
Não por coincidência, os editorias de hoje dos três maiores (e quase únicos) jornais de circulação nacional, pintam horrores sobre os 85 dias do Governo Bolsonaro. A Folha diz que "inquietante é perceber a indigência das ideias da trupe bolsonarista para substituir os métodos e vícios do presidencialismo nacional". O Estadão, num editorial arrasador intitulado “Procura-se um presidente”, afirma: "Parece acreditar que, simbolizando a redenção do Brasil depois do flagelo lulopetista, todas as suas vontades serão convertidas em lei pelo Congresso, sem necessidade de negociação. Incorre, assim, numa arrogância sem limites." O jornal da família Marinho, agressivamente estabelece que "Não se tem notícia de um presidente como Jair Bolsonaro, que tenha demorado tanto tempo para descer do palanque. Vitorioso numa campanha em que se valeu muito das redes sociais, território adequado a mensagens curtas, quase sempre agressivas, e de pouca reflexão, o presidente demonstra dificuldades em mudar o tom e passar a governar, o que implica, numa democracia, negociar". Aproveita, ao desancar o Presidente, para diminuir a influência das redes sociais, para quem elas são "território adequado a mensagens curtas, quase sempre agressivas, e de pouca reflexão".
Paralelo a essas manifestações diárias da grande mídia, cada dia mais agressivas e devastadoras, o nosso querido Congresso Nacional, sempre comprometido com os interesses do povo e com os destinos da nação, paralisa a tramitação das Mensagens enviadas pelo Executivo, reclamando da falta de articulação política do Governo. Até o inesquecível Presidente FHC, o herói da reeleição, prestimosamente oferece um ensinamento ao afirmar que "Presidente que não entende a força do Congresso, pode cair".
Ouso avaliar que mais cedo ou mais tarde o Governo vai ter que fazer concessões, seja à grande mídia, seja aos parlamentares. Tudo muito simples de resolver. Basta inspirar-se nos últimos vinte anos, quando os governos aprovavam tudo o que queriam no Congresso e nos veículos de comunicação o país era um paraíso em terra. Aliás, falando-se em inspiração, quero crer que uma profunda inspiração de saudade deve estar atacando os atores desse momento. Para despertar o espírito público e o ardor cívico dos congressistas, distribuam os cargos (não qualquer um, mas "aquele que fura poço" ) e liberem os recursos das emendas. Para a grande mídia, todos os brasileiros sabemos do que precisa. E aí o mundo terá paz novamente...

Gasto de governo Bolsonaro com publicidade é menos de 1% de Lula, Dilma e FHC juntos.
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Essa equipe do MEC no Governo Bolsonaro remete-me à memória um jogo a que assisti quando criança em Várzea Alegre. Jogavam as seleções do Bacpari e Vara da Prensa. O resultado foi de 6 X 6. Pois bem: as defesas das duas seleções batiam tanta cabeça quanto esses educadores do Ministério...
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