Um velho engenheiro aposentado que combate o ócio tentando escrever textos inspirados nos acontecimentos do cotidiano. Autor dos livros “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 1” , “INQUIETAÇÕES NOTURNAS, REFLEXÕES NAS MADRUGADAS” e “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 2”.
domingo, 14 de agosto de 2022
Hora de bater em retirada...
Chega, Lula! Você já deu sua contribuição (para o bem e para o mal) ao país. Se por um lado, com a criação do "Bolsa Família", conseguiu mostrar aos habitantes do "andar de cima" que a criação da riqueza do país precisa ser melhor distribuída, por outro lado, no dizer do Filósofo brasileiro Professor de Harvard e Ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República nos Governos Lula e Dilma, Roberto Mangabeira Unger, "o governo Lula é o mais corrupto de nossa história nacional".
Os brasileiros temos sido extremamente generosos com você. Apesar de tudo que seu Partido (juntamente com associados) aprontou nos treze anos em que esteve à frente dos destinos do País, um contorcionismo jurídico "cometido" pelo STF e um drible legal na Lei da Ficha Limpa, permitiram que você almejasse "voltar à cena do crime" (royalties para seu candidato a vice - Geraldo Alckmin). E o "recall" desse mesmo período registra que aproximadamente um terço dos eleitores admitem votar em você. Isso é generosidade pura, elevada à máxima potência.
Considerando que o Criador pode lhe permitir viver até cem anos, você está palmilhando o último quarto de sua existência. Não é pouco para um simples mortal, ainda que você não seja simples. Sua vida é de uma riqueza incomparável. Um menino migrante, oriundo de uma família abaixo da linha de pobreza, construiu um legado histórico absolutamente inusitado. É hora de colocar a cabeça no travesseiro, dirigir uma prece de profunda gratidão a Deus e quedar-se genuflexo à idade, permitindo-se existir com e para os seus sem maiores sobressaltos.
É verdade que sua candidatura já não é apenas sua. A legião de eleitores, os Partidos coligados, intelectuais, sindicalistas, artistas, jovens que se engajaram na sua pré-campanha não admitem sequer de longe a desistência da disputa. Preferem vê-lo humilhado, derrotado se não no primeiro, no segundo turno. Pior do que isto, o revolver de todos os ocorridos naqueles anos, tendo que ouvir de novo e reiteradamente o que de você falaram Antônio Palocci, Delcídio do Amaral, Hélio Bicudo, Francisco de Oliveira, Francisco Welfort, Heloisa Helena, João Fontes, para citar apenas alguns dos petistas de raiz. Além disso, o rememorar de depoimentos de ex-amigos como donos da Odebrecht, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, Camargo Correia, OAS, Toyo Setal, Galvão Engenharia, Mendes Junior, Engevix etc. E na esteira da campanha, publicação de documentos e acusações feitas por executivos do seu Governo, tais como Wagner Pinheiro, ex-presidente dos Correios; Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil; Othon Silva, ex-presidente da Eletronuclear; Juquinha das Neves, ex-presidente da Valec; Renato Duque, ex-diretor da Petrobras; Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras; Jorge Zelada, ex-diretor da Petrobras; Guilherme Lacerda, ex-diretor do Fundo de Pensão de Funcionários da Caixa e do BNDES; Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras; Pedro Barusco, ex-gerente Executivo de Engenharia da Petrobras e mais algumas dezenas de personalidades e empresas que certamente aparecerão durante a campanha.
É tempo de bater em retirada. Mas um homem como você, Lula, não foge da luta. Tem que ser uma saída honrosa que justifique definitivamente que você não pode, ainda que deseje ardentemente, continuar com essa batalha inglória. Sugiro que você simule uma doença grave, como muitos dos seus correligionários acusam Bolsonaro de ter simulado uma facada em 2018. Você há de convir que será mais fácil, ao contrário do então candidato Jair Bolsonaro que para fazer aquela simulação teria que ter tido a cumplicidade de uma dúzia de agentes da Polícia Federal, dos médicos e enfermeiros que o atenderam no primeiro momento na Santa Casa de Juiz de Fora e toda a equipe que o operou e o acompanhou no Hospital Albert Einstein. Numa democracia, é possível ainda que extremamente improvável. Para você, apenas uma declaração/atestado de um médico amigo é suficiente.
É perfeitamente compreensível que você saia de cena acometido de uma recidiva do câncer que um dia o afligiu. Que se compreenda que não é o meu desejo, ao contrário rogo a Deus que lhe dê vida longa e saudável para viver os cem anos que vaticinei no início desse artigo. Quero apenas poupá-lo das intensas humilhações e profundo sofrimento que os adversários certamente lhe infligirão. Deus lhe abençoe!
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