Nilo Sérgio Bezerra
Um velho engenheiro aposentado que combate o ócio tentando escrever textos inspirados nos acontecimentos do cotidiano. Autor dos livros “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 1” , “INQUIETAÇÕES NOTURNAS, REFLEXÕES NAS MADRUGADAS” e “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 2”.
quinta-feira, 20 de novembro de 2025
Cuida, Sidrônio!
Sidônio Palmeira, publicitário e marqueteiro responsável pela campanha presidencial de Lula em 2022, foi oficialmente contratado e empossado como ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) em 14 de janeiro de 2025.
Quaest - Sobre o Governo Lula
(29 de janeiro de 2025)
47 - aprovação
49 - reprovação
2.004 entrevistas presenciais: ±2 pp
Quaest - Sobre o Governo Lula
(9 de novembro de 2025)
47 - aprovação
50 - reprovação
2.004 entrevistas presenciais: ±2 pp
Cuida, Sidrônio!!
quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Missão impossível ou sabotagem planejada?
Consta nos bastidores de Brasília e de Washington que Mauro Vieira (chanceler brasileiro) e Fernando Haddad (ministro da Fazenda) estão tentando mais uma audiência com dois dos nomes mais influentes do governo Trump 2.0: Marco Rubio, que ocupa simultaneamente o cargo de Secretário de Estado e o posto de Conselheiro de Segurança Nacional e Jamieson Greer, o novo Representante de Comércio dos Estados Unidos (U.S. Trade Representative), e ambos são figuras centrais na formulação da política externa e comercial norte-americana, especialmente neste segundo mandato, marcado por linhas duras, pragmatismo absoluto e uma clara reorientação estratégica do papel dos EUA no mundo.
De acordo com fontes diplomáticas, se Vieira e Haddad conseguirem a reunião, o que já é, por si só, uma barreira, pretendem apresentar como pauta a retirada da sobretaxa de 40% imposta aos produtos brasileiros e a revogação das sanções aplicadas pelo governo americano aos membros do Executivo, Legislativo e sobretudo do Judiciário brasileiros.
A intenção pode ser nobre. O plano, porém, é frágil. E os executores, ainda piores. Vamos aos fatos: a dupla escolhida para essa missão já demonstrou reiteradas vezes incapacidade operacional e política.
Mauro Vieira, apesar das décadas de carreira diplomática, conduz um Itamaraty cada vez mais esvaziado, ideologizado e submisso às prioridades do Planalto. Fernando Haddad, por sua vez, é um economista que tenta equilibrar o discurso de responsabilidade fiscal com as pressões internas do partido, e não agrada nem à ala pragmática, nem à ala ideológica do governo.
Agora imagine esses dois, juntos, tentando convencer o responsável por toda a política comercial americana e o Secretário de Estado mais influente desde a Guerra Fria e atual Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, a simplesmente voltarem atrás em decisões estratégicas de Trump. E tudo isso sem levar absolutamente nada para negociar.
É como ir a uma mesa de poker internacional com as mãos vazias, contra adversários que jogam com cartas marcadas, calculadora política e milhões de empregos americanos na retaguarda.
É ingenuidade? É incompetência? Ou é outra coisa? O mais intrigante nesse movimento não é a ingenuidade da missão, é eventualmente o fato de talvez o fracasso não ser um acidente, mas um plano.
Se o governo realmente quisesse negociar com o governo Trump, enviaria negociadores profissionais, diplomatas experimentados em crises e quadros técnicos com capacidade real de barganha.
Mas escolheu Vieira e Haddad. Por quê? Aqui, entra a hipótese incômoda: talvez o governo não queira um acordo. Porque, se a missão fracassar, e tudo indica que fracassará, o Planalto terá a narrativa perfeita:
“Os EUA foram intransigentes. As sanções são injustas. Precisamos buscar parceiros mais compreensivos.”
E adivinhe quem surge imediatamente nessa equação? Aquela velha “civilização ancestral”, o gigante asiático, sempre pronto para acolher governos que desejam relações menos transparentes, menos fiscalizadas e mais convenientes.
Quanto pior for a relação com os EUA, quanto mais distante o Brasil estiver do Ocidente, quanto mais difícil for reverter as sanções, mais fácil será mergulhar de cabeça na influência chinesa.
Entregar uma tarefa hercúlea a quem não tem preparo, autoridade ou carta de negociação não é apenas erro, é quase uma assinatura. Se o objetivo fosse resolver, os emissários seriam outros. Se o objetivo fosse negociar, haveria concessões estudadas. Se o objetivo fosse reaproximar-se dos EUA, a estratégia seria profissional.
Mas não é isso o que se vê. O governo do PT parece preferir o conflito ao entendimento, o isolamento à integração e a aproximação automática com a China a qualquer esforço de reaproximação com o Ocidente. A missão de Vieira e Haddad, nesse sentido, serve mais como álibi do que como esperança.
Quando se envia quem não pode resolver, o fracasso não é acidente, é propósito.
terça-feira, 18 de novembro de 2025
Sobre "viralatismo"
Duvido, sinceramente, que a maioria das autoridades (aqui excluo de propósito as reações automáticas do efeito manada, dos “maria-vai-com-as-outras”, dos que vestiram blindagem ideológica até nos tímpanos) tenha parado para ler, entender e contextualizar o que o chanceler alemão Friedrich Merz disse sobre a COP30. Alguns dos mais histéricos, aliás, sequer sabem o que ele falou. Estão reagindo ao que ouviram de terceiros, ou pior, ao que imaginaram que ele tenha dito.
Pois vejamos a frase exata:
“Senhoras e senhores, nós vivemos em um dos países mais bonitos do mundo. Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil na semana passada: ‘Quem de vocês gostaria de ficar aqui?’ Ninguém levantou a mão. Todos ficaram contentes por termos retornado à Alemanha… especialmente daquele lugar onde estávamos.”
A frase foi publicada no site do Congresso Alemão do Comércio e apresentada diante de uma plateia empresarial alemã, dentro de um contexto muito preciso: valorizar a ordem econômica, a democracia, a infraestrutura e a previsibilidade da Alemanha.
Mas, no Brasil, o comentário virou “ofensa”, “arrogância colonialista”, “ataque ao país”. Teve até um político carreirista e oportunista que postou em sua rede social: "nazista" e "filhote de Hitler". É bem verdade que correu para apagar logo em seguida. E, como sempre, ninguém se deu ao trabalho de confrontar o incômodo essencial: o Chanceler disse a verdade.
Belém expôs problemas graves que não surgiram na conferência, apenas ficaram impossíveis de camuflar. A cidade apresentou infraestrutura insuficiente, saneamento precário, drenagem falha e obras improvisadas. A rede hoteleira não deu conta: houve superfaturamento, falta de vagas e condições básicas insatisfatórias. Dentro do evento, delegados enfrentaram calor sufocante, ventilação inadequada, banheiros quebrados, quedas de energia e salas superlotadas. Do lado de fora, filas intermináveis, transporte desorganizado e até invasões na área restrita comprometeram a segurança.
Além disso, chuvas previsíveis alagaram acessos, derrubaram estruturas temporárias e molharam equipamentos. A somatória desses fatores resultou em desconforto, atrasos, riscos e má imagem internacional. Não por acaso, alguns países cogitaram deslocar reuniões paralelas para outras cidades.
Quando Merz comentou, perante empresários alemães, que todos estavam aliviados por voltar à Alemanha, ele não atacava o Brasil, apenas enfatizava o contraste entre uma infraestrutura sólida e uma cidade que não estava preparada para receber de 40 a 70 mil participantes.
O problema, portanto, não é o que o chanceler disse. O problema é a recusa de parte da classe política brasileira em reconhecer evidências óbvias: a COP30 foi mal planejada, desconfortável e logisticamente comprometida. Fingir patriotismo ferido não resolve nada. Encarar a realidade, sim.
A verdade não humilha o país. Negá-la, sim.
quarta-feira, 12 de novembro de 2025
O Ateísmo Militante e a Cegueira Política
Richard Dawkins é um renomado biólogo evolutivo e um dos mais destacados defensores do ateísmo científico. Tornou-se um dos pensadores mais influentes da ciência moderna e, como professor da Universidade de Oxford, dedicou-se à defesa da educação científica, do pensamento crítico e do combate ao criacionismo e ao chamado design inteligente, teorias que buscam introduzir explicações religiosas na biologia.
Dawkins costumava dizer que, mesmo que uma estátua de Nossa Senhora ganhasse vida e, dirigindo-se a ele, afirmasse “Dawkins, eu sou Maria, mãe de Jesus Cristo”, ele ainda assim não acreditaria em Deus.
Essa frase resume com perfeição o espírito inabalável de seu ceticismo: um tipo de fé no não crer, tão forte quanto a fé religiosa que ele tanto combate.
Fazendo um paralelo com o ateísmo militante de Dawkins, podemos traçar uma analogia com o “esquerdinha renitente”, aquele da chamada “esquerda comunista, marronzista e badernenta” (royalties para Odorico Paraguaçu).
Esse tipo de indivíduo, mesmo diante das evidências mais cristalinas, mantém-se cego pela devoção ideológica.
Se o próprio Lula, num momento de “sincericídio”, resolvesse dirigir-se aos seus seguidores e confessasse que sabia e aprovara o Mensalão, que foi o chefe do Petrolão, e que promoveu o aparelhamento político do Ministério da Previdência Social para facilitar o roubo do INSS em benefício de seu partido e de seus aliados, ainda assim esses militantes não acreditariam.
Buscariam uma explicação, uma justificativa qualquer, por mais estapafúrdia que fosse, para negar a culpa de seu líder.
Assim como Dawkins permaneceria fiel ao seu ceticismo mesmo diante de um milagre, o petista fiel permaneceria devoto mesmo diante do crime.
Assim é o petista: um crente invertido, que transforma a negação em dogma e a cegueira em convicção.
terça-feira, 11 de novembro de 2025
Quem se lembra de Hopalong Cassidy?
"Sua carreira foi destruída quando os jornais o confundiram com um criminoso. Ele vendeu seu rancho para comprar seus filmes antigos. Essa aposta o tornou o primeiro milionário da televisão. Esta é a história de William Boyd — um homem que perdeu tudo duas vezes e voltou mais rico a cada vez.
William nasceu em 1895, filho de um trabalhador braçal em Ohio. Quando tinha sete anos, sua família se mudou para Tulsa, Oklahoma, em busca de melhores oportunidades que nunca se concretizaram. Então, quando ainda era adolescente, seus pais morreram. Aos 14 anos, William Boyd teve que abandonar a escola e se tornar o homem da família. Trabalhou como balconista de mercearia. Trabalhou como topógrafo. Trabalhou nos campos de petróleo de Oklahoma — um trabalho brutal e perigoso que envelhecia os homens precocemente. Quando chegou aos vinte e poucos anos, o cabelo de William já estava grisalho.
Em 1919, ele decidiu arriscar. Ele tinha ouvido histórias sobre Hollywood, sobre pessoas comuns se tornando estrelas, sobre uma nova indústria que estava realizando sonhos. Então, ele juntou o pouco que tinha e partiu para a Califórnia. Seu primeiro trabalho em Hollywood foi como figurante em "Why Change Your Wife?" (1920), de Cecil B. DeMille. Pagava quase nada, mas William era esperto. Gastou o dinheiro que tinha em roupas elegantes — o tipo de roupa que o fazia parecer que já pertencia àquele meio. Depois, certificou-se de se posicionar onde DeMille o notasse. Deu certo. DeMille viu algo no jovem de cabelos grisalhos e aparência marcante. Em 1926, escalou William Boyd como o protagonista romântico em "The Volga Boatman", um grande filme de estúdio.
Quase da noite para o dia, William se tornou um ídolo dos matinês. As mulheres o adoravam. Os estúdios o queriam. No final da década de 1920, ele ganhava mais de US$ 100.000 por ano — uma quantia extraordinária para aquela época. O filho órfão de um trabalhador braçal havia se tornado uma das maiores estrelas de Hollywood. Então tudo desmoronou. Quando o som chegou aos cinemas no final da década de 1920, toda a indústria se transformou da noite para o dia. Algumas estrelas fizeram a transição. Muitas não. William Boyd se viu sem contrato e sem conseguir trabalho. Seu tipo de estrelato no cinema mudo não se traduzia para o novo meio. Ele estava falindo. Então piorou.
Em 1931, os jornais publicaram uma matéria sobre um ator chamado William Boyd sendo preso por acusações de jogos de azar, bebida e imoralidade. O problema? Era um William Boyd diferente — um ator de teatro chamado William "Stage" Boyd. Mas os jornais publicaram a foto errada. Publicaram a foto do nosso William Boyd junto com a matéria da prisão. Sua reputação foi destruída da noite para o dia. Os estúdios que já estavam relutantes em contratá-lo agora não o queriam nem chegar perto. O escândalo — totalmente falso, totalmente sem culpa dele — o seguiu por toda parte. Sua carreira não apenas estagnou. Ela morreu.
Em meados da década de 1930, William Boyd estava falido, desempregado e na lista negra de Hollywood sem ter culpa alguma. Era a segunda vez que ele perdia tudo. A maioria das pessoas teria desistido. William não. Em 1935, um produtor chamado Harry Sherman estava escalando o elenco para um faroeste de baixo orçamento baseado em histórias pulp sobre um personagem chamado "Hopalong Cassidy" — cujo nome se devia a uma claudicação causada por um antigo ferimento de bala. Não era um trabalho glamoroso. Não pagava muito dinheiro. Mas era trabalho.
William Boyd aceitou o papel. Mas ele não apenas aceitou o papel — ele o transformou. O Hopalong Cassidy original das histórias pulp era um caubói rude, que mascava tabaco e bebia muito. William decidiu fazer algo diferente. Ele transformou Hopalong Cassidy em um herói que as crianças pudessem admirar. Seu "Hoppy" não fumava. Não bebia. Não mascava tabaco. Não falava palavrões. Raramente beijava uma garota. Deixava o vilão sacar primeiro, sempre lutava limpo e representava honra e integridade.
William Boyd entendia algo que a maioria das pessoas em Hollywood não entendia: os pais queriam heróis que seus filhos pudessem admirar. Os filmes foram um enorme sucesso. De 1935 a 1943, William fez 54 filmes de Hopalong Cassidy para Harry Sherman. Cada um deles arrecadou pelo menos o dobro do custo de produção. Depois que Sherman abandonou a série, William produziu e estrelou mais 12 filmes de forma independente, de 1946 a 1948. Ele estava fazendo sucesso novamente. Estável novamente. Ele havia comprado um rancho. Estava confortável. E então ele tomou a decisão que mudaria tudo.
Em 1948, a televisão era novidade. A maioria das pessoas ainda não tinha aparelhos de TV. Ninguém sabia se esse meio experimental iria durar. Os grandes estúdios achavam que a televisão era uma moda passageira. Certamente não achavam que os antigos filmes de faroeste tivessem qualquer valor na TV. Mas William Boyd viu algo que eles não viram. Ele abordou Harry Sherman e os outros detentores dos direitos e ofereceu-se para comprar os direitos completos de todos os 66 filmes de Hopalong Cassidy. Eles acharam que ele estava louco. Quem pagaria uma boa grana por antigos filmes de faroeste de baixo orçamento? Para levantar o preço de compra — cerca de US$ 350.000 (aproximadamente US$ 4,5 milhões hoje) — William vendeu seu rancho. Ele apostou tudo o que havia reconstruído em um palpite sobre a televisão. Todos pensaram que ele tinha perdido a cabeça. Então a televisão explodiu. As emissoras de TV estavam desesperadas por conteúdo, especialmente para a programação de sábado de manhã, quando as crianças estavam em casa.
William Boyd licenciou seus filmes de Hopalong Cassidy para a NBC. Em poucos meses, "Hoppy" se tornou um dos programas mais assistidos da América. Em 1950, mais de 50 milhões de pessoas — quase um terço da população dos EUA — assistiam a Hopalong Cassidy toda semana. Mas William Boyd não parou por aí. Ele se tornou a primeira pessoa a realmente entender o que o merchandising televisivo poderia ser. Ele licenciou lancheiras, armas de brinquedo, chapéus de caubói, histórias em quadrinhos, programas de rádio e discos de Hopalong Cassidy. Tudo o que os pais compravam para seus filhos, William Boyd estampava com o rosto de Hopalong Cassidy. Em certo momento, havia mais de 2.000 produtos de Hopalong Cassidy no mercado. Os royalties jorravam.
No início da década de 1950, William Boyd ganhava mais dinheiro do que qualquer estrela de televisão na América — mais do que Milton Berle, mais do que Lucille Ball, mais do que qualquer outra pessoa. Sua renda com Hopalong Cassidy ultrapassou US$ 70 milhões ao longo de sua vida (bem mais de US$ 700 milhões em valores atuais). O filho órfão de um trabalhador braçal, que perdeu tudo duas vezes, que foi injustamente difamado e deixado na miséria aos quarenta e poucos anos, tornou-se o primeiro milionário da televisão a construir sua própria fortuna. E ele fez isso sendo dono de seu conteúdo. A decisão de William Boyd de comprar os direitos de seus filmes criou o modelo para todos os impérios do entretenimento que vieram depois. Walt Disney observou o que Boyd fez com Hopalong Cassidy e aplicou a mesma estratégia de merchandising ao Mickey Mouse. George Lucas insistiria mais tarde em possuir os direitos de merchandising de Star Wars — uma decisão que lhe rendeu bilhões — citando diretamente o exemplo de Boyd. William Boyd não apenas salvou sua própria carreira. Ele inventou o modelo de negócios moderno do entretenimento.
Mas eis o que torna sua história tão poderosa: ele poderia ter se tornado amargo. Após ser falsamente acusado, colocado na lista negra e falido em Hollywood, ele poderia ter se tornado cínico. Em vez disso, escolheu criar algo saudável. Escolheu ser um herói que valesse a pena assistir. Escolheu a integridade em vez do cinismo. Hopalong Cassidy representava os valores que William Boyd gostaria de ter visto mais em Hollywood: justiça, honra, coragem sem crueldade. Ele não apenas interpretou um personagem. Ele viveu à altura de um.
William Boyd morreu em 1972, aos 77 anos. Nessa época, Hopalong Cassidy já havia desaparecido da cultura popular — os gostos haviam mudado, os filmes de faroeste haviam caído em desuso. Mas seu impacto nunca se apagou. Toda vez que você vê um boneco de ação de Star Wars, está vendo o legado de William Boyd. Toda vez que um estúdio luta para deter os direitos de propriedade intelectual, está seguindo o caminho que ele abriu. Toda vez que um artista constrói um império com produtos licenciados, está trilhando o caminho que William Boyd abriu quando todos diziam que ele era louco por comprar seus antigos filmes de faroeste.
O adolescente órfão que trabalhava em campos de petróleo. O ídolo dos matinês que perdeu tudo quando os filmes começaram a falar. O homem inocente cuja carreira foi destruída por um erro de jornal. O caubói que apostou seu rancho na televisão e ganhou. William Boyd provou que perder tudo não é o fim da sua história — é apenas o meio. Que ser falsamente acusado não precisa definir você. Que as apostas mais visionárias parecem loucas até darem certo. E que, às vezes, criar algo bom para as crianças vale mais do que qualquer realismo cru. Ele vendeu seu rancho para comprar 66 filmes antigos de caubói. Essa aposta o tornou o primeiro milionário da televisão e mudou o entretenimento para sempre. Nada mal para o filho de um trabalhador braçal que nunca desistiu."
sexta-feira, 7 de novembro de 2025
Bye bye New York!
Zohran Kwame Mamdani, tem 34 anos, nascido em Campala (capital da Uganda), é socialista, muçulmano e foi eleito prefeito de Nova Iorque na eleição municipal da última terça-feira, dia 4 de novembro. É membro do Partido Democrata, alinhado à corrente mais à esquerda, comandada pelo senador Bernie Sanders e por Kamala Harris, ex-vice-presidente e candidata a presidente derrotada por Trump em 2024.
Em 5 de novembro de 2018, escrevi o artigo "Socialismo à americana" (https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2018/11/socialismo-americana.html), onde eu previa que o Partido Democrata seria ocupado pelos socialistas:
"Ouso dizer que nos próximos anos, no berço da democracia mais liberal do mundo, deverá nascer um forte Partido Socialista (talvez a recriação do Socialist Party of America, que cessou atividades na década de 70), ou quem sabe sejam eles os hegemônicos dentro do Partido Democrata."
Parece que eu tinha razão. O pressentimento começa a acontecer.
quinta-feira, 6 de novembro de 2025
De Selic, Matança e Traficantes.
Naquela terça-feira tórrida em Nárnia, o Copom anunciou: Selic a 15%. Os jornais chamaram de “decisão técnica”. Os bancos estouraram champanhe.
E o povo? Esse comemorou… pagando juros até no fiado da bodega.
Enquanto isso, nas sombras da capital de Nárnia, o Partido dos Traficantes fazia festa. Não traficavam drogas, traficavam influência, verbas, favores e manchetes.
Cada aumento da Selic era mais um grito de alegria nos corredores forrados de tapete persa: “É a economia se fortalecendo!”, diziam, entre um uísque e outro. Mas lá fora, nas favelas e nos becos, a matança seguia — de empregos, de esperança, de futuro.
O povo sangrava em silêncio, sem saber que a verdadeira facção armada vestia terno italiano e falava em “metas de inflação”.
E assim, entre o cambalear do trabalhador e o brinde dos banqueiros, o Partido dos Traficantes seguia no poder, traficando o que há de mais valioso: - a paciência do povo brasileiro.
quarta-feira, 5 de novembro de 2025
A arte do engodo gráfico
E não é que a rede globo conseguiu o impossível? A matemática agora se curva à militância: 53% é mostrado como se fosse menos que 42%. Um milagre estatístico digno de nota, ou melhor, de repulsa.
Em um gesto de despudor jornalístico digno de manual, inverteram o eixo do gráfico para enganar o olhar distraído. Um truque visual tosco, desses que até aluno do ensino médio notaria, mas que, vindo da “imprensa séria”, ganha ares de estratégia editorial.
Chamemos as coisas pelo nome: é engodo midiático, é manipulação grosseira, é desonestidade travestida de jornalismo.
O que o gráfico mostra não é uma linha, é um abismo, não na popularidade de Cláudio Castro, mas na credibilidade de quem o publicou.
Afinal, quando a realidade não serve à narrativa, o gráfico que se dane. Basta virar o eixo, torcer o ângulo e vender ao público a ilusão de que o governo despenca, mesmo quando os números dizem o contrário.
Que diabo de imprensa é essa?
quinta-feira, 30 de outubro de 2025
BRASIL EM GUERRA: O CRIME QUE O ESTADO DEIXOU CRESCER – O ÓBVIO QUE NINGUÉM QUER OUVIR!
NO BRASIL O ÓBVIO AINDA PRECISA SER AFIRMADO pic.twitter.com/q91ID8zxoJ
— Fernao Lara Mesquita (@fernaolmesquita) October 30, 2025
quarta-feira, 29 de outubro de 2025
Uma tragédia anunciada
O processo de ocupação das favelas do Rio de Janeiro por organizações criminosas não ocorreu de um dia para o outro. Foi o resultado de décadas de omissões, decisões políticas equivocadas e de um Estado cada vez mais ausente. O marco simbólico desse fenômeno remonta ao primeiro governo de Leonel Brizola, no início dos anos 1980. Na época, o então governador teria determinado que a polícia não “subisse o morro”, priorizando ações sociais em vez de repressivas, uma política com boas intenções no papel, mas que, na prática, abriu espaço para o florescimento de estruturas criminosas dentro das comunidades. O Estado retirou-se das áreas de risco, e o crime preencheu o vácuo de autoridade.
Nos primeiros anos, essas organizações eram essencialmente voltadas ao tráfico de drogas, com foco na maconha proveniente de países vizinhos. Ainda que o problema fosse grave, a estrutura era rudimentar e localizada. A virada do século, porém, trouxe uma nova e mais perigosa etapa. O narcotráfico se expandiu para incluir cocaína e crack, além do contrabando de armas de grosso calibre, oriundas do exterior e entrando quase livremente pelas negligenciadas fronteiras do país. As facções, que antes eram grupos dispersos, passaram a se organizar, adotar hierarquias, controlar territórios e até estabelecer “leis próprias”. O crime, antes local, se tornou uma rede nacional com ramificações no Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
O Estado brasileiro, desatento e frequentemente leniente, não acompanhou o ritmo dessa evolução. Governos sucessivos em todas as esferas, subestimaram o poder do crime organizado. A omissão permitiu que essas facções se infiltrassem em novos setores da economia e da vida pública. Hoje, a influência dessas organizações ultrapassa os limites das favelas: elas dominam mercados paralelos de gás, combustíveis, internet, transporte alternativo, aluguel de imóveis e até processos eleitorais, especialmente em pequenas cidades do Nordeste, onde o poder público é mais vulnerável e dependente de estruturas locais.
Em tempos recentes, há indícios de que o dinheiro oriundo dessas atividades ilícitas já transita no sistema financeiro formal, misturado a investimentos aparentemente legítimos, inclusive em fundos e operações de mercado, o que demonstra o nível de sofisticação atingido. O crime organizado, antes limitado à periferia, agora tem acesso a capital, influência política e meios de lavagem de dinheiro que o colocam como um verdadeiro “Estado paralelo”.
O retrato é sombrio, mas necessário: o Brasil enfrenta um inimigo interno que já não se esconde — ele negocia, financia campanhas e dita regras onde o poder público falhou. Se nada for feito, a fronteira entre legalidade e ilegalidade continuará a se apagar.
Deus salve o Brasil!
domingo, 26 de outubro de 2025
Oração
Senhor, no próximo ano, o meu país voltará às urnas para escolher o Presidente da República e eu venho suplicar-Te humildemente:
Se o candidato em quem depositarei meu voto for o vitorioso,
que sua vitória não seja festejada pelos jornalistas da Rede Globo
e muito menos celebrada pelos presidiários das penitenciárias nacionais.
E que, se houver comemoração, que venha das famílias que vivem do próprio suor, não das manchetes enviesadas, nem das grades enferrujadas.
Amém!
quarta-feira, 15 de outubro de 2025
Quem confere ferro...
O indivíduo trabalhava numa empresa que comercializava vigas de ferro, componentes estruturais essenciais da construção civil, responsáveis por sustentar cargas e garantir a estabilidade das edificações modernas.
Entre suas tarefas estavam o recebimento das vigas, a conferência das quantidades, dimensões e a separação por lotes.
Certo dia, ao manusear uma dessas pesadas peças metálicas, escapuliu e acertou-lhe a cabeça, abrindo-lhe o couro cabeludo. O ferimento não foi grave, mas causou dor intensa e um sangramento considerável.
Moral da história: “Quem confere ferro, com ferro será ferido.”
Introduzo essa historieta infame apenas como pretexto para falar do ditado original: “Quem com ferro fere, com ferro será ferido.”
A expressão, de origem bíblica (Mateus 26:52, onde Jesus adverte: “Todos os que pegarem na espada, à espada perecerão”), evoluiu na língua portuguesa como máxima de justiça poética, a ideia de que quem pratica o mal acaba por sofrer consequência semelhante.
Parte da mídia brasileira tem especulado que algumas autoridades nacionais se dizem vítimas de perseguição por governos estrangeiros. É claro que esse assunto nada tem a ver com ditados populares e suas variações... Mas como hoje não estou me sentindo muito bem, acabo misturando os temas.
quinta-feira, 9 de outubro de 2025
O maior escândalo
Por Antonio Gornatti
O maior escândalo financeiro já ocorrido no Brasil — maior que petrolões, mensalões e qualquer outro roubo de qualquer época nesta republiqueta — está sendo desvendado na CPI do INSS. E a imprensa brasileira? Está preocupada com Trump, Gaza e com a lista VIP das visitas à prisão domiciliar de Bolsonaro.
Este escândalo tem um agravante que o torna ainda mais repulsivo: é roubo de dinheiro que as pessoas foram obrigadas a entregar durante toda a vida, acreditando que, um dia, teriam uma velhice assistida. É o roubo de um roubo. Um assalto ao suor disfarçado de previdência.
E por que a imprensa não dá uma linha sobre isso? Te explico.
As redações brasileiras foram capturadas há décadas. Jornalistas formados por professores militantes, replicando o catecismo ideológico de Gramsci, Paulo Freire e afins, acreditam sinceramente que “informar” é “educar o povo” — e que educar é moldar. Só que o molde é sempre o mesmo: o da esquerda dócil e estatal.
Mas não são só eles. Os donos das grandes empresas de comunicação — esses executivos “isentos”, que posam de neutros enquanto dormem embalados por verbas públicas — vivem daquilo que fingem fiscalizar. Bilhões em propaganda oficial escorrem todo ano para manter as focas bem alimentadas. E foca bem alimentada bate palma para quem lhe dá o peixe.
Enquanto isso, o povo assiste, hipnotizado, à reprise do “quem matou Odete Roitman” político do dia. Tudo cuidadosamente produzido para que ninguém perceba quem está, de fato, matando o futuro do país.
Se leste até aqui e concordas, é porque talvez esteja na hora de assumir teu dever moral: abrir os olhos de quem ainda vive nesse transe coletivo. Porque o silêncio é o maior cúmplice de todos os ladrões — inclusive os que vestem terno e têm crachá de imprensa.
terça-feira, 7 de outubro de 2025
Ow IBGE véi que trabalha!!
O ‘menor desemprego da história’ é pura maquiagem. Enquanto a taxa cai no papel, o gasto com Bolsa Família explodiu de R$33 bi para R$170 bi. Isso não é emprego, é dependência paga com o SEU dinheiro! pic.twitter.com/tlXYHAAsmw
— Syrhaar Sacramento (@SyrhaarSacrame2) October 6, 2025
domingo, 5 de outubro de 2025
O Show de Paul McCartney
Na década de 1970, meu irmão Paulin (Paulo Viana) cansou da vida agitada da capital e decidiu trocar Fortaleza pela serenidade da Serra de Baturité, escolhendo Palmácia como novo lar. A mudança exigiu também a transferência de seu cargo federal, se não me engano por meio de cessão à prefeitura local. Nesse processo, reafirmando uma de suas muitas virtudes, a generosidade, presenteou-me com sua preciosa coleção de LPs dos Beatles. Eram todos os discos da banda inglesa que revolucionou a música e embalou os sonhos da minha juventude. Para mim, apaixonado pelo talento dos rapazes de Liverpool, foi um presente impagável.
Mais de meio século se passou. Hoje, tive a oportunidade única de assistir, aqui em Las Vegas, ao show que talvez seja o último nos Estados Unidos desse ex-Beatle que é uma lenda viva: Paul McCartney.
Aos 83 anos, Sir Paul emocionou às lágrimas a multidão que lotava o Allegiant Stadium, reunindo pessoas de todas as idades. Impressiona a vitalidade com que ele conduz as duas horas e quarenta minutos de espetáculo, revezando-se entre baixo, violão, guitarra, piano e teclados, e surpreendendo o público com incríveis efeitos especiais. Acompanhado por uma banda de oito músicos, sua voz e seu carisma mantêm intacta a magia que atravessa gerações.
Ao ouvir “Hey Jude”, “I Want to Hold Your Hand”, “Let It Be” e “Help!”, entre tantas outras, senti-me voltar aos meus 17 anos, a um tempo em que a música abria janelas para sonhar. A música tem esse poder: o de nos transportar no tempo, reacender memórias e reconectar-nos à nossa própria essência. Foi exatamente isso que vivi hoje à noite: um reencontro comigo mesmo, com minhas raízes e com minha juventude.
Ave, Paul! 🎶👏
quarta-feira, 1 de outubro de 2025
Um País Sem Rumo
"Os números são como as cartas, não mentem jamais!" Se olharmos com atenção para os indicadores econômicos, sociais e ambientais, vemos um retrato preocupante do Brasil em 2025. O governo atual parece caminhar na contramão de políticas eficazes, acumulando déficits, aumentando a dependência assistencial e afastando investimentos.
A Amazônia sofre com um ritmo de destruição alarmante. Em 2025, segundo o Imazon, a degradação atingiu 33.807 km², um salto de 482% em apenas dois anos. As queimadas e a exploração madeireira se intensificam sem a devida fiscalização, deixando o Brasil em posição desconfortável no cenário internacional e fragilizando a imagem do país.
A crise econômica se reflete na vida real. O Brasil chegou a 8 milhões de empresas inadimplentes em julho de 2025, segundo a Serasa Experian. São 1,6 milhão a mais do que em janeiro de 2023, recorde histórico. O cenário é agravado pelo aumento dos pedidos de recuperação judicial, que em 2024 alcançaram 2.273 casos, o maior número em 10 anos.
Enquanto isso, o Bolsa Família se torna a única fonte de renda para milhões. Em dez estados brasileiros há mais beneficiários do programa do que empregos formais, como no Maranhão, onde a diferença passa de meio milhão de pessoas. Isso mostra uma economia incapaz de gerar oportunidades, sustentada artificialmente por transferências de renda.
O endividamento público é outro alerta. O Brasil gastou R$ 941,2 bilhões em juros da dívida apenas nos últimos 12 meses, consumindo recursos que poderiam estar em saúde, educação e infraestrutura. Ao mesmo tempo, as estatais federais fecharam 2025 com déficit de R$ 5,6 bilhões, enquanto as estaduais acumularam rombo de R$ 2,3 bilhões. É um retrocesso em relação aos superávits de anos anteriores.
Outro dado gritante é a posição do Brasil entre os países com as maiores taxas de juros reais do mundo: 9,51% ao ano, atrás apenas da Turquia. Juros tão altos sufocam empresas e famílias, alimentando a inadimplência. Não por acaso, os Estados Unidos anunciaram redução de investimentos diretos no Brasil, enfraquecendo ainda mais o setor produtivo.
Degradação ambiental, empresas quebrando, aumento da dependência social, dívida fora de controle, juros estrangulando a economia, fuga de capitais estrangeiros e um sistema político vulnerável à instabilidade institucional. Este é o retrato do Brasil atual.
Enquanto a população sente os efeitos no bolso e na qualidade de vida, o governo insiste em discursos triunfalistas que não resistem à realidade dos números. O país precisa urgentemente de reformas estruturais, seriedade fiscal e políticas de desenvolvimento sustentável. Sem isso, continuaremos a assistir a um Brasil cada vez mais pobre, desigual e desacreditado no cenário internacional.
terça-feira, 30 de setembro de 2025
Precisa ser assistido!
Sensacional deram voz nos diretos humanos da ONU a um imenita sincero, e ele calou as narrativas!! pic.twitter.com/poKRX6hM77
— Ednaldo Ferreira 🙏🇧🇷🇧🇷 (@Ednaldo40916743) September 29, 2025
domingo, 21 de setembro de 2025
Entre Terminais e Reflexões
Estava chegando da Suíça, de uma viagem rápida em que visitei cidades de 3 países. Férias merecidas. O desembarque do avião da Air Europa foi no Terminal 2 do Aeroporto André Franco Montoro, em Guarulhos, São Paulo. Eu teria que fazer uma conexão para Curitiba, cujo check in doméstico é no Terminal 1. Não sei por quais desígnios do destino construíram o Terminal 1 a uma distância de pelo menos 15 minutos de ônibus de onde eu desembarcara. "Mas é de graça", informou-me gentilmente o policial, indicando-me a parada do "shuttle".
Com uns bons vinte minutos de espera em uma fila mediana, entrei no ônibus lotado. Para minha surpresa, um jovem de aproximadamente uns 25 anos levantou prontamente e ofereceu-me sua poltrona. Sua aparência humilde e o fato de estarmos no Brasil, surpreendeu-me. Preconceito imperdoável! Recusei educadamente, agradecendo seu gesto. Caminhei um pouco pelo corredor, conduzindo minha mala "carry on" e a inseparável bolsa a tiracolo que conduz meu também inseparável MacBook. Desta vez foi um homem de meia-idade que levantou e quase forçou-me a sentar, ainda que eu polidamente recusasse e agradecesse. Não houve jeito. Eu teria que fazer aquele pequeno trajeto entre os Terminais, sentado confortavelmente em uma poltrona do "shuttle" por exigência do educado senhor.
Sentei-me e acomodado na poltrona comecei a refletir. Percebi como muitas vezes desvalorizamos e subestimamos os sentimentos e a generosidade da maioria dos brasileiros. Aqueles gestos simples carregavam grandeza e me fizeram pensar sobre como, aos olhos dos outros, já sou visto como alguém merecedor de atenção especial, alguém que deve ser cuidado, pela idade.
Do alto dos meus bem vividos 77 anos, sigo senhor dos meus destinos e das minhas ações. Talvez a barba branca, cultivada desde 1973, quando ainda era preta, seja a responsável por essa percepção. Mas fazer o quê? É minha "marca registrada". Sinto-me bem com ela. O correto, portanto, é aceitar com gratidão os cuidados que a vida me presenteia, ainda que eu insista em não me reconhecer plenamente nesse "idoso" que os outros enxergam em mim.
segunda-feira, 15 de setembro de 2025
Para reflexão
Vamos fazer uma reflexão sobre as narrativas criadas pela esquerda contra o governo Bolsonaro.
Sobre as vacinas: o Reino Unido foi o primeiro país do mundo a iniciar a vacinação contra a Covid-19. Em 8 de dezembro de 2020, a senhora Margaret Keenan, de 90 anos, recebeu em Coventry a primeira dose da vacina da Pfizer/BioNTech. No Brasil, a primeira aplicação ocorreu em 17 de janeiro de 2021. A escolhida foi a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, funcionária do Hospital das Clínicas da USP. Ela recebeu a CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
Sobre o caso das joias: em abril de 2023, a Polícia Federal afirmou não haver provas conclusivas de que Bolsonaro ou Michelle Bolsonaro tenham se apropriado das joias. Em maio do mesmo ano, o Ministério Público Federal não ofereceu denúncia contra o ex-presidente, por falta de provas suficientes. O Tribunal de Contas da União (TCU), ao investigar o caso, também não atribuiu responsabilidade direta a Bolsonaro.
Vale lembrar: presentes de uso pessoal integram o acervo privado do presidente. Não existe lei que determine que tais presentes pertençam à União; em situações de lacuna legal, prevalece o princípio da estrita legalidade. O regulamento em vigor determina que apenas presentes trocados em cerimônias oficiais não pertencem ao presidente. Em decisão recente, o TCU reconheceu que um valioso relógio recebido por Lula em 2005 é de sua propriedade — entendimento que, por ser atemporal, se aplica também a Dilma e a Bolsonaro. Assim, se não há bens públicos envolvidos, não há como falar em peculato. Como reforça a Constituição, artigo 5º, inciso XXXIX: não há crime sem lei que o defina.
Sobre o Golpe de Estado: desde que o então Presidente Bolsonaro nomeou os chefes das Forças Armadas indicados por Lula por meio de decretos publicados no Diário Oficial da União em 28 de dezembro de 2022, portanto ainda em pleno exercício da presidência, recuso-me a falar em golpe. O Chefe de Estado que quer dar golpe, usa suas forças armadas para fazê-lo e não as entrega ao seu adversário gratuitamente. Ademais, golpe sem Forças Armadas, sem armas, com idosos e crianças entre outros, inclusive moradores de rua, vendedores de algodão doce e camelôs... isso não resiste à menor avaliação.
Esses episódios, somados ao cartão de vacinas, ao ‘pintou um clima’, à anedota da baleia e às próprias incontinências verbais do presidente, beiram o ridículo e se tornam insignificantes diante dos verdadeiros escândalos de proporções monumentais protagonizados pelos governos do PT. Basta lembrar: o Mensalão (R$ 121 milhões), a Lava Jato (R$ 25 bilhões), o Petrolão (R$ 42,8 bilhões) e os desvios do INSS (já estimados em R$ 90 bilhões), para citar apenas alguns. Como dizia Margaret Thatcher, “não há dinheiro público; há apenas o dinheiro dos pagadores de impostos”. E é exatamente esse o ponto: desde 2003, os governos do PT sangram, sem pudor, o bolso do cidadão.
O que me causa perplexidade é perceber que pessoas razoavelmente esclarecidas, algumas com alto nível intelectual, não se detêm diante dessa análise. A cegueira ideológica mata a verdade e a razão. Ainda que eu corra o risco de alimentar pensamentos conceitualmente binários e de uma pobreza e mediocridade de análise e avaliação que só ratificam o conhecido comportamento de manada, assemelhando-se à conduta dos animais em rebanho, a comparação me parece inevitável: o governo Bolsonaro pode ter sido como a velhice no ser humano, cheia de limitações, doenças e sequelas. Já os governos do PT que têm sido a opção, equivalem à morte precoce. E aqui deixo a pergunta incômoda: o que você prefere?
sexta-feira, 12 de setembro de 2025
Mykonos
A ilha grega de Mykonos é uma das mais famosas do mar Egeu e carrega uma longa história. Seus primeiros habitantes já estavam ali mais de mil anos antes de Cristo, e hoje constitui um município da Grécia. Com 176 km² e 10.704 habitantes permanentes, Mykonos é relativamente pequena: em comparação, é cerca de quatro vezes menor que Várzea Alegre em população e vinte vezes menor em área, já que o município cearense possui 3.549 km².
Curiosamente, a vocação turística de Mykonos só surgiu na década de 1950, quando jovens ricos começaram a frequentar a ilha em busca de exclusividade e beleza natural. O processo de consolidação como destino do jet-set internacional teve um impulso decisivo graças a Jackeline Kennedy, que na época era primeira-dama dos Estados Unidos e ajudou a projetar a ilha no imaginário global. Desde então, Mykonos tornou-se sinônimo de glamour, luxo e cosmopolitismo.
A ilha se distingue por sua arquitetura peculiar: casas caiadas de branco, portas e janelas em azul vibrante e ruas estreitas de pedra, que criam uma estética única e encantadora. Essa paisagem, ao mesmo tempo simples e sofisticada, atraiu artistas, escritores e celebridades ao longo das décadas, contribuindo para a reputação de Mykonos como um destino de beleza singular e identidade cultural marcante no Mediterrâneo.
Mas Mykonos não se resume apenas ao charme arquitetônico. É também famosa por suas praias deslumbrantes, que variam entre recantos tranquilos e espaços dedicados a festas, além de sua vida noturna vibrante, considerada uma das mais intensas da Grécia. A ilha abriga alguns dos clubes e bares mais renomados do país, atraindo visitantes de todo o mundo em busca de diversão, música e entretenimento à beira do mar Egeu.
















