
O grupo de deputados do PT e puxadinhos deu ontem uma demonstração inequívoca de falta de educação e inigualável agressividade. Na seção marcada para ouvir o Ministro Moro sobre os vazamentos de supostas conversas do aplicativo Telegram, esses deputados substituíram o objetivo legítimo de ouvir o Ministro por um festival de agressões pessoais. Como pano de fundo a tentativa contínua e desesperada de criar uma ecologia favorável à libertação do ex-presidente Lula.
Na minha avaliação o PT escolheu o adversário errado. Sua renitente tentativa de colar no Ministro a figura de um juiz parcial, não tem sortido o efeito desejado. Ao contrário, tem fortalecido junto à opinião pública a imagem de paladino da justiça daquela autoridade. E construindo um eventual adversário político que hoje é disparadamente o mais popular cidadão brasileiro.
O PT paga um alto preço pelos erros de um passado recente. Enroscou-se na lama da corrupção juntamente com seus parceiros de “governo de coalizão”. Sob o manto da governabilidade, rateou a administração pública entre agentes políticos do seu partido e de partidos coligados.
É normal o “jus sperniandi” de alguém acusado por qualquer “malfeito”. A tentativa de desqualificar ações e pessoas é comum nessas situações. Por enquanto não adianta tentar incriminar o ex-juiz. Esse expediente só prevalece no meio daqueles que já são fiéis seguidores dos partidos de esquerda. Para os demais, o Ministro Moro é aquele indivíduo que mesmo atacado, pressionado, ameaçado, resistiu e continua resistindo aos grupos que têm interesse em liquidar a Lava Jato, impedir a continuação das investigações e na libertação dos presos pela Operação.
Uma coisa está intrigando a opinião pública: há cerca de 60 dias e por muito menos, por inspiração do Ministro Toffoli e execução do Ministro Alexandre de Moraes, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em oito lugares, inclusive na residência do General Paulo Chagas, apenas porque criticaram o Supremo Tribunal Federal nas redes sociais. O jornalista americano Glenn Greenwald tem usado veículos de circulação nacional da grande mídia para vazar supostas conversas entre autoridades do Poder Judiciário, com o claro objetivo de desacreditar a maior operação de combate a corrupção de todos os tempos. Qual o problema de exigir do jornalista que comprove a veracidade dos documentos, mantido o sigilo da fonte?
A sociedade brasileira encontra-se irremediavelmente dividida. Há divisão nas famílias, em grupos sociais, no clube, no trabalho, nos colegiados. Isso é ruim, muito ruim! Estamos quase no ponto de não retorno. Há uma crescente ecologia de inevitável rompimento da legalidade. Cabe aos principais atores políticos fazer o que deve ser feito olhando apenas para o futuro da nação.
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