Um velho engenheiro aposentado que combate o ócio tentando escrever textos inspirados nos acontecimentos do cotidiano. Autor dos livros “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 1” , “INQUIETAÇÕES NOTURNAS, REFLEXÕES NAS MADRUGADAS” e “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 2”.
quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Missão impossível ou sabotagem planejada?
Consta nos bastidores de Brasília e de Washington que Mauro Vieira (chanceler brasileiro) e Fernando Haddad (ministro da Fazenda) estão tentando uma audiência com dois dos nomes mais influentes do governo Trump 2.0: Marco Rubio, que ocupa simultaneamente o cargo de Secretário de Estado e o posto de Conselheiro de Segurança Nacional e Jamieson Greer, o novo Representante de Comércio dos Estados Unidos (U.S. Trade Representative), e ambos são figuras centrais na formulação da política externa e comercial norte-americana, especialmente neste segundo mandato, marcado por linhas duras, pragmatismo absoluto e uma clara reorientação estratégica do papel dos EUA no mundo.
De acordo com fontes diplomáticas, se Vieira e Haddad conseguirem a reunião, o que já é, por si só, uma barreira, pretendem apresentar como pauta a retirada da sobretaxa de 40% imposta aos produtos brasileiros e a revogação das sanções aplicadas pelo governo americano aos membros do Executivo, Legislativo e sobretudo do Judiciário brasileiros.
A intenção pode ser nobre. O plano, porém, é frágil. E os executores, ainda piores. Vamos aos fatos: a dupla escolhida para essa missão já demonstrou reiteradas vezes incapacidade operacional e política.
Mauro Vieira, apesar das décadas de carreira diplomática, conduz um Itamaraty cada vez mais esvaziado, ideologizado e submisso às prioridades do Planalto. Fernando Haddad, por sua vez, é um economista que tenta equilibrar o discurso de responsabilidade fiscal com as pressões internas do partido, e não agrada nem à ala pragmática, nem à ala ideológica do governo.
Agora imagine esses dois, juntos, tentando convencer o responsável por toda a política comercial americana e o Secretário de Estado mais influente desde a Guerra Fria e atual Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, a simplesmente voltarem atrás em decisões estratégicas de Trump. E tudo isso sem levar absolutamente nada para negociar.
É como ir a uma mesa de poker internacional com as mãos vazias, contra adversários que jogam com cartas marcadas, calculadora política e milhões de empregos americanos na retaguarda.
É ingenuidade? É incompetência? Ou é outra coisa? O mais intrigante nesse movimento não é a ingenuidade da missão, é eventualmente o fato de talvez o fracasso não ser um acidente, mas um plano.
Se o governo realmente quisesse negociar com o governo Trump, enviaria negociadores profissionais, diplomatas experimentados em crises e quadros técnicos com capacidade real de barganha.
Mas escolheu Vieira e Haddad. Por quê? Aqui, entra a hipótese incômoda: talvez o governo não queira um acordo. Porque, se a missão fracassar, e tudo indica que fracassará, o Planalto terá a narrativa perfeita:
“Os EUA foram intransigentes. As sanções são injustas. Precisamos buscar parceiros mais compreensivos.”
E adivinhe quem surge imediatamente nessa equação? Aquela velha “civilização ancestral”, o gigante asiático, sempre pronto para acolher governos que desejam relações menos transparentes, menos fiscalizadas e mais convenientes.
Quanto pior for a relação com os EUA, quanto mais distante o Brasil estiver do Ocidente, quanto mais difícil for reverter as sanções, mais fácil será mergulhar de cabeça na influência chinesa. Entregar uma tarefa hercúlea a quem não tem preparo, autoridade ou carta de negociação não é apenas erro, é quase uma assinatura. Se o objetivo fosse resolver, os emissários seriam outros. Se o objetivo fosse negociar, haveria concessões estudadas. Se o objetivo fosse reaproximar-se dos EUA, a estratégia seria profissional. Mas não é isso o que se vê. O governo do PT parece preferir o conflito ao entendimento, o isolamento à integração e a aproximação automática com a China a qualquer esforço de reaproximação com o Ocidente. A missão de Vieira e Haddad, nesse sentido, serve mais como álibi do que como esperança. Quando se envia quem não pode resolver, o fracasso não é acidente, é propósito.
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