politica/noticia/2015/07/fernando-henrique-diz-que-nunca-antes-se-roubou-tanto-neste-pais.html). No dizer do Filósofo brasileiro Professor de Harvard e Ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República nos Governos Lula e Dilma, Roberto Mangabeira Unger, "Afirmo que o governo Lula é o mais corrupto de nossa história nacional" (https://www.sedep.com.br/artigos/afirmo-que-o-governo-lula-e-o-mais-corrupto-de-nossa-historia-nacional/). "O ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) aponta uma sucessão de ilícitos e propinas, que chegam a R$ 333,59 milhões" (https://exame.com/brasil/delacao-de-palocci-relata-propinas-de-r-333-milhoes-ao-pt/). "O empresário Marcelo Odebrecht confirmou ontem o acerto de propinas ao PT em favor de Luiz Inácio Lula da Silva, relacionados a financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)" (https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2019/10/08/interna_politica,1090974/odebrecht-confirma-propinas-para-o-pt.shtml). "As seis empreiteiras acusadas de cartel e corrupção na Operação Lava Jato que pagaram, direta e indiretamente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva são suspeitas de terem dado um prejuízo de R$ 20 bilhões para a Petrobras, entre 2004 e 2014" (https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2016/09/21/interna_politica,806340/lava-jato-estima-que-prejuizo-com-empreiteiras-foi-de-r-20-bilhoes.shtml)".

Como chegamos a permitir esse intensíssimo ativismo judicial, indivíduos não eleitos que fazem leis em vez de interpretá-las e segui-las? O sistema de direito romano ou civil limita estritamente o papel dos juízes na interpretação do texto. Juízes fazendo leis é antidemocrático. As leis devem ser feitas pelo poder legislativo. Nos últimos tempos juízes estão usurpando seu próprio papel em uma democracia, fazendo com que seja agredida a história do nosso sistema legal, um produto de juízes famintos de poder ultrapassando seus limites.

Por que nossa sociedade, apesar da queda percentual de quase 30% nos últimos seis anos, continua matando seus filhos? 47 mil brasileiros morreram de morte violenta no ano de 2021. Isso é uma tragédia maior do que uma guerra, mais dolorosa do que a soma de todos os mortos por atos terroristas no mundo nos últimos três anos. O que fazer para parar a violência? Existem exemplos de sucesso no mundo, como Nova Iorque nos anos 1980 com a política inspirada no conceito de "segurança pública tolerância zero da teoria das Janelas Quebradas, um texto publicado em 1982 pelo cientista político James Q. Wilson e o psicólogo criminalista George L.Kelling, na revista Atlantic Monthly." Ou um pouco mais tarde, na década de 90, a cidade de Medellín, que de metrópole mais violenta do mundo, em 2013 foi eleita a cidade do ano. Altos investimentos em inteligência, em equipamento e treinamento da polícia e forte presença de serviços do poder público nas comunidades mais pobres.

Por último, mas não menos importante, como não se preocupar com a escalada da crise moral enfraquecendo valores sociais e familiares? Relativizar os escândalos de corrupção, de desvio de dinheiro público, aceitar como normal a presença cada dia mais constante e ousada de cenas de sexualidade na sua mais ampla abordagem em horários inadequados através da televisão, contribuem para a decadência e destruição da tessitura social.

Todos os assuntos aqui abordados, bem como alguns eventualmente esquecidos, devem ser objeto de profunda reflexão dos brasileiros. É chegado o momento de decidirmos que país queremos deixar para nossos filhos e netos.

Que Deus tenha piedade do Brasil!

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

A eleição em meio à crise




No próximo dia 8 de novembro, nos Estados Unidos estarão acontecendo "The midterm elections" - as eleições intercalares ou eleições de meio de mandato. São as eleições gerais realizadas ao final do segundo ano do mandato de quatro anos do presidente. Neste ano, tais eleições são particularmente importantes porque o Partido Democrata detém, além da Presidência da República, também o controle das duas casas legislativas - o Senado e a Câmara Federal (Senate and House of Representatives).

Nessa eleição, estarão em disputa todas as 435 cadeiras da Câmara e 34 (de 100 - 2 por Estado) cadeiras no Senado, como acontece a cada 2 anos (o mandato de Deputado Federal é de 2 anos enquanto o de Senador é de 6 anos. A cada 2 anos, renovam-se todas as vagas da Câmara e um 1/3 das vagas do Senado). O Partido do Presidente no cargo tende a perder terreno durante as eleições de meio de mandato: desde a Segunda Guerra Mundial, o Partido do Presidente perdeu uma média de 26 cadeiras na Câmara e uma média de 4 cadeiras no Senado.

Porque ainda na reeleição de Barak Obama cadastrei meu endereço de e-mail na base de dados democrata, recebo com frequência mensagens da assessoria das lideranças desse Partido. Invariavelmente pedindo doações para as mais variadas causas. Como parte dessa campanha, recebi ontem e-mail do Partido Democrata assinado pelo Presidente Joe Biden. Além do pedido de doação, chamou-me a atenção a frase seguinte:

"What’s happening in the country today is not normal. MAGA (Make America Great Again) Republicans represent an extremism that threatens the very foundations of our republic."

Numa tradução muito fiel, isso significa - "O que está acontecendo no país hoje não é normal. MAGA (Faça a América Grande Novamente) dos republicanos representa um extremismo que ameaça os próprios fundamentos de nossa república."

Se você pensa que o jogo do poder é muito selvagem no Brasil, você precisa acompanhar uma eleição presidencial nessa que é considerada a maior democracia do mundo. No momento o DOJ (Departamento de Justiça dos EUA) pressiona o "juiz neutro" Raymond Dearie para encerrar o processo de revisão dos documentos apreendidos em Mar-a-Lago (resort em Palm Beach - FL, de propriedade de Donald Trump e onde ele estabeleceu seu quartel-general). O ex-Presidente é acusado pelo FBI de ter encontrado documentos secretos em busca e apreensão em Mar-a-Lago. Em compensação, o Partido Republicano vem insistindo junto ao Departamento de Justiça para aprofundar a investigação de sua denúncia contra o Presidente Biden e seu filho Hunter Biden, por corrupção e tráfico de influência junto ao Governo da Ucrânia, quando o primeiro era Vice-Presidente.

Na publicidade paga na TV e através dos diversos canais de comunicação, os Republicanos têm acusado o Governo Biden de ter estabelecido um "Plano de Desastre". Uma saída atabalhoada do Afeganistão permitindo a morte de tropas americanas; uma crise de energia desastrosa; inflação descontrolada e a maior dos últimos 40 anos (alimentos, gasolina e muito mais); os salários reais caindo; grande escassez de carvão, papel, carros, chips de computador, eletrônicos e muito mais e a falta de capacidade para "dissuadir" a Rússia da guerra da Ucrânia. Os Democratas defendem-se afirmando que o Presidente Biden está fazendo o que é possível, diante da imprevisível devastadora pandemia, da guerra na Europa oriental, etc. Esse é um resumo do que tenho ouvido do motorista do aplicativo Lyft, do indiano que faz minhas loterias (mega millions e power ball), do garçon do restaurante, da psicóloga canadense que mora há mais de 20 anos nos Estados Unidos, do médico nativo judeu, etc.

É muito provável que os Republicanos recuperem o controle pelo menos da House nessa eleição de novembro. E o gigante do norte continuará um país profundamente dividido (veja "The midterm elections", publicado em 7 de novembro de 2018 - https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2018/11/the-midterm-elections.html)

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Lula e a Caucaia




Nesta semana o ex-Presidente Lula, discursando em Minas Gerais pela sua campanha e para fortalecer a campanha do seu candidato a Governador, Alexandre Kalil, saudou o candidato mineiro como "futuro Governador do Rio de Janeiro". Estão sendo muito frequentes os lapsos de memória, gafes ou deslizes como preferem alguns, do candidato do PT (leia o artigo "Uma facada para Lula" - https://nilosergiobezerra.blogspot.com/search?q=uma+facada). Várias são as justificativas para essas "escorregadelas" e uma delas - a "água" que Lula tem bebido nos comícios, encontros, etc - remeteu-me a um evento também de campanha política.

O ano era 2002 e o pleito tinha como candidatos, Lúcio Alcântara para Governador, Tasso e Patrícia Sabóia para as duas vagas ao Senado da República. O coordenador geral da campanha era o Senador Luiz Pontes, com quem eu trabalhava. Na programação de eventos estava previsto um grande comício na cidade de Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, área não muito favorável à nossa chapa. Tínhamos um forte aliado no município, o Prefeito Domingos Pontes, empresário e político com grande presença local.

No dia do comício, agendado para começar às 19 horas, fui chamado por Luiz Pontes e recebi a seguinte determinação:

- Nilo, você tem que ir para Caucaia agora. Estão montando o palanque e ultimando os preparativos para o comício. O Tasso pediu para você "colar" em Domingão e não deixar ele beber nada. Consta que ele anda bebendo muito e causando vexame.

Assim ordenado, assim cumprido. Fui direto encontrar-me com o Prefeito no meio da tarde, fomos supervisionar o pessoal que estava coordenando a parte de transporte para trazer os eleitores, acompanhar a montagem do palanque, determinar locais onde deviam ser colocadas bandeirolas com as fotos dos candidatos, etc. A cada momento, meu querido amigo Domingão me incitava dizendo que "estava muito quente e que podíamos ir tomar uma cerveja". Eu desconversava argumentando que ainda tínhamos tarefas a cumprir e logo que concluíssemos iríamos "matar a sede".

Por volta de 18 horas o Prefeito me avisou ir em casa tomar um banho e que eu o esperasse na praça do evento, acompanhando os últimos trabalhos, que ele logo estaria de volta. E assim aconteceu. Na hora agendada para o início do comício, chega meu querido amigo Domingos Pontes (Domingão, que Deus lhe tenha concedido um bom lugar no Seu Reino!) completamente embriagado. Em pouco mais de uma hora, o alcaide conseguiu a proeza de embriagar-se de uma forma irremediável.

Esperamos a chegada da comitiva para definir a ordem dos oradores. Ficou determinado que o Prefeito falaria em primeiro lugar e então Patrícia, Tasso e o Dr. Lúcio.

Imaginem a cena no palanque, Tasso e dona Renata, Lúcio e dona Beatriz, Patrícia e outras senhoras. Domingão inicia seu discurso dizendo que os adversários o acusavam de cachaceiro e ele não era cachaceiro. Cachaceiro era dono de alambique e ele era apenas consumidor. "E eu quero que meus adversários vão tomar no fiiiuuuu!", completando a frase com um longo assovio. Foi o suficiente para Tasso Jereissati olhar para mim num misto de reprovação e questionamento. Entendi como "que diabo você veio fazer aqui?".

Quero concluir esta lembrança, perguntando-me: será que Lula está bebendo a "água" de Domingão?

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

"Cesta de deploráveis" e a Ku Klux Klan




Na eleição para Presidente dos Estados Unidos em 2016, a candidata Democrata Hillary Clinton, estava em média 10 pontos percentuais à frente do seu principal oponente, o candidato Republicano Donald Trump.

Em discurso proferido em um evento de arrecadação de fundos para a campanha (reuniões comuns nos embates políticos americanos) em 9 de setembro daquele ano, Hillary disse o seguinte:

"...você poderia colocar metade dos apoiadores de Trump no que eu chamo de cesta de deploráveis. Certo? Eles são racistas, sexistas, homofóbicos, xenófobos, islamofóbicos – você escolhe."

A repercussão foi imediata e a reação por parte da equipe de Trump, avassaladora:

- "Enquanto minha oponente os calunia como deploráveis e irredimíveis, eu os chamo de patriotas americanos trabalhadores que amam seu país" (Donald Trump em discurso no dia seguinte em Des Moines, Iowa. Durante o resto da eleição, Trump continuamente convidou "americanos deploráveis" ao palco, para não deixar esquecer a "derrapada" da candidata Democrata).
- O candidato a vice-Presidente de Trump, Mike Pence, declarou em uma reunião no Capitólio: "Para Hillary Clinton expressar tanto desdém por milhões de americanos é mais uma razão que a desqualifica para servir no mais alto cargo".
- A principal coordenadora de campanha de Trump, Kellyanne Conway, divulgou uma declaração no Twitter, afirmando: "Um dia depois de prometer ser aspiracional e inspiradora, Hillary insulta milhões de americanos".

A própria Hillary admitiu em seu livro de 2017 "What Happened" que esse episódio foi um dos fatores para sua derrota.

Naquela oportunidade, assim como no Brasil de hoje, havia uma grande preocupação da sociedade americana com o profundo esgarçamento do tecido social do país (ver meu artigo "O desafio de unir uma nação dividida" - https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2020/02/o-artigo-ii-secao-3-da-constituicao-dos.html). No segundo debate presidencial em outubro de 2016, o moderador do debate, Anderson Cooper, perguntou a Hillary: "Como você pode unir um país se você descartou dezenas de milhões de americanos?" Hillary respondeu à pergunta de Cooper dizendo: "Meu argumento não é com seus apoiadores, é com ele e com a campanha odiosa e divisiva que ele fez".

Nesse ponto, transporto-me para o Brasil de hoje e sua campanha presidencial. Assim como no gigante do Norte, nosso país também se encontra irremediavelmente dividido. E como a candidata Hillary de 2016, o candidato Lula de 2022 fez uma declaração extremamente desastrada, para dizer o mínimo. Em comício na cidade de Nova Iguaçu, na noite de quinta-feira (8 de setembro), afirmou que o presidente Jair Bolsonaro fez dos atos do 7 de Setembro uma “festa pessoal” e comparou os eventos com uma “reunião da Ku Klux Klan”.

“...fez da festa do nosso país uma festa pessoal. Aliás, Dilma, eu não sei se você viu na televisão. Foi uma coisa muito engraçada, que no ato do Bolsonaro parecia uma reunião da Ku Klux Klan. Só faltou o capuz, porque não tinha negro, não tinha pardo, não tinha pobre, não tinha trabalhador”.

A exemplo de Hillary Clinton, o candidato Lula também tentou tangenciar o episódio, explicando de forma semelhante. Aquela disse que "Meu argumento não é com seus apoiadores, é com ele e a campanha..."; este tentou consertar, direcionando a afirmação ao palanque de Bolsonaro, não aos milhões de brasileiros no ato de 7 de setembro, como segue:

- "O palanque aqui de Copacabana, pela fotografia que eu vi, e eu só vi na televisão, era supremacia branca no palanque. Eu até comparei que parecia um pouco a Ku Klux Klan. Só faltou o ‘capucho’, só faltou a máscara. Porque era isso o palanque. É o palanque de uma elite, que tinha um cidadão vestido de Louro José, que era o artista principal da festa, ele pulava, ele gritava, ele animava, ele aplaudia". Sintomático o número de vezes que o ex-Presidente cita a palavra "palanque", numa tentativa exdrúxula e inverossímil de redirecionar seu alvo.

Não é a primeira vez que Lula dá munição aos adversários que gritam em uníssono: "Deixem o Lula falar!"

A Curva ABC




Normalmente quando publico algo, envio a meia dúzia de amigos que considero suficientemente íntimos com liberdade para criticar/corrigir, além de expor seus pontos de vista sobre o objeto. São indivíduos cultos, bem informados, estudiosos e sem compromisso ideológico.

Recentemente publiquei um artigo intitulado "O 'Senso de proporção' ou Bolsonaro é um tosco!" (https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2022/08/o-senso-de-proporcao-ou-bolsonaro-e-um.html). Recebi em retorno ao envio para aqueles amigos, uma observação que me fez refletir e remeteu-me aos tempos em que eu era Analista de Sistemas de Computação. Um dos citados amigos lembrou-me que o conteúdo aproximava-se muito da teoria da Curva ABC. Lembrei de quando eu era gerente do Centro de Processamento de Dados de uma rede de supermercados com 14 lojas e um depósito de distribuição. Era a maior rede do Estado e a empresa necessitava de algo que gerenciasse seu estoque, especialmente no seu depósito central.

O desenvolvimento do software de controle de estoque e de identificação do ponto de ordem de compra foi, para mim, um dos momentos mais desafiadores e gratificantes da minha coexistência com essas máquinas maravilhosas denominadas de computadores e com seus mágicos programadores. O controle sobre a movimentação de produtos, sobre as preferências dos clientes e a escolha matemática de quanto e em que momento fazer pedidos de reposição, era algo que me fascinava.

Para desenvolver esse software, utilizei a teoria da Curva ABC que anteriormente havia tido boa familiarização quando ainda trabalhava na IBM. A análise ABC, também conhecida como análise de Pareto, é um método usado para categorizar algo de acordo com sua importância ou valor em um determinado contexto. Essa prática é normalmente usada em tecnologia da informação e desenvolvimento de negócios para tornar eficientes recursos em áreas como compras, gerenciamento de estoque, negociação com fornecedores etc.

Ao receber o comentário desse meu amigo intelectual respeitável sobre meu despretensioso artigo, pensei: por que não? Por que não poderíamos nós utilizarmos o Teorema de Pareto para escolhermos nosso candidato a Presidente do Brasil? Em um exercício de abstração do verdadeiro objetivo da teoria do economista italiano Vilfredo Pareto ("onde ele percebeu que 80% das consequências acontecem devido a 20% das causas"), poderíamos por exemplo estabelecer "pesos" para os"malfeitos" de cada candidato, principalmente em um eventual segundo turno da eleição. Evidente que não seria fácil quantificar, por exemplo, afirmações como "...a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher" ou "Cadê as 'mulher de grelo duro' lá do nosso partido?"; "...prefiro filho morto em acidente a um homossexual" ou "Pelotas é polo exportador de viados". Mas há algo que é facilmente quantificável: "rachadinhas versus mensalão"; "queiroz versus palocci"; "imóveis versus Odebrecht", ainda que a "apuração" feita pela Folha de São Paulo haja envolvido pessoas que eram apenas agregados (e já não são há muito tempo) durante longos 30 anos e tenha estabelecido uma controvérsia sobre o significado de "moeda corrente nacional" enquanto o escândalo da Petrobrás é bem mais concentrado no tempo, nos agentes, em disparadamente maior volume e não há dúvida de que foi em "dinheiro em espécie".

Anteriormente já externei a opinião de que quem rouba um milhão é tão culpado quanto quem rouba um trilhão (com 't' de tapioca para usar uma expressão muito ao gosto de um candidato a Presidente, amigo de infância de Lula da Silva e recém eleito seu desafeto predileto). O que diferencia a gravidade do crime é a dosimetria da pena.

No caso em espécie, cabe a máxima popular "na falta do melhor, escolha o menos ruim" e não deixe, por omissão, que os mais "espertos" escolham por você. Reafirmo que é essencial que os brasileiros usemos o "senso de proporção" para nossas escolhas em 2022.

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Acusaram o golpe!




"Na peça central do livro, 'intelectuais e classe dirigente no Brasil (1920-1945)', o sociólogo Sergio Miceli examina as estratégias de sobrevivência de vários escritores consagrados. Especialmente delicado é o problema da cooptação de intelectuais pelo Estado Novo. Quando o trabalho foi publicado pela primeira vez, em 1979, o poeta Carlos Drummond de Andrade acusou o golpe. Drummond, ocupou cargo de confiança no Ministério da Educação no governo Vargas."

Pesquei da Tribuna da Bahia: "...esta breve manifestação poderia ser substituído por outras expressões da nossa rica linguagem coloquial, como 'passou recibo', 'mordeu a isca' ou 'vestiu a carapuça' (De Inaldo da Paixão)."

Pois bem: ontem o Brasil comemorou nas ruas 200 anos de independência. Desde sempre, o Dia da Independência é comemorado com um grande desfile das Forças Armadas, coordenado pelo seu Comandante em Chefe, o Presidente da República.

O bi-centenário da Independência foi uma festa popular jamais vista. Milhões de pessoas foram às ruas em todo o território nacional, trajando as cores do país e portando a nossa bandeira. Como estamos às vésperas de uma eleição para escolha do Presidente da República, quadriênio 2023 a 2026, é natural que esse processo estivesse presente. E inquestionavelmente, porque convocado pelo Presidente, o evento está sendo analisado como uma expressiva vitória e uma definitiva reafirmação da grande liderança de Bolsonaro.

De fato o dia 7 de setembro de 2022, pelo seu gigantismo, configurou uma humilhação para a oposição. Comentários de políticos e seus porta-vozes da mídia sobre a celebração desse feriado nacional, percorrem desde a piada mais infame até análises sérias, passando por opiniões de um primarismo risível, de uma desonestidade intelectual deplorável.

“Ao invés de discutir os problemas do Brasil, tentar falar para o povo brasileiro como ele vai resolver o problema da educação, da saúde, do desemprego, do arrocho do salário mínimo, ele tenta falar de campanha política e tenta me atacar”, disse Lula.

“Apropriação indébita do Bicentenário da Independência do Brasil por Bolsonaro. Ele roubou do povo a comemoração para fazer sua campanha. Apequenou o 7 de setembro”, disse pelo Twitter a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

O ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT), um dos coordenadores da campanha de Lula, afirmou: “O jeito pequeno, miúdo mesmo, de tratar os 200 anos da Independência do Brasil, tirando proveito para campanha eleitoral, de forma criminosa e ilegal, mostrou um presidente despreparado para o cargo."

Da jornalista Maria Cristina Fernandes, do Valor Econômico: “No dia em que o ‘imbrochável’ transforma o bicentenário da independência numa ode à vergonha nacional, nunca é demais relembrar Simone de Beauvoir: ‘Ninguém é mais arrogante, violento, agressivo e desdenhoso contra as mulheres, que um homem inseguro de sua própria virilidade'”.

Do jornalista Bernardo Mello Franco, de O Globo: “Momento Zorra Total no comício da Esplanada. Bolsonaro beija a primeira-dama e inicia um coro para si mesmo: ‘Imbrochável! Imbrochável! Imbrochável!’.”

Da jornalista Vera Magalhães: "Mensagem do presidente da República do Brasil no Bicentenário da Independência: 'Imbrochável, imbrochável, imbrochável'. E isso vai para os livros de História. Que vergonha."

De Andréia Sadi de O Globo: "Já deu Auxílio, aprovou Pec Kamikaze...Não tem fato novo na reta final. Ele precisava de uma demonstração de apoio popular..."

Gerson Camarotti destaca que uma "apropriação eleitoral" do Bicentenário da Independência está tendo reflexo em todas as campanhas dos Presidenciáveis.

Valdo Cruz afirmou que "...a fala de Bolsonaro manteve o tom preconceituoso e conservador, tentando passar a imagem de que a eleição é uma guerra do bem contra o mal."

"É um vexame internacional", analisa Octavio Guedes. "Será que não tinha nada para falar, em 200 anos de Independência, que exaltar seu próprio pênis. É algo muito grotesco. Não é um discurso normal. É grotesco".

Miriam Leitão disse sentir “tristeza no peito” após assistir ao “espetáculo deplorável” encenado por Jair Bolsonaro ao longo do feriado da Independência. "A Constituição do Brasil não se preparou para um presidente tão desrespeitoso da lei e de seu papel".

“E o país não precisa se preocupar – se é que muita gente com isso se preocupou – com a irrigação sanguínea do pênis de Bolsonaro. Ela está plenamente normal e satisfatória, ele assegurou”, disse William Waack.


Finalmente, a verdade é que a oposição política e a mídia amestrada acusaram o golpe. Eu prefiro ficar com a expressão de uma apresentadora da própria Rede Globo, em ocasião diversa: "O choro é livre!".

domingo, 4 de setembro de 2022

A ressaca do almoço do sábado!




Ao acordar da "siesta" neste sábado, fruto de umas cervejas a mais no Restaurante "O Paulinho da Maraponga" (agora sob a competente administração do conterrâneo "O Bom Bibi"), confesso que a intenção era escrever sobre o desastrado, insano, ilegítimo e violento Governo de Daniel Ortega na Nicarágua. Afinal, não é comum ter-se um Governo no continente americano que para reeleger-se (quarto mandato consecutivo de cinco anos, com sua esposa como vice), prendeu sete potenciais adversários para que não disputassem a eleição. Mais grave ainda, após assumir a chefia do Executivo do país, impediu a impressão e circulação de tradicionais jornais; fechou onze emissoras de rádio e quatro estações de televisão; permitiu mais de 190 ataques contra a igreja católica, seus padres e bispos, todos eles elaborados pelo Governo Ortega; prendeu empresários, expulsou religiosas e proibiu peregrinação e procissão cristãs. Voltaremos ao assunto oportunamente. Enquanto isso, leia o artigo "Uma amada esposa", publicado em 10 de novembro de 2021 - https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2022/09/a-ressaca-do-almoco-do-sabado.html

Na verdade, mudei de ideia sobre o objeto do artigo quando abri alguns portais de notícias e todos traziam manchetes muito semelhantes sobre a busca e apreensão ordenada pelo TRE do Paraná na casa do candidato ao Senado, Sérgio Moro. O episódio, mais do que conspícuo foi espalhafatoso, podendo criar há pouco menos de um mês da eleição, narrativas para prejudicar a candidatura do Dr. Moro. Evidente que busquei detalhadamente as razões para tão grave determinação. A denúncia do PT seria por desvio de recursos públicos, quem sabe sobre propina recebida e escondida em casa em dinheiro em espécie, não em “moeda corrente nacional” ou algo assim... Talvez por ter o ex-Ministro armazenado prova de formação de quadrilha.

Pasmem! A cinematográfica busca e apreensão na casa do candidato ao Senado pelo União Brasil no Paraná, foi autorizada porque no seu "santinho" de campanha, as letras dos nomes dos seus suplentes tinham alguns milímetros a menos do que o determinado em Lei. A defesa do candidato informa que "a alegação é mentirosa. Os nomes estão de acordo com as regras exigidas, sendo assim, a equipe jurídica pedirá a reconsideração da decisão.”

É estranho que a busca haja sido feita no apartamento do candidato e não em seu comitê ou escritório político. Ali nada se apreendeu porque nada existia. Além da apreensão do material impresso, a juíza ainda determinou a exclusão de diversas publicações no Facebook, Instagram, YouTube, Twitter etc.

O artigo 36 da lei eleitoral diz que na propaganda dos candidatos a cargo majoritário "deverão constar, também, os nomes dos candidatos a vice ou a suplentes de senador, de modo claro e legível, em tamanho não inferior a 30% (trinta por cento) do nome do titular." Imaginemos, apenas por amor ao debate, que o material de campanha do Dr. Moro esteja fora dos padrões exigidos no citado artigo 36 da lei eleitoral. Um simples ofício ao Partido, ou mesmo ao candidato exigindo a retirada da publicidade das redes sociais e a substituição do seu material impresso seria suficiente. Mas o esgoto político não se satisfaz com o suficiente. Há que haver uma espetacularização para prejudicar o candidato.

A ridícula determinação judicial, provocou em Sérgio Moro uma reação instantânea e contundente:

- "Hoje, o PT mostrou a 'democracia' que pretende instaurar no país, promovendo uma diligência abusiva em minha residência e sensacionalismo na divulgação da matéria. O crime? Imprimir santinhos com letras dos nomes dos suplentes supostamente menores do que o devido".
- “O que se discute nessa eleição não é o tamanho do santinho do Moro, mas sim o tamanho da corrupção do PT".
- "Nada comparável aos bilhões de reais roubados durante os Governos do PT e do Lula. Não me intimidarão, mas repudio a tentativa grotesca de me difamar e de intimidar minha família".

Preparem-se, brasileiros e brasileiras. Pelo menos nos próximos 30 dias ainda veremos cenas que agridem o senso comum e desafiam a nossa inteligência. Paciência, estamos no Brasil!

domingo, 21 de agosto de 2022

Várzea Alegre não é Finlândia




A ONU, Organização das Nações Unidas, é uma organização internacional de 193 estados-membros. Foi fundada em 1945 para evitar outra guerra mundial. A carta de fundação da ONU estabelece quatro propósitos fundamentais:

- Manter a paz internacional salvando as gerações futuras dos horrores da guerra
- Reafirmar a fé nos direitos humanos fundamentais, incluindo a dignidade humana e os direitos iguais de homens e mulheres
- Estabelecer condições para manter o respeito e a justiça pelas obrigações dos tratados e o direito internacional
- Promover o progresso social e melhores padrões de vida para a humanidade

Entre todos os seus organismos, a ONU possui uma unidade chamada "Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável" (United Nations Sustainable Development Solutions Network) que anualmente (já o faz há 16 anos) produz e publica o relatório "World Happiness Report" - algo como Relatório Mundial da Felicidade.

Aos 18 de março último, tal organismo publicou o relatório referente ao ano de 2022 e a Finlândia foi coroada o país mais feliz do mundo pelo quinto ano consecutivo, com uma pontuação significativamente à frente de seus pares. Segue-se a Dinamarca em segundo Lugar e a Islândia, Suíça e Holanda completam os cinco primeiros. Nesse relatório, os Estados Unidos ficaram em 16.º lugar, o Brasil em 39.º, a Argentina em 57.º e a Venezuela em 108.º lugar.

"O relatório usa dados de pesquisas globais para relatar como as pessoas avaliam suas próprias vidas em mais de 150 países ao redor do mundo, com a classificação baseada em uma média de três anos. As principais variáveis que contribuem para explicar as avaliações de vida das pessoas incluem produto interno bruto per capita, expectativa de vida saudável, generosidade, apoio social, liberdade para fazer escolhas de vida e percepções de corrupção."

Ao tomar conhecimento desse relatório, remeti-me a uma pesquisa realizada em 2013 pelo IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, uma Fundação pública federal, vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. O IPEA, segundo sua própria definição, é o Instituto que pesquisa e planeja o futuro do país.

Nessa pesquisa de 2013, concluiu que se o Nordeste fosse um país seria a 9.ª nação mais feliz do mundo e que nesse virtual país, Várzea Alegre seria a unidade mais feliz entre todos os seus municípios. "Uma concentração de gente contagiada pelo vírus da felicidade" (https://www.youtube.com/watch?v=908TQy5P0Q0).

Mas esse "arrodeio todinho" foi apenas para informar aos meus três leitores que hoje, 21 de agosto, está começando a festa do nosso padroeiro, o padroeiro de Várzea Alegre - São Raimundo Nonato. Se você não conhece a cidade mais feliz do Nordeste brasileiro, vá correndo! Você só tem até o dia 31 deste mês para usufruir do período mais alegre e festejado da cidade mais feliz e festeira dos nordestinos.

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Atualizado em 21/03/2023 ás 21:21h

Finlândia é hexa como país mais feliz do mundo e quer ensinar o segredo em aulas

"Masterclass of Happiness" vai acontecer em um resort no país em junho de 2023 e oferece gratuitamente passagem, hospedagem e quatro dias de aulas

https://www.otempo.com.br/mundo/finlandia-e-hexa-como-pais-mais-feliz-do-mundo-e-quer-ensinar-o-segredo-em-aulas-1.2833572

domingo, 14 de agosto de 2022

Hora de bater em retirada...




Chega, Lula! Você já deu sua contribuição (para o bem e para o mal) ao país. Se por um lado, com a criação do "Bolsa Família", conseguiu mostrar aos habitantes do "andar de cima" que a criação da riqueza do país precisa ser melhor distribuída, por outro lado, no dizer do Filósofo brasileiro Professor de Harvard e Ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República nos Governos Lula e Dilma, Roberto Mangabeira Unger, "o governo Lula é o mais corrupto de nossa história nacional".

Os brasileiros temos sido extremamente generosos com você. Apesar de tudo que seu Partido (juntamente com associados) aprontou nos treze anos em que esteve à frente dos destinos do País, um contorcionismo jurídico "cometido" pelo STF e um drible legal na Lei da Ficha Limpa, permitiram que você almejasse "voltar à cena do crime" (royalties para seu candidato a vice - Geraldo Alckmin). E o "recall" desse mesmo período registra que aproximadamente um terço dos eleitores admitem votar em você. Isso é generosidade pura, elevada à máxima potência.

Considerando que o Criador pode lhe permitir viver até cem anos, você está palmilhando o último quarto de sua existência. Não é pouco para um simples mortal, ainda que você não seja simples. Sua vida é de uma riqueza incomparável. Um menino migrante, oriundo de uma família abaixo da linha de pobreza, construiu um legado histórico absolutamente inusitado. É hora de colocar a cabeça no travesseiro, dirigir uma prece de profunda gratidão a Deus e quedar-se genuflexo à idade, permitindo-se existir com e para os seus sem maiores sobressaltos.

É verdade que sua candidatura já não é apenas sua. A legião de eleitores, os Partidos coligados, intelectuais, sindicalistas, artistas, jovens que se engajaram na sua pré-campanha não admitem sequer de longe a desistência da disputa. Preferem vê-lo humilhado, derrotado se não no primeiro, no segundo turno. Pior do que isto, o revolver de todos os ocorridos naqueles anos, tendo que ouvir de novo e reiteradamente o que de você falaram Antônio Palocci, Delcídio do Amaral, Hélio Bicudo, Francisco de Oliveira, Francisco Welfort, Heloisa Helena, João Fontes, para citar apenas alguns dos petistas de raiz. Além disso, o rememorar de depoimentos de ex-amigos como donos da Odebrecht, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, Camargo Correia, OAS, Toyo Setal, Galvão Engenharia, Mendes Junior, Engevix etc. E na esteira da campanha, publicação de documentos e acusações feitas por executivos do seu Governo, tais como Wagner Pinheiro, ex-presidente dos Correios; Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil; Othon Silva, ex-presidente da Eletronuclear; Juquinha das Neves, ex-presidente da Valec; Renato Duque, ex-diretor da Petrobras; Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras; Jorge Zelada, ex-diretor da Petrobras; Guilherme Lacerda, ex-diretor do Fundo de Pensão de Funcionários da Caixa e do BNDES; Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras; Pedro Barusco, ex-gerente Executivo de Engenharia da Petrobras e mais algumas dezenas de personalidades e empresas que certamente aparecerão durante a campanha.

É tempo de bater em retirada. Mas um homem como você, Lula, não foge da luta. Tem que ser uma saída honrosa que justifique definitivamente que você não pode, ainda que deseje ardentemente, continuar com essa batalha inglória. Sugiro que você simule uma doença grave, como muitos dos seus correligionários acusam Bolsonaro de ter simulado uma facada em 2018. Você há de convir que será mais fácil, ao contrário do então candidato Jair Bolsonaro que para fazer aquela simulação teria que ter tido a cumplicidade de uma dúzia de agentes da Polícia Federal, dos médicos e enfermeiros que o atenderam no primeiro momento na Santa Casa de Juiz de Fora e toda a equipe que o operou e o acompanhou no Hospital Albert Einstein. Numa democracia, é possível ainda que extremamente improvável. Para você, apenas uma declaração/atestado de um médico amigo é suficiente.

É perfeitamente compreensível que você saia de cena acometido de uma recidiva do câncer que um dia o afligiu. Que se compreenda que não é o meu desejo, ao contrário rogo a Deus que lhe dê vida longa e saudável para viver os cem anos que vaticinei no início desse artigo. Quero apenas poupá-lo das intensas humilhações e profundo sofrimento que os adversários certamente lhe infligirão. Deus lhe abençoe!

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

O "Senso de proporção" ou Bolsonaro é um tosco!




"Senso de proporção" é a importância relativa de diferentes coisas que importam numa dada situação. O "senso de proporção" é um dos atributos importantes que infelizmente faltam em grande parte de nossa discussão política.

O Presidente do Brasil, Sr. Jair Bolsonaro, é um tosco, um incontinente verbal. Seu linguajar não guarda harmonia com o alto cargo que ocupa. Como Chefe de Estado, muita vez não atende à liturgia e majestade do cargo, que é feito de simbolismos no comportamento. Conduz ainda alguns episódios mal explicados, tais como seu relacionamento com o Queiroz e os cheques depositados na conta corrente de sua esposa; a mudança das chefias da Polícia Federal para "não esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meus, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha"; a negligência, ou melhor dizendo, a má vontade no trato das coisas da pandemia; o insistente modelo de administrar gerando crises dentro e fora do Governo, especialmente entre Poderes da República e eventualmente "otras cositas más".

Ao longo da vida, deparamo-nos com a exigência de fazermos escolhas. Conforme Caio Fernando Abreu (1948 - 1996), jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro, "A vida é feita de escolhas. Quando você dá um passo à frente, inevitavelmente alguma coisa fica para trás."

Pois bem: os brasileiros estamos prestes a nos deparar com um momento de grande importância para os destinos dessa nação e para o futuro dos nossos filhos e netos. Estamos às portas das eleições gerais de 2022 quando devemos escolher os nossos representantes, aqueles a quem delegamos o poder de decidir sobre políticas públicas e alocação dos recursos do orçamento. O mínimo que devemos fazer é buscar entre os diversos candidatos, os que defendem ideias que mais se aproximem do que pensamos.

Com relação à eleição presidencial, os dois candidatos que se apresentam melhor posicionados como possíveis contendores pelo cargo, já possuem experiências de administração do país. Aquele é ex-Presidente durante dois mandatos e exercendo forte influência em um mandato e meio de sua sucessora. Este, atualmente Presidente, está completando três anos e meio à frente dos destinos da nação. Deveriam, mas não são períodos comparáveis.

Nos 13 anos em que gerenciou o Brasil, o Partido dos Trabalhadores (juntamente com seus associados) foi responsável pelos maiores desmandos (ou "mal feitos" como preferem alguns) já noticiados em um membro da comunidade ocidental. Nas palavras do Ministro Fux, Presidente do Supremo Tribunal Federal, "decisões sobre casos de corrupção foram anuladas na Lava Jato, mas dinheiro desviado era real" (https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2022/06/10/ministro-fux-diz-que-decisoes-sobre-casos-de-corrupcao-foram-anuladas-na-lava-jato-mas-dinheiro-desviado-era-real.ghtml); O ex-Presidente Fernando Henrique Cardos afirmou que "nunca se roubou tanto neste país" (https://g1.globo.com/politica/noticia/2015/07/fernando-henrique-diz-que-nunca-antes-se-roubou-tanto-neste-pais.html). No dizer do Filósofo brasileiro Professor de Harvard e Ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República nos Governos Lula e Dilma, Roberto Mangabeira Unger, "Afirmo que o governo Lula é o mais corrupto de nossa história nacional" (https://www.sedep.com.br/artigos/afirmo-que-o-governo-lula-e-o-mais-corrupto-de-nossa-historia-nacional/). "O ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) aponta uma sucessão de ilícitos e propinas, que chegam a R$ 333,59 milhões" (https://exame.com/brasil/delacao-de-palocci-relata-propinas-de-r-333-milhoes-ao-pt/). "O empresário Marcelo Odebrecht confirmou ontem o acerto de propinas ao PT em favor de Luiz Inácio Lula da Silva, relacionados a financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)" (https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2019/10/08/interna_politica,1090974/odebrecht-confirma-propinas-para-o-pt.shtml). "As seis empreiteiras acusadas de cartel e corrupção na Operação Lava Jato que pagaram, direta e indiretamente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva são suspeitas de terem dado um prejuízo de R$ 20 bilhões para a Petrobras, entre 2004 e 2014" (https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2016/09/21/interna_politica,806340/lava-jato-estima-que-prejuizo-com-empreiteiras-foi-de-r-20-bilhoes.shtml)

Os poucos exemplos citados acima (são mais, muitos mais), já seriam suficientes para tornar incomparável esse momento do PT no Governo com qualquer outro período da nossa história, conforme dizer do ex-Ministro de Lula e Dilma, o Filósofo Roberto Mangabeira Unger. Por isso é essencial que os brasileiros usemos o "senso de proporção" para nossas escolhas em 2022.

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Minha oração diária




O meu "smartphone" possui um aplicativo residente (imagino que todos têm), o "Relógio", que alem de marcar a hora opera algumas facilidades tais como "Cronômetro", "Timer" e "Alarme". Este último permite que o usuário selecione o horário em que deve ser disparado, o dia da semana, o tipo de som etc. Tenho ajustado um alarme diariamente ás 18 horas. Quando ele dispara, o que quer que eu esteja fazendo, paro imediatamente. É a hora da minha oração.

Já há algum tempo iniciei essa prática. Em um intervalo em torno de três minutos, dirijo meu momento de contrição para minha família nuclear, para familiares diversos e aos amigos, sem nominá-los.

Algumas vezes sequer balbucio alguma oração. Apenas penso com empatia nas pessoas para quem eu desejo a graça divina. Até há cerca de duas ou três semanas, esse era o ritual. Desse tempo para agora e continuando, mudei o foco. Estou rogando a Deus que tenha piedade daqueles, familiares e amigos (ou não), que pretendem votar para Presidente no candidato do PT.

Perdoa-lhes Senhor, pelo mal que eles podem estar contribuindo para estabelecer. Não é contra o Partido. Sequer é contra o candidato. Mas o programa, as teses defendidas pela mesma quadrilha que se apoderou do Estado durante 16 anos e que fatalmente voltará, a depender do desejo do povo brasileiro.

Se você concorda que o dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e que o Governo emita títulos da dívida pública para que o BNDES financie portos, aeroportos, estradas e ferrovias em outros países, negligenciando a infraestrutura nacional…

Se você concorda que “o aborto deve ser uma questão de saúde pública e todo mundo ter direito e não ter vergonha. Eu não quero ter um filho, eu vou cuidar de não ter meu filho”…

Se você concorda que Ministérios e Diretorias das Estatais devam ser rateadas entre os Partidos Políticos, para que eles indiquem indivíduos responsáveis pela arrecadação de dinheiro para ser gasto só Deus sabe como…

Se você concorda que o país estava melhor com uma inflação de dois dígitos, com a queda do PIB de mais de 3% em dois anos seguidos, déficit público primário de 111 bilhões (2015)…

Se você concorda que crianças de até 5 anos sejam induzidas nas escolas a escolheram um gênero outro que não o do seu nascimento, através de exemplos…

Se você concorda com a corrupção sistêmica e desenfreada que se assenhorou do organismo público brasileiro…

Se você concorda com estes e mais uma porção de “Ses”, você está e continuará sendo alvo de minhas orações. “Pai, perdoa-os, porque não sabem o que fazem.”

terça-feira, 5 de julho de 2022

Agora foram longe demais!




Apesar de estarmos ainda distante, baixou em mim o espírito natalino e natal é época de perdoar. Ou quem sabe fui possuído pelo espírito da Deusa Eleos, a deusa grega da misericórdia e do perdão.

O religioso americano Heber Jeddy Grant, sétimo presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, ensinava: "Nada nos trará mais alegria do que estarmos prontos e dispostos a perdoar as faltas de nossos semelhantes".

Na definição de Dalai Lama, "perdoar não é esquecer mas aceitar que o que está feito está feito e que o passado foge ao nosso controle."

Na Bíblia, em Hebreus 10:17, “Então ele acrescenta: Seus pecados e atos ilegais eu não me lembrarei mais.”

Estou disposto a perdoar "que o Partido dos Trabalhadores (PT) pagou a vários deputados 30 mil reais por mês para votar a favor de legislação do interesse do governo. O escândalo consistiu nos repasses de fundos de empresas, que faziam doações ao Partido dos Trabalhadores (PT) para conquistar o apoio de políticos. O esquema de corrupção começou em 2003 e só em 2005 foi descoberto" (https://nilosergiobezerra.blogspot.com/.../a-esperanca...)

Perdoarei que "Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por 50% da refinaria. O valor é muito superior ao pago um ano antes pela belga Astra Oil pela refinaria inteira: US$ 42,5 milhões. Enquanto isso, no seio da Petrobras, a refinaria era “carinhosamente” chamada de “ruivinha”, pois estava “enferrujada” (veja a foto) até o núcleo e precisava, urgentemente, de reparos. Pasadena era motivo de chacota desde o início. Dois anos depois, a Petrobras e sua sócia Astra Oil "se desentenderam" e uma decisão judicial obrigou a estatal brasileira a comprar a parte pertencente à empresa belga. A Refinaria de Pasadena, segundo o Valor Online, acabou custando US$ 1,249 bilhões ao Brasil (28 vezes o valor que a sócia comprara). Alguns anos depois, Pasadena foi negociada pela Petrobrás com a Chevron pelo preço de US$ 467 milhões" (https://nilosergiobezerra.blogspot.com/.../nos-contra...)

Darei meu perdão pelo Escândalo dos Sanguessugas, "também conhecido como máfia das ambulâncias, um escândalo de corrupção que estourou em 2006 devido à descoberta de uma quadrilha que tinha como objetivo desviar dinheiro público destinado à compra de ambulâncias".

Amolecerei meu coração para o não cumprimento dos compromissos feitos pelo Lula candidato - "O Primeiro Emprego não se concretizou, atendendo apenas a 0,5% dos jovens que pretendia acolher. A promessa da criação de 10 milhões de empregos não chegou nem perto da metade do que se afirmou em campanha. Lula prometeu segurança pública mais eficiente e durante seu quatriênio os números de mortes violentas permaneceram iguais, chegando inclusive a aumentar em 2003 para 51534, de 49816 em 2002. A reforma agrária 'pacífica, organizada e planejada' foi desclassificada por seus próprios apoiadores, a ponto de o líder do Movimento dos Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, pedir o fim do Ministério do Desenvolvimento Agrário. 'As reformas que a sociedade brasileira reclama' e que ele se comprometia a fazer, como as da Previdência, tributária, política e da legislação trabalhista, nunca tiveram o empenho do Governo."

Estou disposto a perdoar até mesmo o roubo na Petrobrás, o segundo maior escândalo de corrupção do mundo segundo a Transparência Internacional, Organização Não Governamental sediada em Berlim que promoveu pesquisa e constatou que o esquema de propina na estatal brasileira, descoberto na Operação Lava Jato, só perde para ex-Presidente ucraniano. (https://politica.estadao.com.br/.../petrobras-e-o.../).

Relevarei mesmo a indicação da Sra. Dilma Rousseff para Presidente, responsável pela maior catástrofe já acontecida no país, a pior recessão da história, o recuo da economia para anos antes, o encolhimento da renda média nacional e que colocou o PIB entre os piores do mundo. Deus sabe como foi eleita e quanto custou ao Brasil a eleição dessa senhora.

"A lição a tirar: nunca mais deixar se repetir por essas paragens a irresponsabilidade petista, colocada em prática na gestão de Dilma Rousseff, com a malfadada “Nova Matriz Econômica” que permitiu ao setor público várias barbaridades. Dentre elas: gastar mais do que arrecada, congelar inconsequentemente preços de tarifas de energia e combustíveis – para atender às ambições políticas de reeleição da madame -, buscar o financiamento ilegal e imoral através de estatais e promover assombrosas liberalidades monetárias que desmantelaram o controle da inflação e do câmbio. A dimensão do desastre veio em forma de números violentos: em dois anos, o Produto Interno Bruto caiu 7,2%. O fato estatístico, que não tem paralelo desde os idos de 1930, se refletiu, dramaticamente, no fechamento em massa de empresas, no desemprego brutal e na paralisia dos negócios" (https://www.istoedinheiro.com.br/catastrofe-de-dilma/).

Senhores, permito-me (não sem tapar o nariz) esquecer tudo isso. Mas há algo que é absolutamente imperdoável. A confirmar o que vazou do depoimento do Sr. Marcos Valério, é o fim. É transpor todas as fronteiras da integridade, é estuprar os mais básicos conceitos de responsabilidade, é levar ao rés do chão o sentimento de dignidade do ser humano. O envolvimento com o crime organizado, com assassinos declarados, com tráfico transnacional de drogas, ultrapassa os limites da decência mínima. Deus os perdoe.

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Uma facada para Lula




Antes que os esquerdinhas mais alvoroçados julguem o texto pelo título (espero que leiam pelo menos esse primeiro parágrafo), esclareço que não estou ameaçando, sequer desejando que o candidato do PT seja fisicamente agredido. Apenas estou lançando mão de algo que aconteceu na eleição de 2018 tendo como alvo o então candidato Jair Bolsonaro que, a meu juízo, ajudou-o a tornar-se Presidente. O período em que ele ficou forçosamente calado, inclusive sua ausência dos debates, deve ter contribuído para que não se expusesse a maiores desgastes. Portanto, o candidato Lula precisa urgentemente de algo razoável que justifique um silêncio prolongado, daí a escolha do título deste texto.

Todos sabemos a enorme quantidade de intelectuais que formam os quadros do Partido dos Trabalhadores. Ademais, com os recursos de que dispõe a agremiação (fundo eleitoral, fundo partidário e eventualmente alguma outra fonte - nenhuma insinuação relativa ao vídeo do Ministro Gilmar Mendes - https://www.facebook.com/watch/?v=1113460465352981), podem ser contratados os mais competentes e experientes assessores/marqueteiros disponíveis aqui e alhures. Qual a explicação então para os últimos pronunciamentos do ex-Presidente?

1 - Regulamentação dos meios de comunicação e da Internet (O Globo - 9 de janeiro de 2022). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já falou publicamente ao menos 3 dezenas de vezes sobre regular os meios de comunicação – sejam os tradicionais, seja a internet. Essa proposta é uma ameaça à liberdade de expressão e um contorcionismo verbal para o que é, na verdade: censura!

2 - A guerra podia ser resolvida aqui numa mesa de bar tomando cerveja ( https://jornaldossportsusa.com/.../lula-diz-que-no-brasil...(seriam-resolvidos-na-mesa-de-um-bar/ - 4 de junho de 2022). Estão morrendo milhares de seres humanos diariamente nesse conflito insano e o cara brinca com isso. Insana a guerra, insano o comentário!

3 - Lula sobre aborto: "deveria ser transformado numa questão de saúde pública e todo mundo ter direito" - (https://g1.globo.com/.../lula-sobre-aborto-deveria-ser... - 6 de abril de 2022). Tenho opinião pessoal sobre o aborto e não quero nem devo entrar no mérito da questão, mas o que importa aqui é a conveniência eleitoral do candidato. Se (em pesquisa recente) 42% dos brasileiros são contra qualquer tipo de aborto e 33% admitem com as restrições atuais, defender o aborto universal é eleitoralmente mal aceito por 75%, portanto abordagem contraindicada para candidato.

4 - A insistência em relativizar ditaduras "amigas". Comparar Ortega a Merkel é agressão à inteligência do(s) interlocutor(es). “Por que Angela Merkel pode ficar 16 anos no poder e Daniel Ortega não? Qual a lógica?”, questionou na Espanha em entrevista ao El Pais. Ortega perseguiu opositores e atropelou a legislação para permanecer no poder. Isso foi citado pelas entrevistadoras do "El País", que relembraram que o nicaraguense mandou opositores para a prisão antes das eleições — o que não ocorreu na Alemanha. (https://brasil.elpais.com/.../tenho-que-voltar-a... - 20 de novembro de 2021). "O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro. (https://www.otempo.com.br/.../lula-diz-que-guaido-deveria..."oi-democratico-1.2306007 - 4 de março de 2020).

5 - "Durante 33 anos o PT, a esquerda e suas redondezas negaram qualquer ligação com os autores do sequestro do empresário Abílio Diniz, em 1989, executado por uma quadrilha multinacional de terroristas" (https://www.gazetadopovo.com.br/.../o-que-lula-fez-pelos.../ - J. R. Guzzo em 20/06/2022). Recentemente o ex-Presidente em depoimento público durante atividade de pré-campanha, confessou que recorreu ao então Presidente Fernando Henrique e ao ex-Ministro da Justiça, Renan Calheiros, para libertar "os meninos" que cometeram esse "equívoco".

Listei apenas algumas afirmações, sem deixar de registrar: "ainda bem que a natureza criou o coronavírus", "Bolsonaro não gosta de gente, só gosta de polícia", "a classe média ostenta um padrão de vida como em nenhum lugar do mundo. Eu quero ter uma televisão... não precisa ter uma em cada sala. Uma televisão já tá boa", "O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, é tão responsável pelo conflito como o russo Vladimir Putin. Os Estados Unidos e a União Europeia também têm parte da culpa pela guerra."

O jornal O Estado de São Paulo, em editorial de 5 de maio de 2022 sob o título - "Lula calado é um poeta", afirma: "Líder petista parece que tem uma cota de besteiras para dizer até a eleição. É impressionante. Muito distante daquele líder político dotado de um acurado tino eleitoral, atributo que é reconhecido até por seus adversários...". O que me causa estranheza é o fato de que não apareça alguém para parar essa cotidiana alimentação às campanhas adversárias. Lula está precisando da acuidade do metalúrgico que ao participar de um evento de campanha da então candidata Dilma Rousseff em São Bernardo do Campo, brincou: 'Desliga o microfone dela, pelo amor de Deus'.

Muitos analistas políticos, admiradores e opositores, observadores da política nacional encontram-se perplexos com a incontinência verbal do "encantador de serpentes" (royalties para Ciro Gomes). Estão todos sem entender a falta de sensibilidade, o pisotear na lógica de campanha e se perguntam o que está a acontecer. Tenho ouvido opiniões as mais diversas: desde que ele não quer ser candidato e está fazendo tudo para isso, passando pela soberba de achar que a eleição está definida até a especulação de que "o alemão está rondando a mente" do ex-Presidente. De minha parte, desejo vida longa, saudável e feliz ao cidadão Lula da Silva. De preferência fora do poder.

quarta-feira, 22 de junho de 2022

O sequestro de Abilio Diniz




Em dezembro de 1989, uma quadrilha internacional sequestrou o empresário Abilio dos Santos Diniz. Nesse período, Abílio já era um empresário de sucesso e visibilidade, atleta e pai de Pedro Paulo, João Paulo, Ana Maria, Adriana, Rafaela e Miguel Diniz. No dia do sequestro, Abílio dirigia seu carro indo para o escritório, quando percebeu uma ambulância atravessada na rua. Desconfiou e ficou atento até quando veio um carro por trás e bateu no dele. Isso o desconcentrou e imediatamente dois bandidos invadiram seu carro em ambas as portas. Foi rendido e levado para uma kombi e em seguida para o cativeiro. "Eles eram absolutamente profissionais, eram ex-guerrilheiros", comentou Abílio.

"Me colocaram nessa casa do Jabaquara (bairro de São Paulo) e tinha um buraco nesta casa, tipo um porão, e uma escadinha. E dentro deste porão eles construíram uma caixa, um caixote grande, e levaram para baixo, e me puseram dentro do caixote. Eu não conseguia ficar totalmente de pé e me esforçava para pegar mais ar. Tinha certeza que iria morrer, já sentia de cara. Para poder respirar melhor eu tinha que me levantar — não dava para ficar em pé -, encostar o nariz lá no cano e puxar o ar".

Os sequestradores eram cinco chilenos, dois argentinos, dois canadenses e um brasileiro, todos membros do MIR, Movimento da Esquerda Revolucionária que lutava contra a ditadura de Pinochet. Eles exigiam um resgate de 30 milhões de dólares. Consta que para financiar as atividades de guerrilha.

Felizmente a polícia, depois de uma investigação que durou 6 dias, chegou à casa em Jabaquara. A casa foi cercada, cerco que durou 36 horas, quando os bandidos renderam-se e entregaram o sequestrado são e salvo.

"Durante 33 anos o PT, a esquerda e suas redondezas negaram qualquer ligação com os autores do sequestro do empresário Abílio Diniz, em 1989, executado por uma quadrilha multinacional de terroristas. Os bandidos, que se apresentavam como militantes esquerdistas, foram presos, julgados e condenados a penas pesadas de prisão, mas não pagaram realmente por seu crime – cerca de dez anos depois, estavam soltos." O PT acaba de ser desmentido pelo próprio chefe, o Lula. Em depoimento público durante atividade de pré-campanha, confessou que recorreu ao então Presidente Fernando Henrique e ao ex-Ministro da Justiça, Renan Calheiros, para libertar "os meninos" que cometeram esse "equívoco".

Começa a confissão dizendo que "tinha dez brasileiros presos, que foram presos em 89 naquele sequestro de Abílio Diniz. Esses jovens ficaram presos 10 anos" (Só existia um brasileiro, também membro do MIR, os outros eram chilenos, argentinos e canadenses). A partir daí conta seu périplo de Renan a Fernando Henrique e culminando com "fui na cadeia, dia 31 de dezembro conversar com os meninos". "...foram solto e eu não sei aonde estão agora!".

Se você, Lula, não sabe aonde estão agora, posso lhe dizer a situação de pelo menos dois deles. "Um dos sequestradores do empresário Abílio Diniz matou o vigilante de um banco no Chile em abril de 2020, em uma tentativa de assalto. Sergio Martin Olivares Urtubia, 69 anos, atirou na cabeça de Victor Hugo Illanes Mena, 40 anos, durante a fuga. Ele foi preso no mesmo dia do assassinato." "Outro chileno que participou do sequestro do empresário brasileiro, em 1989, escapou em 1999, logo depois de ser extraditado para o Chile. Hector Collante foi preso pela polícia chilena apenas em 2011."

Interceder por bandidos terroristas tratando-os de "meninos" e aos seus crimes de "equívoco", é próprio de quem acha "que o cara que rouba celular é pra comprar leite pra criança ou pra tomar cerveja".

segunda-feira, 13 de junho de 2022

DIRETRIZES PARA O PROGRAMA DE RECONSTRUÇÃO DO BRASIL - LULA 2023-2026




Recebi de um amigo, o documento oficial do Partido dos Trabalhadores com o título acima "como ponto de partida para um amplo debate nacional". Tive o cuidado de ler com vagar e considerei humildemente fazer algumas observações sobre o programa.

Item 2 - "desemprego da força de trabalho... segue extremamente elevado" - Registre-se que a Presidente Dilma saiu do Governo deixando um índice de desemprego de 10,90%. No momento, apesar da pandemia e da guerra na Europa Oriental, o desemprego é de 10,5% - menor taxa para um trimestre encerrado em abril desde 2015. (IBGE - maio de 2022)

"o quadro na infraestrutura é desolador" - após 13 anos e quatro meses no poder, o PT deixou a maior parte de suas obras de infraestruturas atrasadas, paralisadas ou superfaturadas. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), em 2018 foram identificadas 14.403 obras paradas em todo o País, a grande maioria delas como herança dos Governos do PT. (Fonte: Agência Câmara de Notícias)

Item 5 - "assegurando o crescimento e a competitividade" - "Com duas recessões em 5 anos, o Brasil fechou a década de 2011 a 2020 como o pior período para a economia em 120 anos. (Fundação Getúlio Vargas)". Não creio que um Governo que dirigiu a nação na maior parte do período, que foi responsável pelo terceiro pior desempenho em termos econômicos entre os 30 mandatos presidenciais desde a Proclamação da República, em 1889 (https://www.infomoney.com.br/), tenha autoridade para "assegurar o crescimento".

Item 17 - "Um Bolsa Família renovado e ampliado" - um ponto positivo do documento. É um compromisso de manter o "Auxílio Brasil" que renovou e ampliou o "Bolsa Família."

Item 21 - "a retomada de políticas como o Mais Médicos" - intenção bem vinda, desde que não submeta o país à fragilidade de ter que fazer acordos milionários em fóruns internacionais (ver "O que a Petrobras e o Mais Médicos têm em comum" - https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2022/04/o-que-petrobras-e-o-mais-medicos-tem-em.html).

Item 23 - "segurança pública cidadã para a proteção da vida." - "Lula prometeu segurança pública mais eficiente e durante seu primeiro quatriênio os números de mortes violentas permaneceram iguais, chegando inclusive a aumentar em 2003 para 51534, de 49816 em 2002." (Do artigo "Nós contra eles" ou Porquê não voto em Lula - https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2022/05/nos-contra-eles-ou-porque-nao-voto-em.html).

Item 46 - "promover a renegociação das dívidas das famílias e das pequenas e médias empresas por meio dos bancos públicos" (Royalties para Ciro Gomes).

Item 48 - "avançar com uma reindustrialização nacional" - "A precoce desindustrialização brasileira atingiu índice recorde de retrocesso em 2015. A participação da Indústria de Transformação no PIB ficou em 11,4% naquele ano, número mais baixo do que os 12,1% de 1947." ( Desindustrialização, desemprego e desdesenvolvimento, artigo de José Eustáquio Diniz Alves)

Item 50 - "Estamos comprometidos com o avanço da reforma agrária" - Carlos Frederico Marés, professor da PUC-PR afirma que "o II Plano Nacional de Reforma Agrária, elaborado no início do primeiro mandato de Lula, trazia a meta de assentar 500 mil famílias em quatro anos, mas foi abandonado pouco depois."

Item 55 - "Retomaremos obras importantes que foram paralisadas pelo atual governo" - "Em auditoria operacional realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), sob a relatoria do ministro Vital do Rêgo, foram analisadas mais de 30 mil obras públicas financiadas com recursos federais. Destas, mais de 30% foram consideradas como paralisadas ou inacabadas. O que corresponde a quase 20% do investimento previsto." (Relatório de 2018 do TCU sobre obras inacabadas).

Item 59 -"A Petrobras será colocada de novo a serviço do povo brasileiro e não dos grandes acionistas estrangeiros" - Lula reclama de dividendos para investidores estrangeiros da Petrobras mas fez capitalização que aumentou a participação dos estrangeiros para 24,59% do capital. De qualquer forma, não é muito saudável ficar remetendo à existência da Petrobras - lembra muito o Petrolão!

Itens 60/61 - "Nos opomos à privatização da Eletrobras... Nos opomos à privatização dos Correios" - Faz sentido: "Os quatro fundos de pensão patrocinados por empresas estatais sob alvo da Operação Greenfield da Polícia Federal respondem por 62,6% do rombo acumulado de todo o sistema em 2015. Juntos, Funcef (fundo de pensão dos empregados da Caixa Econômica Federal), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios) registraram déficit de R$ 48,7 bilhões, diante dos R$ 77,8 bilhões de resultado negativo de todo o sistema de fundos de pensão do País."

Item 62 - "Fortaleceremos também os bancos públicos" - "O Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou, na quarta-feira 28/08/2019, ter constatado irregularidades em contratos firmados entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e empreiteiras investigadas pela Lava Jato. As falcatruas foram cometidas entre 2006 e 2013, durante os governos de Lula e Dilma Rousseff. Segundo o relatório técnico do TCU, o BNDES pagou o dobro do valor correto para a a construção de rodovias em países como Angola, Gana e República Dominicana. No total, o banco brasileiro liberou US$ 2,1 bilhões (mais de R$ 8,5 bilhões em valores atuais) para exportações de bens e serviços de empreiteiras como Odebrecht e Queiroz Galvão, quando o valor máximo deveria ter sido de US$ 1 bilhão. Coincidência ou não, Angola, Gana e República Dominicana foram alguns dos países aos quais Lula, já durante o governo Dilma, foi fazer suas palestras-fantasmas, bancadas justamente pelas empreiteiras da Lava Jato." (https://www.istoedinheiro.com.br/). Este é apenas um exemplo do "fortalecimento de bancos públicos", sem prejuízo para os “malfeitos” no Banco do Brasil, Caixa Econômica, Banco do Nordeste etc.

Item 71 - "defender a Amazônia da política de devastação" - Procure responder honestamente a seguinte questão: sabe quais os dois anos em que o desmatamento foi maior neste século? Sabe quem era o Presidente da República nestes dois anos? - vou lhes poupar da pesquisa no Google. O desmatamento em 2003 foi de 26.130 quilômetros quadrados e em 2004 o desmatamento da Amazônia atingiu um dos maiores níveis da história, chegando a 27.700 km². Bom dia, Presidente Lula!

Itens 76/77 - "recuperar a política externa ativa e altiva... Defender a nossa soberania é estabelecer livremente as parcerias que forem melhores para o país" - Todos os brasileiros sabemos quais foram os países preferencialmente parceiros do Brasil durante os Governos do PT. Para constatar, é suficiente pesquisar para onde o BNDES destinou os maiores empréstimos. Aí a nossa política externa foi a mais ativa. Com relação à soberania e altivez, recorro à notícia da Folha de São Paulo: "A Bolívia decidiu nacionalizar a exploração dos negócios de petróleo e gás no país. O presidente Evo Morales ordenou a ocupação pelo Exército dos campos de produção das empresas estrangeiras no país, entre elas a estatal brasileira Petrobras."

Item 81 - "retomada do diálogo com todos os movimentos sociais" - Em recente pronunciamento, o candidato Lula afirmou que o "Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) vai ajudar a governar o Brasil, se o PT voltar ao poder. Terão de ajudar a construir programas, a conquistar e ajudar a governar.” Apenas para lembrar, o MTST é esse movimento que recentemente invadiu o Shopping Iguatemi. Veja aqui: MTST invade shopping de SP e gera tumulto" “Um grupo do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, o MTST, invadiu o Shopping Iguatemi, um dos mais luxuosos da capital paulista, para protestar contra a fome. Cerca de cem militantes foram até a praça de alimentação, bem na hora do almoço.”

https://www.redetv.uol.com.br/jornalismo/redetvnews/videos/outros-videos/mtst-invade-shopping-de-sp-e-gera-tumulto

"MST protesta contra agrotóxicos e queima pneus na sede da Bayer"

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/06/mst-protesta-contra-agrotoxicos-e-queima-pneus-na-sede-da-bayer.shtml

Item 85 - "Os governos do PT e partidos aliados instituíram uma política de Estado de prevenção e combate à corrupção e de promoção da transparência e da integridade pública." - Esse item não merece comentário algum. Seria absolutamente ridículo se não fosse uma criminosa agressão à inteligência do povo brasileiro.

Item 90 - "é dever do Estado universalizar o acesso à internet e coibir a propagação de mentiras e mensagens antidemocráticas ou de ódio." - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já falou publicamente ao menos 3 dezenas de vezes sobre regular os meios de comunicação – sejam os tradicionais, seja a internet. Essa proposta é uma ameaça à liberdade de expressão e um contorcionismo verbal para o que é na verdade: censura!

Por último mas não menos importante, confesso que me surpreendi por não encontrar no texto nenhuma menção à volta do "diálogo cabuloso" com o crime organizado.

Por essas e por muitas outras é que não tem como esquecer o mal que o PT e seus "puxadinhos" fizeram ao país. É verdade que não concordo com algumas posições de Bolsonaro e do seu Governo e por isso mesmo o Presidente não é meu candidato no primeiro turno, mas definitivamente este Governo e os Governos do PT não são comparáveis. É um desonesto intelectual aquele que sabendo o fenômeno que está acontecendo no mundo inteiro, quando países do primeiro mundo sofrem inflação descontrolada e até mesmo falta de alimentos básicos causados pela pandemia e pela guerra na Europa Oriental, não reconhece que o Brasil "despiorou"!

terça-feira, 7 de junho de 2022

"Saudando a mandioca" ou Porquê não voto em Lula - Capítulo IV




Quero iniciar este artigo registrando um merecido crédito à Sra. Presidente Dilma Rousseff - Deus sabe que ela tentou. Tentou manter-se longe da quadrilha que se apoderara dos cofres do Estado brasileiro (no mínimo com o conhecimento do ex-Presidente, como afirmam dezenas de depoentes no Mensalão e principalmente na Lava Jato) e do próprio PT, Partido que a elegeu.

A primeira Presidente mulher do país, venceu o candidato do PSDB (José Serra) no segundo turno por pouco mais de 12 milhões de votos. Navegou na enorme popularidade do Presidente a quem substituiria, que apesar dos inumeráveis escândalos acontecidos em seus oito anos à frente dos destinos do país (note-se que a Lava Jato ainda não havia sido iniciada e os roubos na Petrobrás descobertos), teve a generosidade do povo brasileiro.

Em 4 de junho de 2009, o jornal Valor Econômico em uma avaliação da candidata Dilma, registrou: "Passados sete anos, o estilo direto e agressivo ainda é o mesmo, mas hoje a ministra parece mais madura no exercício do poder. 'Ela é uma executiva, no termo mais exato da palavra', afirma o presidente de uma empresa de construção civil. 'Desliga o microfone dela, pelo amor de Deus', brincava um metalúrgico durante um evento em que a ministra participou em São Bernardo do Campo."

Apesar de Deus não lhe ter concedido a virtude de entregar seus pensamentos em discursos improvisados, a Presidente era tida como uma grande executiva. O tempo encarregou-se de desfazer essa lenda. Com relação aos seus pronunciamentos, vários deles viralizaram nas redes sociais, sendo os dois mais conhecidos aquele em que ela saúda a mandioca e um outro no qual ela discute a possibilidade de estocar o vento.

Quero crer que por ter sido eleita fundamentalmente pela grande liderança do ex-Presidente Lula, este bem como o PT devem ter tido grande influência na montagem da equipe de Governo no primeiro termo da Presidente. Paulatinamente Sua Excelência foi descartando Ministros a cada novo escândalo, de tal sorte que sete deles foram substituídos no primeiro ano, seis sob acusações de "malfeitos", eufemismo criado pelo Partido e seus militantes para substituir a corrupção.

Logo em 7 de junho, pouco mais de 5 meses de sua posse, o Ministro Chefe da Casa Civil Antônio Palocci foi exonerado sob várias denúncias de enriquecimento ilícito entre os anos de 2006 e 2010, quando exerceu a dupla função de Deputado Federal pelo PT e titular de uma consultoria privada. Seguiram-se Alfredo Nascimento, Ministro dos Transportes (6 de julho) por um suposto esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propinas; Nelson Jobim, Ministro da Defesa, (4 de agosto) por críticas à equipe de governo ("Ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) é 'fraquinha' e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) 'sequer conhece Brasília' - que substituíra Palocci"); Wagner Rossi, Ministro da Agricultura (23 de agosto), alvo de uma série de acusações de corrupção na Conab (Companhia Nacional de Abastecimento); Pedro Novais, do Turismo (14 de setembro), foi o quinto ministro do governo Dilma a deixar o cargo. Em reportagem da Folha de S. Paulo, foi acusado de pagar com dinheiro público o salário de sua governanta em Brasília por sete anos e empregar um funcionário da Câmara dos Deputados como motorista particular de sua mulher; Por sucessivas denúncias de fraudes em convênios do ministério dos Esportes, Orlando Silva, então responsável pela pasta, deixou o governo em outubro de 2011 e finalmente Carlos Lupi, Ministro do Trabalho, alvo de uma série de denúncias de irregularidades, dentre elas o envolvimento em um esquema de cobrança de propina de ONGs e sindicatos.

No segundo ano do Governo Dilma, pontificaram o escândalo do Ministério da Pesca ("Um empresário que em 2010 havia doado 150 000 reais à campanha da atual ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, ao governo de Santa Catarina conseguiu vender 28 lanchas-patrulha para o Ministério da Pesca, por algo acima de 30 milhões de reais" - detalhe: o Ministério não está legalmente autorizado a fazer patrulha) e a Operação Porto Seguro ("A Operação Porto Seguro investigou a existência de um esquema de corrupção para favorecer grupos empresariais em diversas áreas." A Presidente agilmente demitiu os envolvidos, inclusive a Sra. Rosemary Nóvoa de Noronha, lembram dela? Era uma espécie de secretária particular do ex-Presidente Lula e o acompanhava em todas as viagens internacionais).

Em 2014 explodiu a Operação Lava Jato. Ninguém tinha a menor ideia do alcance dessa operação, abalando os fundamentos da República. Por isso mesmo, merece um capítulo inteiro sobre essa recente quadra histórica.

Ao contrário do que se poderia pensar, toda essa movimentação foi competentemente "vendida" pela equipe de marketing da Presidente como uma "faxina ética". Por mais absurdo que possa parecer, ouso acreditar sinceramente que a Presidente Dilma não ficou infeliz pelos acontecimentos, especialmente com relação ao primeiro ano, quando pôde diminuir a influência de Lula, do PT e Partidos satélites no seu Governo.

Do website da BBC em português: "A lembrança pode surpreender os mais críticos: no fim do seu primeiro mandato, a presidente tinha 59% de aprovação - o maior índice para um presidente neste período desde a redemocratização - e era elogiada por ser responsável pela 'faxina ética', quando demitiu ministros envolvidos em casos de corrupção."

Ouvi de um amigo e estou tendente a concordar: "ao contrário dos Governos Lula, a Presidente Dilma 'tangeu' um Governo que não foi desonesto, até aonde lhe foi permitido evitar. Foi incompetente mesmo!"

Aguarde a Lava Jato e o Impeachment no Capítulo V.

quinta-feira, 2 de junho de 2022

"A mãe do PAC" ou Porquê não voto em Lula - Capítulo III




Dez entre dez analistas/cientistas políticos da era Lula seriam capazes de apostar, com muito pequena margem de dúvida, que seu sucessor seria o Ministro José Dirceu ou o Ministro Antônio Palocci. Se o todo poderoso Ministro Chefe da Casa Civil coordenava toda a ação política do primeiro Governo Lula, o Ministro Palocci, coordenador da campanha eleitoral de Lula após o assassinato de Celso Daniel, era o homem forte da Economia e selo de garantia para o mercado, esse ente abstrato que tanto temor causa aos governantes.

Infelizmente para o PT e para o próprio Lula, foram ambos politicamente "abatidos" pelo caminho. José Dirceu teria sido o criador e operador do que se convencionou chamar de Mensalão, primeiro grande escândalo dos Governos do PT. Por força da robusta denúncia do então Deputado Federal e Presidente do PTB Roberto Jefferson, o Ministro Dirceu, Deputado Federal licenciado, pediu exoneração do cargo para "voltar para a Câmara como militante e dirigente do PT, que é a minha vida." Poucos Ministros em qualquer tempo e nos inúmeros Governos que antecederam ao de Lula, concentraram tanto poder quanto Zé Dirceu. Posteriormente foi cassado pela Câmara e condenado a até 27 anos e um mês de prisão em regime fechado, por associação criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro, sentença recentemente mantida (20/04/2022) pelo STJ. Como ainda pode recorrer, Zé Dirceu permanece em liberdade. Mesmo depois de todos esses percalços, o ex-Ministro há se constituído em um dos mais ativos articuladores da campanha de Lula, em constantes reuniões com lideranças políticas, principalmente do centro direita e da direita.

O que dizer de Antônio Palocci? Após atuar com incrível competência na campanha lulista, especialmente na interação com empresários e banqueiros e um destacado trabalho na chefia da equipe de transição, o ex-Prefeito de Ribeirão Preto foi escolhido Ministro da Fazenda. "Seu maior êxito foi a concepção da Carta ao Povo Brasileiro, na qual Lula se comprometia a manter a política econômica de Fernando Henrique Cardoso, com atenção ao ajuste fiscal." Era, ao lado de José Dirceu, o grande destaque da nova gestão. Com a saída de José Dirceu atingido pelo Mensalão, Palocci tornou-se naturalmente favorito para suceder Lula na eleição de 2010. Apesar de alguns "malfeitos" na Prefeitura de Ribeirão Preto (ainda não descobertos ou divulgados), Palocci tornava-se cada dia mais influente na hierarquia do PT, até que um Francenildo cruzou o seu caminho. Em depoimento na CPI que apurava escândalos no Governo Lula, em março de 2006, o caseiro da "Mansão do Lobby" ou "República de Ribeirão Preto", afirmou ter visto várias vezes o Ministro Palocci na "casa onde empresários faziam acordos e celebravam festas com garotas de programa em Brasília." A partir daí o Ministro começou a viver seu inferno astral, até o momento em que teve que pedir demissão acusado da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, seu algoz no escândalo.

Tendo perdido seus dois coringas, companheiros da mais absoluta confiança e potenciais candidatos a dar continuidade ao seu projeto de poder, Lula descobriu em Dilma uma eventual substituta. Ela ganhou destaque na equipe responsável por formular o plano de governo na área energética. Conta a lenda que numa audiência com o Presidente recém-eleito, Dilma sacou de um notebook e começou a desfiar números (havia sido por duas vezes Secretária de Minas, Energia e Comunicações do Rio Grande do Sul) o que impressionou o Presidente. Foi convidada então a ocupar a pasta de Minas e Energia em 2003. Com a queda de José Dirceu e sua atuação à frente do Ministério de Minas e Energia que lhe rendera a simpatia do presidente Lula, credenciou-se a substitutuir o ex-Ministro.

Com a anuência de Lula (mesmo timidamente em princípio), a Ministra Chefe da Casa Civil tornou-se presença constante nos eventos do Governo Federal. Já em janeiro de 2007, no lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em cerimônia no Palácio do Planalto com a presença de Ministros, Secretários de Estado, Congressistas, Governadores, dirigentes de estatais, empresários e representantes dos trabalhadores, Lula fez referência especial à Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Enquanto Lula, no segundo termo buscava sobreviver à sequência de escândalos já descritos no Capítulo II ("Nós contra eles" ou Porque não voto em Lula), sua Ministra Chefe da Casa Civil trabalhava para viabilizar sua candidatura a Presidente. Sendo cristã nova no PT, onde havia feito a filiação apenas em 2001, muitos petistas raízes torciam o nariz para sua candidatura. Cuidou então de montar uma equipe de simpatizantes dentro do partido, onde pontificavam Aloysio Mercadante, José Eduardo Cardozo, Antônio Palocci, Irenice Guerra entre outros.

Para tentar atingir a candidatura Dilma (Ministra, Presidente do Conselho da Petrobrás e virtual candidata à Presidência da República), a oposição conseguiu viabilizar no Senado uma CPI em maio e instalada só em julho de 2009, que investigava manobras contábeis da petroleira para driblar o fisco, irregularidades em patrocínios e superfaturamento na construção de plataformas e nas obras de Abreu e Lima. Registre-se que os descalabros da Pasadena já tinham acontecido, Cerveró havia sido demitido (Dilma, já Presidente, o recontratou para a diretoria financeira da BR Distribuidora) e alguns dos crimes contra a Petrobrás eram de domínio público. Evidente que a maioria governista do Senado não iria permitir a evolução dessa CPI, de sorte que o relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR), desqualificou qualquer acusação e enterrou a Comissão.

"O governo Lula também acumulou algumas derrotas no campo internacional: depois de investir 3,5 bilhões de dólares na Bolívia, a Petrobrás teve suas usinas nacionalizadas por Evo Morales, sem a devida resposta diplomática. Cedeu também ao Paraguai, quando o recém aleito presidente Fernando Hugo decidiu não mais cumprir o contrato assinado com o Brasil, a respeito da energia elétrica de Itaipú. Com isto, o Brasil triplicou a quantia que paga ao vizinho pela energia elétrica com a qual o Paraguai abastece a região sudeste brasileira. O novo acordo de setembro de 2009 ajustaria de US$ 120 milhões para US$ 360 milhões."

Apesar dos "malfeitos", o Governo pôde alcançar níveis de aceitação recordes montado no boom das commodities, como registra o relatório do FMI ("...a taxa de pobreza caiu de cerca de 27% para 12%, e a desigualdade recuou quase 11% em toda a América Latina entre 2000 e 2014"). Montada nessa aceitação do seu patrono, a Ministra foi "vendida" à sociedada brasileira como uma executiva altamente preparada mesmo com um perfil longe de ser carismático. Desde 2008, o Presidente iniciou seu trabalho de convencimento de que a Ministra Dilma era extremamente competente e capaz de conduzir um Governo de sucesso. Em março de 2008, dois anos antes portanto da eleição que escolheria seu sucessor, ao inaugurar obras de saneamento e habitação no morro do Alemão no Rio de Janeiro ao lado do Governador Sergio Cabral Filho, nominou a Ministra Dilma de "mãe do PAC". A partir daí, a cada inauguração de obras do seu Governo, o crédito era dado à "mãe do PAC".

A preferência por Dilma Rousseff já se evidenciara pouco tempo antes (novembro de 2007) escolhida por Lula para anunciar a descoberta da reserva petrolífera do pré-sal. Em 2009, quando anunciou a liberação de 130 bilhões de reais para o PAC (incluídos aí "espertamente" os investimentos da Petrobras para exploração de petróleo na camada do pré-sal) que seria gerenciados por Dilma, o Presidente Lula escancarou a candidatura da Ministra. Segundo Lula, "o Brasil teria a primeira Presidente mulher e uma executiva de nível internacional". O futuro encarregar-se-ia de desmentir essa afirmação.

À véspera da eleição (setembro de 2010), e para manter a tradição de escândalos nos oito anos do Governo Lula, o Jornal Folha de São Paulo destaca a intermediação do filho de Erenice Guerra (Erenice foi secretária-executiva de Dilma Rousseff durante sua gestão na Casa Civilil e a substituira quando esta teve que se afastar para ser candidata) estava intermediando empréstimo no BNDES a troco de propina. "A denúncia foi feita pelo consultor Rubnei Quícoli, que atuava para a empresa de Campinas EDRB, que buscava empréstimo de R$ 2,25 bilhões para construção de um parque solar no Nordeste." Isso tornou insustentável a permanência de Erenice no ministério, que se afastou "para ter paz e provar sua inocência". Na denúncia, Quicola afirma que fora informado de que o dinheiro iria para Erenice e para a campanha de Dilma.

Nenhum escândalo abalou a popularidade de Lula. "Vários governos que passaram gastaram R$ 300 bilhões, R$ 400 bilhões por ano pagando juros da dívida sem tomar nenhuma medida para corrigir. E o Lula chegou e pegou R$ 10 bilhões só, e atingiu 40 milhões de família favoravelmente com o Bolsa Família. Isso é um impacto extraordinário", afirmou o Ministro Paulo Guedes em audiência na Câmara Federal. Pode-se pois creditar grande parte dessa generosidade do povo brasileiro com Lula pela consolidação dos diversos programas sociais de distribuição de renda através do Bolsa Família. Além disso, o extremamente favorável ambiente externo com o boom das commodities citado anteriormente, o que permitiu o crescimento da economia em 7,5%, justamente no ano da eleição.

Mais sobre o PAC 2 e o Governo Dilma no Capítulo IV