quinta-feira, 6 de novembro de 2025

De Selic, Matança e Traficantes.


Naquela terça-feira tórrida em Nárnia, o Copom anunciou: Selic a 15%. Os jornais chamaram de “decisão técnica”. Os bancos estouraram champanhe.

E o povo? Esse comemorou… pagando juros até no fiado da bodega.

Enquanto isso, nas sombras da capital de Nárnia, o Partido dos Traficantes fazia festa. Não traficavam drogas, traficavam influência, verbas, favores e manchetes.

Cada aumento da Selic era mais um grito de alegria nos corredores forrados de tapete persa: “É a economia se fortalecendo!”, diziam, entre um uísque e outro. Mas lá fora, nas favelas e nos becos, a matança seguia — de empregos, de esperança, de futuro.

O povo sangrava em silêncio, sem saber que a verdadeira facção armada vestia terno italiano e falava em “metas de inflação”.

E assim, entre o cambalear do trabalhador e o brinde dos banqueiros, o Partido dos Traficantes seguia no poder, traficando o que há de mais valioso: - a paciência do povo brasileiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário