segunda-feira, 11 de março de 2019

Amadorismo inexplicável




Depois dos profundos e continuados escândalos (mensalão, petrolão etc.), do desastre na área econômica (mais de doze milhões de desempregados, incontrolável deficit público, queda mortal no PIB etc.), estimava-se que demoraria um tempo para que o PT recuperasse a credibilidade e almejasse disputar novamente a Presidência da República.

Confesso que já não estou tão certo disso. O governo conservador que substituiu o desastrado período descrito acima, tem cometido tantos erros e tão primários que temo a provocação de uma amnésia coletiva na eleição de 2022. É bem verdade que há programas desenhados em base sólida. Na economia, a coesão e determinação da equipe apontam para um caminho de recuperação e crescimento. No combate ao crime organizado e à corrupção, com o evidente propósito de diminuição da violência e estancamento de desvio de recursos públicos, já há uma relação de medidas adotadas pelo ministro Moro. Algumas que independem de legislação congressual em andamento e outras já enviadas para avaliação e votação pelo Parlamento.

O problema é que para aprovar as necessárias reformas para a implementação desses programas, o Governo precisará empenhar todo o seu capital político junto ao Congresso Nacional. Não são medidas de fácil tramitação e algumas exigirão sacrifício da sociedade brasileira.

Ora, é próprio do ser humano a defesa dos seus interesses e a briga pela manutenção dos privilégios. "Farinha pouca, meu pirão primeiro" retrata bem nosso comportamento. Para vencer as resistências que virão, o Governo sabe que tem que encaminhar a votação dessas medidas o mais rápido possível, aproveitando a "lua de mel" que geralmente se estabelece em início de mandato presidencial.

Infelizmente o Governo Bolsonaro tem desperdiçado parte desse capital político advindo do período da lua de mel citada, com questões menores, construindo de forma desnecessária adversários nos mais diversos segmentos sociais. É de um amadorismo surpreendentemente inexplicável.


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Atualizado em 16/03/2019 às 9:22h

"Uma história nova e quase inacreditável surge todo dia a seu respeito. E com a vantagem de que não precisa ser inventada, porque ele próprio a fornece. São gafes atrás de gafes, típicas de quem nunca administrou nem uma quitanda e, pelo visto, também não aprendeu a fazer política.

Vai da briga gratuita com os muçulmanos à sua ideia de ter prévio acesso às perguntas do Enem. Da admiração por torturadores e sucessivos insultos aos gays, negros e mulheres ao bate-boca com cantores de rádio. Do chocante xixigate à incômoda vizinhança com bandidos. E, agora, a história de que, em pleno Palácio do Alvorada, ele dorme com um revólver na cabeceira. Se bem que, neste caso, qual é o problema? Getulio Vargas também dormia."

Ruy Castro
Jornalista e escritor, autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues.


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Atualizado em 19/07/2019 às 11:03h

"Um desastre com perda total"

“A decisão do presidente Jair Bolsonaro de indicar seu filho Eduardo para a embaixada brasileira em Washington é um desastre com perda total".

“Uma das tarefas mais difíceis desta vida, por alguma razão ainda não explicada pela ciência, é aprender uma de suas regras mais fáceis. A regra é a seguinte: certas coisas não se fazem. Não têm nada a ver com o fato de serem permitidas ou não por lei. Também podem não ser, em si mesmas, boas ou más, certas ou erradas. São, apenas, coisas que não se fazem. Por quê? Porque não se fazem, só por isso — não por uma pessoa dotada de coeficientes médios de decência, consideração pelos outros e boa educação (…).

Uma das coisas mais evidentes no bloco daquilo que ‘não se faz’ é nomear seu filho como embaixador do Brasil nos Estados Unidos — se você, justamente, é o presidente do Brasil. Quem, com um mínimo de bom-senso, pode ter alguma dúvida a respeito de uma coisa dessas?”

Roberto Guzzo
José Roberto Guzzo, mais conhecido como J.R. Guzzo, é um conceituado jornalista brasileiro.

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