Um velho engenheiro aposentado que combate o ócio tentando escrever textos inspirados nos acontecimentos do cotidiano. Autor dos livros “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 1” , “INQUIETAÇÕES NOTURNAS, REFLEXÕES NAS MADRUGADAS” e “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 2”.
quinta-feira, 31 de julho de 2025
Entre Sanções e Simbolismos
Vamos aos fatos, com a sobriedade que o tema exige e a clareza que ele permite. As recentes ações adotadas pelo Governo dos Estados Unidos em relação ao Brasil, especialmente no que diz respeito à imposição de sanções e restrições a determinadas autoridades, estão longe de configurar uma política de hostilidade aberta ou de “terra arrasada”, como alguns tentam alardear. Trata-se, antes, de um recado firme, simbólico e estrategicamente calibrado.
De um lado, há o desapreço claro pela atual condução da política externa brasileira, que parece cada vez mais desalinhada com os valores tradicionais do Ocidente. De outro, uma preocupação objetiva com práticas internas que violam princípios fundamentais, como o respeito aos direitos humanos, à liberdade de expressão e ao devido processo legal. Nesse sentido, as medidas aplicadas miram tanto a conduta institucional quanto determinados protagonistas do cenário nacional.
A mais visível entre elas e que gerou maior repercussão, foi a imposição de uma tarifa de 50% sobre cerca de 4.000 produtos exportados pelo Brasil aos EUA. A princípio, o número parece alarmante. Mas uma análise mais detida revela que há uma lista de exceções com aproximadamente 700 itens, que representam cerca de 40% do valor total exportado. Ou seja, a retaliação é parcial e seletiva, com margem suficiente para não ferir de morte setores estratégicos do comércio bilateral.
Outro ponto que causou estardalhaço foi a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, medida que implica basicamente em sanções econômicas e restrições de entrada em território norte-americano. Embora grave em termos diplomáticos, o efeito prático é limitado. Moraes, ao que tudo indica, não depende de investimentos ou contas nos Estados Unidos. Além disso, a principal provedora de recursos da família é sua esposa, a brilhante advogada Viviane Barci de Moraes, por meio de seu ativo e bem-sucedido escritório de advocacia. Em outras palavras, não se prevê abalo significativo no padrão de vida da família.
Talvez a medida mais sensível, especialmente no campo do imaginário político e pessoal, seja a proibição de entrada nos EUA de autoridades brasileiras envolvidas em ações antidemocráticas ou em abusos de poder. Para alguns membros da elite institucional, que nutrem relação estreita com destinos como Miami, Nova York e, quem sabe, com Mickey e Pateta, essa limitação territorial soa quase como um exílio forçado do seu playground preferido.
Em síntese, as ações norte-americanas representam menos uma ofensiva econômica devastadora e mais um gesto diplomático com carga simbólica robusta. O Brasil não está sob cerco, mas foi claramente advertido. O alerta está dado: há um limite para o descolamento das práticas democráticas em nome de narrativas internas. O mundo, ainda que cale em público, observa. E, como agora se vê, responde.
segunda-feira, 28 de julho de 2025
Veja 10 vezes em que Lula criticou Trump antes da taxação de 50% por parte dos EUA
Veja 10 vezes em que Lula criticou Trump antes da taxação de 50% por parte dos EUA.
— Metrópoles (@Metropoles) July 27, 2025
Nos primeiros meses de seu mandato, presidente norte-americano foi alvo de discursos do petista por diversas vezes.
Veja uma dezena de exemplos.
(🎥: @SamPancher) pic.twitter.com/FdBpQq8t0y
domingo, 27 de julho de 2025
Top Momentos em que a Cara de Pau foi Elevada à Categoria de Arte
Sabe aquele momento em que tudo desmorona, o mundo inteiro enxerga o óbvio… e a pessoa aparece com um discurso como se estivesse servindo chá às cinco da tarde em Londres? Pois é. Eis a seleção definitiva dos atos mais épicos de desfaçatez da história e terceirização da culpa. Prepare-se para a ginástica facial de negação da realidade.
Hitler culpando os judeus pela derrota da Alemanha (1930s–40s)
Mesmo após a Primeira Guerra, a hiperinflação, o colapso econômico e a própria ambição expansionista da Alemanha nazista, Hitler afirmava:
“A culpa de tudo são os judeus, os marxistas e os banqueiros internacionais.”
Enquanto preparava o extermínio em massa, Hitler afirmava estar apenas "limpando a nação das forças que a sabotaram". Inverteu completamente a lógica dos fatos e convenceu milhões.
Cristina Kirchner culpando o “grupo Clarín” e o FMI pela crise argentina (2011–2015)
A economia da Argentina afundava com inflação galopante, estatísticas falsificadas e escassez de dólares. Cristina então:
“A mídia hegemônica e os abutres internacionais sabotaram nossa economia.”
Enquanto escondia índices reais de inflação e controlava o câmbio com mão de ferro, dizia que os culpados eram o FMI, o Clarín e um “complô neoliberal internacional”.
Nicolás Maduro culpando “a direita golpista” pelo apagão de 2019 na Venezuela
90% do país ficou às escuras, hospitais sem energia, pessoas morrendo por falta de atendimento. Maduro culpou:
“Um ataque eletromagnético promovido pelos EUA e sabotagem da direita fascista.”
A infraestrutura elétrica estava completamente sucateada, mas ele sugeria uma versão de ficção científica.
Dilma Rousseff culpando a “crise internacional” e a oposição por recessão e impeachment (2015–2016)
O Brasil mergulhava numa recessão recorde (-3,5% do PIB), contas públicas deterioradas, desemprego em alta.
“A crise vem de fora. E as pautas-bomba da oposição sabotam a governabilidade.”
O colapso foi construído por anos de populismo fiscal, pedaladas e intervencionismo. Mas no discurso, era culpa dos “golpistas” e da “mídia golpista”.
Sérgio Cabral culpando “um sistema” pela própria corrupção
Preso por mais de 400 anos por corrupção, lavagem e organização criminosa, disse em delação:
“Fui tragado por um sistema viciado que já existia.”
Ele era o chefão do esquema, mas pintava a si mesmo como uma vítima do meio, tipo um inocente de terno em um filme noir.
Sempre que você vir alguém dizendo “a culpa não é minha” em rede nacional, cheque se:
— Ele estava no comando.
— Tudo ao redor está pegando fogo.
— O "culpado" está fora e não tem cargo nenhum.
Se as três forem verdadeiras, parabéns: você acaba de testemunhar um novo marco da desfaçatez institucional.
O País dos Incapazes?
O País dos Incapazes?
Por Fernando Schuler
“Cheguei às 23h e dormi na calçada”, diz a moça, resignada. A fila era na frente de um sindicato na área de logística, em uma dessas zonas duras de São Paulo. Gente com cadeiras de praia, outros sem nada, encostados por ali, pedindo para ir ao banheiro em alguma loja nos arredores. O motivo? Escrever uma cartinha dizendo que não quer pagar ao sindicato. A “contribuição assistencial”, cuja lógica foi extinta na reforma trabalhista, mas ressurgiu das cinzas, dois anos atrás. Não sei se pelo país de Getúlio ou pela retórica malandra da “importância dos sindicatos”. Ou as duas coisas. A reforma votada pelo Congresso extinguiu; nosso STF foi lá e reinventou. Na prática, recriou um imposto sindical disfarçado. Em vez de o sindicato ter que obter a autorização do trabalhador, virou o contrário. É o trabalhador que tem que dizer que não quer pagar. E daí aquela fila, a complicação. O truque de ganhar no cansaço daquelas pessoas, que, apesar de tudo, não parecem dispostas a desistir.
A lógica é banal. A ideia de que o trabalhador não tem, lá no fundo, capacidade para decidir por conta própria se quer ou não contribuir para seu sindicato. E por isso precisam do Estado dando um empurrão. O caso me ficou na cabeça. A síntese quase perfeita do problema brasileiro. A indiferença retórica dos “de cima”, em Brasília; a fila na madrugada dos “de baixo”, em algum canto de São Paulo. Na essência, nossa velha e recorrente ideia da hipossuficiência dos cidadãos. Com um toque de ativismo judicial. O Supremo que vai lá e muda o que o Congresso decidiu na reforma. Isso é nosso vezo patrimonialista: a mão amiga do Estado protegendo a corporação sindical. Nos livros, lemos que isso vem do Estado Novo. Mas é só prestar atenção para ver que está mais vivo do que nunca. Está no debate infinito sobre a “pejotização”, porque não temos maturidade para definir contratos de trabalho; no “voto obrigatório”, porque não sabemos se devemos ou não votar; no “fundão eleitoral”, já que somos incapazes de decidir se doamos ou não para partidos e candidatos.
Ainda agora se discute, pela enésima vez, a liberação dos cassinos. Desde 1946, dizem que por obra de Dona Santinha, mulher do presidente Dutra, somos proibidos de jogar em um cassino, dada nossa ancestral incapacidade de manter o controle. Nesse caso, com uma ponta de cinismo, visto que apostamos em bets, o tempo inteiro, e no bicho, a cada esquina do Rio. Mas no mundo paralelo de Brasília a religião da hipossuficiência segue intacta. Vale o mesmo para o FGTS. Ainda agora vivemos a experiência curiosíssima de o governo autorizar que você utilize seu dinheiro, trancado pelo próprio governo em uma conta na Caixa, como garantia para que você tome um empréstimo nos bancos a um juro médio de 3,75% ao mês. A pergunta óbvia: por que não permitir simplesmente que as pessoas usem os 10% ou mais de seu fundo? Perguntei isso a um burocrata do governo. Resposta: “Iriam torrar o dinheiro”. Essa gente irresponsável, incapaz de usar, vejam só, seu próprio dinheiro. Na reforma da Previdência foi parecido. Surgiu a ideia de permitir a capitalização. As pessoas poderiam optar pelo sistema comandado pelo governo ou por uma conta individualizada em um fundo gerido no mercado. Nem pensar. O brasileiro seria cognitivamente incapaz de fazer essa escolha.
É o mesmo princípio que sempre impediu que se tivesse uma política de voucher educação. Se as famílias com maior renda podem escolher a escola dos filhos, no mercado, por que não tratamos de dar o mesmíssimo direito aos mais pobres? Por que obrigamos que matriculem os filhos nas escolas do governo, que, na média, terminam sistematicamente nas últimas posições do Pisa? Isso não é sequer um estado do bem-estar social. É basicamente uma condenação. Uma privação compulsória de futuro, que atinge as famílias mais pobres. Argumento? O mesmo de sempre. As pessoas não saberiam escolher, o “mercado” tomaria conta e coisas do tipo. O curioso é nos esquecermos do ProUni. Esse milagre brasileiro que rompeu com a teoria da hipossuficiência. E funciona perfeitamente bem, silenciosamente.
Nos últimos anos, foi no tema das liberdades individuais, e em especial da liberdade de expressão, que o truque da hipossuficiência mais funcionou. O ministro Lewandowski disse que sofremos de “desordem informacional”. Diante do excesso de informação, na era digital, nós, “eleitores ordinários”, seríamos incapazes de discernir entre o falso e o verdadeiro, escutar ideias de todos os lados e formar sua própria maneira de pensar. O foco, na época, era censurar um vídeo sobre a corrupção dos governos de Lula. Mas a tese é genérica. A ministra Cármen Lúcia achou por bem censurar um documentário sobre a facada em Bolsonaro e a censura passou a correr solta no país. Ainda agora, a AGU processou uma produtora de vídeos por “distorcer” informações sobre um episódio histórico, o julgamento de Maria da Penha. A mesma lógica da condenação de Léo Lins. Quem seríamos nós, brasileiros ordinários, para decidir por conta própria ir ou não a um show humorístico? Todo o debate sobre a liberdade de expressão, lá no fundo, repousa nesta dúvida bastante simples: somos capazes, afinal de contas, de pensar com a própria cabeça?
O argumento da hipossuficiência é uma espécie de ideologia nacional. E no geral é um truque. Ele não serve aos mais pobres e vulneráveis. Serve a quem concede. E, ao conceder, controla, dita as regras do jogo, impõe aos demais sua visão de mundo e um modo de viver. Ou vejamos: forçar as pessoas a pagar aos sindicatos é bom para o trabalhador ou para a burocracia sindical? Capturar 8% do salário e remunerar abaixo do mercado é bom para os assalariados ou para o governo, que administra o FGTS? Obrigar os pais a matricularem os filhos na escola do governo é bom para as crianças ou para as corporações da educação estatal? E praticar a censura, de documentários, piadas ou opiniões políticas, é bom para a sociedade ou para quem controla o aparelho de Estado, os tribunais, e não se envergonha de usar o poder para impor aos demais sua visão de mundo? Daria para ir longe nisso. Não vou. A cultura da hipossuficiência é produto de um país profundamente desigual. Foi a imagem que aquela fila gigante, à frente daquele sindicato, nos deu de bandeja. “É uma humilhação”, disse uma mulher negra, ainda jovem, numa indignação calma. Disse e sentou naquela calçada, onde passou a madrugada fria. Ela não fazia ideia de que foi a decisão fácil de uma Suprema Corte, numa tarde qualquer de Brasília, que fez com que ela tivesse que passar por aquilo. No fundo é isso que surpreende. A resignação que vem da assimetria. A ausência de poder, na base da sociedade. O desprestígio ancestral de nossa ideia de cidadania.
sexta-feira, 18 de julho de 2025
O Fim da República das Togas
A carta de Donald Trump ao governo brasileiro não foi apenas um comunicado diplomático - foi uma declaração de guerra comercial cirúrgica que expôs, com precisão milimétrica, as vísceras podres do sistema político-judiciário brasileiro. O que começou como uma aparente retaliação comercial está se transformando no maior pesadelo político da história recente do STF e do governo Lula.
A Cronologia do Desastre Anunciado
Tudo começou em julho de 2025, quando Trump enviou sua famigerada carta ao Palácio do Planalto. Enquanto a imprensa tradicional - essa mesma que assinou a patética "cartinha da democracia" - focava obsessivamente nas tarifas de 50% sobre produtos brasileiros previstas para 1º de agosto, o verdadeiro veneno estava nas entrelinhas: a abertura da investigação sob a Seção 301 do Trade Act.
A Seção 301, para quem não conhece, é implementada nos Estados Unidos através do IEEPA (International Emergency Economic Powers Act), um instrumento legal desenhado para investigar países considerados hostis aos interesses americanos. Sim, o Brasil agora figura ao lado de nações inimigas dos Estados Unidos. Parabéns, ministros do STF, vocês conseguiram transformar o Brasil em pária internacional.
Ontem, 15 de julho, o United States Trade Representative (USTR), comandado por Jameson Greer, formalizou o início da investigação. O documento é devastador em sua clareza: censura a empresas americanas de tecnologia, multas arbitrárias impostas pelo STF, falhas em medidas anticorrupção e - pasme - até o desmatamento recorde do governo Lula entrou na lista.
O Bravateiro que Virou Pombo
Lula, o eterno fanfarrão que prometeu "retaliar" os Estados Unidos e defender a "soberania nacional", levou menos de uma semana para transformar sua bravata em capitulação completa. Após reunião com empresários brasileiros - que finalmente perceberam o tamanho do buraco -, o governo recuou vergonhosamente e "apostou na via diplomática".
O problema? Não há ninguém no governo capaz de negociar com Washington. O Itamaraty virou um clube de militantes do Foro de São Paulo, e a única ponte real com o governo Trump são... Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, que têm feito reuniões constantes no Departamento de Estado americano, inclusive estavam ontem reunidos com a cúpula do governo Trump.
A ironia é deliciosa: o governo que persegue Bolsonaro agora depende do filho dele para evitar o colapso econômico. Tarcísio de Freitas tentou se apresentar como alternativa, mas a verdade é que qualquer negociação passa necessariamente pelo fim da perseguição a Bolsonaro, anistia dos presos do 8 de janeiro e pela revogação da censura às redes sociais.
A Investigação que Vai Eviscerar o STF O que a mídia tradicional socialista ainda não entendeu é que a investigação da Seção 301 é infinitamente mais perigosa que as tarifas. Por quê? Porque ela dá ao governo americano poderes extraordinários de investigação, incluindo acesso a informações de empresas americanas operando no Brasil.
Traduzindo: todos os e-mails em Gmail, todos os documentos em sistemas Microsoft, toda a comunicação digital de autoridades brasileiras pode ser legalmente acessada. O caso dos caças Gripen, com suas suspeitas de corrupção nunca investigadas no Brasil, voltará à tona. O "amigo do amigo do meu pai" de Dias Toffoli será dissecado. As multas bilionárias impostas ao X (antigo Twitter) e à Starlink serão escrutinadas.
Mais grave ainda: os investigadores americanos perguntaram a Eduardo Bolsonaro detalhes sobre cada ministro do STF. Querem saber como cada um atua, suas conexões, seus negócios. É a Lava Jato que o STF matou, ressuscitada e turbinada com o poder de inteligência americana.
O Apocalipse de Setembro
Como se não bastasse, em 2 de setembro vem o segundo round: tarifas de 100% para países que compram petróleo russo. O Brasil, que sob Lula voltou a ser capacho de ditaduras, compra diesel da Rússia. A OTAN, através de Mark Rutte, já avisou: ou o Brasil para de financiar a guerra de Putin, ou paga o preço.
E aqui está o dilema de Lula: trair Putin, ou assistir à economia brasileira colapsar sob tarifas que não virão apenas dos EUA, mas também da Europa, já que isso faz parte do 18º pacote de sanções contra a Rússia.
Alexandre de Moraes: O Déspota Acuado
Enquanto isso, nosso ministro-imperador continua sua cruzada autoritária, agora decidindo sozinho sobre o IOF - usurpando mais uma vez prerrogativas do Congresso. Mas até quando? As sanções americanas sob a Lei Magnitsky, que permitem o congelamento de bens de violadores de direitos humanos, pairam sobre sua careca como a espada de Dâmocles.
A investigação americana vai expor o que todos sabem mas fingem não ver: que a "defesa da democracia" do STF começou em 2019, exatamente quando a Lava Jato se aproximava dos ministros. Não foi coincidência. Foi autopreservação de uma casta corrupta.
O Retorno Triunfal de Bolsonaro
O cenário está montado para 2026. Com Lula politicamente destruído pelas investigações americanas, com o STF desmoralizado internacionalmente, com a economia em frangalhos por causa das tarifas, Bolsonaro emerge como o óbvio salvador da pátria.
A anistia virá - não por bondade do Congresso, mas por necessidade econômica. A censura às big techs será revogada - não por amor à liberdade, mas por medo das sanções. Alexandre de Moraes cairá - não por justiça, mas porque alguém precisará ser o bode expiatório.
O Fim da República das Togas
O que estamos testemunhando é o fim de uma era. A República das Togas, esse constructo aberrante onde 11 ministros não eleitos governam 200 milhões de brasileiros, está com os dias contados. Trump, sem querer (ou querendo), está fazendo o que gerações de brasileiros não conseguiram: colocar o STF de joelhos.
As próximas semanas serão decisivas. O governo Lula já demonstrou que vai ceder - a questão é quanto e quão rápido. O STF já percebeu que brincou com fogo - a questão é quantos ministros vão se queimar. Bolsonaro já sabe que voltará - a questão é se será via anistia ou via o colapso total do sistema.
Uma coisa é certa: o Brasil que emergirá dessa crise será diferente. A arrogância togada que sequestrou nossa democracia está prestes a conhecer o peso da realpolitik internacional. E Trump, o "laranja malvado" na narrativa da esquerda, pode acabar sendo o libertador involuntário do Brasil.
Como diria o próprio Trump: "You're fired!" - e dessa vez, o recado é para toda a cúpula do judiciário brasileiro.
Mafinha no X
quarta-feira, 16 de julho de 2025
“Poder Moderador” na República
O Presidente da República, eleito com 60.345.999 votos segundo dados do TSE, editou um decreto presidencial, posteriormente complementado por uma medida provisória, para promover o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A iniciativa foi tomada no exercício da competência atribuída ao Executivo para regulamentar impostos previstos em lei.
No entanto, o Congresso Nacional, composto por 513 deputados federais, que juntos somaram aproximadamente 54,2 milhões de votos, e 81 senadores, eleitos por cerca de 42 milhões de eleitores, considerou que as medidas do Executivo extrapolavam os limites constitucionais. Com base no art. 49, inciso V da Constituição Federal, que garante ao Legislativo o poder de sustar atos normativos do Executivo que exorbitem do poder regulamentar, o Congresso aprovou o Decreto Legislativo nº 176/2025, anulando os efeitos dos decretos presidenciais sobre o IOF.
Até esse ponto, tudo transcorreu dentro das “quatro linhas” da Constituição. Mas, como já se tornou quase uma tradição, o partido PSOL, de pequena representatividade parlamentar, protocolou no STF uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 7.839), questionando a validade do decreto legislativo aprovado pelo Congresso. A ação foi distribuída ao Ministro Alexandre de Moraes, que, antes de decidir, convocou uma audiência de conciliação, chamando para ela o Chefe do Poder Executivo e os Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Nenhum dos titulares compareceu, mas enviaram representantes. A audiência, realizada na terça-feira, dia 15, terminou sem acordo.
Agora, a imprensa informa que o Ministro Moraes já prepara uma decisão judicial sobre o caso. Nesse contexto, tenho ouvido com frequência nos últimos anos o termo “Poder Moderador”. Buscando entender seu significado, e observando o desenrolar deste episódio, começo a ter a forte impressão de que o Ministro Alexandre de Moraes autoconcedeu-se, de forma monocrática, o papel de Poder Moderador da República. Afinal, aqueles 154 milhões de votos somados entre Executivo e Legislativo parecem não estar servindo para nada.
Será que fui eu quem não entendeu direito?
sábado, 12 de julho de 2025
Bolsonaro
ME DEIXA ESQUECER DELE! pic.twitter.com/3ueOwGl0dl
— Fernao Lara Mesquita (@fernaolmesquita) July 11, 2025
VOLTA AO PODER
🤔COMO LULA CONSEGUIU VOLTAR AO PODER?
— Nigra Aqua 🇧🇷🇺🇸 (@SERGIOJUNIOR79r) July 12, 2025
👉Salvem esse vídeo. Vocês vão precisar dele. #BrasilDeBemEstáReagindoAoPT pic.twitter.com/Dti6HgfL76
10 Razões!
DE QM É A CULPA? pic.twitter.com/FnH23OHH7G
— ZEDMAIAPASTORE (@OCONSULTORMAIA) July 12, 2025
Ow povo ladrão!!
🚨URGENTE - Novo esquema de corrupção do governo Lula revela que gasto indevido com BPC é quase o triplo dos descontos da farra do INSS, somando R$ 16,4 bilhões pic.twitter.com/JjGCUFnq5G
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) July 12, 2025
sexta-feira, 11 de julho de 2025
"Eu num impinjei ele não!"
Foi mais ou menos assim...
Em 28 de dezembro de 1960, após uma campanha admirável, o Fortaleza Esporte Clube chegou à grande final da Taça Brasil, disputada no Pacaembu, em São Paulo, contra o poderoso Palmeiras. Na ponta-direita da equipe paulista e também da Seleção Brasileira, estava o consagrado Julinho Botelho, reverenciado por sua técnica refinada, dribles elegantes e cruzamentos precisos. Era chamado com respeito e admiração de “o gênio da ponta-direita”.
Do lado tricolor, coube ao lateral-esquerdo Ninoso a ingrata missão de marcá-lo.
Na chegada da delegação cearense à capital paulista, um repórter esportivo entrevistou Ninoso, questionando como ele se sentia por ter de enfrentar o afamado Julinho. Com desdém e certa ousadia, o lateral respondeu em tom de desafio:
— “Quem é esse Julinho? Não conheço, não.”
To make a long story short, antes dos 15 minutos do primeiro tempo, o Fortaleza já perdia por 3 a 0, todos os gols originados em cruzamentos perfeitos de Julinho, que havia aplicado sucessivos dribles humilhantes em Ninoso. Diante do massacre, o capitão e craque do Leão, Moésio, pediu ao folclórico volante Sapenha que ajudasse na marcação do endiabrado ponta palmeirense. A resposta veio com sinceridade cruel e inesquecível:
— “Vou não, Moésio. Eu num impinjei ele, não. Quem impinjou foi o Ninoso!”
O jogo terminou com um humilhante, Palmeiras 8 x 2 Fortaleza, e por muito tempo o clube cearense foi ironicamente apelidado pelas torcidas rivais de “Oitaleza”.
Moral da história: não venham apelar para o meu patriotismo pedindo que eu “ajude” o Lula em seu embate com o Presidente Trump. Quem impinjou ele foi o próprio Lula!
"Pato Manco"
Esse termo é bastante usado em democracias consolidadas, como nos Estados Unidos, onde há um intervalo fixo entre a eleição e a posse do novo governante. Por exemplo, um presidente que perde a eleição em novembro continua no cargo até janeiro do ano seguinte, período em que é considerado um “pato manco”. Nessas semanas, ele ainda possui os poderes formais da presidência, mas seu peso político e sua legitimidade são frequentemente questionados.
Na prática, um governante em condição de “pato manco” pode encontrar dificuldades para aprovar projetos, negociar com aliados ou tomar decisões impopulares, pois seu futuro político está encerrado e sua autoridade enfraquecida. Ainda assim, alguns usam esse tempo para adotar medidas de última hora, como assinar decretos, indicar juízes ou conceder indultos, justamente por não estarem mais sujeitos às pressões eleitorais. Essas ações costumam gerar debates sobre ética, legitimidade e respeito à vontade do eleitor.
No Brasil, embora o termo “pato manco” não seja tão comum quanto em países de língua inglesa, a situação que ele descreve ocorre de forma semelhante. Após eleições (mas não apenas) é comum que prefeitos, governadores e presidentes em fim de mandato percam força política e deixem de influenciar decisões relevantes. O conceito serve, portanto, como uma metáfora poderosa para ilustrar o enfraquecimento natural de um líder que caminha para o fim de sua trajetória no poder, mesmo que legalmente ainda esteja no cargo.
quinta-feira, 10 de julho de 2025
"A guerra comercial pode parecer justa, mas raramente é inteligente"
Em 2024, os Estados Unidos exportaram cerca de US$ 49,7 bilhões em bens para o Brasil, enquanto o Brasil exportou US$ 40,9 bilhões para os EUA. Isso gerou um superávit de quase US$ 8,8 bilhões para os americanos na balança bilateral. No plano global, os EUA enfrentaram um déficit comercial de US$ 1,3 trilhão, mostrando que o comércio com o Brasil é apenas uma pequena fatia de sua realidade econômica — cerca de 2% das exportações totais americanas.
Os Estados Unidos são o segundo maior comprador de produtos brasileiros, atrás apenas da China. As exportações brasileiras aos EUA envolvem commodities essenciais e manufaturados sensíveis, como Soja, carnes e etanol (agronegócio), minério de ferro (mineração) e aeronaves e autopeças (indústria). Qualquer tarifa pesada sobre essas categorias comprometeria setores estratégicos da economia nacional, gerando queda nas exportações, demissões e perda de divisas.
Ao contrário dos EUA, que contam com dezenas de parceiros comerciais alternativos, o Brasil teria dificuldade para realocar rapidamente seus produtos. A China, embora grande parceira, não absorveria todo o excedente, e mercados como Oriente Médio e Europa possuem barreiras sanitárias, logísticas ou comerciais.
Se o Brasil optasse por retaliar com tarifas sobre os US$ 49,7 bilhões em produtos americanos, o impacto recairia sobre a própria população brasileira. Importamos dos EUA, maquinário, produtos químicos e farmacêuticos e trigo e combustíveis refinados entre outros. A elevação de tarifas nesses itens pressionaria a inflação e aumentaria os custos da indústria nacional, causando um abalo irrelevante à economia americana.
Para os americanos, perder o mercado brasileiro seria um pequeno incômodo. Têm outros compradores para quase todos os produtos. Possuem um mercado interno gigantesco, com US$ 28,78 trilhões em PIB. São menos dependentes do comércio exterior que o Brasil. Ou seja, os EUA podem recuar de uma guerra comercial com danos marginais. O Brasil, não.
Entrar em uma guerra tarifária com os EUA seria como atirar no próprio pé. Em um cenário de confronto tarifário com os EUA, o Brasil seria de longe a parte mais prejudicada. Mais do que orgulho nacionalista, o momento exige humildade perante os fatos e um profundo esforço de diplomacia comercial, descartando eventuais ganhos políticos com o consequente sacrifício da população brasileira.
segunda-feira, 7 de julho de 2025
Era uma vez...
Era uma vez uma criança de cinco anos que participou de um ensaio fotográfico com seus pais — abastados empresários do setor privado — portando uma bolsa de grife avaliada em R$ 14.000,00...
Era uma vez uma deputada do PSOL que mantém dois cabeleireiros contratados com dinheiro público, para andar sempre impecavelmente arrumada, exibindo sua bolsa de luxo italiana da marca Bottega Veneta, adquirida por R$ 27.420,00...
Era uma vez uma primeira-dama que, em um país marcado por desigualdades sociais profundas, adora ostentar luxo e riqueza, utilizando seu cartão corporativo bancado pelos contribuintes, cujos gastos permanecem sob sigilo imposto pelo governo do seu marido...
Era uma vez um professor universitário, ativista de esquerda, que — flertando com o extremismo mais hipócrita e repulsivo — expressou desejo de guilhotinar a garotinha mencionada no primeiro parágrafo, simplesmente por ela estar com a tal bolsa...
Era uma vez uma psicanalista, também ativista de esquerda, que comentou em rede social, referindo-se à mesma criança: "Tem que matar mesmo! PQP!!!!!!"
Desculpem, como podem ver já iniciei várias vezes meu artigo de hoje, mas não consigo concluir. Estou completamente sem inspiração.
quarta-feira, 2 de julho de 2025
Quando o Itamaraty age como comitê de campanha
A nota oficial do Itamaraty, repudiando uma reportagem da The Economist que qualificou o presidente Lula como "incoerente no exterior" e "impopular no Brasil", é um triste retrato de como a diplomacia brasileira foi degradada de instrumento de Estado a escudo partidário. O Itamaraty, tradicionalmente respeitado por sua sobriedade e profissionalismo, agora se presta ao papel de revisor de imprensa internacional, como se o prestígio da nação estivesse ameaçado por manchetes, e não pelas atitudes de seus governantes.
É preocupante que um órgão de Estado, sustentado pelos contribuintes e encarregado de zelar pelos interesses do Brasil no cenário global, se rebaixe ao papel de censor de veículos de comunicação e porta-voz da vaidade presidencial. Ao responder à crítica de uma revista estrangeira, seja ela o maior magazine do mundo ou um simples tablóide sensacionalista, o Itamaraty desrespeita sua própria tradição de compostura e confunde soberania com suscetibilidade. Países verdadeiramente soberanos não reagem a adjetivos; reagem a ameaças reais, não a análises políticas.
A frase “não temos que dar satisfação à imprensa” seria aceitável na boca de um líder autoritário. Mas é pequena, vazia e patética quando serve como norte para a diplomacia de uma nação democrática. Pior ainda: confirma a crítica da própria reportagem. Se Lula é de fato incoerente e impopular, não é por causa do The Economist, mas pelas posturas contraditórias no cenário internacional, como o flerte com ditaduras, o silêncio seletivo sobre violações de direitos humanos e a retórica arrogante que não se sustenta diante dos próprios fracassos internos.
Ao se incomodar com uma crítica, comum e corriqueira em democracias maduras, o governo brasileiro demonstra fraqueza, não firmeza; melindre, não altivez. E o Itamaraty, ao se prestar a esse papel, apequena-se como instituição. Não cabe à diplomacia proteger o ego de governantes, mas defender os interesses permanentes da República, mesmo que isso signifique suportar críticas justas e necessárias.