sábado, 26 de agosto de 2023

Foro de São Paulo



A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou uma lei e o Governador Tarcísio de Freitas sancionou, que nominava um entroncamento no município de Paraguaçu Paulista de “Deputado Erasmo Dias”. Essa é a cidade natal do falecido militar e político.

Um centro acadêmico da PUC-SP e políticos do PDT, PT e PSOL, ajuizaram uma ação direta de inconstitucionalidade junto ao STF, para que este proíba a homenagem, sob a alegação de que o Deputado, "quando Secretário de Segurança Pública de São Paulo, tinha como uma de suas principais missões a asfixia do movimento estudantil em território paulista”.

A ministra Cármen Lúcia, relatora da ação, estipulou o prazo de cinco dias para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Alesp), André do Prado, manifestarem-se sobre promulgação do projeto de lei.

Estou curioso para saber quando o STF vai dar cinco dias para o atual Presidente da República manifestar-se sobre o empréstimo á quebrada Argentina, de US$ 689 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção do oleoduto Néstor Kirchner naquele país. Ou ainda para manifestar-se sobre o recebimento em território nacional de ditadores sanguinários latino-americanos (ou seus representantes) em reunião daquela excrescência chamada de Foro de São Paulo, organização que defende os ditadores de Nicarágua, Cuba e Venezuela.

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

O MITO DE NARCISO


 

"Acontece que eu não sei tocar viola, nem cantar nem jogar bola, como vou me destacar?" (Da música "Meu nome é Zé" do compositor varzealegrense José Clementino)

Na imensidão dos mitos que atravessam os séculos, poucos se mostram tão atemporais e intrigantes quanto o mito de Narciso. Com suas raízes na mitologia grega, essa narrativa tem cativado gerações ao longo dos milênios, ecoando através de culturas e épocas distintas. O mito de Narciso transcende o tempo e encontra ressonância em nossa sociedade contemporânea, revelando sua profunda conexão com a natureza humana e as complexidades de nossos desejos, ego e autodescoberta.

Vale a pena adentrarmos nas águas profundas do mito de Narciso, explorando suas origens, variações culturais e as múltiplas camadas de significado que ele contém. A história do belo jovem que se apaixona por seu próprio reflexo na água, culminando em uma tragédia de proporções míticas, serve como um espelho para nossa busca incessante por identidade e amor próprio. Através de análises profundas, reflexões psicológicas e conexões com a arte, literatura e psicologia moderna, desvendamos os mistérios que envolvem Narciso e seu reflexo, explorando como essa história mitológica pode lançar luz sobre nossa jornada individual e coletiva em direção à autocompreensão.

À medida que nos aprofundamos na narrativa de Narciso, descobrimos que ele não é apenas um personagem isolado em uma história antiga, mas um arquétipo que transcende culturas e épocas. Sua busca incessante por perfeição, sua relação com o mundo ao seu redor e sua interação com seu próprio reflexo ecoam nas complexidades da vida moderna. O mito de Narciso nos convida a questionar nossas próprias motivações, a compreender as armadilhas do ego e a explorar a natureza mutável da autoimagem.

O mito de Narciso é uma história sobre os perigos do amor próprio excessivo. Ele nos ensina que é importante amar os outros, mas também é importante amar a nós mesmos. No entanto, é importante amar a nós mesmos de forma saudável, sem nos tornarmos narcisistas. Também é uma história sobre a importância do autoconhecimento. Ele nos ensina que é importante conhecer a nós mesmos, tanto nossas qualidades quanto nossos defeitos. Quando nos conhecemos bem, podemos nos aceitar e amar a nós mesmos como somos.

Ao desvendar os segredos por trás do reflexo d'água que capturou a imaginação de tantos ao longo dos tempos, convidamos o leitor a mergulhar nas águas do autoconhecimento e a contemplar as reflexões que emergem quando olhamos atentamente para nossa própria alma.

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Carro sem motorista

 





Eu ia passando na Santa Monica Blvd, na Califórnia, e de repente me aparece um veículo sem motorista, trafegando normalmente. Imediatamente saquei meu celular e registrei o fato inusitado. 


Faz mais de um mês que houve um entrevero entre o ministro Alexandre de Moraes, sua família e alguns brasileiros que estavam no aeroporto de Roma. Cadê os vídeos? Desconfio que todos os celulares estavam com a bateria descarregada, as câmeras de segurança do aeroporto Fiumicino (ou Leonardo da Vinci, como preferirem) completamente desligadas, eu aqui doido por um fuxico e não aparece um mísero registro.


Tá bom, já que não querem mostrar as agressões que o ministro e sua família sofreram, manda aí pelo menos os vídeos do Ministério da Justiça do 8 de janeiro! Cara, gasolina a 6,70 reais; a bolsa caindo 13 dias seguidos (nunca antes na história desse país...); a maior obra anunciada pelo governo é um gasoduto na Argentina financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); apoio à Rússia na guerra da Ucrânia; o apreço do governo brasileiro por governos totalitários, como de Vladimir Putin (Rússia), Nicolas Maduro (Venezuela) e Xi Jinping (China); 13 BIlhões de orçamento secreto... opsss, emendas do pix; desemprego em alta; queimadas na Amazônia maior em 16 anos (UOL - 04/07/2023), Estadão (incrível, mas foi ele mesmo) noticiando "crise humanitária na Terra Yanomami" em 19/06/2023; exclusão de 1,4 milhão de famílias do Bolsa Família (Globo - 03/03/2023); Saúde e Educação são pastas mais atingidas por bloqueio de 1,5 bilhão (CNN Brasil - 29/07/2023). Entrevista o Presidente para justificar. Não dá! Ele está viajando com a primeira dama. Pois divulguem pelo menos os vídeos do 8 de janeiro no Ministério da Justiça...


Em tempo: será que lá em Roma todos os celulares estavam em modo avião?


segunda-feira, 21 de agosto de 2023

The squeaky wheel gets the grease



O ditado "a roda que range ganha graxa" é um provérbio ou metáfora americana usada para transmitir a ideia de que os problemas mais perceptíveis (ou mais barulhentos) são os que mais provavelmente chamam a atenção. Também é expresso como "A roda que range recebe o óleo". Existem outras variações e sugerem que o volume chama a atenção.

O provérbio é frequentemente usado em ambientes empresariais e organizacionais para descrever como os recursos são alocados. Também pode ser usado em relacionamentos pessoais para descrever como as pessoas são tratadas.

Por exemplo, em um ambiente de negócios, um gerente pode ter maior probabilidade de dar um aumento a um funcionário que reclama de seu salário do que a um funcionário que está discretamente satisfeito com seu pagamento. Isso ocorre porque é mais provável que o gerente esteja ciente do problema se o funcionário falar abertamente sobre isso.

Em um relacionamento pessoal, é mais provável que um parceiro resolva um problema se o parceiro o trouxer à tona do que se o ignorar. Isso ocorre porque é mais provável que o parceiro sinta que está sendo ouvido e levado a sério se suas preocupações forem expressas.

O provérbio da roda estridente pode ser um lembrete útil de que é importante falar por si mesmo e por suas necessidades. No entanto, é importante usar o provérbio com sabedoria. Só porque você é a voz mais alta não significa que você está certo. É importante ser respeitoso e apresentar seu caso de forma clara e concisa.

Aqui estão algumas dicas para usar o provérbio da roda estridente de forma eficaz:

- Seja específico sobre o problema que está tendo.
- Explique como o problema está afetando você.
- Ofereça soluções para o problema.
- Esteja disposto a fazer concessões.
- Ser paciente. Pode levar algum tempo até que o problema seja resolvido.

O provérbio da roda que range pode ser uma ferramenta poderosa para conseguir o que você precisa. Mas é importante usá-lo com sabedoria e respeito.

sábado, 19 de agosto de 2023

Cenas do cotidiano



Contou-me um amigo meu. Não é justo que eu não repasse para vocês.

Numa dessas noites em que o cara casado sai sozinho (uma vez por ano, se ele der sorte), foi parar em um restaurante com música ao vivo. Uma banda de rock, que não era bem sua praia. Fazer o quê? Sentou e pediu uma dose de gim-tônica.

A música era ruim (pra ele) mas tinha três garotas dançando frente à banda, na faixa de 23/24 anos.

Para ser meu amigo com intimidade e confiança para contar o episódio, já imaginam a idade. Descambava dos setenta.

Repentinamente, a mais formosa (formosa é bom demais!) das três, olha para ele e sorri. Umas duas ou três vezes finge estar dando uma vista d’olhos no salão apenas para lhe olhar rapidamente, sonhou ele.

Quando já se via casado com aquela ninfeta, eis que o cantor da banda tira o casaco vermelho que encobria sua t-shirt e o atira para “sua” futura noiva, para que ela o guardasse. E só aí ele percebe que existia uma banda. E mais que uma banda, existia um cantor. Louro, alto, olhos claros, não mais que 25 anos de idade, barriga de tanquinho e mil outros requisitos mais.

Era um Deus grego, daqueles imortalizados pelos pincéis e tintas de Apollodorus Skiagraphos. Como concorrer com “aquilo”? Cobriu a careca com o boné do seu time predileto, arrumou a protuberante barriga de chopp, chamou o garçom, pediu e pagou a conta e foi embora para nunca mais voltar!!

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

LEMBRANÇAS DE RECIFE



Enquanto o treinamento na IBM desenvolvia-se sem comportamento mercurial de nenhuma parte, alguns momentos ficaram gravados na minha memória. Duas passagens em especial que se repetiam com muita frequência, davam-me prazer. As visitas mútuas que nos fazíamos, o casal amigo Ivan Batista Moreno e esposa Socorro, sempre aos sábados, e as “happy hours” quase diárias no Bar Savoy — na Avenida Guararapes, nº 147. Este ficava perto de onde recebíamos as aulas, e não raramente (mais honesto escrever “quase diariamente”) íamos repousar nossos projetos futuros nas cadeiras de metal da calçada do Edifício Sigismundo Cabral.

Do Bar Savoy, guardo com saudade o sabor do chopp bem tirado, com dois dedos de colarinho, ou o Conhaque Macieira com tira-gosto de chambaril. Mas mais que isso, os intermináveis papos com os colegas da IBM, e o poema em homenagem àquela casa de sonhos, como segue:

CHOPP

Carlos Pena Filho

Na avenida Guararapes,
o Recife vai marchando.
O bairro de Santo Antônio,
tanto se foi transformando
que, agora, às cinco da tarde,
mais se assemelha a um festim,

nas mesas do Bar Savoy,
o refrão tem sido assim:
São trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados.

Ah, mas se a gente pudesse
fazer o que tem vontade
espiar o banho de uma,
a outra amar pela metade
e daquela que é mais linda
quebrar a rija vaidade.

Mas como a gente não pode
fazer o que tem vontade,
o jeito é mudar a vida
num diabólico festim.

Por isso no Bar Savoy,
o refrão é sempre assim:
São trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados.

Os sábados eram geralmente muito animados. Aquele que fosse o anfitrião garantia o almoço e o visitante levava o uísque. A imagem do meu amigo Ivan, caminhando com o mais profundo respeito e em um tom circunspecto com uma garrafa de uísque embaixo do braço, lembrava-me a forma como Dimitri, o personagem de Dostoievski, referia-se ao seu irmão também Ivã, tal era a solenidade.

Invariavelmente o final do dia guardava um certo desencontro de interesses: as esposas queriam servir o almoço e os dois desejávamos beber “a saideira”.

Deus, nos seus estranhos e incompreensíveis desígnios, levou a ambos (Ivan e Socorro) prematuramente para o Céu.

A energia da Venezuela



A questão energética sempre foi um ponto crucial para o desenvolvimento econômico e social de qualquer país. No caso do Brasil, com sua vasta extensão territorial e demanda crescente por eletricidade, a busca por fontes energéticas confiáveis e acessíveis é um imperativo.

O Brasil tem uma matriz energética predominantemente hidrelétrica, o que o torna vulnerável a variações climáticas e secas prolongadas.

Recentemente o presidente Lula assinou Decreto autorizando o Brasil a importar energia elétrica da Venezuela, país que possui recursos hidrelétricos significativos. No entanto, essa proposta não está isenta de desafios, considerando as frequentes interrupções no fornecimento de energia e o racionamento que ocorrem na Venezuela.

O maior desafio é a instabilidade energética na Venezuela. O país enfrenta problemas frequentes de apagões e racionamento de energia, causados por uma combinação de má gestão, falta de investimentos e problemas de infraestrutura. Isso levanta a preocupação de como o Brasil poderia confiar em um fornecimento constante e seguro de energia. Ademais, para tornar a importação viável, certamente seria necessário investir em infraestrutura de transmissão que conecte os sistemas elétricos dos dois países. Isso envolve custos significativos e a garantia de que a infraestrutura seja resistente a interrupções.

Considere-se ainda eventuais mudanças políticas ou instabilidades na Venezuela, impactando a viabilidade desse acordo e afetando o compromisso de fornecer energia ao Brasil, gerando incertezas.

A ideia de importar energia elétrica da Venezuela para o Brasil carrega desafios substanciais. Os obstáculos relacionados à instabilidade no fornecimento, investimentos em infraestrutura e riscos geopolíticos não podem ser subestimados. Não se pode confiar em um país que não muito distante no tempo era a quarta população mais rica do globo e que historicamente era a mais igualitária da região e "hoje é o triste palco da mais sangrenta ditadura da América e de sucessivos episódios de miséria, violência e exploração pela elite socialista, cujo chefe atual Nicolás Maduro janta em restaurantes luxuosos ao tempo em que a população passa fome e, em meio ao desespero, comercializa até carne estragada."

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

A Inteligência Artificial e a Bomba Atômica




Há 78 anos, em 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram a primeira bomba atômica contra a cidade de Hiroshima, no Japão. A bomba lançada sobre Hiroshima pulverizou a vida e mudou o mundo. Foi visto por seu criador, Robert Oppenheimer, como uma vitória. Mas três dias depois, quando o segundo artefato foi lançado em Nagasaki, Oppenheimer despertou para o horror que havia concebido: "Eu me tornei a Morte, o destruidor de mundos". Em posterior visita ao Presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, teria dito: "Senhor Presidente, sinto que tenho sangue em minhas mãos”.

A referência ao momento de Oppenheimer é simbólica do ponto de vista ético associado à responsabilidade do despertar de forças poderosas. Assim como Oppenheimer lutou com a criação da bomba atômica e seu potencial de destruição, nos encontramos em uma conjuntura assemelhada com a Inteligência Artificial, onde seus criadores podem enfrentar dilemas éticos e existenciais semelhantes.

O poder de moldar as percepções e ações humanas carrega uma imensa responsabilidade, exigindo uma consideração cuidadosa dos limites éticos da IA. Os rápidos avanços na IA levaram a máquinas que exibem habilidades cognitivas semelhantes às humanas, muitas vezes chamadas de inteligência geral artificial (AGI). AGI, ou IA superinteligente, é um conceito teórico em que as máquinas possuem habilidades cognitivas que superam as dos humanos em uma ampla gama de tarefas. No momento em que a citação de Oppenheimer é mencionada aqui, ela reflete a admiração e a cautela associadas à criação de algo que pode ter consequências profundas.

O cenário em evolução da inteligência artificial (IA) e seu potencial impacto na humanidade, deu origem a inúmeras discussões sobre seus riscos e benefícios. Embora a ideia da IA saindo do controle como uma narrativa distópica seja uma preocupação, há outra ameaça mais sutil: a manipulação da IA para influenciar humanos para fins nefastos. A Inteligência Artificial não precisa necessariamente sair do controle para ser uma ameaça à raça humana. Ela pode fazer isso apenas influenciando um grande número de indivíduos para o mal. Ao contrário do retrato tradicional da IA como uma entidade autônoma, a ameaça potencial reside na capacidade da IA de manipular o comportamento humano. Ao alavancar grandes quantidades de dados, os algoritmos de IA podem entender as preferências, emoções e vulnerabilidades humanas. Esse conhecimento concede à IA a capacidade de criar mensagens, conteúdo e experiências personalizadas que influenciem sutilmente as decisões e crenças dos indivíduos.

A influência da IA pode operar no reino da manipulação psicológica. Em vez de força bruta, ela se baseia em táticas sutis que se alinham com o ecossistema de informações com o qual os humanos se envolvem diariamente. Plataformas de mídia social, sistemas de recomendação e anúncios personalizados são exemplos de ferramentas que a IA pode explorar para moldar gradualmente as percepções, potencialmente levando a mudanças comportamentais que se alinham com os objetivos daqueles que detêm o poder da IA.

Com base na reflexão de Oppenheimer sobre seu papel, a comunidade de IA deve enfatizar a responsabilidade e a supervisão. Desenvolvedores, formuladores de políticas e partes interessadas precisam estabelecer diretrizes éticas que definam práticas aceitáveis de influência de IA. Encontrar um equilíbrio entre a inovação e a salvaguarda dos valores humanos é fundamental, bem como a importância da conscientização pública. Assim como a sociedade lutou com as implicações da tecnologia nuclear, devemos nos engajar coletivamente nas discussões sobre a influência da IA.

No cenário em constante evolução da IA, a ameaça representada por sua influência é uma consideração significativa. A analogia com o momento de Oppenheimer destaca o peso ético carregado por aqueles que desenvolvem e implantam tecnologias de IA. Assim como Oppenheimer lutou com o imenso poder de suas criações científicas, enfrentamos um momento crucial em nosso relacionamento com a IA. Ao assumir a responsabilidade, promover a conscientização pública e desenvolver a IA com a ética em mente, podemos navegar nesta conjuntura e moldar um futuro em que o potencial de influência da Inteligência Artificial seja aproveitado para a melhoria da humanidade.

sábado, 5 de agosto de 2023

Freud e a associação livre




Fiz essa pergunta à Inteligência Artificial ChatGPT - Versão 3.5

"Uma autoridade pode se recusar a entregar prova que pode eventualmente incriminá-la?"

E obtive a seguinte resposta:

"Sim, uma autoridade também pode invocar o direito de se manter em silêncio e recusar-se a entregar provas que possam eventualmente incriminá-la. Isso está de acordo com o princípio legal que garante a todos o direito contra a autoincriminação. Esse direito é aplicável a qualquer indivíduo, incluindo autoridades, testemunhas comuns e acusados.

O direito contra a autoincriminação permite que uma pessoa evite fornecer informações ou provas que possam ser usadas para processá-la criminalmente. Isso se aplica tanto a testemunhas em um tribunal quanto a indivíduos que são alvo de investigações criminais."

A propósito do "cabo de guerra" entre a CPMI de 8 de Janeiro no Congresso Nacional e o Ministro da Justiça em torno da entrega dos vídeos daquela data, não me consta que Sua Excelência seja "testemunha em um tribunal" ou sequer esteja sendo "alvo de investigações criminais"... ainda.

Não sei por qual razão, enquanto estava refletindo sobre esse tema, repentinamente veio-me à mente a origem da expressão "culpa no cartório".

"Tudo começou na Europa da Baixa Idade Média. Neste período, foi criado pela Igreja o chamado Tribunal da Santa Inquisição. Este órgão tinha como função essencial vigiar e punir as ações até então vistas como crime contra a doutrina católica. Por isso, a Igreja mantinha uma espécie de cartório, onde ficavam registrados cada um dos processos judiciais conduzidos por ela, de forma que a pessoa tinha seu nome 'sujo' por envolvimento em investigações clericais. A partir daí, a expressão 'fulano tem culpa no cartório' se tornou comum, inclusive no Brasil."

Evidente que um assunto não tem nada a ver com o outro. Freud explica através de sua estratégia técnica de associação livre.