Nilo Sérgio Bezerra
Um velho engenheiro aposentado que combate o ócio tentando escrever textos inspirados nos acontecimentos do cotidiano. Autor dos livros “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 1” , “INQUIETAÇÕES NOTURNAS, REFLEXÕES NAS MADRUGADAS” e “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 2”.
domingo, 17 de agosto de 2025
A cerca de Vicente Vieira
Vicente Batista Vieira, pai do Padre Vieira “do jumento”, não o dos "Sermões", tinha uma fazenda no sítio Extrema, em Várzea Alegre. Seu vizinho, Antônio Rodrigues, fez queixa ao delegado e se intrigou com o velho Vicente, acusando-o de ter erguido uma cerca invadindo um metro de sua terra. A questão foi parar na Justiça.
Antônio contratou um advogado do Crato, já Vicente mandou recado a Joaquim de Figueiredo Correia (então vice-governador) e a Dário Batista Moreno (promotor público), ambos parentes próximos e advogados, para que fossem a Várzea Alegre se inteirar do caso. Na viagem, Dário disse a Figueiredo: “Figueiredo, você, que é mais próximo de Tio Vicente, assuma a condução da conversa. Eu ficarei ouvindo e dando apoio moral.”
Assim combinado, assim feito. Ao chegarem à casa da calçada alta, na Extrema, cumprimentaram o patriarca e, sentados em confortáveis cadeiras de balanço, Figueiredo pediu que ele contasse a história. Vicente Vieira despejou um rosário de críticas a Antônio Rodrigues e, por fim, admitiu ter avançado “um pouco” com a cerca que dividia os terrenos. Nesse momento, Figueiredo o interrompeu: “Tio Vicente, me desculpe, mas o senhor não tem razão.” E o velho retrucou: “Eu sei! Se eu tivesse razão, num precisava de vocês, não!”
Consta que a pendenga (e a respectiva intriga) durou mais de dez anos. Não sei como terminou, porque meu informante só contou até aí e se houver alguma inconsistência no “causo”, a culpa é dele.
quinta-feira, 14 de agosto de 2025
O “tirador de figo”
Quando criança, em Várzea Alegre, eu temia duas figuras igualmente assustadoras para a minha imaginação: o “tirador de figo” e os comunistas. O primeiro era uma lenda urbana repetida pelos mais velhos, segundo a qual um homem sequestrava crianças para extrair-lhes o fígado, história que, provavelmente, muitos da minha geração ainda recordam. Já os comunistas eram descritos como monstros que “comiam criancinhas”, imagem grotesca que alimentava um medo difuso.
Com o tempo, descobri duas verdades: o “tirador de figo” jamais existiu, e os comunistas não devoravam crianças. O primeiro temor desvaneceu-se por completo, relegado ao mundo das histórias inventadas para amedrontar os pequenos. O segundo, porém, persistiu de outra forma. Se não cometiam a barbárie que lhes atribuíam na infância, eram capazes de algo igualmente terrível: submeter nações inteiras a regimes opressivos, transformando a vida de milhões em um sofrimento prolongado e real.
Leia meu artigo: "Quer entender o que é o comunismo? Venha a Praga. Fale com quem viveu." - https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2025/04/quer-entender-o-que-e-o-comunismo-venha.html
terça-feira, 12 de agosto de 2025
The New York Times lista acusações contra Moraes
Poderíamos classificar os principais jornais do planeta, pela ordem de importância e abrangência dos assuntos, como segue:
1. The New York Times – abrangência e influência política/cultural.
2. The Wall Street Journal – influência decisiva em economia e negócios.
3. Financial Times – foco global em economia e política internacional.
4. The Washington Post – forte influência política e investigativa.
5. The Economist (revista, mas com peso de jornal) – análises globais de impacto.
O jornal norte-americano The New York Times publicou uma reportagem que coloca o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no centro de um debate que vai além das fronteiras brasileiras, envolvendo também interesses comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
A matéria, intitulada “O Brasil manteve rígido controle sobre grandes empresas de tecnologia. As tarifas de Trump podem mudar isso”, afirma que Moraes teria adotado medidas como prisões sem julgamento, bloqueio de veículos de imprensa e remoção de contas em redes sociais. O texto ainda destaca que o ministro está atualmente impedido de entrar em território norte-americano.
O jornal insere essas acusações no contexto da crescente tensão entre autoridades brasileiras e gigantes da tecnologia, como Google e Meta, que passaram a intensificar reuniões com ministros do STF e outras lideranças políticas. Essas conversas giram em torno da regulação das plataformas digitais, liberdade de expressão e uso de inteligência artificial, especialmente após a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos EUA.
Defensor de uma postura mais rígida contra o que classifica como desinformação e ataques à democracia, Moraes tem tomado decisões diretas para impor bloqueios de contas e retirada de conteúdos considerados “antidemocráticos”, sem aprovação prévia do Legislativo. Críticos afirmam que essas ações carecem de transparência e violam garantias legais, o que, segundo o New York Times, contribuiu para o agravamento das tensões diplomáticas e comerciais com os Estados Unidos.
O STF decidiu em junho que empresas de tecnologia podem ser responsabilizadas por publicações que envolvam discurso de ódio e atentados à democracia, devendo ainda monitorar conteúdo patrocinado e impedir a circulação de postagens nocivas. Essas regras aguardam definição sobre quando e como serão aplicadas, enquanto as plataformas alegam insegurança jurídica e contestam a responsabilização por material publicado por terceiros.
Link para a matéria original ===> https://www.nytimes.com/2025/08/11/world/americas/brazil-big-tech-trump-tariffs.html?searchResultPosition=5
Se você vota num cara desse...
Se caso, você ainda tiver algum amigo petista, ou (até familiar) ,petista,mostre este vídeo... Pode arrumar briga, sim..... Mas qual patriota ainda quer amizade com esse tipo de gente??❌ pic.twitter.com/qiHQ1HSy83
— Notícias em Foco 🇧🇷 (@VaniBack) August 11, 2025
segunda-feira, 11 de agosto de 2025
WSJ - The Wall Street Journal
Considerando a influência jornalística global, o Wall Street Journal (WSJ) certamente está no topo da lista, geralmente classificado entre os três jornais mais influentes do mundo, junto com o New York Times e o Financial Times.
É referência absoluta para mercados, investimentos e negócios. Sua análise econômica influencia desde CEOs até formuladores de políticas públicas.
Governos, grandes empresas, bancos centrais e investidores internacionais usam o WSJ como fonte diária. Apesar de ser um jornal americano, tem assinantes e correspondentes em todos os continentes. Uma manchete no WSJ pode mexer com bolsas de valores e moedas no mesmo dia.
Poderíamos classificar os principais jornais do planeta, pela ordem de importância e abrangência dos assuntos, como segue:
1. The New York Times – abrangência e influência política/cultural.
2. The Wall Street Journal – influência decisiva em economia e negócios.
3. Financial Times – foco global em economia e política internacional.
4. The Washington Post – forte influência política e investigativa.
5. The Economist (revista, mas com peso de jornal) – análises globais de impacto.
Em tempo: a cobertura jornalística da edição de notícias é geralmente considerada centrista, com um foco forte em reportagens factuais sobre economia, finanças e negócios, sendo percebida como confiável e equilibrada por leitores de diferentes espectros políticos.
sábado, 9 de agosto de 2025
O Universo conspira...
No dia 21 de agosto de 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão que, para muitos, soou como um retrocesso em matéria de transparência e imparcialidade no Judiciário. Por 7 votos a 4, a Corte decidiu que juízes podem julgar processos em que uma das partes seja cliente de escritório de advocacia de seus parentes ou cônjuges.
A deliberação derrubou uma regra do Código de Processo Civil que proibia tal atuação, considerando-a inconstitucional. Na prática, foi alterado o entendimento anterior sobre o impedimento de magistrados em casos dessa natureza. A norma invalidada impedia que um juiz julgasse um processo envolvendo cliente de escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau, mesmo que a causa fosse conduzida por outro escritório.
É difícil ignorar que a medida pode beneficiar diretamente ministros do próprio STF, cujos familiares atuam como advogados. Para o cidadão comum, fica evidente o risco de conflitos de interesse e favorecimentos. Na minha visão de leigo, já seria difícil imaginar um colegiado indo mais longe para aprovar algo que, em tese, pode favorecê-lo. Mas não precisei esperar muito para ver algo ainda mais peculiar.
Em abril de 2020, no auge da pandemia, o Consórcio Nordeste anunciou a compra de 300 respiradores para hospitais da região, ao custo de R$ 48 milhões. A nota de empenho, assinada pelo ex-ministro Carlos Gabas, atestava que os equipamentos haviam sido entregues “em perfeitas condições”. O problema: eles nunca foram entregues.
O contrato, redigido pelos próprios vendedores, fato inusitado por si só, recebeu aval do então governador da Bahia, Rui Costa (PT), que presidia o consórcio. Na época, o grupo incluía:
Wellington Dias (Piauí)
Belivaldo Chagas (Sergipe)
Camilo Santana (Ceará)
Flávio Dino (Maranhão)
João Azevêdo (Paraíba)
Renan Filho (Alagoas)
Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte)
Paulo Câmara (Pernambuco)
Foi instaurado um inquérito sigiloso para investigar possíveis crimes na contratação direta de uma empresa supostamente sem qualificação técnica. O valor atualizado do contrato foi de R$ 49,5 milhões.
No âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que inicialmente assumiu o caso por haver autoridade com foro privilegiado, foram autorizadas medidas como quebra de sigilo bancário, telefônico e telemático, além de buscas e apreensões. A Polícia Federal, por sua vez, solicitou mais prazo para concluir o relatório final da Operação Ragnarok.
Com o avanço das investigações, o Ministério Público Federal (MPF) apontou que não havia mais autoridade com foro no STJ, o que retirava a competência daquela corte. O vice-presidente do STJ, ministro Og Fernandes, determinou então que o processo fosse remetido ao STF, para que este verificasse se algum dos investigados possuía foro que justificasse assumir o caso, conforme decidido na Questão de Ordem da APn 937.
Por se tratar de processo sigiloso, o número não foi divulgado. Mas veio então a reviravolta: após o “sorteio” interno no STF, o relator sorteado foi o ministro Flávio Dino. Sim, o mesmo Flávio Dino que, à época dos fatos investigados, era governador do Maranhão e membro efetivo do Consórcio Nordeste, justamente o órgão no centro do escândalo dos respiradores.
Para quem observa de fora, é inevitável enxergar ironia, ou muita coincidência, nesse enredo. Um caso de suposto desvio milionário, envolvendo governadores, acaba nas mãos de um ex-governador integrante do próprio grupo investigado.
Longe de mim duvidar da integridade e imparcialidade do Ministro Flávio Dino. Formou-se em direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), mestrado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), atuou como advogado, foi juiz federal concursado na 1ª Região, deputado federal pelo Maranhão, diretor da Escola de Direito de Brasília do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) e presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), durante o governo Dilma Rousseff. É um indivíduo absolutamente preparado!
No primeiro caso, processos são julgados por juízes com pessoas próximas como parte interessada. Neste último, a própria parte interessada faz o julgamento. O Universo nos prega cada peça...
sexta-feira, 8 de agosto de 2025
Lá vai fumo!
O @SecRubio acaba de declarar que a designação do regime de Maduro (e dos cartéis) como organizações terroristas permite legalmente executar operações com todos os organismos de segurança, defesa e inteligência dos EUA para acabar com eles. pic.twitter.com/VuSt3aj4VM
— TumultoBR acervo (@TumultoBRacervo) August 8, 2025
quinta-feira, 7 de agosto de 2025
Trump ajuda na criação de empregos no Brasil
A APEX, órgão de promoção de exportações do governo federal, atualmente comandada pelo ex-governador do Acre e ex-senador petista Jorge Viana, anunciou a abertura de um novo escritório em Washington, D.C. A justificativa oficial? Estabelecer um canal de diálogo com o governo americano para tentar reduzir os impactos do tarifaço sobre os produtos brasileiros.
Quer que eu adivinhe o que vai realmente acontecer? Mais cabides de emprego e absolutamente nenhum resultado prático. E que Deus nos livre de um novo escândalo de corrupção.
Né por nada não, só pra saber mesmo: afinal, para que serve o Setor de Promoção Comercial da Embaixada do Brasil, chefiado por um Adido Comercial, diplomata treinado especificamente para tratar de comércio exterior?
quarta-feira, 6 de agosto de 2025
Paulo Souza brilhante!!!!
S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L 👇🏽💯😍👈🏽
— Daniel BigHouse Influencer nas Mídias Sociais (@DanjelBigHouse) August 6, 2025
TRAGAM UM TROFÉU 🏆 para o EXTRAORDINÁRIO Paulo Souza...
Vcs tem que ASSISTIR E COMPARTILHAR este vídeo q mostra toda a hipocrisia da classe artística do Brasil....
Vale cada segundo 👊🏽🇧🇷🫡👈🏽 pic.twitter.com/nQMRbOSMVx
terça-feira, 5 de agosto de 2025
segunda-feira, 4 de agosto de 2025
Supremacia Econômica dos Estados Unidos
Ao longo das últimas décadas, a ascensão econômica da China tem sido retratada como uma ameaça direta à hegemonia dos Estados Unidos. No entanto, uma análise criteriosa de dados concretos — incluindo PIB, renda per capita, desigualdade social, inovação, poder empresarial e qualidade de vida — revela que os EUA continuam, com muita folga, como a principal potência econômica global.
1. Produto Interno Bruto (PIB)
País PIB Nominal (2024)
EUA US$ 28,7 trilhões
China US$ 17,8 trilhões
Em termos nominais reais e aceitos internacionalmente, os EUA possuem um PIB quase US$ 11 trilhões maior que o chinês.
2. PIB Per Capita: O Retrato da Prosperidade
País PIB per capita (nominal, 2024)
EUA US$ 85.000+
China US$ 12.700
A renda per capita americana é mais de 6 vezes maior que a chinesa, demonstrando um nível de riqueza, consumo e qualidade de vida incomparável. Um cidadão médio nos EUA é muito mais rico do que um chinês.
3. Desigualdade Social
Ambos os países têm desafios com desigualdade, mas de naturezas distintas:
EUA: Alta desigualdade, mas com uma rede social robusta e mobilidade social considerável.
China: Gigantesco abismo entre zonas urbanas e rurais, somado à ausência de um estado de bem-estar social verdadeiro e direitos trabalhistas frágeis.
Além disso, a China possui censura estatal, controle de natalidade e sistemas de crédito social, o que agrava a percepção de desigualdade institucionalizada.
4. As 10 Maiores Empresas do Mundo (2024)
Ranking Empresa País Valor de Mercado (US$ trilhões)
1 Apple 🇺🇸 EUA 3,4
2 Microsoft 🇺🇸 EUA 3,3
3 Saudi Aramco 🇸🇦 Arábia S. 2,1
4 Alphabet (Google) 🇺🇸 EUA 2,0
5 Amazon 🇺🇸 EUA 1,9
6 Nvidia 🇺🇸 EUA 1,8
7 Meta (Facebook) 🇺🇸 EUA 1,1
8 Berkshire Hathaway 🇺🇸 EUA 0,9
9 Tesla 🇺🇸 EUA 0,8
10 TSMC 🇹🇼 Taiwan 0,7
8 das 10 maiores empresas do mundo são americanas. Nenhuma empresa chinesa figura no top 10 em valor de mercado, apesar do esforço estatal.
5. Inovação, Tecnologia e P&D
Os EUA lideram globalmente em:
Publicações científicas de impacto
Patentes registradas
Gastos privados em P&D
Startups e venture capital
As Big Techs americanas controlam o mundo digital: Google, Apple, Microsoft, Amazon, Meta, Nvidia e OpenAI.
A China depende fortemente de transferência de tecnologia e engenharia reversa, com inovação frágil e ainda fortemente centralizada pelo Partido Comunista.
6. Soft Power e Qualidade de Vida
Os EUA influenciam globalmente com:
Cultura pop
Universidades de ponta (8 das 10 melhores do mundo)
Liberdade de expressão
Atração de imigrantes talentosos
A China é vista com desconfiança em muitos países por:
Censura
Violação de direitos humanos (Tibete, Xinjiang)
Apoio a regimes autoritários
7. Energia, Moeda e Segurança
O dólar é a moeda de reserva global (≈ 60% das reservas mundiais), enquanto o yuan representa menos de 3%.
Os EUA são exportadores líquidos de energia desde 2019 (graças ao shale gas), enquanto a China é altamente dependente de importações.
Conclusão: Supremacia Estrutural
A China pode crescer mais rapidamente, mas está longe de igualar os EUA em prosperidade, inovação, liberdade e influência global. A supremacia americana não se baseia apenas em números absolutos, mas em instituições, cultura, tecnologia, e capacidade de adaptação.
A diferença entre um país rico e um país emergente não está apenas no PIB. Está na liberdade de inovar, criar, errar — e crescer com isso.
sábado, 2 de agosto de 2025
"Missão dada, missão cumprida!"
Foi democrático sim, imparcial sim, sim.
— Vanessa Navarro (@vanessnnavarro) August 1, 2025
ANISTIA JÁ! pic.twitter.com/w4GWXbSlCK
Não combinaram com os russos
Havia quase uma unanimidade entre jornalistas e analistas políticos: o confronto comercial com os Estados Unidos, protagonizado pelo governo brasileiro, seria o ponto de inflexão na curva descendente de aprovação do presidente Lula. Munido da bandeira simbólica da "defesa da soberania nacional", provavelmente articulada por seu marqueteiro Sidônio Palmeira, hoje elevado à posição de Ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, o embate tarifário parecia ter chegado em hora perfeita, como um presente do destino para reposicionar Lula no tabuleiro político.
A estratégia era clara: desgastar a oposição, atribuindo-lhe a responsabilidade pelo tarifaço, e, em simultâneo, fortalecer a imagem de um Lula firme, defensor intransigente dos interesses do país. Tudo alinhado. Mas, como diria Garrincha na célebre anedota do futebol: “só esqueceram de combinar com os russos”. No caso, com o povo brasileiro.
Na virada de julho para agosto, o Datafolha divulgou uma nova pesquisa de opinião pública, realizada presencialmente com 2.004 eleitores em 130 cidades nos dias 29 e 30 de julho. Era o auge da disputa tarifária com os EUA, e o momento parecia ideal para uma virada positiva nos índices de popularidade do presidente. A expectativa era de substancial melhora.
Contudo, para surpresa quase geral entre observadores da cena política, os números permaneceram absolutamente inalterados. A avaliação negativa do governo Lula segue em 40%, e a positiva continua restrita a 29%. Nenhum avanço, nenhum recuo — um impasse congelado, em plena ebulição política.
Há uma única explicação plausível para essa estagnação: a sucessão incessante de denúncias de corrupção, que semanalmente explodem nas redes sociais. Mesmo com o esforço de parte da imprensa tradicional para minimizar ou omitir, os brasileiros têm acesso irrestrito à informação. E o que antes podia ser abafado com manchetes convenientes, hoje se espalha como fogo em roça de capim seco.
Difícil apagar da memória popular o escândalo do "Aposentão", esquema de fraudes bilionárias no INSS que atingiu milhões de aposentados e pensionistas, sem punições até o momento e sem recuperação dos valores desviados. Soma-se a isso o fato amplamente conhecido de que José Ferreira da Silva, o “Frei Chico”, irmão do presidente, ocupa posição de destaque em uma das associações investigadas por facilitação de acesso indevido aos sistemas de desconto dos beneficiários.
Outros casos se avolumam: o orçamento secreto que favoreceu prefeituras aliadas com emendas sem transparência, acompanhado de alegações de superfaturamento em ambulâncias e tratores; as extravagantes viagens do presidente e da primeira-dama; o uso abusivo dos jatos da Força Aérea Brasileira; e a gastança obscura nos cartões corporativos da Presidência, que consumiram mais de R$ 55 milhões entre 2023 e abril de 2025, 99,55% desse valor mantido sob sigilo, bloqueando qualquer fiscalização efetiva.
Ainda que o IBGE insista em publicar, mês após mês, dados econômicos supostamente promissores, de credibilidade cada vez mais contestada, a população segue atenta. Sejam pelas redes, pelas conversas nas ruas, ou pelo impacto direto nas gôndolas dos supermercados, a percepção é outra: o país não está bem. E ninguém mais consegue esconder isso.
O desgaste político parece irreversível. Ainda que o governo siga institucionalmente em funcionamento, sua legitimidade perante a população sofre corrosão contínua. O cenário é de descrença generalizada, e arrisca-se dizer que, independente dos eventos que ainda virão, o governo Lula 3 chegou ao fim e de forma melancólica.
Que Deus tenha piedade do povo brasileiro!
sexta-feira, 1 de agosto de 2025
O fenômeno Bukele
Em 31 de julho de 2025, a Assembleia Legislativa de El Salvador, aprovou e ratificou uma reforma constitucional que autoriza a reeleição presidencial indefinida e estende o mandato presidencial de cinco para seis anos. A votação contou com 57 votos favoráveis e apenas 3 contrários A mudança também elimina o segundo turno eleitoral e sincroniza as eleições presidenciais, legislativas e municipais para 2027, encurtando o mandato atual, originalmente previsto para terminar em 2029. Vale destacar que Bukele já havia conseguido uma reeleição em 2024, com aproximadamente 84,65% dos votos, graças a uma decisão judicial de 2021 que permitiu a candidatura imediata, uma reversão da proibição anterior.
Apesar das críticas por autoritarismo, Bukele continua sendo considerado um fenômeno político. Segundo pesquisa conduzida pela TResearch em maio de 2025, 90,1% dos salvadorenhos aprovam sua gestão, com mais de 85% afirmando que o país está no caminho certo sob sua liderança. Outras sondagens também apontam índices de aprovação consistentemente entre 90% e 92%.
A reforma altera artigos fundamentais da Constituição para eliminar o impedimento à reeleição e consolidar o poder no Executivo. Ao mesmo tempo, a supressão do segundo turno eleitoral favorece candidatos com forte base majoritária, como é o caso do incumbente.
Enquanto isso, organizações de direitos humanos como Human Rights Watch e Cristosal, denunciaram a medida como um passo decisivo rumo ao autoritarismo institucionalizado.
quinta-feira, 31 de julho de 2025
Entre Sanções e Simbolismos
Vamos aos fatos, com a sobriedade que o tema exige e a clareza que ele permite. As recentes ações adotadas pelo Governo dos Estados Unidos em relação ao Brasil, especialmente no que diz respeito à imposição de sanções e restrições a determinadas autoridades, estão longe de configurar uma política de hostilidade aberta ou de “terra arrasada”, como alguns tentam alardear. Trata-se, antes, de um recado firme, simbólico e estrategicamente calibrado.
De um lado, há o desapreço claro pela atual condução da política externa brasileira, que parece cada vez mais desalinhada com os valores tradicionais do Ocidente. De outro, uma preocupação objetiva com práticas internas que violam princípios fundamentais, como o respeito aos direitos humanos, à liberdade de expressão e ao devido processo legal. Nesse sentido, as medidas aplicadas miram tanto a conduta institucional quanto determinados protagonistas do cenário nacional.
A mais visível entre elas e que gerou maior repercussão, foi a imposição de uma tarifa de 50% sobre cerca de 4.000 produtos exportados pelo Brasil aos EUA. A princípio, o número parece alarmante. Mas uma análise mais detida revela que há uma lista de exceções com aproximadamente 700 itens, que representam cerca de 40% do valor total exportado. Ou seja, a retaliação é parcial e seletiva, com margem suficiente para não ferir de morte setores estratégicos do comércio bilateral.
Outro ponto que causou estardalhaço foi a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, medida que implica basicamente em sanções econômicas e restrições de entrada em território norte-americano. Embora grave em termos diplomáticos, o efeito prático é limitado. Moraes, ao que tudo indica, não depende de investimentos ou contas nos Estados Unidos. Além disso, a principal provedora de recursos da família é sua esposa, a brilhante advogada Viviane Barci de Moraes, por meio de seu ativo e bem-sucedido escritório de advocacia. Em outras palavras, não se prevê abalo significativo no padrão de vida da família.
Talvez a medida mais sensível, especialmente no campo do imaginário político e pessoal, seja a proibição de entrada nos EUA de autoridades brasileiras envolvidas em ações antidemocráticas ou em abusos de poder. Para alguns membros da elite institucional, que nutrem relação estreita com destinos como Miami, Nova York e, quem sabe, com Mickey e Pateta, essa limitação territorial soa quase como um exílio forçado do seu playground preferido.
Em síntese, as ações norte-americanas representam menos uma ofensiva econômica devastadora e mais um gesto diplomático com carga simbólica robusta. O Brasil não está sob cerco, mas foi claramente advertido. O alerta está dado: há um limite para o descolamento das práticas democráticas em nome de narrativas internas. O mundo, ainda que cale em público, observa. E, como agora se vê, responde.
segunda-feira, 28 de julho de 2025
Veja 10 vezes em que Lula criticou Trump antes da taxação de 50% por parte dos EUA
Veja 10 vezes em que Lula criticou Trump antes da taxação de 50% por parte dos EUA.
— Metrópoles (@Metropoles) July 27, 2025
Nos primeiros meses de seu mandato, presidente norte-americano foi alvo de discursos do petista por diversas vezes.
Veja uma dezena de exemplos.
(🎥: @SamPancher) pic.twitter.com/FdBpQq8t0y
domingo, 27 de julho de 2025
Top Momentos em que a Cara de Pau foi Elevada à Categoria de Arte
Sabe aquele momento em que tudo desmorona, o mundo inteiro enxerga o óbvio… e a pessoa aparece com um discurso como se estivesse servindo chá às cinco da tarde em Londres? Pois é. Eis a seleção definitiva dos atos mais épicos de desfaçatez da história e terceirização da culpa. Prepare-se para a ginástica facial de negação da realidade.
Hitler culpando os judeus pela derrota da Alemanha (1930s–40s)
Mesmo após a Primeira Guerra, a hiperinflação, o colapso econômico e a própria ambição expansionista da Alemanha nazista, Hitler afirmava:
“A culpa de tudo são os judeus, os marxistas e os banqueiros internacionais.”
Enquanto preparava o extermínio em massa, Hitler afirmava estar apenas "limpando a nação das forças que a sabotaram". Inverteu completamente a lógica dos fatos e convenceu milhões.
Cristina Kirchner culpando o “grupo Clarín” e o FMI pela crise argentina (2011–2015)
A economia da Argentina afundava com inflação galopante, estatísticas falsificadas e escassez de dólares. Cristina então:
“A mídia hegemônica e os abutres internacionais sabotaram nossa economia.”
Enquanto escondia índices reais de inflação e controlava o câmbio com mão de ferro, dizia que os culpados eram o FMI, o Clarín e um “complô neoliberal internacional”.
Nicolás Maduro culpando “a direita golpista” pelo apagão de 2019 na Venezuela
90% do país ficou às escuras, hospitais sem energia, pessoas morrendo por falta de atendimento. Maduro culpou:
“Um ataque eletromagnético promovido pelos EUA e sabotagem da direita fascista.”
A infraestrutura elétrica estava completamente sucateada, mas ele sugeria uma versão de ficção científica.
Dilma Rousseff culpando a “crise internacional” e a oposição por recessão e impeachment (2015–2016)
O Brasil mergulhava numa recessão recorde (-3,5% do PIB), contas públicas deterioradas, desemprego em alta.
“A crise vem de fora. E as pautas-bomba da oposição sabotam a governabilidade.”
O colapso foi construído por anos de populismo fiscal, pedaladas e intervencionismo. Mas no discurso, era culpa dos “golpistas” e da “mídia golpista”.
Sérgio Cabral culpando “um sistema” pela própria corrupção
Preso por mais de 400 anos por corrupção, lavagem e organização criminosa, disse em delação:
“Fui tragado por um sistema viciado que já existia.”
Ele era o chefão do esquema, mas pintava a si mesmo como uma vítima do meio, tipo um inocente de terno em um filme noir.
Sempre que você vir alguém dizendo “a culpa não é minha” em rede nacional, cheque se:
— Ele estava no comando.
— Tudo ao redor está pegando fogo.
— O "culpado" está fora e não tem cargo nenhum.
Se as três forem verdadeiras, parabéns: você acaba de testemunhar um novo marco da desfaçatez institucional.
O País dos Incapazes?
O País dos Incapazes?
Por Fernando Schuler
“Cheguei às 23h e dormi na calçada”, diz a moça, resignada. A fila era na frente de um sindicato na área de logística, em uma dessas zonas duras de São Paulo. Gente com cadeiras de praia, outros sem nada, encostados por ali, pedindo para ir ao banheiro em alguma loja nos arredores. O motivo? Escrever uma cartinha dizendo que não quer pagar ao sindicato. A “contribuição assistencial”, cuja lógica foi extinta na reforma trabalhista, mas ressurgiu das cinzas, dois anos atrás. Não sei se pelo país de Getúlio ou pela retórica malandra da “importância dos sindicatos”. Ou as duas coisas. A reforma votada pelo Congresso extinguiu; nosso STF foi lá e reinventou. Na prática, recriou um imposto sindical disfarçado. Em vez de o sindicato ter que obter a autorização do trabalhador, virou o contrário. É o trabalhador que tem que dizer que não quer pagar. E daí aquela fila, a complicação. O truque de ganhar no cansaço daquelas pessoas, que, apesar de tudo, não parecem dispostas a desistir.
A lógica é banal. A ideia de que o trabalhador não tem, lá no fundo, capacidade para decidir por conta própria se quer ou não contribuir para seu sindicato. E por isso precisam do Estado dando um empurrão. O caso me ficou na cabeça. A síntese quase perfeita do problema brasileiro. A indiferença retórica dos “de cima”, em Brasília; a fila na madrugada dos “de baixo”, em algum canto de São Paulo. Na essência, nossa velha e recorrente ideia da hipossuficiência dos cidadãos. Com um toque de ativismo judicial. O Supremo que vai lá e muda o que o Congresso decidiu na reforma. Isso é nosso vezo patrimonialista: a mão amiga do Estado protegendo a corporação sindical. Nos livros, lemos que isso vem do Estado Novo. Mas é só prestar atenção para ver que está mais vivo do que nunca. Está no debate infinito sobre a “pejotização”, porque não temos maturidade para definir contratos de trabalho; no “voto obrigatório”, porque não sabemos se devemos ou não votar; no “fundão eleitoral”, já que somos incapazes de decidir se doamos ou não para partidos e candidatos.
Ainda agora se discute, pela enésima vez, a liberação dos cassinos. Desde 1946, dizem que por obra de Dona Santinha, mulher do presidente Dutra, somos proibidos de jogar em um cassino, dada nossa ancestral incapacidade de manter o controle. Nesse caso, com uma ponta de cinismo, visto que apostamos em bets, o tempo inteiro, e no bicho, a cada esquina do Rio. Mas no mundo paralelo de Brasília a religião da hipossuficiência segue intacta. Vale o mesmo para o FGTS. Ainda agora vivemos a experiência curiosíssima de o governo autorizar que você utilize seu dinheiro, trancado pelo próprio governo em uma conta na Caixa, como garantia para que você tome um empréstimo nos bancos a um juro médio de 3,75% ao mês. A pergunta óbvia: por que não permitir simplesmente que as pessoas usem os 10% ou mais de seu fundo? Perguntei isso a um burocrata do governo. Resposta: “Iriam torrar o dinheiro”. Essa gente irresponsável, incapaz de usar, vejam só, seu próprio dinheiro. Na reforma da Previdência foi parecido. Surgiu a ideia de permitir a capitalização. As pessoas poderiam optar pelo sistema comandado pelo governo ou por uma conta individualizada em um fundo gerido no mercado. Nem pensar. O brasileiro seria cognitivamente incapaz de fazer essa escolha.
É o mesmo princípio que sempre impediu que se tivesse uma política de voucher educação. Se as famílias com maior renda podem escolher a escola dos filhos, no mercado, por que não tratamos de dar o mesmíssimo direito aos mais pobres? Por que obrigamos que matriculem os filhos nas escolas do governo, que, na média, terminam sistematicamente nas últimas posições do Pisa? Isso não é sequer um estado do bem-estar social. É basicamente uma condenação. Uma privação compulsória de futuro, que atinge as famílias mais pobres. Argumento? O mesmo de sempre. As pessoas não saberiam escolher, o “mercado” tomaria conta e coisas do tipo. O curioso é nos esquecermos do ProUni. Esse milagre brasileiro que rompeu com a teoria da hipossuficiência. E funciona perfeitamente bem, silenciosamente.
Nos últimos anos, foi no tema das liberdades individuais, e em especial da liberdade de expressão, que o truque da hipossuficiência mais funcionou. O ministro Lewandowski disse que sofremos de “desordem informacional”. Diante do excesso de informação, na era digital, nós, “eleitores ordinários”, seríamos incapazes de discernir entre o falso e o verdadeiro, escutar ideias de todos os lados e formar sua própria maneira de pensar. O foco, na época, era censurar um vídeo sobre a corrupção dos governos de Lula. Mas a tese é genérica. A ministra Cármen Lúcia achou por bem censurar um documentário sobre a facada em Bolsonaro e a censura passou a correr solta no país. Ainda agora, a AGU processou uma produtora de vídeos por “distorcer” informações sobre um episódio histórico, o julgamento de Maria da Penha. A mesma lógica da condenação de Léo Lins. Quem seríamos nós, brasileiros ordinários, para decidir por conta própria ir ou não a um show humorístico? Todo o debate sobre a liberdade de expressão, lá no fundo, repousa nesta dúvida bastante simples: somos capazes, afinal de contas, de pensar com a própria cabeça?
O argumento da hipossuficiência é uma espécie de ideologia nacional. E no geral é um truque. Ele não serve aos mais pobres e vulneráveis. Serve a quem concede. E, ao conceder, controla, dita as regras do jogo, impõe aos demais sua visão de mundo e um modo de viver. Ou vejamos: forçar as pessoas a pagar aos sindicatos é bom para o trabalhador ou para a burocracia sindical? Capturar 8% do salário e remunerar abaixo do mercado é bom para os assalariados ou para o governo, que administra o FGTS? Obrigar os pais a matricularem os filhos na escola do governo é bom para as crianças ou para as corporações da educação estatal? E praticar a censura, de documentários, piadas ou opiniões políticas, é bom para a sociedade ou para quem controla o aparelho de Estado, os tribunais, e não se envergonha de usar o poder para impor aos demais sua visão de mundo? Daria para ir longe nisso. Não vou. A cultura da hipossuficiência é produto de um país profundamente desigual. Foi a imagem que aquela fila gigante, à frente daquele sindicato, nos deu de bandeja. “É uma humilhação”, disse uma mulher negra, ainda jovem, numa indignação calma. Disse e sentou naquela calçada, onde passou a madrugada fria. Ela não fazia ideia de que foi a decisão fácil de uma Suprema Corte, numa tarde qualquer de Brasília, que fez com que ela tivesse que passar por aquilo. No fundo é isso que surpreende. A resignação que vem da assimetria. A ausência de poder, na base da sociedade. O desprestígio ancestral de nossa ideia de cidadania.
sexta-feira, 18 de julho de 2025
O Fim da República das Togas
A carta de Donald Trump ao governo brasileiro não foi apenas um comunicado diplomático - foi uma declaração de guerra comercial cirúrgica que expôs, com precisão milimétrica, as vísceras podres do sistema político-judiciário brasileiro. O que começou como uma aparente retaliação comercial está se transformando no maior pesadelo político da história recente do STF e do governo Lula.
A Cronologia do Desastre Anunciado
Tudo começou em julho de 2025, quando Trump enviou sua famigerada carta ao Palácio do Planalto. Enquanto a imprensa tradicional - essa mesma que assinou a patética "cartinha da democracia" - focava obsessivamente nas tarifas de 50% sobre produtos brasileiros previstas para 1º de agosto, o verdadeiro veneno estava nas entrelinhas: a abertura da investigação sob a Seção 301 do Trade Act.
A Seção 301, para quem não conhece, é implementada nos Estados Unidos através do IEEPA (International Emergency Economic Powers Act), um instrumento legal desenhado para investigar países considerados hostis aos interesses americanos. Sim, o Brasil agora figura ao lado de nações inimigas dos Estados Unidos. Parabéns, ministros do STF, vocês conseguiram transformar o Brasil em pária internacional.
Ontem, 15 de julho, o United States Trade Representative (USTR), comandado por Jameson Greer, formalizou o início da investigação. O documento é devastador em sua clareza: censura a empresas americanas de tecnologia, multas arbitrárias impostas pelo STF, falhas em medidas anticorrupção e - pasme - até o desmatamento recorde do governo Lula entrou na lista.
O Bravateiro que Virou Pombo
Lula, o eterno fanfarrão que prometeu "retaliar" os Estados Unidos e defender a "soberania nacional", levou menos de uma semana para transformar sua bravata em capitulação completa. Após reunião com empresários brasileiros - que finalmente perceberam o tamanho do buraco -, o governo recuou vergonhosamente e "apostou na via diplomática".
O problema? Não há ninguém no governo capaz de negociar com Washington. O Itamaraty virou um clube de militantes do Foro de São Paulo, e a única ponte real com o governo Trump são... Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, que têm feito reuniões constantes no Departamento de Estado americano, inclusive estavam ontem reunidos com a cúpula do governo Trump.
A ironia é deliciosa: o governo que persegue Bolsonaro agora depende do filho dele para evitar o colapso econômico. Tarcísio de Freitas tentou se apresentar como alternativa, mas a verdade é que qualquer negociação passa necessariamente pelo fim da perseguição a Bolsonaro, anistia dos presos do 8 de janeiro e pela revogação da censura às redes sociais.
A Investigação que Vai Eviscerar o STF O que a mídia tradicional socialista ainda não entendeu é que a investigação da Seção 301 é infinitamente mais perigosa que as tarifas. Por quê? Porque ela dá ao governo americano poderes extraordinários de investigação, incluindo acesso a informações de empresas americanas operando no Brasil.
Traduzindo: todos os e-mails em Gmail, todos os documentos em sistemas Microsoft, toda a comunicação digital de autoridades brasileiras pode ser legalmente acessada. O caso dos caças Gripen, com suas suspeitas de corrupção nunca investigadas no Brasil, voltará à tona. O "amigo do amigo do meu pai" de Dias Toffoli será dissecado. As multas bilionárias impostas ao X (antigo Twitter) e à Starlink serão escrutinadas.
Mais grave ainda: os investigadores americanos perguntaram a Eduardo Bolsonaro detalhes sobre cada ministro do STF. Querem saber como cada um atua, suas conexões, seus negócios. É a Lava Jato que o STF matou, ressuscitada e turbinada com o poder de inteligência americana.
O Apocalipse de Setembro
Como se não bastasse, em 2 de setembro vem o segundo round: tarifas de 100% para países que compram petróleo russo. O Brasil, que sob Lula voltou a ser capacho de ditaduras, compra diesel da Rússia. A OTAN, através de Mark Rutte, já avisou: ou o Brasil para de financiar a guerra de Putin, ou paga o preço.
E aqui está o dilema de Lula: trair Putin, ou assistir à economia brasileira colapsar sob tarifas que não virão apenas dos EUA, mas também da Europa, já que isso faz parte do 18º pacote de sanções contra a Rússia.
Alexandre de Moraes: O Déspota Acuado
Enquanto isso, nosso ministro-imperador continua sua cruzada autoritária, agora decidindo sozinho sobre o IOF - usurpando mais uma vez prerrogativas do Congresso. Mas até quando? As sanções americanas sob a Lei Magnitsky, que permitem o congelamento de bens de violadores de direitos humanos, pairam sobre sua careca como a espada de Dâmocles.
A investigação americana vai expor o que todos sabem mas fingem não ver: que a "defesa da democracia" do STF começou em 2019, exatamente quando a Lava Jato se aproximava dos ministros. Não foi coincidência. Foi autopreservação de uma casta corrupta.
O Retorno Triunfal de Bolsonaro
O cenário está montado para 2026. Com Lula politicamente destruído pelas investigações americanas, com o STF desmoralizado internacionalmente, com a economia em frangalhos por causa das tarifas, Bolsonaro emerge como o óbvio salvador da pátria.
A anistia virá - não por bondade do Congresso, mas por necessidade econômica. A censura às big techs será revogada - não por amor à liberdade, mas por medo das sanções. Alexandre de Moraes cairá - não por justiça, mas porque alguém precisará ser o bode expiatório.
O Fim da República das Togas
O que estamos testemunhando é o fim de uma era. A República das Togas, esse constructo aberrante onde 11 ministros não eleitos governam 200 milhões de brasileiros, está com os dias contados. Trump, sem querer (ou querendo), está fazendo o que gerações de brasileiros não conseguiram: colocar o STF de joelhos.
As próximas semanas serão decisivas. O governo Lula já demonstrou que vai ceder - a questão é quanto e quão rápido. O STF já percebeu que brincou com fogo - a questão é quantos ministros vão se queimar. Bolsonaro já sabe que voltará - a questão é se será via anistia ou via o colapso total do sistema.
Uma coisa é certa: o Brasil que emergirá dessa crise será diferente. A arrogância togada que sequestrou nossa democracia está prestes a conhecer o peso da realpolitik internacional. E Trump, o "laranja malvado" na narrativa da esquerda, pode acabar sendo o libertador involuntário do Brasil.
Como diria o próprio Trump: "You're fired!" - e dessa vez, o recado é para toda a cúpula do judiciário brasileiro.
Mafinha no X
quarta-feira, 16 de julho de 2025
“Poder Moderador” na República
O Presidente da República, eleito com 60.345.999 votos segundo dados do TSE, editou um decreto presidencial, posteriormente complementado por uma medida provisória, para promover o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A iniciativa foi tomada no exercício da competência atribuída ao Executivo para regulamentar impostos previstos em lei.
No entanto, o Congresso Nacional, composto por 513 deputados federais, que juntos somaram aproximadamente 54,2 milhões de votos, e 81 senadores, eleitos por cerca de 42 milhões de eleitores, considerou que as medidas do Executivo extrapolavam os limites constitucionais. Com base no art. 49, inciso V da Constituição Federal, que garante ao Legislativo o poder de sustar atos normativos do Executivo que exorbitem do poder regulamentar, o Congresso aprovou o Decreto Legislativo nº 176/2025, anulando os efeitos dos decretos presidenciais sobre o IOF.
Até esse ponto, tudo transcorreu dentro das “quatro linhas” da Constituição. Mas, como já se tornou quase uma tradição, o partido PSOL, de pequena representatividade parlamentar, protocolou no STF uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 7.839), questionando a validade do decreto legislativo aprovado pelo Congresso. A ação foi distribuída ao Ministro Alexandre de Moraes, que, antes de decidir, convocou uma audiência de conciliação, chamando para ela o Chefe do Poder Executivo e os Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Nenhum dos titulares compareceu, mas enviaram representantes. A audiência, realizada na terça-feira, dia 15, terminou sem acordo.
Agora, a imprensa informa que o Ministro Moraes já prepara uma decisão judicial sobre o caso. Nesse contexto, tenho ouvido com frequência nos últimos anos o termo “Poder Moderador”. Buscando entender seu significado, e observando o desenrolar deste episódio, começo a ter a forte impressão de que o Ministro Alexandre de Moraes autoconcedeu-se, de forma monocrática, o papel de Poder Moderador da República. Afinal, aqueles 154 milhões de votos somados entre Executivo e Legislativo parecem não estar servindo para nada.
Será que fui eu quem não entendeu direito?