sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Mykonos

Por do sol em Mykonos

A ilha grega de Mykonos é uma das mais famosas do mar Egeu e carrega uma longa história. Seus primeiros habitantes já estavam ali mais de mil anos antes de Cristo, e hoje constitui um município da Grécia. Com 176 km² e 10.704 habitantes permanentes, Mykonos é relativamente pequena: em comparação, é cerca de quatro vezes menor que Várzea Alegre em população e vinte vezes menor em área, já que o município cearense possui 3.549 km².

Curiosamente, a vocação turística de Mykonos só surgiu na década de 1950, quando jovens ricos começaram a frequentar a ilha em busca de exclusividade e beleza natural. O processo de consolidação como destino do jet-set internacional teve um impulso decisivo graças a Jackeline Kennedy, que na época era primeira-dama dos Estados Unidos e ajudou a projetar a ilha no imaginário global. Desde então, Mykonos tornou-se sinônimo de glamour, luxo e cosmopolitismo.

A ilha se distingue por sua arquitetura peculiar: casas caiadas de branco, portas e janelas em azul vibrante e ruas estreitas de pedra, que criam uma estética única e encantadora. Essa paisagem, ao mesmo tempo simples e sofisticada, atraiu artistas, escritores e celebridades ao longo das décadas, contribuindo para a reputação de Mykonos como um destino de beleza singular e identidade cultural marcante no Mediterrâneo.

Mas Mykonos não se resume apenas ao charme arquitetônico. É também famosa por suas praias deslumbrantes, que variam entre recantos tranquilos e espaços dedicados a festas, além de sua vida noturna vibrante, considerada uma das mais intensas da Grécia. A ilha abriga alguns dos clubes e bares mais renomados do país, atraindo visitantes de todo o mundo em busca de diversão, música e entretenimento à beira do mar Egeu.

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Quem seria o Pateta?

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

7 de Setembro

domingo, 7 de setembro de 2025

Correios? Salve-se quem puder!


O sistema postal brasileiro nasceu de forma rudimentar no período colonial, administrado por funcionários nomeados, muitas vezes sem controle rígido. No Império, os Correios permaneceram sob responsabilidade estatal, mas continuavam a carecer de padronização e fiscalização efetiva.

Com a Proclamação da República, os Correios foram federalizados. Mesmo assim, não estavam imunes a desvios. Jornais regionais registravam casos de carteiros que abriam correspondências ou desviavam encomendas valiosas. Em Minas Gerais, em 1912, um carteiro foi preso por furtar cédulas enviadas pelo correio. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, veículos como O Estado de S. Paulo e o Jornal do Commercio noticiavam, ocasionalmente, queixas de comerciantes sobre “encomendas valiosas sumidas”.

Na Era Vargas houve tentativas de modernizar e profissionalizar os serviços postais. Ainda assim, denúncias de corrupção e roubos persistiram, especialmente em cidades do interior e regiões de fronteira. Um episódio marcante ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial: entre 1944 e 1945, diversas famílias de soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) denunciaram que cartas e pacotes enviados da Itália jamais chegaram, muitos contendo fotos, dinheiro e objetos pessoais.

Antes da Constituição de 1988, o regime jurídico do funcionalismo federal previa a “disponibilidade” como forma de afastamento remunerado sem exercício de função. Durante o regime militar, funcionários foram sendo colocados em disponibilidade, transferidos, demitidos ou aposentados compulsoriamente.

Em 1973, os Correios viveram um marco: o primeiro grande concurso nacional, com mais de 20 mil vagas para carteiro, atendente comercial, operador de triagem, entre outros cargos. Foi a primeira seleção em grande escala com provas padronizadas e inscrições nacionais. Esse momento inaugurou uma era de profissionalização e modernização, elevando os Correios ao patamar de uma das instituições públicas mais respeitadas do país.

Por muitos anos, os Correios desfrutaram de prestígio e credibilidade, sinônimo de confiança e eficiência. Essa realidade começou a ruir quando a gestão técnica foi gradualmente substituída por indicações políticas. O ápice da deterioração ocorreu com o escândalo do Mensalão, denunciado em 2005, no qual a estatal foi usada como peça-chave no esquema de corrupção.

A decadência ganhou contornos dramáticos no episódio do Postalis, fundo de previdência complementar dos funcionários dos Correios, criado em 1990 para administrar aposentadorias, pensões e pecúlios.

O rombo bilionário começou a ser revelado em 2015–2016, embora os prejuízos se acumulassem havia mais de uma década, especialmente entre 2008 e 2015. O déficit atuarial foi estimado em R$ 19,5 bilhões, segundo a Previc e a CPI dos Fundos de Pensão.

Aplicações de alto risco, como construtoras (OAS, Odebrecht, Queiroz Galvão), empreendimentos fantasmas e títulos podres; Empréstimos sem garantias reais a empresas ligadas a políticos e diretores do fundo; Gestão temerária e corrupção, com ex-diretores presos na Operação Greenfield (PF, 2016).

As consequências atingiram diretamente os trabalhadores: aumento das contribuições, congelamento de benefícios, restrição de reajustes e redução de planos de saúde vinculados. O caso do Postalis não apenas expôs o desvio de recursos, como destruiu a confiança em uma instituição que já foi símbolo de respeito e eficiência.

Em anos recentes, os números revelam a gravidade da crise. Em 2023, os Correios registraram prejuízo de R$ 597 milhões. Em 2024, o déficit disparou para R$ 2,6 bilhões, quase quatro vezes mais. Já no primeiro semestre de 2025, o prejuízo triplicou, alcançando R$ 4,37 bilhões, um aumento de 222% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A trajetória dos Correios espelha a própria história da administração pública brasileira: da precariedade inicial, passando pela fase de excelência e credibilidade, até a degradação causada pela ingerência política e pelos escândalos de corrupção dos governos do PT.

E aqui fica a questão inevitável: se tudo isso aconteceu e ainda acontece com os Correios, uma empresa de tamanha relevância e visibilidade nacional, o que pode ter ocorrido, silenciosamente, com tantos outros órgãos da administração direta e indireta no mesmo período?

Deus salve o Brasil!

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

O Gênio da Lâmpada

- Faça três pedidos que eu vou atender, diz o Gênio!

- Eu quero:

1. Saúde
2. Paz
3. O salário do "Bessias"


O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, recebeu um total bruto de R$ 307,9 mil em honorários advocatícios do órgão no mês de junho deste ano.

Após os descontos, o valor líquido depositado para o ministro foi de R$ 225.581,43 – o equivalente a pouco mais de 12 anos e um mês de salários mínimos. Apesar do pagamento ter sido depositado no começo de julho, as informações se tornaram públicas apenas ontem (2/9).

➡️ A reportagem completa está na coluna de Andreza Matais. Basta acessar metropoles.com.

🎥 Andre Shalders/Metrópoles

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Processos anulados


Nos últimos dois anos, o ministro Dias Toffoli anulou diversos processos da Operação Lava Jato, entre eles alguns dos mais emblemáticos:

Marcelo Odebrecht – empresário, ex-presidente da Odebrecht
Antonio Palocci – ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil
Nelson Luiz Oliveira de Freitas – ex-vice-presidente dos Correios
Guilherme de Salles Gonçalves – advogado, corréu em casos ligados a Paulo Bernardo
Paulo Bernardo – ex-ministro do Planejamento e das Comunicações
Léo Pinheiro – ex-presidente da OAS
Alberto Youssef – doleiro
João Vaccari Neto – ex-tesoureiro do PT

A fundamentação dessas decisões foi a alegação de conluio entre o juiz de primeira instância, Dr. Sérgio Moro, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. Segundo o entendimento do ministro, essa relação "comprometeu garantias essenciais do Estado de Direito, como o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa".

Em cada um dos casos, sustentou-se que os atos processuais estavam “contaminados”, o que justificou a anulação integral das decisões, incluindo investigações, prisões e multas.

Se você tiver conhecimento de algum processo em andamento marcado por irregularidades semelhantes, é possível denunciar a situação ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão responsável pela fiscalização disciplinar do Judiciário, que assegura eficiência, transparência e respeito aos princípios constitucionais. Também é possível encaminhar informações diretamente ao Supremo Tribunal Federal (STF), que, com imparcialidade, poderá conduzir a análise do caso.

sábado, 30 de agosto de 2025

Deputado Nikolas, enrolado!


Nikolas, meu caro, desculpa não tem. Você está mesmo até o pescoço nesse papo de crime organizado. Afinal, quem foi mesmo que teve o tesoureiro do PCC flagrado pela PF dizendo que seu Partido “tinha diálogo com nóis cabuloso”? (Opa, peraí... não foi seu Partido, foi o PT?).

Mas vamos lá: quem fez comício no Complexo do Alemão, exibindo orgulhoso o boné com a sigla CPX, em território onde até o vento só sopra com autorização do Comando Vermelho? (Eita, engano de novo... não foi você, foi o Lula?).

Ok, vamos tentar outra: quem fez visita ao Complexo da Maré, sem um segurança sequer, em uma área que a própria polícia jura que “sem aval do tráfico é impossível”? (Ih rapaz... não era você, era o Ministro Dino?).

Então explica aí: por que cargas d’água tá todo mundo na imprensa batendo o bumbo dizendo que você é quem protege o crime organizado?

sábado, 23 de agosto de 2025

Eu sou doido por doido!

Esse Padre é dos meus!!!!

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

“Fishing expeditions”


Essa Direita é um saco de gatos: Malafaia briga com Eduardo, que briga com Tarcisio, que fala mal do Eduardo, que manda o pai tomar no cu.

No Direito, “fishing expedition” (pesca probatória) descreve a investigação que lança uma rede ampla e indiscriminada em busca de qualquer coisa que incrimine alguém, sem alvo definido nem base concreta. Na prática, vira pedido genérico de documentos, depoimentos e dados na fase de descoberta, à espera de “achar algo”. Essa lógica colide com pilares do sistema brasileiro: legalidade, privacidade, presunção de inocência e fundamentação das decisões.

No Brasil, essa prática é ilegal. A Constituição de 1988 assegura privacidade (art. 5º, X) e presunção de inocência (art. 5º, LVII), e impõe que medidas invasivas sejam fundamentadas, específicas e proporcionais. Não se pode apreender um celular “para ver se encontra algo” sem indícios mínimos e justa causa. Imagine: a autoridade recolhe o aparelho sem base sólida; nada aparece para o caso, mas surgem conversas privadas entre figuras públicas. Se esses diálogos vazarem para constrangimento social ou político, o dano é irreparável e a investigação degenera em arma de destruição de reputações.

Felizmente, não há espaço legítimo para isso. Além de eticamente reprovável, é nulo: o Código de Processo Penal (art. 5º) e a jurisprudência do STF exigem indícios concretos para buscas e apreensões; sem eles, o ato é inválido. Ainda assim, a tecnologia barateou o acesso a dados pessoais e mantém a tentação de investigações amplas e sem direção, sobretudo em climas politicamente carregados.

Proteger contra “fishing expeditions” é mais que técnica processual: é condição de confiança nas instituições. Qualquer desvio corrói a credibilidade do sistema e abre precedentes perigosos. Devemos manter-nos vigilantes para que o desejo de “pescar evidências” não acabe capturando a dignidade dos cidadãos.

domingo, 17 de agosto de 2025

A cerca de Vicente Vieira


Vicente Batista Vieira, pai do Padre Vieira “do jumento”, não o dos "Sermões", tinha uma fazenda no sítio Extrema, em Várzea Alegre. Seu vizinho, Antônio Rodrigues, fez queixa ao delegado e se intrigou com o velho Vicente, acusando-o de ter erguido uma cerca invadindo um metro de sua terra. A questão foi parar na Justiça.

Antônio contratou um advogado do Crato, já Vicente mandou recado a Joaquim de Figueiredo Correia (então vice-governador) e a Dário Batista Moreno (promotor público), ambos parentes próximos e advogados, para que fossem a Várzea Alegre se inteirar do caso. Na viagem, Dário disse a Figueiredo: “Figueiredo, você, que é mais próximo de Tio Vicente, assuma a condução da conversa. Eu ficarei ouvindo e dando apoio moral.”

Assim combinado, assim feito. Ao chegarem à casa da calçada alta, na Extrema, cumprimentaram o patriarca e, sentados em confortáveis cadeiras de balanço, Figueiredo pediu que ele contasse a história. Vicente Vieira despejou um rosário de críticas a Antônio Rodrigues e, por fim, admitiu ter avançado “um pouco” com a cerca que dividia os terrenos. Nesse momento, Figueiredo o interrompeu: “Tio Vicente, me desculpe, mas o senhor não tem razão.” E o velho retrucou: “Eu sei! Se eu tivesse razão, num precisava de vocês, não!”

Consta que a pendenga (e a respectiva intriga) durou mais de dez anos. Não sei como terminou, porque meu informante só contou até aí e se houver alguma inconsistência no “causo”, a culpa é dele.

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

O “tirador de figo”

A imagem foi extraída do "Blog do Quincuncá" - https://blogdequincunca.blogspot.com/

Quando criança, em Várzea Alegre, eu temia duas figuras igualmente assustadoras para a minha imaginação: o “tirador de figo” e os comunistas. O primeiro era uma lenda urbana repetida pelos mais velhos, segundo a qual um homem sequestrava crianças para extrair-lhes o fígado, história que, provavelmente, muitos da minha geração ainda recordam. Já os comunistas eram descritos como monstros que “comiam criancinhas”, imagem grotesca que alimentava um medo difuso.

Com o tempo, descobri duas verdades: o “tirador de figo” jamais existiu, e os comunistas não devoravam crianças. O primeiro temor desvaneceu-se por completo, relegado ao mundo das histórias inventadas para amedrontar os pequenos. O segundo, porém, persistiu de outra forma. Se não cometiam a barbárie que lhes atribuíam na infância, eram capazes de algo igualmente terrível: submeter nações inteiras a regimes opressivos, transformando a vida de milhões em um sofrimento prolongado e real.

Leia meu artigo: "Quer entender o que é o comunismo? Venha a Praga. Fale com quem viveu." - https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2025/04/quer-entender-o-que-e-o-comunismo-venha.html

terça-feira, 12 de agosto de 2025

The New York Times lista acusações contra Moraes


Poderíamos classificar os principais jornais do planeta, pela ordem de importância e abrangência dos assuntos, como segue:

1. The New York Times – abrangência e influência política/cultural.
2. The Wall Street Journal – influência decisiva em economia e negócios.
3. Financial Times – foco global em economia e política internacional.
4. The Washington Post – forte influência política e investigativa.
5. The Economist (revista, mas com peso de jornal) – análises globais de impacto.

O jornal norte-americano The New York Times publicou uma reportagem que coloca o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no centro de um debate que vai além das fronteiras brasileiras, envolvendo também interesses comerciais entre Brasil e Estados Unidos.

A matéria, intitulada “O Brasil manteve rígido controle sobre grandes empresas de tecnologia. As tarifas de Trump podem mudar isso”, afirma que Moraes teria adotado medidas como prisões sem julgamento, bloqueio de veículos de imprensa e remoção de contas em redes sociais. O texto ainda destaca que o ministro está atualmente impedido de entrar em território norte-americano.

O jornal insere essas acusações no contexto da crescente tensão entre autoridades brasileiras e gigantes da tecnologia, como Google e Meta, que passaram a intensificar reuniões com ministros do STF e outras lideranças políticas. Essas conversas giram em torno da regulação das plataformas digitais, liberdade de expressão e uso de inteligência artificial, especialmente após a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos EUA.

Defensor de uma postura mais rígida contra o que classifica como desinformação e ataques à democracia, Moraes tem tomado decisões diretas para impor bloqueios de contas e retirada de conteúdos considerados “antidemocráticos”, sem aprovação prévia do Legislativo. Críticos afirmam que essas ações carecem de transparência e violam garantias legais, o que, segundo o New York Times, contribuiu para o agravamento das tensões diplomáticas e comerciais com os Estados Unidos.

O STF decidiu em junho que empresas de tecnologia podem ser responsabilizadas por publicações que envolvam discurso de ódio e atentados à democracia, devendo ainda monitorar conteúdo patrocinado e impedir a circulação de postagens nocivas. Essas regras aguardam definição sobre quando e como serão aplicadas, enquanto as plataformas alegam insegurança jurídica e contestam a responsabilização por material publicado por terceiros.

Link para a matéria original ===> https://www.nytimes.com/2025/08/11/world/americas/brazil-big-tech-trump-tariffs.html?searchResultPosition=5

Se você vota num cara desse...

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

WSJ - The Wall Street Journal


Considerando a influência jornalística global, o Wall Street Journal (WSJ) certamente está no topo da lista, geralmente classificado entre os três jornais mais influentes do mundo, junto com o New York Times e o Financial Times.

É referência absoluta para mercados, investimentos e negócios. Sua análise econômica influencia desde CEOs até formuladores de políticas públicas.

Governos, grandes empresas, bancos centrais e investidores internacionais usam o WSJ como fonte diária. Apesar de ser um jornal americano, tem assinantes e correspondentes em todos os continentes. Uma manchete no WSJ pode mexer com bolsas de valores e moedas no mesmo dia.

Poderíamos classificar os principais jornais do planeta, pela ordem de importância e abrangência dos assuntos, como segue:

1. The New York Times – abrangência e influência política/cultural.
2. The Wall Street Journal – influência decisiva em economia e negócios.
3. Financial Times – foco global em economia e política internacional.
4. The Washington Post – forte influência política e investigativa.
5. The Economist (revista, mas com peso de jornal) – análises globais de impacto.

Em tempo: a cobertura jornalística da edição de notícias é geralmente considerada centrista, com um foco forte em reportagens factuais sobre economia, finanças e negócios, sendo percebida como confiável e equilibrada por leitores de diferentes espectros políticos.

sábado, 9 de agosto de 2025

O Universo conspira...


No dia 21 de agosto de 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão que, para muitos, soou como um retrocesso em matéria de transparência e imparcialidade no Judiciário. Por 7 votos a 4, a Corte decidiu que juízes podem julgar processos em que uma das partes seja cliente de escritório de advocacia de seus parentes ou cônjuges.

A deliberação derrubou uma regra do Código de Processo Civil que proibia tal atuação, considerando-a inconstitucional. Na prática, foi alterado o entendimento anterior sobre o impedimento de magistrados em casos dessa natureza. A norma invalidada impedia que um juiz julgasse um processo envolvendo cliente de escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau, mesmo que a causa fosse conduzida por outro escritório.

É difícil ignorar que a medida pode beneficiar diretamente ministros do próprio STF, cujos familiares atuam como advogados. Para o cidadão comum, fica evidente o risco de conflitos de interesse e favorecimentos. Na minha visão de leigo, já seria difícil imaginar um colegiado indo mais longe para aprovar algo que, em tese, pode favorecê-lo. Mas não precisei esperar muito para ver algo ainda mais peculiar.

Em abril de 2020, no auge da pandemia, o Consórcio Nordeste anunciou a compra de 300 respiradores para hospitais da região, ao custo de R$ 48 milhões. A nota de empenho, assinada pelo ex-ministro Carlos Gabas, atestava que os equipamentos haviam sido entregues “em perfeitas condições”. O problema: eles nunca foram entregues.

O contrato, redigido pelos próprios vendedores, fato inusitado por si só, recebeu aval do então governador da Bahia, Rui Costa (PT), que presidia o consórcio. Na época, o grupo incluía:

Wellington Dias (Piauí)
Belivaldo Chagas (Sergipe)
Camilo Santana (Ceará)
Flávio Dino (Maranhão)
João Azevêdo (Paraíba)
Renan Filho (Alagoas)
Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte)
Paulo Câmara (Pernambuco)

Foi instaurado um inquérito sigiloso para investigar possíveis crimes na contratação direta de uma empresa supostamente sem qualificação técnica. O valor atualizado do contrato foi de R$ 49,5 milhões.

No âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que inicialmente assumiu o caso por haver autoridade com foro privilegiado, foram autorizadas medidas como quebra de sigilo bancário, telefônico e telemático, além de buscas e apreensões. A Polícia Federal, por sua vez, solicitou mais prazo para concluir o relatório final da Operação Ragnarok.

Com o avanço das investigações, o Ministério Público Federal (MPF) apontou que não havia mais autoridade com foro no STJ, o que retirava a competência daquela corte. O vice-presidente do STJ, ministro Og Fernandes, determinou então que o processo fosse remetido ao STF, para que este verificasse se algum dos investigados possuía foro que justificasse assumir o caso, conforme decidido na Questão de Ordem da APn 937.

Por se tratar de processo sigiloso, o número não foi divulgado. Mas veio então a reviravolta: após o “sorteio” interno no STF, o relator sorteado foi o ministro Flávio Dino. Sim, o mesmo Flávio Dino que, à época dos fatos investigados, era governador do Maranhão e membro efetivo do Consórcio Nordeste, justamente o órgão no centro do escândalo dos respiradores.

Para quem observa de fora, é inevitável enxergar ironia, ou muita coincidência, nesse enredo. Um caso de suposto desvio milionário, envolvendo governadores, acaba nas mãos de um ex-governador integrante do próprio grupo investigado.

Longe de mim duvidar da integridade e imparcialidade do Ministro Flávio Dino. Formou-se em direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), mestrado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), atuou como advogado, foi juiz federal concursado na 1ª Região, deputado federal pelo Maranhão, diretor da Escola de Direito de Brasília do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) e presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), durante o governo Dilma Rousseff. É um indivíduo absolutamente preparado!

No primeiro caso, processos são julgados por juízes com pessoas próximas como parte interessada. Neste último, a própria parte interessada faz o julgamento. O Universo nos prega cada peça...

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Lá vai fumo!

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Trump ajuda na criação de empregos no Brasil


A APEX, órgão de promoção de exportações do governo federal, atualmente comandada pelo ex-governador do Acre e ex-senador petista Jorge Viana, anunciou a abertura de um novo escritório em Washington, D.C. A justificativa oficial? Estabelecer um canal de diálogo com o governo americano para tentar reduzir os impactos do tarifaço sobre os produtos brasileiros.

Quer que eu adivinhe o que vai realmente acontecer? Mais cabides de emprego e absolutamente nenhum resultado prático. E que Deus nos livre de um novo escândalo de corrupção.

Né por nada não, só pra saber mesmo: afinal, para que serve o Setor de Promoção Comercial da Embaixada do Brasil, chefiado por um Adido Comercial, diplomata treinado especificamente para tratar de comércio exterior?

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Paulo Souza brilhante!!!!