sexta-feira, 11 de julho de 2025

"Pato Manco"


A expressão “pato manco” na política é uma tradução do termo em inglês lame duck e se refere a um governante ou parlamentar que continua exercendo o cargo mesmo após já estar definido que não permanecerá no poder. Isso ocorre geralmente quando o político perdeu uma eleição para a reeleição ou está cumprindo o final de seu mandato sem possibilidade de renovação. Durante esse período, sua influência política costuma ser reduzida, pois ele já não representa mais com força a vontade popular ou perdeu o respaldo necessário para liderar com eficácia.

Esse termo é bastante usado em democracias consolidadas, como nos Estados Unidos, onde há um intervalo fixo entre a eleição e a posse do novo governante. Por exemplo, um presidente que perde a eleição em novembro continua no cargo até janeiro do ano seguinte, período em que é considerado um “pato manco”. Nessas semanas, ele ainda possui os poderes formais da presidência, mas seu peso político e sua legitimidade são frequentemente questionados.

Na prática, um governante em condição de “pato manco” pode encontrar dificuldades para aprovar projetos, negociar com aliados ou tomar decisões impopulares, pois seu futuro político está encerrado e sua autoridade enfraquecida. Ainda assim, alguns usam esse tempo para adotar medidas de última hora, como assinar decretos, indicar juízes ou conceder indultos, justamente por não estarem mais sujeitos às pressões eleitorais. Essas ações costumam gerar debates sobre ética, legitimidade e respeito à vontade do eleitor.

No Brasil, embora o termo “pato manco” não seja tão comum quanto em países de língua inglesa, a situação que ele descreve ocorre de forma semelhante. Após eleições (mas não apenas) é comum que prefeitos, governadores e presidentes em fim de mandato percam força política e deixem de influenciar decisões relevantes. O conceito serve, portanto, como uma metáfora poderosa para ilustrar o enfraquecimento natural de um líder que caminha para o fim de sua trajetória no poder, mesmo que legalmente ainda esteja no cargo.

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