quarta-feira, 7 de novembro de 2018

The midterm elections




As chamadas "midterm elections" nos Estados Unidos, acontecem quando o mandato presidencial está no final do segundo ano. O presidente é eleito para um mandato de 4 anos, com direito a uma, e apenas uma, reeleição. Essa eleição é importante porque é um indicativo do que poderá acontecer na eleição presidencial dois anos depois. É uma espécie de plebiscito do mandato presidencial.

Este ano esperava-se pelo que se convencionou chamar de onda azul. Seria uma superlativa vitória dos Democratas, baseada nas pesquisas de aprovação do Governo Trump, ou melhor dizendo na desaprovação do próprio Trump. Não aconteceu. Apesar do presidente ser antipatizado por grande parcela da população por suas posições autoritárias, aparentemente misóginas, anti-imigração, guerra declarada aos grandes veículos de comunicação etc (qualquer semelhança é mera coincidência), o Partido Republicano manteve o domínio do Senado. Aqui nos defrontamos com a popular história do "copo meio cheio ou meio vazio". Houve uma vitória Democrata, na medida em que conseguiu reaver a maioria na House (Câmara), mas com gosto de derrota pela perspectiva de vitória em ambas as casas legislativas. O inverso para os Republicanos.

"Nestas eleições estavam em jogo todos as 435 vagas da Câmara, 35 cadeiras do Senado, 36 governos de Estados americanos, além de vários cargos locais, como prefeitos, juízes e xerifes." Interessante esclarecer que os mandatos de deputados é de apenas dois anos, enquanto o Senado renova um terço a cada dois anos, uma vez que o mandato de senador é de seis anos.

A partir desta eleição, ambos os partidos possuem maioria confortável nas respectivas casas. Na Câmara, os Democratas deverão ganhar 229 cadeiras, enquanto os Republicanos ficarão com algo em torno de 206 e alguns poucos ditos independentes. No Senado, os números finais deverão ser 53 X 47, com vantagem para os Republicanos. Com relação aos governos estaduais, os Republicanos perderam alguns governadores mas mesmo assim ainda continuam com a maioria dos estados.

Apesar do resultado adverso, o Presidente Trump não "passa recibo", como é característica de seu procedimento. Vejam abaixo o Twitter postado por ele, às 1:14h da madrugada (horário de Washington).



Mas finalmente, quais as implicações desse resultado? Recorro à Rede CNN, um dos mais prestigiados grupos de mídia dos Estados Unidos. Sua manchete principal é: "Um dividido Congresso, uma América dividida". E segue a matéria:

- "Os democratas capturaram na terça-feira a Câmara dos Representantes e devem fazer um grande controle institucional sobre o presidente Donald Trump."
- "As tendências opostas na Câmara e no Senado enfatizaram um abismo político e cultural entre os diversos e ricos liberais que vivem nas grandes cidades e seus subúrbios e o grupo conservador de brancos, predominantemente branco, trabalhador e rural, para quem Trump continua sendo uma figura icônica."
- "Nancy Pelosi, ex-presidente da Câmara que está em posição de liderar novamente, prometeu que a nova maioria trabalharia para controlar a Casa Branca, assim como para melhorar os serviços de saúde, diminuir o custo dos medicamentos e proteger milhões de americanos com drogas pré-existentes. 'Hoje é mais do que democratas e republicanos. Trata-se de restabelecer os freios e contrapesos da Constituição à administração Trump', disse Pelosi."
- "O deputado democrata Jerrold Nadler, que está escalado para dirigir o Comitê Judiciário da Câmara, advertiu que a eleição era sobre responsabilidade por Trump. 'Ele vai aprender que não está acima da lei', disse Nadler à CNN."

Acompanhei, seja pelos talk shows de rádio e televisão, seja conversando com o homem comum, os 14 meses de constrangimento e verdadeira humilhação pelos quais passou o Presidente Clinton, acossado pela maioria Republicana no episódio Mônica Lewinsky. Apesar do suposto otimismo do presidente, se eu fosse ele colocaria minha basta cabeleira ruiva de molho.

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