Nilo Sérgio Bezerra
Um velho engenheiro aposentado que combate o ócio tentando escrever textos inspirados nos acontecimentos do cotidiano. Autor dos livros “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 1” , “INQUIETAÇÕES NOTURNAS, REFLEXÕES NAS MADRUGADAS” e “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 2”.
quarta-feira, 15 de outubro de 2025
Quem confere ferro...
O indivíduo trabalhava numa empresa que comercializava vigas de ferro, componentes estruturais essenciais da construção civil, responsáveis por sustentar cargas e garantir a estabilidade das edificações modernas.
Entre suas tarefas estavam o recebimento das vigas, a conferência das quantidades, dimensões e a separação por lotes.
Certo dia, ao manusear uma dessas pesadas peças metálicas, escapuliu e acertou-lhe a cabeça, abrindo-lhe o couro cabeludo. O ferimento não foi grave, mas causou dor intensa e um sangramento considerável.
Moral da história: “Quem confere ferro, com ferro será ferido.”
Introduzo essa historieta infame apenas como pretexto para falar do ditado original: “Quem com ferro fere, com ferro será ferido.”
A expressão, de origem bíblica (Mateus 26:52, onde Jesus adverte: “Todos os que pegarem na espada, à espada perecerão”), evoluiu na língua portuguesa como máxima de justiça poética, a ideia de que quem pratica o mal acaba por sofrer consequência semelhante.
Parte da mídia brasileira tem especulado que algumas autoridades nacionais se dizem vítimas de perseguição por governos estrangeiros. É claro que esse assunto nada tem a ver com ditados populares e suas variações... Mas como hoje não estou me sentindo muito bem, acabo misturando os temas.
quinta-feira, 9 de outubro de 2025
O maior escândalo
Por Antonio Gornatti
O maior escândalo financeiro já ocorrido no Brasil — maior que petrolões, mensalões e qualquer outro roubo de qualquer época nesta republiqueta — está sendo desvendado na CPI do INSS. E a imprensa brasileira? Está preocupada com Trump, Gaza e com a lista VIP das visitas à prisão domiciliar de Bolsonaro.
Este escândalo tem um agravante que o torna ainda mais repulsivo: é roubo de dinheiro que as pessoas foram obrigadas a entregar durante toda a vida, acreditando que, um dia, teriam uma velhice assistida. É o roubo de um roubo. Um assalto ao suor disfarçado de previdência.
E por que a imprensa não dá uma linha sobre isso? Te explico.
As redações brasileiras foram capturadas há décadas. Jornalistas formados por professores militantes, replicando o catecismo ideológico de Gramsci, Paulo Freire e afins, acreditam sinceramente que “informar” é “educar o povo” — e que educar é moldar. Só que o molde é sempre o mesmo: o da esquerda dócil e estatal.
Mas não são só eles. Os donos das grandes empresas de comunicação — esses executivos “isentos”, que posam de neutros enquanto dormem embalados por verbas públicas — vivem daquilo que fingem fiscalizar. Bilhões em propaganda oficial escorrem todo ano para manter as focas bem alimentadas. E foca bem alimentada bate palma para quem lhe dá o peixe.
Enquanto isso, o povo assiste, hipnotizado, à reprise do “quem matou Odete Roitman” político do dia. Tudo cuidadosamente produzido para que ninguém perceba quem está, de fato, matando o futuro do país.
Se leste até aqui e concordas, é porque talvez esteja na hora de assumir teu dever moral: abrir os olhos de quem ainda vive nesse transe coletivo. Porque o silêncio é o maior cúmplice de todos os ladrões — inclusive os que vestem terno e têm crachá de imprensa.
terça-feira, 7 de outubro de 2025
Ow IBGE véi que trabalha!!
O ‘menor desemprego da história’ é pura maquiagem. Enquanto a taxa cai no papel, o gasto com Bolsa Família explodiu de R$33 bi para R$170 bi. Isso não é emprego, é dependência paga com o SEU dinheiro! pic.twitter.com/tlXYHAAsmw
— Syrhaar Sacramento (@SyrhaarSacrame2) October 6, 2025
domingo, 5 de outubro de 2025
O Show de Paul McCartney
Na década de 1970, meu irmão Paulin (Paulo Viana) cansou da vida agitada da capital e decidiu trocar Fortaleza pela serenidade da Serra de Baturité, escolhendo Palmácia como novo lar. A mudança exigiu também a transferência de seu cargo federal, se não me engano por meio de cessão à prefeitura local. Nesse processo, reafirmando uma de suas muitas virtudes, a generosidade, presenteou-me com sua preciosa coleção de LPs dos Beatles. Eram todos os discos da banda inglesa que revolucionou a música e embalou os sonhos da minha juventude. Para mim, apaixonado pelo talento dos rapazes de Liverpool, foi um presente impagável.
Mais de meio século se passou. Hoje, tive a oportunidade única de assistir, aqui em Las Vegas, ao show que talvez seja o último nos Estados Unidos desse ex-Beatle que é uma lenda viva: Paul McCartney.
Aos 83 anos, Sir Paul emocionou às lágrimas a multidão que lotava o Allegiant Stadium, reunindo pessoas de todas as idades. Impressiona a vitalidade com que ele conduz as duas horas e quarenta minutos de espetáculo, revezando-se entre baixo, violão, guitarra, piano e teclados, e surpreendendo o público com incríveis efeitos especiais. Acompanhado por uma banda de oito músicos, sua voz e seu carisma mantêm intacta a magia que atravessa gerações.
Ao ouvir “Hey Jude”, “I Want to Hold Your Hand”, “Let It Be” e “Help!”, entre tantas outras, senti-me voltar aos meus 17 anos, a um tempo em que a música abria janelas para sonhar. A música tem esse poder: o de nos transportar no tempo, reacender memórias e reconectar-nos à nossa própria essência. Foi exatamente isso que vivi hoje à noite: um reencontro comigo mesmo, com minhas raízes e com minha juventude.
Ave, Paul! 🎶👏
quarta-feira, 1 de outubro de 2025
Um País Sem Rumo
"Os números são como as cartas, não mentem jamais!" Se olharmos com atenção para os indicadores econômicos, sociais e ambientais, vemos um retrato preocupante do Brasil em 2025. O governo atual parece caminhar na contramão de políticas eficazes, acumulando déficits, aumentando a dependência assistencial e afastando investimentos.
A Amazônia sofre com um ritmo de destruição alarmante. Em 2025, segundo o Imazon, a degradação atingiu 33.807 km², um salto de 482% em apenas dois anos. As queimadas e a exploração madeireira se intensificam sem a devida fiscalização, deixando o Brasil em posição desconfortável no cenário internacional e fragilizando a imagem do país.
A crise econômica se reflete na vida real. O Brasil chegou a 8 milhões de empresas inadimplentes em julho de 2025, segundo a Serasa Experian. São 1,6 milhão a mais do que em janeiro de 2023, recorde histórico. O cenário é agravado pelo aumento dos pedidos de recuperação judicial, que em 2024 alcançaram 2.273 casos, o maior número em 10 anos.
Enquanto isso, o Bolsa Família se torna a única fonte de renda para milhões. Em dez estados brasileiros há mais beneficiários do programa do que empregos formais, como no Maranhão, onde a diferença passa de meio milhão de pessoas. Isso mostra uma economia incapaz de gerar oportunidades, sustentada artificialmente por transferências de renda.
O endividamento público é outro alerta. O Brasil gastou R$ 941,2 bilhões em juros da dívida apenas nos últimos 12 meses, consumindo recursos que poderiam estar em saúde, educação e infraestrutura. Ao mesmo tempo, as estatais federais fecharam 2025 com déficit de R$ 5,6 bilhões, enquanto as estaduais acumularam rombo de R$ 2,3 bilhões. É um retrocesso em relação aos superávits de anos anteriores.
Outro dado gritante é a posição do Brasil entre os países com as maiores taxas de juros reais do mundo: 9,51% ao ano, atrás apenas da Turquia. Juros tão altos sufocam empresas e famílias, alimentando a inadimplência. Não por acaso, os Estados Unidos anunciaram redução de investimentos diretos no Brasil, enfraquecendo ainda mais o setor produtivo.
Degradação ambiental, empresas quebrando, aumento da dependência social, dívida fora de controle, juros estrangulando a economia, fuga de capitais estrangeiros e um sistema político vulnerável à instabilidade institucional. Este é o retrato do Brasil atual.
Enquanto a população sente os efeitos no bolso e na qualidade de vida, o governo insiste em discursos triunfalistas que não resistem à realidade dos números. O país precisa urgentemente de reformas estruturais, seriedade fiscal e políticas de desenvolvimento sustentável. Sem isso, continuaremos a assistir a um Brasil cada vez mais pobre, desigual e desacreditado no cenário internacional.
terça-feira, 30 de setembro de 2025
Precisa ser assistido!
Sensacional deram voz nos diretos humanos da ONU a um imenita sincero, e ele calou as narrativas!! pic.twitter.com/poKRX6hM77
— Ednaldo Ferreira 🙏🇧🇷🇧🇷 (@Ednaldo40916743) September 29, 2025
domingo, 21 de setembro de 2025
Entre Terminais e Reflexões
Estava chegando da Suíça, de uma viagem rápida em que visitei cidades de 3 países. Férias merecidas. O desembarque do avião da Air Europa foi no Terminal 2 do Aeroporto André Franco Montoro, em Guarulhos, São Paulo. Eu teria que fazer uma conexão para Curitiba, cujo check in doméstico é no Terminal 1. Não sei por quais desígnios do destino construíram o Terminal 1 a uma distância de pelo menos 15 minutos de ônibus de onde eu desembarcara. "Mas é de graça", informou-me gentilmente o policial, indicando-me a parada do "shuttle".
Com uns bons vinte minutos de espera em uma fila mediana, entrei no ônibus lotado. Para minha surpresa, um jovem de aproximadamente uns 25 anos levantou prontamente e ofereceu-me sua poltrona. Sua aparência humilde e o fato de estarmos no Brasil, surpreendeu-me. Preconceito imperdoável! Recusei educadamente, agradecendo seu gesto. Caminhei um pouco pelo corredor, conduzindo minha mala "carry on" e a inseparável bolsa a tiracolo que conduz meu também inseparável MacBook. Desta vez foi um homem de meia-idade que levantou e quase forçou-me a sentar, ainda que eu polidamente recusasse e agradecesse. Não houve jeito. Eu teria que fazer aquele pequeno trajeto entre os Terminais, sentado confortavelmente em uma poltrona do "shuttle" por exigência do educado senhor.
Sentei-me e acomodado na poltrona comecei a refletir. Percebi como muitas vezes desvalorizamos e subestimamos os sentimentos e a generosidade da maioria dos brasileiros. Aqueles gestos simples carregavam grandeza e me fizeram pensar sobre como, aos olhos dos outros, já sou visto como alguém merecedor de atenção especial, alguém que deve ser cuidado, pela idade.
Do alto dos meus bem vividos 77 anos, sigo senhor dos meus destinos e das minhas ações. Talvez a barba branca, cultivada desde 1973, quando ainda era preta, seja a responsável por essa percepção. Mas fazer o quê? É minha "marca registrada". Sinto-me bem com ela. O correto, portanto, é aceitar com gratidão os cuidados que a vida me presenteia, ainda que eu insista em não me reconhecer plenamente nesse "idoso" que os outros enxergam em mim.
segunda-feira, 15 de setembro de 2025
Para reflexão
Vamos fazer uma reflexão sobre as narrativas criadas pela esquerda contra o governo Bolsonaro.
Sobre as vacinas: o Reino Unido foi o primeiro país do mundo a iniciar a vacinação contra a Covid-19. Em 8 de dezembro de 2020, a senhora Margaret Keenan, de 90 anos, recebeu em Coventry a primeira dose da vacina da Pfizer/BioNTech. No Brasil, a primeira aplicação ocorreu em 17 de janeiro de 2021. A escolhida foi a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, funcionária do Hospital das Clínicas da USP. Ela recebeu a CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
Sobre o caso das joias: em abril de 2023, a Polícia Federal afirmou não haver provas conclusivas de que Bolsonaro ou Michelle Bolsonaro tenham se apropriado das joias. Em maio do mesmo ano, o Ministério Público Federal não ofereceu denúncia contra o ex-presidente, por falta de provas suficientes. O Tribunal de Contas da União (TCU), ao investigar o caso, também não atribuiu responsabilidade direta a Bolsonaro.
Vale lembrar: presentes de uso pessoal integram o acervo privado do presidente. Não existe lei que determine que tais presentes pertençam à União; em situações de lacuna legal, prevalece o princípio da estrita legalidade. O regulamento em vigor determina que apenas presentes trocados em cerimônias oficiais não pertencem ao presidente. Em decisão recente, o TCU reconheceu que um valioso relógio recebido por Lula em 2005 é de sua propriedade — entendimento que, por ser atemporal, se aplica também a Dilma e a Bolsonaro. Assim, se não há bens públicos envolvidos, não há como falar em peculato. Como reforça a Constituição, artigo 5º, inciso XXXIX: não há crime sem lei que o defina.
Sobre o Golpe de Estado: desde que o então Presidente Bolsonaro nomeou os chefes das Forças Armadas indicados por Lula por meio de decretos publicados no Diário Oficial da União em 28 de dezembro de 2022, portanto ainda em pleno exercício da presidência, recuso-me a falar em golpe. O Chefe de Estado que quer dar golpe, usa suas forças armadas para fazê-lo e não as entrega ao seu adversário gratuitamente. Ademais, golpe sem Forças Armadas, sem armas, com idosos e crianças entre outros, inclusive moradores de rua, vendedores de algodão doce e camelôs... isso não resiste à menor avaliação.
Esses episódios, somados ao cartão de vacinas, ao ‘pintou um clima’, à anedota da baleia e às próprias incontinências verbais do presidente, beiram o ridículo e se tornam insignificantes diante dos verdadeiros escândalos de proporções monumentais protagonizados pelos governos do PT. Basta lembrar: o Mensalão (R$ 121 milhões), a Lava Jato (R$ 25 bilhões), o Petrolão (R$ 42,8 bilhões) e os desvios do INSS (já estimados em R$ 90 bilhões), para citar apenas alguns. Como dizia Margaret Thatcher, “não há dinheiro público; há apenas o dinheiro dos pagadores de impostos”. E é exatamente esse o ponto: desde 2003, os governos do PT sangram, sem pudor, o bolso do cidadão.
O que me causa perplexidade é perceber que pessoas razoavelmente esclarecidas, algumas com alto nível intelectual, não se detêm diante dessa análise. A cegueira ideológica mata a verdade e a razão. Ainda que eu corra o risco de alimentar pensamentos conceitualmente binários e de uma pobreza e mediocridade de análise e avaliação que só ratificam o conhecido comportamento de manada, assemelhando-se à conduta dos animais em rebanho, a comparação me parece inevitável: o governo Bolsonaro pode ter sido como a velhice no ser humano, cheia de limitações, doenças e sequelas. Já os governos do PT que têm sido a opção, equivalem à morte precoce. E aqui deixo a pergunta incômoda: o que você prefere?
sexta-feira, 12 de setembro de 2025
Mykonos
A ilha grega de Mykonos é uma das mais famosas do mar Egeu e carrega uma longa história. Seus primeiros habitantes já estavam ali mais de mil anos antes de Cristo, e hoje constitui um município da Grécia. Com 176 km² e 10.704 habitantes permanentes, Mykonos é relativamente pequena: em comparação, é cerca de quatro vezes menor que Várzea Alegre em população e vinte vezes menor em área, já que o município cearense possui 3.549 km².
Curiosamente, a vocação turística de Mykonos só surgiu na década de 1950, quando jovens ricos começaram a frequentar a ilha em busca de exclusividade e beleza natural. O processo de consolidação como destino do jet-set internacional teve um impulso decisivo graças a Jackeline Kennedy, que na época era primeira-dama dos Estados Unidos e ajudou a projetar a ilha no imaginário global. Desde então, Mykonos tornou-se sinônimo de glamour, luxo e cosmopolitismo.
A ilha se distingue por sua arquitetura peculiar: casas caiadas de branco, portas e janelas em azul vibrante e ruas estreitas de pedra, que criam uma estética única e encantadora. Essa paisagem, ao mesmo tempo simples e sofisticada, atraiu artistas, escritores e celebridades ao longo das décadas, contribuindo para a reputação de Mykonos como um destino de beleza singular e identidade cultural marcante no Mediterrâneo.
Mas Mykonos não se resume apenas ao charme arquitetônico. É também famosa por suas praias deslumbrantes, que variam entre recantos tranquilos e espaços dedicados a festas, além de sua vida noturna vibrante, considerada uma das mais intensas da Grécia. A ilha abriga alguns dos clubes e bares mais renomados do país, atraindo visitantes de todo o mundo em busca de diversão, música e entretenimento à beira do mar Egeu.
quarta-feira, 10 de setembro de 2025
Quem seria o Pateta?
🚨URGENTE - Flávio Dino diz que um Tweet de um governo estrangeiro não vai mudar o julgamento no STF
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) September 9, 2025
“Será que alguém acredita que um cartão de crédito ou o Mickey vão mudar o julgamento no Supremo? O Pateta aparece com mais frequência.” pic.twitter.com/CuxqcjBEMR
segunda-feira, 8 de setembro de 2025
7 de Setembro
Este vídeo é uma homenagem a você que hoje fez história nas ruas de todo o Brasil.
— Paulo de Tarso (@paulodetarsog) September 7, 2025
Tente não se emocionar.
🇧🇷 pic.twitter.com/S92l4JI2jE
domingo, 7 de setembro de 2025
Correios? Salve-se quem puder!
O sistema postal brasileiro nasceu de forma rudimentar no período colonial, administrado por funcionários nomeados, muitas vezes sem controle rígido. No Império, os Correios permaneceram sob responsabilidade estatal, mas continuavam a carecer de padronização e fiscalização efetiva.
Com a Proclamação da República, os Correios foram federalizados. Mesmo assim, não estavam imunes a desvios. Jornais regionais registravam casos de carteiros que abriam correspondências ou desviavam encomendas valiosas. Em Minas Gerais, em 1912, um carteiro foi preso por furtar cédulas enviadas pelo correio. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, veículos como O Estado de S. Paulo e o Jornal do Commercio noticiavam, ocasionalmente, queixas de comerciantes sobre “encomendas valiosas sumidas”.
Na Era Vargas houve tentativas de modernizar e profissionalizar os serviços postais. Ainda assim, denúncias de corrupção e roubos persistiram, especialmente em cidades do interior e regiões de fronteira. Um episódio marcante ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial: entre 1944 e 1945, diversas famílias de soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) denunciaram que cartas e pacotes enviados da Itália jamais chegaram, muitos contendo fotos, dinheiro e objetos pessoais.
Antes da Constituição de 1988, o regime jurídico do funcionalismo federal previa a “disponibilidade” como forma de afastamento remunerado sem exercício de função. Durante o regime militar, funcionários foram sendo colocados em disponibilidade, transferidos, demitidos ou aposentados compulsoriamente.
Em 1973, os Correios viveram um marco: o primeiro grande concurso nacional, com mais de 20 mil vagas para carteiro, atendente comercial, operador de triagem, entre outros cargos. Foi a primeira seleção em grande escala com provas padronizadas e inscrições nacionais. Esse momento inaugurou uma era de profissionalização e modernização, elevando os Correios ao patamar de uma das instituições públicas mais respeitadas do país.
Por muitos anos, os Correios desfrutaram de prestígio e credibilidade, sinônimo de confiança e eficiência. Essa realidade começou a ruir quando a gestão técnica foi gradualmente substituída por indicações políticas. O ápice da deterioração ocorreu com o escândalo do Mensalão, denunciado em 2005, no qual a estatal foi usada como peça-chave no esquema de corrupção.
A decadência ganhou contornos dramáticos no episódio do Postalis, fundo de previdência complementar dos funcionários dos Correios, criado em 1990 para administrar aposentadorias, pensões e pecúlios.
O rombo bilionário começou a ser revelado em 2015–2016, embora os prejuízos se acumulassem havia mais de uma década, especialmente entre 2008 e 2015. O déficit atuarial foi estimado em R$ 19,5 bilhões, segundo a Previc e a CPI dos Fundos de Pensão.
Aplicações de alto risco, como construtoras (OAS, Odebrecht, Queiroz Galvão), empreendimentos fantasmas e títulos podres; Empréstimos sem garantias reais a empresas ligadas a políticos e diretores do fundo; Gestão temerária e corrupção, com ex-diretores presos na Operação Greenfield (PF, 2016).
As consequências atingiram diretamente os trabalhadores: aumento das contribuições, congelamento de benefícios, restrição de reajustes e redução de planos de saúde vinculados. O caso do Postalis não apenas expôs o desvio de recursos, como destruiu a confiança em uma instituição que já foi símbolo de respeito e eficiência.
Em anos recentes, os números revelam a gravidade da crise. Em 2023, os Correios registraram prejuízo de R$ 597 milhões. Em 2024, o déficit disparou para R$ 2,6 bilhões, quase quatro vezes mais. Já no primeiro semestre de 2025, o prejuízo triplicou, alcançando R$ 4,37 bilhões, um aumento de 222% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A trajetória dos Correios espelha a própria história da administração pública brasileira: da precariedade inicial, passando pela fase de excelência e credibilidade, até a degradação causada pela ingerência política e pelos escândalos de corrupção dos governos do PT.
E aqui fica a questão inevitável: se tudo isso aconteceu e ainda acontece com os Correios, uma empresa de tamanha relevância e visibilidade nacional, o que pode ter ocorrido, silenciosamente, com tantos outros órgãos da administração direta e indireta no mesmo período?
Deus salve o Brasil!
sábado, 6 de setembro de 2025
Vai cair!!
Castelo de Areia pic.twitter.com/acA11b5IuT
— Adilson SP 🇧🇷🏳️🌈 (@adilsonesp) September 6, 2025
quinta-feira, 4 de setembro de 2025
O Gênio da Lâmpada
- Faça três pedidos que eu vou atender, diz o Gênio!
- Eu quero:
1. Saúde
2. Paz
3. O salário do "Bessias"
O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, recebeu um total bruto de R$ 307,9 mil em honorários advocatícios do órgão no mês de junho deste ano.
Após os descontos, o valor líquido depositado para o ministro foi de R$ 225.581,43 – o equivalente a pouco mais de 12 anos e um mês de salários mínimos. Apesar do pagamento ter sido depositado no começo de julho, as informações se tornaram públicas apenas ontem (2/9).
➡️ A reportagem completa está na coluna de Andreza Matais. Basta acessar metropoles.com.
🎥 Andre Shalders/Metrópoles
quarta-feira, 3 de setembro de 2025
Processos anulados
Nos últimos dois anos, o ministro Dias Toffoli anulou diversos processos da Operação Lava Jato, entre eles alguns dos mais emblemáticos:
Marcelo Odebrecht – empresário, ex-presidente da Odebrecht
Antonio Palocci – ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil
Nelson Luiz Oliveira de Freitas – ex-vice-presidente dos Correios
Guilherme de Salles Gonçalves – advogado, corréu em casos ligados a Paulo Bernardo
Paulo Bernardo – ex-ministro do Planejamento e das Comunicações
Léo Pinheiro – ex-presidente da OAS
Alberto Youssef – doleiro
João Vaccari Neto – ex-tesoureiro do PT
A fundamentação dessas decisões foi a alegação de conluio entre o juiz de primeira instância, Dr. Sérgio Moro, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. Segundo o entendimento do ministro, essa relação "comprometeu garantias essenciais do Estado de Direito, como o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa".
Em cada um dos casos, sustentou-se que os atos processuais estavam “contaminados”, o que justificou a anulação integral das decisões, incluindo investigações, prisões e multas.
Se você tiver conhecimento de algum processo em andamento marcado por irregularidades semelhantes, é possível denunciar a situação ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão responsável pela fiscalização disciplinar do Judiciário, que assegura eficiência, transparência e respeito aos princípios constitucionais. Também é possível encaminhar informações diretamente ao Supremo Tribunal Federal (STF), que, com imparcialidade, poderá conduzir a análise do caso.
sábado, 30 de agosto de 2025
Deputado Nikolas, enrolado!
Nikolas, meu caro, desculpa não tem. Você está mesmo até o pescoço nesse papo de crime organizado. Afinal, quem foi mesmo que teve o tesoureiro do PCC flagrado pela PF dizendo que seu Partido “tinha diálogo com nóis cabuloso”? (Opa, peraí... não foi seu Partido, foi o PT?).
Mas vamos lá: quem fez comício no Complexo do Alemão, exibindo orgulhoso o boné com a sigla CPX, em território onde até o vento só sopra com autorização do Comando Vermelho? (Eita, engano de novo... não foi você, foi o Lula?).
Ok, vamos tentar outra: quem fez visita ao Complexo da Maré, sem um segurança sequer, em uma área que a própria polícia jura que “sem aval do tráfico é impossível”? (Ih rapaz... não era você, era o Ministro Dino?).
Então explica aí: por que cargas d’água tá todo mundo na imprensa batendo o bumbo dizendo que você é quem protege o crime organizado?
sábado, 23 de agosto de 2025
Eu sou doido por doido!
ESSE É DOIDO DE ATIRAR PEDRA!! 🚨🚨
— Daniel BigHouse Influencer nas Mídias Sociais (@DanjelBigHouse) August 23, 2025
Você nunca viu ninguém dizendo isso de forma tão clara. Dando nome aos bois! 💯👈🏽
ASSISTAM C/MUITO CUIDADO
👇🏽🫡👊🏽🎯👈🏽 pic.twitter.com/pVtliQc3xj
Esse Padre é dos meus!!!!
E num é que o padre mandou vê....
— Lou Novak 💚💛💚💛 (@Louh_novak) August 22, 2025
🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭😁😁😁😁😁 pic.twitter.com/88gcNOKKRg
quinta-feira, 21 de agosto de 2025
“Fishing expeditions”
Essa Direita é um saco de gatos: Malafaia briga com Eduardo, que briga com Tarcisio, que fala mal do Eduardo, que manda o pai tomar no cu.
No Direito, “fishing expedition” (pesca probatória) descreve a investigação que lança uma rede ampla e indiscriminada em busca de qualquer coisa que incrimine alguém, sem alvo definido nem base concreta. Na prática, vira pedido genérico de documentos, depoimentos e dados na fase de descoberta, à espera de “achar algo”. Essa lógica colide com pilares do sistema brasileiro: legalidade, privacidade, presunção de inocência e fundamentação das decisões.
No Brasil, essa prática é ilegal. A Constituição de 1988 assegura privacidade (art. 5º, X) e presunção de inocência (art. 5º, LVII), e impõe que medidas invasivas sejam fundamentadas, específicas e proporcionais. Não se pode apreender um celular “para ver se encontra algo” sem indícios mínimos e justa causa. Imagine: a autoridade recolhe o aparelho sem base sólida; nada aparece para o caso, mas surgem conversas privadas entre figuras públicas. Se esses diálogos vazarem para constrangimento social ou político, o dano é irreparável e a investigação degenera em arma de destruição de reputações.
Felizmente, não há espaço legítimo para isso. Além de eticamente reprovável, é nulo: o Código de Processo Penal (art. 5º) e a jurisprudência do STF exigem indícios concretos para buscas e apreensões; sem eles, o ato é inválido. Ainda assim, a tecnologia barateou o acesso a dados pessoais e mantém a tentação de investigações amplas e sem direção, sobretudo em climas politicamente carregados.
Proteger contra “fishing expeditions” é mais que técnica processual: é condição de confiança nas instituições. Qualquer desvio corrói a credibilidade do sistema e abre precedentes perigosos. Devemos manter-nos vigilantes para que o desejo de “pescar evidências” não acabe capturando a dignidade dos cidadãos.
domingo, 17 de agosto de 2025
A cerca de Vicente Vieira
Vicente Batista Vieira, pai do Padre Vieira “do jumento”, não o dos "Sermões", tinha uma fazenda no sítio Extrema, em Várzea Alegre. Seu vizinho, Antônio Rodrigues, fez queixa ao delegado e se intrigou com o velho Vicente, acusando-o de ter erguido uma cerca invadindo um metro de sua terra. A questão foi parar na Justiça.
Antônio contratou um advogado do Crato, já Vicente mandou recado a Joaquim de Figueiredo Correia (então vice-governador) e a Dário Batista Moreno (promotor público), ambos parentes próximos e advogados, para que fossem a Várzea Alegre se inteirar do caso. Na viagem, Dário disse a Figueiredo: “Figueiredo, você, que é mais próximo de Tio Vicente, assuma a condução da conversa. Eu ficarei ouvindo e dando apoio moral.”
Assim combinado, assim feito. Ao chegarem à casa da calçada alta, na Extrema, cumprimentaram o patriarca e, sentados em confortáveis cadeiras de balanço, Figueiredo pediu que ele contasse a história. Vicente Vieira despejou um rosário de críticas a Antônio Rodrigues e, por fim, admitiu ter avançado “um pouco” com a cerca que dividia os terrenos. Nesse momento, Figueiredo o interrompeu: “Tio Vicente, me desculpe, mas o senhor não tem razão.” E o velho retrucou: “Eu sei! Se eu tivesse razão, num precisava de vocês, não!”
Consta que a pendenga (e a respectiva intriga) durou mais de dez anos. Não sei como terminou, porque meu informante só contou até aí e se houver alguma inconsistência no “causo”, a culpa é dele.