sábado, 5 de janeiro de 2019

Ah... os novos tempos!




Desafio os meus contemporâneos, digo melhor, os "jovens" da minha idade (acabo de completar setenta anos), que tenha beijado sua primeira namorada. Não vale mentir!

Quem não foi para a escola pensando em preparar-se para um "bom" emprego regular, aquele em que você acorda, escova os dentes e toma um banho rápido, para estar no local de trabalho a tempo e à hora?

Isso tudo está acabando. E não adianta lutar contra. O jovem de hoje já dorme na casa da namorada, com ela, no primeiro momento (ou vice-versa), e desfruta desse apelo incontrolável de viver o sexo na sua plenitude. Tão simples e normal como tomar banho diariamente. Se isso ainda nos causa um certo desconforto, a nós setentões, imagine como seria enfrentado pelos nossos pais...

Os costumes têm evoluído tão rapidamente quanto a tecnologia. Trabalhei na juventude (recém formado), na IBM, à época a maior gigante de computação do mundo. Os computadores eram máquinas monstruosas, instaladas em salas especiais, temperatura controlada, pisos falsos para acomodar cabos que ligavam os componentes, operadas por semi-deuses (gênios da raça) que apenas eles entendiam a linguagem e o "comportamento" daqueles "cérebros eletrônicos". Nos dias atuais, o meu neto adolescente (e os seus, provavelmente), operam um celular com capacidade de armazenamento e processamento de informações milhões de vezes maiores do que aqueles computadores com os quais trabalhei.

Tenho alguns amigos, especialmente fora do Brasil, que trabalham no seu momento, geralmente sem "escovar os dentes", vestidos de pijama, no conforto do seu quarto de dormir, para empresas cujas sedes ficam a milhares de quilômetros de distância. Quando têm sede...

Ah... os novos tempos! Confesso, docemente constrangido, que sinto saudades do tempo em que meu pai saía de casa às sete horas da manhã, para abrir sua modesta loja de tecidos em Várzea Alegre, e ali gastar seu dia esperando por eventuais clientes. Que tipo de surpresas evolucionistas nos prepara o futuro próximo, nas áreas de costumes e de trabalho? O que faremos com nosso tempo livre que fatalmente teremos com a modernização da atividade laboral?

Esse texto nada tem de importante. É apenas fruto de uma madrugada insone...

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