"Não cai uma folha da árvore se Deus não permitir" é um princípio da fé cristã que encontra eco no Alcorão: "... e não cai uma folha da árvore sem que Ele disso tenha ciência..." (6ª Surata, versículo 59)
Essa noção de controle absoluto parece encontrar reflexo no Partido dos Trabalhadores (PT), desde sua fundação em 1980, sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo correndo o risco de cometer blasfêmia ou hubris ao estabelecer esse paralelo, é inegável que o Sr. Lula exerce um poder absoluto sobre seu partido, semelhante ao de um líder incontestável.
Esse autoritarismo, moldado ao longo de décadas, afastou inúmeros intelectuais, religiosos, ativistas políticos e sindicalistas que ajudaram a criar o PT. Assim como sob a nogueira (Juglans regia), onde nada cresce devido à sua sombra sufocante, Lula parece não permitir o florescimento de lideranças independentes ao seu redor. Aqueles que ousaram se destacar, acabaram abandonados, como cadáveres no caminho de sua trajetória política.
Esse estilo de liderança se reflete em episódios internacionais controversos, como o apoio velado à eleição fraudada do ditador Nicolás Maduro, na Venezuela. Apesar de evidências apontando que o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, foi o verdadeiro vencedor, o Conselho Nacional Eleitoral venezuelano declarou Maduro reeleito. Enquanto democracias ocidentais rejeitavam o resultado, Lula e o presidente colombiano Gustavo Petro apelavam para que Maduro publicasse as atas eleitorais — um discurso que parecia permitir tempo para o ditador "preparar" os documentos ou acalmar a pressão internacional.
A situação se tornou ainda mais contraditória com a emissão de uma Nota Oficial pelo PT, saudando o povo venezuelano pelo processo "democrático". É difícil acreditar que tal nota tenha sido publicada sem a autorização de Lula, considerando o controle rigoroso que exerce sobre o partido. O apoio do PT foi reforçado pela presença de uma comitiva e do MST na posse de Maduro, enquanto Lula, em um movimento pendular, adotava um discurso mais cauteloso, apelando para o diálogo entre Maduro e a oposição – desta vez, aliado ao presidente da França, e não mais ao colombiano Petro, que mudou sua posição e recusou-se a reconhecer a legitimidade do processo.
A declaração do líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, classificando a posse de Maduro como "ilegítima e farsante", evidencia o caos na narrativa governamental brasileira. Essa oscilação de posicionamentos parece destinada a confundir a opinião pública e minimizar o desgaste de um apoio ostensivo a um ditador amplamente repudiado pelas democracias ocidentais. No final, o que se vê é um jogo de sombras, em que cada movimento parece calculado para evitar que o verdadeiro papel de Lula e do PT nesse episódio venha totalmente à luz.
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