Um velho engenheiro aposentado que combate o ócio tentando escrever textos inspirados nos acontecimentos do cotidiano. Autor dos livros “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 1” , “INQUIETAÇÕES NOTURNAS, REFLEXÕES NAS MADRUGADAS” e “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 2”.
segunda-feira, 9 de setembro de 2024
O Primeiro Grande Erro de Pablo Marçal
Pablo Marçal vinha conduzindo sua campanha para Prefeito de São Paulo com grande habilidade, saindo de intenções de voto de um dígito e rapidamente se destacando entre nomes tradicionais da política brasileira. Seu crescimento nas pesquisas demonstrava uma estratégia eficaz, com uma forte conexão com o eleitorado conservador.
Um dos acertos iniciais de Marçal foi sua decisão estratégica de evitar uma "briga" direta com Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ao recuar, ele demonstrou maturidade política ao não se confrontar com uma figura popular e influente dentro da base de direita. Essa escolha permitiu que sua campanha focasse em questões mais amplas, ao invés de se envolver em disputas internas no campo conservador.
Entretanto, em 7 de setembro, durante um evento na Avenida Paulista, um ato promovido por seus apoiadores e quem sabe com o suporte de sua equipe, marcou um ponto de inflexão em sua trajetória. A bandeira com os dizeres "Bolsonaro parou. Marçal começou. Pablo Marçal presidente do Brasil" foi percebida como um ataque direto à liderança de Jair Bolsonaro. Marçal, com sua juventude e ambição, subestimou o peso simbólico de Bolsonaro entre os eleitores da direita. Bolsonaro, apesar de fora do cargo, permanece uma figura inigualável em termos de carisma e capacidade de mobilização, algo que Marçal ainda não possui.
A tentativa de se posicionar como o sucessor imediato de Bolsonaro foi vista como precipitada. Ao buscar se diferenciar tão fortemente de Bolsonaro, Marçal arriscou alienar os eleitores mais leais ao ex-presidente, minando seu próprio crescimento político. No calor da campanha, essa atitude ambiciosa acabou se tornando um erro estratégico.
Marçal, com menos idade e experiência, talvez tenha se deixado levar pela rápida ascensão nas pesquisas. Contudo, em política, a paciência e a construção de alianças sólidas são essenciais para o sucesso a longo prazo. Ao avançar de forma tão abrupta, ele corre o risco de cair em um dos muitos abismos que marcam o caminho político.
Em resumo, o erro de Marçal não foi apenas uma questão de mensagem, mas também de timing. Ao tentar capitalizar rapidamente em cima do legado de Bolsonaro, ele negligenciou a importância de amadurecer sua própria liderança. O futuro ainda reserva muitas oportunidades para Marçal, mas ele precisará ajustar sua estratégia com mais cautela, reconhecendo que o caminho para o topo exige uma construção cuidadosa e gradual.
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