Um velho engenheiro aposentado que combate o ócio tentando escrever textos inspirados nos acontecimentos do cotidiano. Autor dos livros “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 1” , “INQUIETAÇÕES NOTURNAS, REFLEXÕES NAS MADRUGADAS” e “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 2”.
quarta-feira, 26 de novembro de 2025
General Augusto Heleno Ribeiro Pereira
O General Augusto Heleno Ribeiro Pereira é um dos militares mais respeitados de sua geração, reconhecido pela excelência, patriotismo e dedicação exemplar ao Brasil.
🪖 Formação e trajetória militar
Nascido em 1947, no Rio de Janeiro, Heleno ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), onde se formou em 1969 como primeiro colocado de sua turma. Ao longo da carreira, destacou-se em todos os cursos que compõem a formação dos oficiais de elite do Exército, sendo “tríplice coroado” — isto é, primeiro colocado nos três principais cursos da carreira militar:
• AMAN (formação de oficiais),
• Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO),
• Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME).
Esse feito é raríssimo e simboliza a combinação de inteligência, disciplina e liderança que marcaram toda a sua vida militar.
🌎 Missão no exterior e prestígio internacional
Heleno ganhou projeção internacional ao comandar, entre 2004 e 2005, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH). Com firmeza e humanidade, conduziu uma operação de pacificação em um ambiente de grande instabilidade, sendo elogiado pela ONU, por governos estrangeiros e pela população haitiana. Sua liderança deu credibilidade e destaque ao Exército Brasileiro no cenário mundial.
🇧🇷 Serviço ao país no governo
Após passar para a reserva, o General Heleno continuou servindo ao país, tornando-se uma voz respeitada na defesa das Forças Armadas, da soberania nacional e dos valores democráticos.
Em 2019, foi nomeado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo do presidente Jair Bolsonaro, cargo estratégico junto à Presidência da República. No GSI, manteve uma atuação pautada pela lealdade à Constituição, pela segurança institucional e pela defesa da integridade do Estado brasileiro.
🏅 Reconhecimento e legado
Ao longo de sua brilhante carreira, recebeu inúmeras condecorações militares e civis, tanto no Brasil quanto no exterior.
É lembrado como um oficial que honrou a farda e serviu à pátria com honra, coragem e integridade, inspirando gerações de militares e civis.
Em resumo, o General Augusto Heleno é símbolo de mérito, patriotismo e retidão, um brasileiro que dedicou sua vida a servir e engrandecer o Brasil, sempre fiel aos valores que fazem das Forças Armadas um pilar de respeito, ordem e amor à pátria.
quinta-feira, 20 de novembro de 2025
Cuida, Sidrônio!
Sidônio Palmeira, publicitário e marqueteiro responsável pela campanha presidencial de Lula em 2022, foi oficialmente contratado e empossado como ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) em 14 de janeiro de 2025.
Quaest - Sobre o Governo Lula
(29 de janeiro de 2025)
47 - aprovação
49 - reprovação
2.004 entrevistas presenciais: ±2 pp
Quaest - Sobre o Governo Lula
(9 de novembro de 2025)
47 - aprovação
50 - reprovação
2.004 entrevistas presenciais: ±2 pp
Cuida, Sidrônio!!
quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Missão impossível ou sabotagem planejada?
Consta nos bastidores de Brasília e de Washington que Mauro Vieira (chanceler brasileiro) e Fernando Haddad (ministro da Fazenda) estão tentando mais uma audiência com dois dos nomes mais influentes do governo Trump 2.0: Marco Rubio, que ocupa simultaneamente o cargo de Secretário de Estado e o posto de Conselheiro de Segurança Nacional e Jamieson Greer, o novo Representante de Comércio dos Estados Unidos (U.S. Trade Representative), e ambos são figuras centrais na formulação da política externa e comercial norte-americana, especialmente neste segundo mandato, marcado por linhas duras, pragmatismo absoluto e uma clara reorientação estratégica do papel dos EUA no mundo.
De acordo com fontes diplomáticas, se Vieira e Haddad conseguirem a reunião, o que já é, por si só, uma barreira, pretendem apresentar como pauta a retirada da sobretaxa de 40% imposta aos produtos brasileiros e a revogação das sanções aplicadas pelo governo americano aos membros do Executivo, Legislativo e sobretudo do Judiciário brasileiros.
A intenção pode ser nobre. O plano, porém, é frágil. E os executores, ainda piores. Vamos aos fatos: a dupla escolhida para essa missão já demonstrou reiteradas vezes incapacidade operacional e política.
Mauro Vieira, apesar das décadas de carreira diplomática, conduz um Itamaraty cada vez mais esvaziado, ideologizado e submisso às prioridades do Planalto. Fernando Haddad, por sua vez, é um economista que tenta equilibrar o discurso de responsabilidade fiscal com as pressões internas do partido, e não agrada nem à ala pragmática, nem à ala ideológica do governo.
Agora imagine esses dois, juntos, tentando convencer o responsável por toda a política comercial americana e o Secretário de Estado mais influente desde a Guerra Fria e atual Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, a simplesmente voltarem atrás em decisões estratégicas de Trump. E tudo isso sem levar absolutamente nada para negociar.
É como ir a uma mesa de poker internacional com as mãos vazias, contra adversários que jogam com cartas marcadas, calculadora política e milhões de empregos americanos na retaguarda.
É ingenuidade? É incompetência? Ou é outra coisa? O mais intrigante nesse movimento não é a ingenuidade da missão, é eventualmente o fato de talvez o fracasso não ser um acidente, mas um plano.
Se o governo realmente quisesse negociar com o governo Trump, enviaria negociadores profissionais, diplomatas experimentados em crises e quadros técnicos com capacidade real de barganha.
Mas escolheu Vieira e Haddad. Por quê? Aqui, entra a hipótese incômoda: talvez o governo não queira um acordo. Porque, se a missão fracassar, e tudo indica que fracassará, o Planalto terá a narrativa perfeita:
“Os EUA foram intransigentes. As sanções são injustas. Precisamos buscar parceiros mais compreensivos.”
E adivinhe quem surge imediatamente nessa equação? Aquela velha “civilização ancestral”, o gigante asiático, sempre pronto para acolher governos que desejam relações menos transparentes, menos fiscalizadas e mais convenientes.
Quanto pior for a relação com os EUA, quanto mais distante o Brasil estiver do Ocidente, quanto mais difícil for reverter as sanções, mais fácil será mergulhar de cabeça na influência chinesa.
Entregar uma tarefa hercúlea a quem não tem preparo, autoridade ou carta de negociação não é apenas erro, é quase uma assinatura. Se o objetivo fosse resolver, os emissários seriam outros. Se o objetivo fosse negociar, haveria concessões estudadas. Se o objetivo fosse reaproximar-se dos EUA, a estratégia seria profissional.
Mas não é isso o que se vê. O governo do PT parece preferir o conflito ao entendimento, o isolamento à integração e a aproximação automática com a China a qualquer esforço de reaproximação com o Ocidente. A missão de Vieira e Haddad, nesse sentido, serve mais como álibi do que como esperança.
Quando se envia quem não pode resolver, o fracasso não é acidente, é propósito.
terça-feira, 18 de novembro de 2025
Sobre "viralatismo"
Duvido, sinceramente, que a maioria das autoridades (aqui excluo de propósito as reações automáticas do efeito manada, dos “maria-vai-com-as-outras”, dos que vestiram blindagem ideológica até nos tímpanos) tenha parado para ler, entender e contextualizar o que o chanceler alemão Friedrich Merz disse sobre a COP30. Alguns dos mais histéricos, aliás, sequer sabem o que ele falou. Estão reagindo ao que ouviram de terceiros, ou pior, ao que imaginaram que ele tenha dito.
Pois vejamos a frase exata:
“Senhoras e senhores, nós vivemos em um dos países mais bonitos do mundo. Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil na semana passada: ‘Quem de vocês gostaria de ficar aqui?’ Ninguém levantou a mão. Todos ficaram contentes por termos retornado à Alemanha… especialmente daquele lugar onde estávamos.”
A frase foi publicada no site do Congresso Alemão do Comércio e apresentada diante de uma plateia empresarial alemã, dentro de um contexto muito preciso: valorizar a ordem econômica, a democracia, a infraestrutura e a previsibilidade da Alemanha.
Mas, no Brasil, o comentário virou “ofensa”, “arrogância colonialista”, “ataque ao país”. Teve até um político carreirista e oportunista que postou em sua rede social: "nazista" e "filhote de Hitler". É bem verdade que correu para apagar logo em seguida. E, como sempre, ninguém se deu ao trabalho de confrontar o incômodo essencial: o Chanceler disse a verdade.
Belém expôs problemas graves que não surgiram na conferência, apenas ficaram impossíveis de camuflar. A cidade apresentou infraestrutura insuficiente, saneamento precário, drenagem falha e obras improvisadas. A rede hoteleira não deu conta: houve superfaturamento, falta de vagas e condições básicas insatisfatórias. Dentro do evento, delegados enfrentaram calor sufocante, ventilação inadequada, banheiros quebrados, quedas de energia e salas superlotadas. Do lado de fora, filas intermináveis, transporte desorganizado e até invasões na área restrita comprometeram a segurança.
Além disso, chuvas previsíveis alagaram acessos, derrubaram estruturas temporárias e molharam equipamentos. A somatória desses fatores resultou em desconforto, atrasos, riscos e má imagem internacional. Não por acaso, alguns países cogitaram deslocar reuniões paralelas para outras cidades.
Quando Merz comentou, perante empresários alemães, que todos estavam aliviados por voltar à Alemanha, ele não atacava o Brasil, apenas enfatizava o contraste entre uma infraestrutura sólida e uma cidade que não estava preparada para receber de 40 a 70 mil participantes.
O problema, portanto, não é o que o chanceler disse. O problema é a recusa de parte da classe política brasileira em reconhecer evidências óbvias: a COP30 foi mal planejada, desconfortável e logisticamente comprometida. Fingir patriotismo ferido não resolve nada. Encarar a realidade, sim.
A verdade não humilha o país. Negá-la, sim.
quarta-feira, 12 de novembro de 2025
O Ateísmo Militante e a Cegueira Política
Richard Dawkins é um renomado biólogo evolutivo e um dos mais destacados defensores do ateísmo científico. Tornou-se um dos pensadores mais influentes da ciência moderna e, como professor da Universidade de Oxford, dedicou-se à defesa da educação científica, do pensamento crítico e do combate ao criacionismo e ao chamado design inteligente, teorias que buscam introduzir explicações religiosas na biologia.
Dawkins costumava dizer que, mesmo que uma estátua de Nossa Senhora ganhasse vida e, dirigindo-se a ele, afirmasse “Dawkins, eu sou Maria, mãe de Jesus Cristo”, ele ainda assim não acreditaria em Deus.
Essa frase resume com perfeição o espírito inabalável de seu ceticismo: um tipo de fé no não crer, tão forte quanto a fé religiosa que ele tanto combate.
Fazendo um paralelo com o ateísmo militante de Dawkins, podemos traçar uma analogia com o “esquerdinha renitente”, aquele da chamada “esquerda comunista, marronzista e badernenta” (royalties para Odorico Paraguaçu).
Esse tipo de indivíduo, mesmo diante das evidências mais cristalinas, mantém-se cego pela devoção ideológica.
Se o próprio Lula, num momento de “sincericídio”, resolvesse dirigir-se aos seus seguidores e confessasse que sabia e aprovara o Mensalão, que foi o chefe do Petrolão, e que promoveu o aparelhamento político do Ministério da Previdência Social para facilitar o roubo do INSS em benefício de seu partido e de seus aliados, ainda assim esses militantes não acreditariam.
Buscariam uma explicação, uma justificativa qualquer, por mais estapafúrdia que fosse, para negar a culpa de seu líder.
Assim como Dawkins permaneceria fiel ao seu ceticismo mesmo diante de um milagre, o petista fiel permaneceria devoto mesmo diante do crime.
Assim é o petista: um crente invertido, que transforma a negação em dogma e a cegueira em convicção.
terça-feira, 11 de novembro de 2025
Quem se lembra de Hopalong Cassidy?
"Sua carreira foi destruída quando os jornais o confundiram com um criminoso. Ele vendeu seu rancho para comprar seus filmes antigos. Essa aposta o tornou o primeiro milionário da televisão. Esta é a história de William Boyd — um homem que perdeu tudo duas vezes e voltou mais rico a cada vez.
William nasceu em 1895, filho de um trabalhador braçal em Ohio. Quando tinha sete anos, sua família se mudou para Tulsa, Oklahoma, em busca de melhores oportunidades que nunca se concretizaram. Então, quando ainda era adolescente, seus pais morreram. Aos 14 anos, William Boyd teve que abandonar a escola e se tornar o homem da família. Trabalhou como balconista de mercearia. Trabalhou como topógrafo. Trabalhou nos campos de petróleo de Oklahoma — um trabalho brutal e perigoso que envelhecia os homens precocemente. Quando chegou aos vinte e poucos anos, o cabelo de William já estava grisalho.
Em 1919, ele decidiu arriscar. Ele tinha ouvido histórias sobre Hollywood, sobre pessoas comuns se tornando estrelas, sobre uma nova indústria que estava realizando sonhos. Então, ele juntou o pouco que tinha e partiu para a Califórnia. Seu primeiro trabalho em Hollywood foi como figurante em "Why Change Your Wife?" (1920), de Cecil B. DeMille. Pagava quase nada, mas William era esperto. Gastou o dinheiro que tinha em roupas elegantes — o tipo de roupa que o fazia parecer que já pertencia àquele meio. Depois, certificou-se de se posicionar onde DeMille o notasse. Deu certo. DeMille viu algo no jovem de cabelos grisalhos e aparência marcante. Em 1926, escalou William Boyd como o protagonista romântico em "The Volga Boatman", um grande filme de estúdio.
Quase da noite para o dia, William se tornou um ídolo dos matinês. As mulheres o adoravam. Os estúdios o queriam. No final da década de 1920, ele ganhava mais de US$ 100.000 por ano — uma quantia extraordinária para aquela época. O filho órfão de um trabalhador braçal havia se tornado uma das maiores estrelas de Hollywood. Então tudo desmoronou. Quando o som chegou aos cinemas no final da década de 1920, toda a indústria se transformou da noite para o dia. Algumas estrelas fizeram a transição. Muitas não. William Boyd se viu sem contrato e sem conseguir trabalho. Seu tipo de estrelato no cinema mudo não se traduzia para o novo meio. Ele estava falindo. Então piorou.
Em 1931, os jornais publicaram uma matéria sobre um ator chamado William Boyd sendo preso por acusações de jogos de azar, bebida e imoralidade. O problema? Era um William Boyd diferente — um ator de teatro chamado William "Stage" Boyd. Mas os jornais publicaram a foto errada. Publicaram a foto do nosso William Boyd junto com a matéria da prisão. Sua reputação foi destruída da noite para o dia. Os estúdios que já estavam relutantes em contratá-lo agora não o queriam nem chegar perto. O escândalo — totalmente falso, totalmente sem culpa dele — o seguiu por toda parte. Sua carreira não apenas estagnou. Ela morreu.
Em meados da década de 1930, William Boyd estava falido, desempregado e na lista negra de Hollywood sem ter culpa alguma. Era a segunda vez que ele perdia tudo. A maioria das pessoas teria desistido. William não. Em 1935, um produtor chamado Harry Sherman estava escalando o elenco para um faroeste de baixo orçamento baseado em histórias pulp sobre um personagem chamado "Hopalong Cassidy" — cujo nome se devia a uma claudicação causada por um antigo ferimento de bala. Não era um trabalho glamoroso. Não pagava muito dinheiro. Mas era trabalho.
William Boyd aceitou o papel. Mas ele não apenas aceitou o papel — ele o transformou. O Hopalong Cassidy original das histórias pulp era um caubói rude, que mascava tabaco e bebia muito. William decidiu fazer algo diferente. Ele transformou Hopalong Cassidy em um herói que as crianças pudessem admirar. Seu "Hoppy" não fumava. Não bebia. Não mascava tabaco. Não falava palavrões. Raramente beijava uma garota. Deixava o vilão sacar primeiro, sempre lutava limpo e representava honra e integridade.
William Boyd entendia algo que a maioria das pessoas em Hollywood não entendia: os pais queriam heróis que seus filhos pudessem admirar. Os filmes foram um enorme sucesso. De 1935 a 1943, William fez 54 filmes de Hopalong Cassidy para Harry Sherman. Cada um deles arrecadou pelo menos o dobro do custo de produção. Depois que Sherman abandonou a série, William produziu e estrelou mais 12 filmes de forma independente, de 1946 a 1948. Ele estava fazendo sucesso novamente. Estável novamente. Ele havia comprado um rancho. Estava confortável. E então ele tomou a decisão que mudaria tudo.
Em 1948, a televisão era novidade. A maioria das pessoas ainda não tinha aparelhos de TV. Ninguém sabia se esse meio experimental iria durar. Os grandes estúdios achavam que a televisão era uma moda passageira. Certamente não achavam que os antigos filmes de faroeste tivessem qualquer valor na TV. Mas William Boyd viu algo que eles não viram. Ele abordou Harry Sherman e os outros detentores dos direitos e ofereceu-se para comprar os direitos completos de todos os 66 filmes de Hopalong Cassidy. Eles acharam que ele estava louco. Quem pagaria uma boa grana por antigos filmes de faroeste de baixo orçamento? Para levantar o preço de compra — cerca de US$ 350.000 (aproximadamente US$ 4,5 milhões hoje) — William vendeu seu rancho. Ele apostou tudo o que havia reconstruído em um palpite sobre a televisão. Todos pensaram que ele tinha perdido a cabeça. Então a televisão explodiu. As emissoras de TV estavam desesperadas por conteúdo, especialmente para a programação de sábado de manhã, quando as crianças estavam em casa.
William Boyd licenciou seus filmes de Hopalong Cassidy para a NBC. Em poucos meses, "Hoppy" se tornou um dos programas mais assistidos da América. Em 1950, mais de 50 milhões de pessoas — quase um terço da população dos EUA — assistiam a Hopalong Cassidy toda semana. Mas William Boyd não parou por aí. Ele se tornou a primeira pessoa a realmente entender o que o merchandising televisivo poderia ser. Ele licenciou lancheiras, armas de brinquedo, chapéus de caubói, histórias em quadrinhos, programas de rádio e discos de Hopalong Cassidy. Tudo o que os pais compravam para seus filhos, William Boyd estampava com o rosto de Hopalong Cassidy. Em certo momento, havia mais de 2.000 produtos de Hopalong Cassidy no mercado. Os royalties jorravam.
No início da década de 1950, William Boyd ganhava mais dinheiro do que qualquer estrela de televisão na América — mais do que Milton Berle, mais do que Lucille Ball, mais do que qualquer outra pessoa. Sua renda com Hopalong Cassidy ultrapassou US$ 70 milhões ao longo de sua vida (bem mais de US$ 700 milhões em valores atuais). O filho órfão de um trabalhador braçal, que perdeu tudo duas vezes, que foi injustamente difamado e deixado na miséria aos quarenta e poucos anos, tornou-se o primeiro milionário da televisão a construir sua própria fortuna. E ele fez isso sendo dono de seu conteúdo. A decisão de William Boyd de comprar os direitos de seus filmes criou o modelo para todos os impérios do entretenimento que vieram depois. Walt Disney observou o que Boyd fez com Hopalong Cassidy e aplicou a mesma estratégia de merchandising ao Mickey Mouse. George Lucas insistiria mais tarde em possuir os direitos de merchandising de Star Wars — uma decisão que lhe rendeu bilhões — citando diretamente o exemplo de Boyd. William Boyd não apenas salvou sua própria carreira. Ele inventou o modelo de negócios moderno do entretenimento.
Mas eis o que torna sua história tão poderosa: ele poderia ter se tornado amargo. Após ser falsamente acusado, colocado na lista negra e falido em Hollywood, ele poderia ter se tornado cínico. Em vez disso, escolheu criar algo saudável. Escolheu ser um herói que valesse a pena assistir. Escolheu a integridade em vez do cinismo. Hopalong Cassidy representava os valores que William Boyd gostaria de ter visto mais em Hollywood: justiça, honra, coragem sem crueldade. Ele não apenas interpretou um personagem. Ele viveu à altura de um.
William Boyd morreu em 1972, aos 77 anos. Nessa época, Hopalong Cassidy já havia desaparecido da cultura popular — os gostos haviam mudado, os filmes de faroeste haviam caído em desuso. Mas seu impacto nunca se apagou. Toda vez que você vê um boneco de ação de Star Wars, está vendo o legado de William Boyd. Toda vez que um estúdio luta para deter os direitos de propriedade intelectual, está seguindo o caminho que ele abriu. Toda vez que um artista constrói um império com produtos licenciados, está trilhando o caminho que William Boyd abriu quando todos diziam que ele era louco por comprar seus antigos filmes de faroeste.
O adolescente órfão que trabalhava em campos de petróleo. O ídolo dos matinês que perdeu tudo quando os filmes começaram a falar. O homem inocente cuja carreira foi destruída por um erro de jornal. O caubói que apostou seu rancho na televisão e ganhou. William Boyd provou que perder tudo não é o fim da sua história — é apenas o meio. Que ser falsamente acusado não precisa definir você. Que as apostas mais visionárias parecem loucas até darem certo. E que, às vezes, criar algo bom para as crianças vale mais do que qualquer realismo cru. Ele vendeu seu rancho para comprar 66 filmes antigos de caubói. Essa aposta o tornou o primeiro milionário da televisão e mudou o entretenimento para sempre. Nada mal para o filho de um trabalhador braçal que nunca desistiu."
sexta-feira, 7 de novembro de 2025
Bye bye New York!
Zohran Kwame Mamdani, tem 34 anos, nascido em Campala (capital da Uganda), é socialista, muçulmano e foi eleito prefeito de Nova Iorque na eleição municipal da última terça-feira, dia 4 de novembro. É membro do Partido Democrata, alinhado à corrente mais à esquerda, comandada pelo senador Bernie Sanders e por Kamala Harris, ex-vice-presidente e candidata a presidente derrotada por Trump em 2024.
Em 5 de novembro de 2018, escrevi o artigo "Socialismo à americana" (https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2018/11/socialismo-americana.html), onde eu previa que o Partido Democrata seria ocupado pelos socialistas:
"Ouso dizer que nos próximos anos, no berço da democracia mais liberal do mundo, deverá nascer um forte Partido Socialista (talvez a recriação do Socialist Party of America, que cessou atividades na década de 70), ou quem sabe sejam eles os hegemônicos dentro do Partido Democrata."
Parece que eu tinha razão. O pressentimento começa a acontecer.
quinta-feira, 6 de novembro de 2025
De Selic, Matança e Traficantes.
Naquela terça-feira tórrida em Nárnia, o Copom anunciou: Selic a 15%. Os jornais chamaram de “decisão técnica”. Os bancos estouraram champanhe.
E o povo? Esse comemorou… pagando juros até no fiado da bodega.
Enquanto isso, nas sombras da capital de Nárnia, o Partido dos Traficantes fazia festa. Não traficavam drogas, traficavam influência, verbas, favores e manchetes.
Cada aumento da Selic era mais um grito de alegria nos corredores forrados de tapete persa: “É a economia se fortalecendo!”, diziam, entre um uísque e outro. Mas lá fora, nas favelas e nos becos, a matança seguia — de empregos, de esperança, de futuro.
O povo sangrava em silêncio, sem saber que a verdadeira facção armada vestia terno italiano e falava em “metas de inflação”.
E assim, entre o cambalear do trabalhador e o brinde dos banqueiros, o Partido dos Traficantes seguia no poder, traficando o que há de mais valioso: - a paciência do povo brasileiro.
quarta-feira, 5 de novembro de 2025
A arte do engodo gráfico
E não é que a rede globo conseguiu o impossível? A matemática agora se curva à militância: 53% é mostrado como se fosse menos que 42%. Um milagre estatístico digno de nota, ou melhor, de repulsa.
Em um gesto de despudor jornalístico digno de manual, inverteram o eixo do gráfico para enganar o olhar distraído. Um truque visual tosco, desses que até aluno do ensino médio notaria, mas que, vindo da “imprensa séria”, ganha ares de estratégia editorial.
Chamemos as coisas pelo nome: é engodo midiático, é manipulação grosseira, é desonestidade travestida de jornalismo.
O que o gráfico mostra não é uma linha, é um abismo, não na popularidade de Cláudio Castro, mas na credibilidade de quem o publicou.
Afinal, quando a realidade não serve à narrativa, o gráfico que se dane. Basta virar o eixo, torcer o ângulo e vender ao público a ilusão de que o governo despenca, mesmo quando os números dizem o contrário.
Que diabo de imprensa é essa?
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