quarta-feira, 19 de março de 2025

O CHEGA está chegando!


Portugal adota um Regime Semipresidencialista, no qual o Presidente da República, eleito por voto direto para um mandato de cinco anos, exerce a função de Chefe de Estado. No entanto, o poder executivo é liderado pelo Primeiro-Ministro, sendo indicado pelo Presidente da República e deve ser o líder do partido ou coligação com maioria no Parlamento. O Primeiro-Ministro é o Chefe de Governo, responsável por administrar o país e implementar as políticas aprovadas pelo Legislativo.

Historicamente, Portugal tem sido dominado por dois principais partidos, o Partido Socialista (PS), de esquerda, fundado em abril de 1973 e um dos pilares da política portuguesa e o Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, fundado em maio de 1974, e tradicionalmente o principal opositor do PS.

Porém, nos últimos anos, uma nova força política tem se destacado no cenário nacional: o CHEGA, partido de direita fundado em abril de 2019. Seu fundador e líder, André Ventura, é um ex-membro do PSD que rompeu com a legenda para criar um partido com uma plataforma mais conservadora e crítica ao sistema político vigente.

O crescimento do CHEGA tem sido notável. Na eleição de outubro de 2019 o partido recém-criado conseguiu apenas 1,3% dos votos e eleição de 1 deputado. Na eleição seguinte, em janeiro de 2022, saltou para 7,2% dos votos, conquistando 12 deputados e tornando-se a terceira maior força política. Na eleição recente de 10 de março de 2024, o partido mais que quadruplicou sua bancada, passando de 12 para 50 deputados.

Esse avanço reflete um descontentamento significativo com os quase dez anos de governos de esquerda em Portugal (2015-2024). O crescimento do CHEGA também reforça a tendência de fortalecimento da direita no país.

Nessa última eleição, a Aliança Democrática (AD), uma coligação de centro-direita, venceu a disputa, mas não alcançou maioria absoluta. Isso significa que precisará fazer acordos parlamentares para conseguir formar um governo estável. A solução mais provável é uma aliança com o CHEGA, consolidando um bloco de direita no Parlamento. Essa mudança sinaliza uma possível guinada política no país, marcando o fim de quase uma década de administrações socialistas e uma nova fase para Portugal.

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