Um velho engenheiro aposentado que combate o ócio tentando escrever textos inspirados nos acontecimentos do cotidiano. Autor dos livros “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 1” , “INQUIETAÇÕES NOTURNAS, REFLEXÕES NAS MADRUGADAS” e “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 2”.
quinta-feira, 6 de outubro de 2022
A eleição em meio à crise
No próximo dia 8 de novembro, nos Estados Unidos estarão acontecendo "The midterm elections" - as eleições intercalares ou eleições de meio de mandato. São as eleições gerais realizadas ao final do segundo ano do mandato de quatro anos do presidente. Neste ano, tais eleições são particularmente importantes porque o Partido Democrata detém, além da Presidência da República, também o controle das duas casas legislativas - o Senado e a Câmara Federal (Senate and House of Representatives).
Nessa eleição, estarão em disputa todas as 435 cadeiras da Câmara e 34 (de 100 - 2 por Estado) cadeiras no Senado, como acontece a cada 2 anos (o mandato de Deputado Federal é de 2 anos enquanto o de Senador é de 6 anos. A cada 2 anos, renovam-se todas as vagas da Câmara e um 1/3 das vagas do Senado). O Partido do Presidente no cargo tende a perder terreno durante as eleições de meio de mandato: desde a Segunda Guerra Mundial, o Partido do Presidente perdeu uma média de 26 cadeiras na Câmara e uma média de 4 cadeiras no Senado.
Porque ainda na reeleição de Barak Obama cadastrei meu endereço de e-mail na base de dados democrata, recebo com frequência mensagens da assessoria das lideranças desse Partido. Invariavelmente pedindo doações para as mais variadas causas. Como parte dessa campanha, recebi ontem e-mail do Partido Democrata assinado pelo Presidente Joe Biden. Além do pedido de doação, chamou-me a atenção a frase seguinte:
"What’s happening in the country today is not normal. MAGA (Make America Great Again) Republicans represent an extremism that threatens the very foundations of our republic."
Numa tradução muito fiel, isso significa - "O que está acontecendo no país hoje não é normal. MAGA (Faça a América Grande Novamente) dos republicanos representa um extremismo que ameaça os próprios fundamentos de nossa república."
Se você pensa que o jogo do poder é muito selvagem no Brasil, você precisa acompanhar uma eleição presidencial nessa que é considerada a maior democracia do mundo. No momento o DOJ (Departamento de Justiça dos EUA) pressiona o "juiz neutro" Raymond Dearie para encerrar o processo de revisão dos documentos apreendidos em Mar-a-Lago (resort em Palm Beach - FL, de propriedade de Donald Trump e onde ele estabeleceu seu quartel-general). O ex-Presidente é acusado pelo FBI de ter encontrado documentos secretos em busca e apreensão em Mar-a-Lago. Em compensação, o Partido Republicano vem insistindo junto ao Departamento de Justiça para aprofundar a investigação de sua denúncia contra o Presidente Biden e seu filho Hunter Biden, por corrupção e tráfico de influência junto ao Governo da Ucrânia, quando o primeiro era Vice-Presidente.
Na publicidade paga na TV e através dos diversos canais de comunicação, os Republicanos têm acusado o Governo Biden de ter estabelecido um "Plano de Desastre". Uma saída atabalhoada do Afeganistão permitindo a morte de tropas americanas; uma crise de energia desastrosa; inflação descontrolada e a maior dos últimos 40 anos (alimentos, gasolina e muito mais); os salários reais caindo; grande escassez de carvão, papel, carros, chips de computador, eletrônicos e muito mais e a falta de capacidade para "dissuadir" a Rússia da guerra da Ucrânia. Os Democratas defendem-se afirmando que o Presidente Biden está fazendo o que é possível, diante da imprevisível devastadora pandemia, da guerra na Europa oriental, etc. Esse é um resumo do que tenho ouvido do motorista do aplicativo Lyft, do indiano que faz minhas loterias (mega millions e power ball), do garçon do restaurante, da psicóloga canadense que mora há mais de 20 anos nos Estados Unidos, do médico nativo judeu, etc.
É muito provável que os Republicanos recuperem o controle pelo menos da House nessa eleição de novembro. E o gigante do norte continuará um país profundamente dividido (veja "The midterm elections", publicado em 7 de novembro de 2018 - https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2018/11/the-midterm-elections.html)
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