sexta-feira, 29 de abril de 2022

Bolsonaro e Patton




O jornalista e âncora da CNN, William Waack, afirma em comentário que o indulto concedido por Jair Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira realmente não rende votos. Diz o jornalista: “O ‘golaço’ de Bolsonaro contra o STF gera picos nas redes sociais, mas está distante da realidade da grande massa de eleitores brigando com inflação. Ou seja, de escasso efeito eleitoral amplo”. Concordo com ele, mas o incremento de mais de 100% no "Bolsa Família", hoje "Auxílio Brasil" (para citar apenas um exemplo), rende votos.

Chegue às três horas da tarde de um dia qualquer da semana (dia dito útil) na Bodega de Fuíta, no Distrito de Canindezinho no Município de Várzea Alegre, e você encontrará meia dúzia de rapazes em volta de uma sinuca, "assessorados por uma garrafa da marvada", jogando e gargalhando. Em tempos outros, eles estariam ao sol, brocando mato, fazendo cerca, limpando a roça ou espalhando veneno no arrozal. Tudo isso para ganhar 15 reais ao fim do dia.

Os indivíduos aos quais me refiro não se importam com o indulto, nunca ouviram falar em Daniel Silveira, sequer sabem onde fica Brasília. Mas têm a certeza de que no final do mês irão ao Banco e sairão dali com "quatrocentões no pé do cipó". Isso dá voto!

Ademais não creio que Bolsonaro, na avaliação juntamente com seus estrategistas, tenha pensado em ganhar votos com essa ação. Imagino que a sua intenção foi mais aquela registrada por outra desafeta do Presidente, Vera Magalhães: "Está conclamando seus seguidores à guerra, e a batalha final todos sabem qual é: a eleição."

Os discursos de Bolsonaro após a concessão da Graça ao Deputado, remete-me à série de discursos feitos pelo General George S. Patton (já herói de guerra) às tropas do Terceiro Exército dos Estados Unidos em 1944, antes da invasão aliada da França. Os discursos pretendiam motivar o Terceiro Exército para o seu dever de combate. Nos discursos, Patton estimulava os seus soldados a cumprirem o seu dever, independentemente do medo pessoal, e os exortou à agressividade e à ação ofensiva constante.

Você, lulopetista, certamente vai entender que eu estou comparando Jair Bolsonaro com George Patton. Infelizmente a geração Paulo Freire tem um certo grau de dificuldade para interpretar o que lê. São histórias de vida incomparáveis. Este era General e herói de guerra, aquele é Capitão reformado em situação confusa, para dizer o mínimo. Devo reconhecer, no entanto, que eles têm semelhanças: o General americano tinha a "habilidade de inspirar tropas por meio de discursos cheios de palavrões. A sua ênfase em ações ofensivas agressivas mostrou-se eficaz."

Assista aos vídeos dos últimos discursos do Presidente que você certamente compreenderá melhor este texto. E eu serei eternamente grato pela sua generosidade de lê-lo.

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