
Em entrevista publicada no site do Jornal Digital GauchaZH, o candidato derrotado ao Planalto em 2018, Ciro Gomes, dirigiu suas baterias contra os membros mais preeminentes do Governo Bolsonaro. Ciro está "farejando" que seu principal adversário em 2022 será o Presidente ou membro do seu Governo. Não está fazendo fé em um candidato do PT.
Na eleição de 2018, por um diagnóstico equivocado, apostou que seu principal adversário era Bolsonaro (e perdeu). Se em vez de tentar desidratar o atual Presidente, tivesse voltado seu esforço e energia contra o candidato do PT, poderia ser hoje o Presidente da República ou pelo menos teria disputado o segundo turno.
Na entrevista citada acima, Ciro Gomes afirma que "Sergio Moro é um canalha, não é nada mais, nada menos do que isso". É uma afirmação muito forte. Parece-me que o ex-Governador do Ceará aposta num crescente desgaste do Ministro Moro, desidratando portanto o Presidente. Ou eventualmente, numa possibilidade ainda remota de que ele seja (se não cair do Ministério) um possível candidato, no mínimo a Vice-Presidente, em 2022.
Em outra passagem, usa palavras também fortes (como é do seu feitio) contra o Ministro Augusto Heleno, outra figura emblemática do atual Governo. Diz que “esse babaca desse [Augusto] Heleno, que pensei que seria uma figura diferente, é um merda também".
O mais poupado, mas ainda assim criticado, foi o Ministro Paulo Guedes. “O poder real não está na Presidência, mas no setor financeiro. O que o setor quiser, tem mais potencial de passar no Congresso. Pouco importam as habilidades, grossuras e incapacidades do governo. Paulo Guedes é um enclave do setor financeiro nas instituições brasileiras. A reforma tributária que poderia fazer alguma coisa pelo Brasil aponta para cima, para os ricos, com tributos sobre heranças mais progressivos e sobre lucros e dividendos. Aí o baronato não quer, então não vai aprovar”. “Ninguém sabe quem é o Guedes. O que foi eleito foi o antipetismo, mais claro de ser entendido. Essa é a grande fragilidade do Bolsonaro. Ele está fidelizando um núcleo duro, que são obscurantistas, xenófobos, misóginos, um movimento internacional que se replica no Brasil”.
Ciro Gomes começou a fazer suas apostas. Penso que se espelha na trajetória de Lula, que foi candidato por quatro vezes até conseguir ser eleito. Vai acertar? Só o tempo dirá.
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