
"As mulheres na Arábia Saudita não têm o direito de se mover de forma independente sem um cônjuge ou parente legal. Tal companheiro é chamado 'mahram'. Sem sua permissão, a mulher não pode ir para o exterior, conseguir um emprego, casar-se, ir para a universidade e até se submeter a uma cirurgia.
Em caso de ir ao tribunal ou à polícia, é necessário um homem-guardião para confirmar sua identidade, já que uma mulher não pode tirar seu 'hijab' (véu para cobrir a cabeça). Em tais circunstâncias, é impossível reclamar do 'mahram', mesmo que ele abuse de sua autoridade." (Do web site https://incrivel.club/).
Mas a Arábia Saudita está modernizando seus costumes: recentemente as autoridades sauditas (a Arábia Saudita é uma monarquia absoluta, caracterizada pela forte influência do islamismo sunita, onde o rei é o chefe do estado e do governo) permitiram que as mulheres pudessem dirigir... é isso mesmo que você acaba de ler: no final da segunda década do século XXI, numa aldeia global (a benção, Herbert McLuhan), numa sociedade caracterizada pelas transformações sociais provocadas pela revolução tecnológica do computador e das telecomunicações, as mulheres eram proibidas de dirigir um veículo qualquer.
Há menos de uma semana, a jovem saudita Rahaf Mohammed, de 18 anos, fugiu de casa para a Tailândia com a intenção de alcançar a Austrália para ali viver. Queria respirar o ar benfazejo da liberdade, poder estudar e trabalhar, ser protagonista do seu destino enfim. O governo tailandês pretendia repatriá-la, devolvendo-a à família. Com medo de ser assassinada caso voltasse, a jovem Rahaf mobilizou as redes sociais e denunciou o medo de voltar para casa. Com isso evitou a extradição e agora busca um país que a aceite como exilada, onde possa viver seus sonhos.
O acontecido recente do assassinato de Jamal Khashoggi, o jornalista saudita, na embaixada daquele país na Turquia, e agora o episódio sem precedentes da fuga da jovem Rahaf, desnudam de uma vez por todas a ditadura saudita. Muito poder-se-ia escrever sobre a Arábia Saudita, sua forma de governo, seus costumes, o fato de ser o segundo maior produtor de petróleo do planeta e por isso mesmo ter o apoio incondicional dos Estados Unidos, mas limitamo-nos a focar essas "mal traçadas linhas" na história de Rahaf Mohammed, e de como as redes sociais influenciaram definitivamente para que ela não fosse deportada da Tailândia.
Ave, Rahaf! Teu destino venturoso te espera.
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