Um velho engenheiro aposentado que combate o ócio tentando escrever textos inspirados nos acontecimentos do cotidiano. Autor dos livros “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 1” , “INQUIETAÇÕES NOTURNAS, REFLEXÕES NAS MADRUGADAS” e “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 2”.
domingo, 17 de agosto de 2025
A cerca de Vicente Vieira
Vicente Batista Vieira, pai do Padre Vieira “do jumento”, não o dos "Sermões", tinha uma fazenda no sítio Extrema, em Várzea Alegre. Seu vizinho, Antônio Rodrigues, fez queixa ao delegado e se intrigou com o velho Vicente, acusando-o de ter erguido uma cerca invadindo um metro de sua terra. A questão foi parar na Justiça.
Antônio contratou um advogado do Crato, já Vicente mandou recado a Joaquim de Figueiredo Correia (então vice-governador) e a Dário Batista Moreno (promotor público), ambos parentes próximos e advogados, para que fossem a Várzea Alegre se inteirar do caso. Na viagem, Dário disse a Figueiredo: “Figueiredo, você, que é mais próximo de Tio Vicente, assuma a condução da conversa. Eu ficarei ouvindo e dando apoio moral.”
Assim combinado, assim feito. Ao chegarem à casa da calçada alta, na Extrema, cumprimentaram o patriarca e, sentados em confortáveis cadeiras de balanço, Figueiredo pediu que ele contasse a história. Vicente Vieira despejou um rosário de críticas a Antônio Rodrigues e, por fim, admitiu ter avançado “um pouco” com a cerca que dividia os terrenos. Nesse momento, Figueiredo o interrompeu: “Tio Vicente, me desculpe, mas o senhor não tem razão.” E o velho retrucou: “Eu sei! Se eu tivesse razão, num precisava de vocês, não!”
Consta que a pendenga (e a respectiva intriga) durou mais de dez anos. Não sei como terminou, porque meu informante só contou até aí e se houver alguma inconsistência no “causo”, a culpa é dele.
quinta-feira, 14 de agosto de 2025
O “tirador de figo”
Quando criança, em Várzea Alegre, eu temia duas figuras igualmente assustadoras para a minha imaginação: o “tirador de figo” e os comunistas. O primeiro era uma lenda urbana repetida pelos mais velhos, segundo a qual um homem sequestrava crianças para extrair-lhes o fígado, história que, provavelmente, muitos da minha geração ainda recordam. Já os comunistas eram descritos como monstros que “comiam criancinhas”, imagem grotesca que alimentava um medo difuso.
Com o tempo, descobri duas verdades: o “tirador de figo” jamais existiu, e os comunistas não devoravam crianças. O primeiro temor desvaneceu-se por completo, relegado ao mundo das histórias inventadas para amedrontar os pequenos. O segundo, porém, persistiu de outra forma. Se não cometiam a barbárie que lhes atribuíam na infância, eram capazes de algo igualmente terrível: submeter nações inteiras a regimes opressivos, transformando a vida de milhões em um sofrimento prolongado e real.
Leia meu artigo: "Quer entender o que é o comunismo? Venha a Praga. Fale com quem viveu." - https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2025/04/quer-entender-o-que-e-o-comunismo-venha.html
terça-feira, 12 de agosto de 2025
The New York Times lista acusações contra Moraes
Poderíamos classificar os principais jornais do planeta, pela ordem de importância e abrangência dos assuntos, como segue:
1. The New York Times – abrangência e influência política/cultural.
2. The Wall Street Journal – influência decisiva em economia e negócios.
3. Financial Times – foco global em economia e política internacional.
4. The Washington Post – forte influência política e investigativa.
5. The Economist (revista, mas com peso de jornal) – análises globais de impacto.
O jornal norte-americano The New York Times publicou uma reportagem que coloca o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no centro de um debate que vai além das fronteiras brasileiras, envolvendo também interesses comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
A matéria, intitulada “O Brasil manteve rígido controle sobre grandes empresas de tecnologia. As tarifas de Trump podem mudar isso”, afirma que Moraes teria adotado medidas como prisões sem julgamento, bloqueio de veículos de imprensa e remoção de contas em redes sociais. O texto ainda destaca que o ministro está atualmente impedido de entrar em território norte-americano.
O jornal insere essas acusações no contexto da crescente tensão entre autoridades brasileiras e gigantes da tecnologia, como Google e Meta, que passaram a intensificar reuniões com ministros do STF e outras lideranças políticas. Essas conversas giram em torno da regulação das plataformas digitais, liberdade de expressão e uso de inteligência artificial, especialmente após a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos EUA.
Defensor de uma postura mais rígida contra o que classifica como desinformação e ataques à democracia, Moraes tem tomado decisões diretas para impor bloqueios de contas e retirada de conteúdos considerados “antidemocráticos”, sem aprovação prévia do Legislativo. Críticos afirmam que essas ações carecem de transparência e violam garantias legais, o que, segundo o New York Times, contribuiu para o agravamento das tensões diplomáticas e comerciais com os Estados Unidos.
O STF decidiu em junho que empresas de tecnologia podem ser responsabilizadas por publicações que envolvam discurso de ódio e atentados à democracia, devendo ainda monitorar conteúdo patrocinado e impedir a circulação de postagens nocivas. Essas regras aguardam definição sobre quando e como serão aplicadas, enquanto as plataformas alegam insegurança jurídica e contestam a responsabilização por material publicado por terceiros.
Link para a matéria original ===> https://www.nytimes.com/2025/08/11/world/americas/brazil-big-tech-trump-tariffs.html?searchResultPosition=5
Se você vota num cara desse...
Se caso, você ainda tiver algum amigo petista, ou (até familiar) ,petista,mostre este vídeo... Pode arrumar briga, sim..... Mas qual patriota ainda quer amizade com esse tipo de gente??❌ pic.twitter.com/qiHQ1HSy83
— Notícias em Foco 🇧🇷 (@VaniBack) August 11, 2025
segunda-feira, 11 de agosto de 2025
WSJ - The Wall Street Journal
Considerando a influência jornalística global, o Wall Street Journal (WSJ) certamente está no topo da lista, geralmente classificado entre os três jornais mais influentes do mundo, junto com o New York Times e o Financial Times.
É referência absoluta para mercados, investimentos e negócios. Sua análise econômica influencia desde CEOs até formuladores de políticas públicas.
Governos, grandes empresas, bancos centrais e investidores internacionais usam o WSJ como fonte diária. Apesar de ser um jornal americano, tem assinantes e correspondentes em todos os continentes. Uma manchete no WSJ pode mexer com bolsas de valores e moedas no mesmo dia.
Poderíamos classificar os principais jornais do planeta, pela ordem de importância e abrangência dos assuntos, como segue:
1. The New York Times – abrangência e influência política/cultural.
2. The Wall Street Journal – influência decisiva em economia e negócios.
3. Financial Times – foco global em economia e política internacional.
4. The Washington Post – forte influência política e investigativa.
5. The Economist (revista, mas com peso de jornal) – análises globais de impacto.
Em tempo: a cobertura jornalística da edição de notícias é geralmente considerada centrista, com um foco forte em reportagens factuais sobre economia, finanças e negócios, sendo percebida como confiável e equilibrada por leitores de diferentes espectros políticos.
sábado, 9 de agosto de 2025
O Universo conspira...
No dia 21 de agosto de 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão que, para muitos, soou como um retrocesso em matéria de transparência e imparcialidade no Judiciário. Por 7 votos a 4, a Corte decidiu que juízes podem julgar processos em que uma das partes seja cliente de escritório de advocacia de seus parentes ou cônjuges.
A deliberação derrubou uma regra do Código de Processo Civil que proibia tal atuação, considerando-a inconstitucional. Na prática, foi alterado o entendimento anterior sobre o impedimento de magistrados em casos dessa natureza. A norma invalidada impedia que um juiz julgasse um processo envolvendo cliente de escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau, mesmo que a causa fosse conduzida por outro escritório.
É difícil ignorar que a medida pode beneficiar diretamente ministros do próprio STF, cujos familiares atuam como advogados. Para o cidadão comum, fica evidente o risco de conflitos de interesse e favorecimentos. Na minha visão de leigo, já seria difícil imaginar um colegiado indo mais longe para aprovar algo que, em tese, pode favorecê-lo. Mas não precisei esperar muito para ver algo ainda mais peculiar.
Em abril de 2020, no auge da pandemia, o Consórcio Nordeste anunciou a compra de 300 respiradores para hospitais da região, ao custo de R$ 48 milhões. A nota de empenho, assinada pelo ex-ministro Carlos Gabas, atestava que os equipamentos haviam sido entregues “em perfeitas condições”. O problema: eles nunca foram entregues.
O contrato, redigido pelos próprios vendedores, fato inusitado por si só, recebeu aval do então governador da Bahia, Rui Costa (PT), que presidia o consórcio. Na época, o grupo incluía:
Wellington Dias (Piauí)
Belivaldo Chagas (Sergipe)
Camilo Santana (Ceará)
Flávio Dino (Maranhão)
João Azevêdo (Paraíba)
Renan Filho (Alagoas)
Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte)
Paulo Câmara (Pernambuco)
Foi instaurado um inquérito sigiloso para investigar possíveis crimes na contratação direta de uma empresa supostamente sem qualificação técnica. O valor atualizado do contrato foi de R$ 49,5 milhões.
No âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que inicialmente assumiu o caso por haver autoridade com foro privilegiado, foram autorizadas medidas como quebra de sigilo bancário, telefônico e telemático, além de buscas e apreensões. A Polícia Federal, por sua vez, solicitou mais prazo para concluir o relatório final da Operação Ragnarok.
Com o avanço das investigações, o Ministério Público Federal (MPF) apontou que não havia mais autoridade com foro no STJ, o que retirava a competência daquela corte. O vice-presidente do STJ, ministro Og Fernandes, determinou então que o processo fosse remetido ao STF, para que este verificasse se algum dos investigados possuía foro que justificasse assumir o caso, conforme decidido na Questão de Ordem da APn 937.
Por se tratar de processo sigiloso, o número não foi divulgado. Mas veio então a reviravolta: após o “sorteio” interno no STF, o relator sorteado foi o ministro Flávio Dino. Sim, o mesmo Flávio Dino que, à época dos fatos investigados, era governador do Maranhão e membro efetivo do Consórcio Nordeste, justamente o órgão no centro do escândalo dos respiradores.
Para quem observa de fora, é inevitável enxergar ironia, ou muita coincidência, nesse enredo. Um caso de suposto desvio milionário, envolvendo governadores, acaba nas mãos de um ex-governador integrante do próprio grupo investigado.
Longe de mim duvidar da integridade e imparcialidade do Ministro Flávio Dino. Formou-se em direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), mestrado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), atuou como advogado, foi juiz federal concursado na 1ª Região, deputado federal pelo Maranhão, diretor da Escola de Direito de Brasília do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) e presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), durante o governo Dilma Rousseff. É um indivíduo absolutamente preparado!
No primeiro caso, processos são julgados por juízes com pessoas próximas como parte interessada. Neste último, a própria parte interessada faz o julgamento. O Universo nos prega cada peça...
sexta-feira, 8 de agosto de 2025
Lá vai fumo!
O @SecRubio acaba de declarar que a designação do regime de Maduro (e dos cartéis) como organizações terroristas permite legalmente executar operações com todos os organismos de segurança, defesa e inteligência dos EUA para acabar com eles. pic.twitter.com/VuSt3aj4VM
— TumultoBR acervo (@TumultoBRacervo) August 8, 2025
quinta-feira, 7 de agosto de 2025
Trump ajuda na criação de empregos no Brasil
A APEX, órgão de promoção de exportações do governo federal, atualmente comandada pelo ex-governador do Acre e ex-senador petista Jorge Viana, anunciou a abertura de um novo escritório em Washington, D.C. A justificativa oficial? Estabelecer um canal de diálogo com o governo americano para tentar reduzir os impactos do tarifaço sobre os produtos brasileiros.
Quer que eu adivinhe o que vai realmente acontecer? Mais cabides de emprego e absolutamente nenhum resultado prático. E que Deus nos livre de um novo escândalo de corrupção.
Né por nada não, só pra saber mesmo: afinal, para que serve o Setor de Promoção Comercial da Embaixada do Brasil, chefiado por um Adido Comercial, diplomata treinado especificamente para tratar de comércio exterior?
quarta-feira, 6 de agosto de 2025
Paulo Souza brilhante!!!!
S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L 👇🏽💯😍👈🏽
— Daniel BigHouse Influencer nas Mídias Sociais (@DanjelBigHouse) August 6, 2025
TRAGAM UM TROFÉU 🏆 para o EXTRAORDINÁRIO Paulo Souza...
Vcs tem que ASSISTIR E COMPARTILHAR este vídeo q mostra toda a hipocrisia da classe artística do Brasil....
Vale cada segundo 👊🏽🇧🇷🫡👈🏽 pic.twitter.com/nQMRbOSMVx
terça-feira, 5 de agosto de 2025
segunda-feira, 4 de agosto de 2025
Supremacia Econômica dos Estados Unidos
Ao longo das últimas décadas, a ascensão econômica da China tem sido retratada como uma ameaça direta à hegemonia dos Estados Unidos. No entanto, uma análise criteriosa de dados concretos — incluindo PIB, renda per capita, desigualdade social, inovação, poder empresarial e qualidade de vida — revela que os EUA continuam, com muita folga, como a principal potência econômica global.
1. Produto Interno Bruto (PIB)
País PIB Nominal (2024)
EUA US$ 28,7 trilhões
China US$ 17,8 trilhões
Em termos nominais reais e aceitos internacionalmente, os EUA possuem um PIB quase US$ 11 trilhões maior que o chinês.
2. PIB Per Capita: O Retrato da Prosperidade
País PIB per capita (nominal, 2024)
EUA US$ 85.000+
China US$ 12.700
A renda per capita americana é mais de 6 vezes maior que a chinesa, demonstrando um nível de riqueza, consumo e qualidade de vida incomparável. Um cidadão médio nos EUA é muito mais rico do que um chinês.
3. Desigualdade Social
Ambos os países têm desafios com desigualdade, mas de naturezas distintas:
EUA: Alta desigualdade, mas com uma rede social robusta e mobilidade social considerável.
China: Gigantesco abismo entre zonas urbanas e rurais, somado à ausência de um estado de bem-estar social verdadeiro e direitos trabalhistas frágeis.
Além disso, a China possui censura estatal, controle de natalidade e sistemas de crédito social, o que agrava a percepção de desigualdade institucionalizada.
4. As 10 Maiores Empresas do Mundo (2024)
Ranking Empresa País Valor de Mercado (US$ trilhões)
1 Apple 🇺🇸 EUA 3,4
2 Microsoft 🇺🇸 EUA 3,3
3 Saudi Aramco 🇸🇦 Arábia S. 2,1
4 Alphabet (Google) 🇺🇸 EUA 2,0
5 Amazon 🇺🇸 EUA 1,9
6 Nvidia 🇺🇸 EUA 1,8
7 Meta (Facebook) 🇺🇸 EUA 1,1
8 Berkshire Hathaway 🇺🇸 EUA 0,9
9 Tesla 🇺🇸 EUA 0,8
10 TSMC 🇹🇼 Taiwan 0,7
8 das 10 maiores empresas do mundo são americanas. Nenhuma empresa chinesa figura no top 10 em valor de mercado, apesar do esforço estatal.
5. Inovação, Tecnologia e P&D
Os EUA lideram globalmente em:
Publicações científicas de impacto
Patentes registradas
Gastos privados em P&D
Startups e venture capital
As Big Techs americanas controlam o mundo digital: Google, Apple, Microsoft, Amazon, Meta, Nvidia e OpenAI.
A China depende fortemente de transferência de tecnologia e engenharia reversa, com inovação frágil e ainda fortemente centralizada pelo Partido Comunista.
6. Soft Power e Qualidade de Vida
Os EUA influenciam globalmente com:
Cultura pop
Universidades de ponta (8 das 10 melhores do mundo)
Liberdade de expressão
Atração de imigrantes talentosos
A China é vista com desconfiança em muitos países por:
Censura
Violação de direitos humanos (Tibete, Xinjiang)
Apoio a regimes autoritários
7. Energia, Moeda e Segurança
O dólar é a moeda de reserva global (≈ 60% das reservas mundiais), enquanto o yuan representa menos de 3%.
Os EUA são exportadores líquidos de energia desde 2019 (graças ao shale gas), enquanto a China é altamente dependente de importações.
Conclusão: Supremacia Estrutural
A China pode crescer mais rapidamente, mas está longe de igualar os EUA em prosperidade, inovação, liberdade e influência global. A supremacia americana não se baseia apenas em números absolutos, mas em instituições, cultura, tecnologia, e capacidade de adaptação.
A diferença entre um país rico e um país emergente não está apenas no PIB. Está na liberdade de inovar, criar, errar — e crescer com isso.
sábado, 2 de agosto de 2025
"Missão dada, missão cumprida!"
Foi democrático sim, imparcial sim, sim.
— Vanessa Navarro (@vanessnnavarro) August 1, 2025
ANISTIA JÁ! pic.twitter.com/w4GWXbSlCK
Não combinaram com os russos
Havia quase uma unanimidade entre jornalistas e analistas políticos: o confronto comercial com os Estados Unidos, protagonizado pelo governo brasileiro, seria o ponto de inflexão na curva descendente de aprovação do presidente Lula. Munido da bandeira simbólica da "defesa da soberania nacional", provavelmente articulada por seu marqueteiro Sidônio Palmeira, hoje elevado à posição de Ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, o embate tarifário parecia ter chegado em hora perfeita, como um presente do destino para reposicionar Lula no tabuleiro político.
A estratégia era clara: desgastar a oposição, atribuindo-lhe a responsabilidade pelo tarifaço, e, em simultâneo, fortalecer a imagem de um Lula firme, defensor intransigente dos interesses do país. Tudo alinhado. Mas, como diria Garrincha na célebre anedota do futebol: “só esqueceram de combinar com os russos”. No caso, com o povo brasileiro.
Na virada de julho para agosto, o Datafolha divulgou uma nova pesquisa de opinião pública, realizada presencialmente com 2.004 eleitores em 130 cidades nos dias 29 e 30 de julho. Era o auge da disputa tarifária com os EUA, e o momento parecia ideal para uma virada positiva nos índices de popularidade do presidente. A expectativa era de substancial melhora.
Contudo, para surpresa quase geral entre observadores da cena política, os números permaneceram absolutamente inalterados. A avaliação negativa do governo Lula segue em 40%, e a positiva continua restrita a 29%. Nenhum avanço, nenhum recuo — um impasse congelado, em plena ebulição política.
Há uma única explicação plausível para essa estagnação: a sucessão incessante de denúncias de corrupção, que semanalmente explodem nas redes sociais. Mesmo com o esforço de parte da imprensa tradicional para minimizar ou omitir, os brasileiros têm acesso irrestrito à informação. E o que antes podia ser abafado com manchetes convenientes, hoje se espalha como fogo em roça de capim seco.
Difícil apagar da memória popular o escândalo do "Aposentão", esquema de fraudes bilionárias no INSS que atingiu milhões de aposentados e pensionistas, sem punições até o momento e sem recuperação dos valores desviados. Soma-se a isso o fato amplamente conhecido de que José Ferreira da Silva, o “Frei Chico”, irmão do presidente, ocupa posição de destaque em uma das associações investigadas por facilitação de acesso indevido aos sistemas de desconto dos beneficiários.
Outros casos se avolumam: o orçamento secreto que favoreceu prefeituras aliadas com emendas sem transparência, acompanhado de alegações de superfaturamento em ambulâncias e tratores; as extravagantes viagens do presidente e da primeira-dama; o uso abusivo dos jatos da Força Aérea Brasileira; e a gastança obscura nos cartões corporativos da Presidência, que consumiram mais de R$ 55 milhões entre 2023 e abril de 2025, 99,55% desse valor mantido sob sigilo, bloqueando qualquer fiscalização efetiva.
Ainda que o IBGE insista em publicar, mês após mês, dados econômicos supostamente promissores, de credibilidade cada vez mais contestada, a população segue atenta. Sejam pelas redes, pelas conversas nas ruas, ou pelo impacto direto nas gôndolas dos supermercados, a percepção é outra: o país não está bem. E ninguém mais consegue esconder isso.
O desgaste político parece irreversível. Ainda que o governo siga institucionalmente em funcionamento, sua legitimidade perante a população sofre corrosão contínua. O cenário é de descrença generalizada, e arrisca-se dizer que, independente dos eventos que ainda virão, o governo Lula 3 chegou ao fim e de forma melancólica.
Que Deus tenha piedade do povo brasileiro!
sexta-feira, 1 de agosto de 2025
O fenômeno Bukele
Em 31 de julho de 2025, a Assembleia Legislativa de El Salvador, aprovou e ratificou uma reforma constitucional que autoriza a reeleição presidencial indefinida e estende o mandato presidencial de cinco para seis anos. A votação contou com 57 votos favoráveis e apenas 3 contrários A mudança também elimina o segundo turno eleitoral e sincroniza as eleições presidenciais, legislativas e municipais para 2027, encurtando o mandato atual, originalmente previsto para terminar em 2029. Vale destacar que Bukele já havia conseguido uma reeleição em 2024, com aproximadamente 84,65% dos votos, graças a uma decisão judicial de 2021 que permitiu a candidatura imediata, uma reversão da proibição anterior.
Apesar das críticas por autoritarismo, Bukele continua sendo considerado um fenômeno político. Segundo pesquisa conduzida pela TResearch em maio de 2025, 90,1% dos salvadorenhos aprovam sua gestão, com mais de 85% afirmando que o país está no caminho certo sob sua liderança. Outras sondagens também apontam índices de aprovação consistentemente entre 90% e 92%.
A reforma altera artigos fundamentais da Constituição para eliminar o impedimento à reeleição e consolidar o poder no Executivo. Ao mesmo tempo, a supressão do segundo turno eleitoral favorece candidatos com forte base majoritária, como é o caso do incumbente.
Enquanto isso, organizações de direitos humanos como Human Rights Watch e Cristosal, denunciaram a medida como um passo decisivo rumo ao autoritarismo institucionalizado.