Um velho engenheiro aposentado que combate o ócio tentando escrever textos inspirados nos acontecimentos do cotidiano. Autor dos livros “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 1” , “INQUIETAÇÕES NOTURNAS, REFLEXÕES NAS MADRUGADAS” e “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 2”.
quarta-feira, 26 de maio de 2021
Parem o mundo que eu quero descer (Mafalda)
"Joaquín Salvador Lavado Tejón, better known by his pen name Quino, was an Argentine-Spanish cartoonist. His comic strip Mafalda is popular in many parts of the Americas and Europe and has been praised for its use of social satire".
Depois desse grito de socorro emitido pela personagem do cartunista Quino, vários artistas têm usado a frase "parem o mundo..." O cantor brasileiro de rock Sílvio Brito, em 1975, lançou a música "Pare o Mundo Que Eu Quero Descer", frase também utilizada por Raul Seixas na música do mesmo nome.
Pois bem, agora digo eu: "parem o mundo que eu quero descer"!
No último dia 21, enquanto os líderes do G20 (Grupo do qual faz parte o Brasil) reuniam-se na Arábia Saudita para discutir a restauração do crescimento e proteção contra a Covid-19, o Presidente do nosso país preferiu visitar o Maranhão, estado do seu desafeto governador Flavio Dino, para entregar 287 títulos de propriedade rural na cidade de Açailândia - no assentamento do Projeto Assaí. Na solenidade, Sua Excelência provocou a aglomeração de milhares de pessoas, desrespeitando o decreto estadual que apena pessoas sem máscaras e que descumprem a exigência de distanciamento social. Dois dias depois promoveu o que se convencionou chamar de “motociata”, um passeio pelas ruas do Rio de Janeiro acompanhado por milhares de motoqueiros. Ainda recentemente, usando linguagem inadequada que fere a liturgia e majestade do cargo que ocupa, referiu-se a dois ex-Presidentes da República como "um ladrão e um vagabundo".
Uma recente decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, que anulou todas as condenações do ex-presidente Lula tornando-o elegível, acelerou a corrida pela eleição de 2022 para Presidente da República. Note-se que o Ministro do STF não julgou inocente o ex-Presidente, apenas em sua decisão considerou que a 13ª Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar os casos. Por conta dessa no mínimo surpreendente decisão, o ex-Presidente (que ainda responde a mais meia dúzia de Processos em Foros distintos, além desses que foram remanejadas para a Justiça Federal de Brasília) livre, leve e fagueiro, lançou-se candidato e iniciou uma série de ações buscando apoio de Partidos e lideranças fora do PT. Esse episódio é a negação de um processo penoso e duradouro que tentou excluir da vida pública brasileira indivíduos que hajam cometido crimes, principalmente contra a probidade administrativa. Esse processo foi iniciado ainda em 2010, com a aprovação pelo Congresso de uma lei de iniciativa popular conhecida como Lei da Ficha Limpa, culminando com a Operação Lava Jato.
Enquanto isso, desenvolve-se no Senado Federal uma Comissão Parlamentar de Inquérito buscando a responsabilidade de agentes públicos sobre as quase meio milhão de mortes pela pandemia que ora assola o planeta. A iniciativa seria louvável se não fosse pela inoportunidade, quando todos os esforços deveriam ser empregados no combate à pandemia, e pelos seus componentes, em grande parte comprometidos por diversas razões. Ali existem líderes partidários adversários do Governo Federal que não escondem sua busca insana para responsabilizar apenas o Presidente Bolsonaro. Pai de Governador de Estado já "visitado" pela Polícia Federal e com pedido de prisão solicitado.
Mais absurda ainda é a escolha dos dirigentes da CPI. O presidente, Senador Omar Aziz, é "conhecido no meio político — especialmente no Estado que governou — por suas ações suspeitas de corrupção, desvios e até pedofilia". Durante sua trajetória, Aziz foi alvo de uma operação do Ministério Público Federal conhecida como “Maus Caminhos”, deflagrada em 2016. Como desdobramento dessa operação, a esposa de Aziz, a deputada Nejmi Aziz (PSD), e três irmãos do senador já foram presos em 2019 por acusação de desvio de verbas públicas da saúde e formação de quadrilha, na maior operação da história da Polícia Federal (PF) no estado amazonense. O relator, Senador Renan Calheiros, dispensa apresentações. Independente de mais de uma dezena de Processos em que é investigado pelo STF, Sua Excelência tinha a obrigação de considerar-se impedido de sequer participar da CPI, por ser pai de Governador que em tese poderá ser investigado. Em suas manifestações nas seções da CPI, o relator externa ostensivamente seu ódio ao Presidente da República, destilando veneno em cada intervenção.
Para o Brasil que eu quero descer!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário