
O discurso do Ministro Paulo Guedes no "Brazil Day in Washington" na Câmara Americana de Comércio não podia ser mais honesto e cristalino. Você pode até discordar do caminho a ser trilhado pelo Brasil no desenho feito pelo Ministro, mas jamais poderá negar que ele foi absolutamente brilhante e pragmático ao falar para a elite empresarial americana nesta tarde.
"O presidente ama a América, eu amo a América. Adoro Coca-Cola, Jeans, a Disneylândia. Agora nós estamos dançando com os chineses. Os chineses dançam bem. Número um parceiro comercial. Eu digo ao Presidente: ame os Estados Unidos, mas deixe-me fazer comércio com aqueles que forem mais lucrativos para nós. A gente vê vocês (EUA) negociando com os chineses há décadas. Por que não nós?”
Música para os ouvidos dos investidores americanos, foi sua reafirmação dos princípios liberais que o Ministro tão transparentemente tem defendido. Estado mínimo, descentralização das receitas públicas, reforma da previdência, reforma tributária com a diminuição de número de impostos, privatização de estatais, etc. E a franqueza peculiar do Ministro: o país está aberto aos investimentos estrangeiros. Se os americanos não se credenciarem, os chineses (que já são o maior parceiro comercial do Brasil) estão "dançando e dançando bem" conosco.
É cedo ainda para avaliar o resultado da viagem da comitiva brasileira ao país do Norte, até porque ela nem sequer foi concluída. Uma coisa, no entanto, é certa: o recado do Ministro Paulo Guedes foi dado e muito bem-dado. Os Estados Unidos são parceiros preferenciais para o comércio bilateral com o Brasil. Mas se "você não quiser comprar nossa soja, minério de ferro, petróleo bruto, açúcar, carne, temos quem queira!"
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