quinta-feira, 30 de outubro de 2025

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Uma tragédia anunciada

Rio de Janeiro, 28/10/2025. Guerra urbana entre forças policiais e facções criminosas.

O processo de ocupação das favelas do Rio de Janeiro por organizações criminosas não ocorreu de um dia para o outro. Foi o resultado de décadas de omissões, decisões políticas equivocadas e de um Estado cada vez mais ausente. O marco simbólico desse fenômeno remonta ao primeiro governo de Leonel Brizola, no início dos anos 1980. Na época, o então governador teria determinado que a polícia não “subisse o morro”, priorizando ações sociais em vez de repressivas, uma política com boas intenções no papel, mas que, na prática, abriu espaço para o florescimento de estruturas criminosas dentro das comunidades. O Estado retirou-se das áreas de risco, e o crime preencheu o vácuo de autoridade.

Nos primeiros anos, essas organizações eram essencialmente voltadas ao tráfico de drogas, com foco na maconha proveniente de países vizinhos. Ainda que o problema fosse grave, a estrutura era rudimentar e localizada. A virada do século, porém, trouxe uma nova e mais perigosa etapa. O narcotráfico se expandiu para incluir cocaína e crack, além do contrabando de armas de grosso calibre, oriundas do exterior e entrando quase livremente pelas negligenciadas fronteiras do país. As facções, que antes eram grupos dispersos, passaram a se organizar, adotar hierarquias, controlar territórios e até estabelecer “leis próprias”. O crime, antes local, se tornou uma rede nacional com ramificações no Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O Estado brasileiro, desatento e frequentemente leniente, não acompanhou o ritmo dessa evolução. Governos sucessivos em todas as esferas, subestimaram o poder do crime organizado. A omissão permitiu que essas facções se infiltrassem em novos setores da economia e da vida pública. Hoje, a influência dessas organizações ultrapassa os limites das favelas: elas dominam mercados paralelos de gás, combustíveis, internet, transporte alternativo, aluguel de imóveis e até processos eleitorais, especialmente em pequenas cidades do Nordeste, onde o poder público é mais vulnerável e dependente de estruturas locais.

Em tempos recentes, há indícios de que o dinheiro oriundo dessas atividades ilícitas já transita no sistema financeiro formal, misturado a investimentos aparentemente legítimos, inclusive em fundos e operações de mercado, o que demonstra o nível de sofisticação atingido. O crime organizado, antes limitado à periferia, agora tem acesso a capital, influência política e meios de lavagem de dinheiro que o colocam como um verdadeiro “Estado paralelo”.

O retrato é sombrio, mas necessário: o Brasil enfrenta um inimigo interno que já não se esconde — ele negocia, financia campanhas e dita regras onde o poder público falhou. Se nada for feito, a fronteira entre legalidade e ilegalidade continuará a se apagar.

Deus salve o Brasil!

domingo, 26 de outubro de 2025

Oração

Senhor, no próximo ano, o meu país voltará às urnas para escolher o Presidente da República e eu venho suplicar-Te humildemente:

Se o candidato em quem depositarei meu voto for o vitorioso, que sua vitória não seja festejada pelos jornalistas da Rede Globo e muito menos celebrada pelos presidiários das penitenciárias nacionais.

E que, se houver comemoração, que venha das famílias que vivem do próprio suor, não das manchetes enviesadas, nem das grades enferrujadas.

Amém!


quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Quem confere ferro...


O indivíduo trabalhava numa empresa que comercializava vigas de ferro, componentes estruturais essenciais da construção civil, responsáveis por sustentar cargas e garantir a estabilidade das edificações modernas.

Entre suas tarefas estavam o recebimento das vigas, a conferência das quantidades, dimensões e a separação por lotes.

Certo dia, ao manusear uma dessas pesadas peças metálicas, escapuliu e acertou-lhe a cabeça, abrindo-lhe o couro cabeludo. O ferimento não foi grave, mas causou dor intensa e um sangramento considerável.

Moral da história: “Quem confere ferro, com ferro será ferido.”

Introduzo essa historieta infame apenas como pretexto para falar do ditado original: “Quem com ferro fere, com ferro será ferido.”

A expressão, de origem bíblica (Mateus 26:52, onde Jesus adverte: “Todos os que pegarem na espada, à espada perecerão”), evoluiu na língua portuguesa como máxima de justiça poética, a ideia de que quem pratica o mal acaba por sofrer consequência semelhante.

Parte da mídia brasileira tem especulado que algumas autoridades nacionais se dizem vítimas de perseguição por governos estrangeiros. É claro que esse assunto nada tem a ver com ditados populares e suas variações... Mas como hoje não estou me sentindo muito bem, acabo misturando os temas.

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

O maior escândalo


Por Antonio Gornatti

O maior escândalo financeiro já ocorrido no Brasil — maior que petrolões, mensalões e qualquer outro roubo de qualquer época nesta republiqueta — está sendo desvendado na CPI do INSS. E a imprensa brasileira? Está preocupada com Trump, Gaza e com a lista VIP das visitas à prisão domiciliar de Bolsonaro.

Este escândalo tem um agravante que o torna ainda mais repulsivo: é roubo de dinheiro que as pessoas foram obrigadas a entregar durante toda a vida, acreditando que, um dia, teriam uma velhice assistida. É o roubo de um roubo. Um assalto ao suor disfarçado de previdência.

E por que a imprensa não dá uma linha sobre isso? Te explico.

As redações brasileiras foram capturadas há décadas. Jornalistas formados por professores militantes, replicando o catecismo ideológico de Gramsci, Paulo Freire e afins, acreditam sinceramente que “informar” é “educar o povo” — e que educar é moldar. Só que o molde é sempre o mesmo: o da esquerda dócil e estatal.

Mas não são só eles. Os donos das grandes empresas de comunicação — esses executivos “isentos”, que posam de neutros enquanto dormem embalados por verbas públicas — vivem daquilo que fingem fiscalizar. Bilhões em propaganda oficial escorrem todo ano para manter as focas bem alimentadas. E foca bem alimentada bate palma para quem lhe dá o peixe.

Enquanto isso, o povo assiste, hipnotizado, à reprise do “quem matou Odete Roitman” político do dia. Tudo cuidadosamente produzido para que ninguém perceba quem está, de fato, matando o futuro do país.

Se leste até aqui e concordas, é porque talvez esteja na hora de assumir teu dever moral: abrir os olhos de quem ainda vive nesse transe coletivo. Porque o silêncio é o maior cúmplice de todos os ladrões — inclusive os que vestem terno e têm crachá de imprensa.

terça-feira, 7 de outubro de 2025

Ow IBGE véi que trabalha!!

domingo, 5 de outubro de 2025

O Show de Paul McCartney


Na década de 1970, meu irmão Paulin (Paulo Viana) cansou da vida agitada da capital e decidiu trocar Fortaleza pela serenidade da Serra de Baturité, escolhendo Palmácia como novo lar. A mudança exigiu também a transferência de seu cargo federal, se não me engano por meio de cessão à prefeitura local. Nesse processo, reafirmando uma de suas muitas virtudes, a generosidade, presenteou-me com sua preciosa coleção de LPs dos Beatles. Eram todos os discos da banda inglesa que revolucionou a música e embalou os sonhos da minha juventude. Para mim, apaixonado pelo talento dos rapazes de Liverpool, foi um presente impagável.

Mais de meio século se passou. Hoje, tive a oportunidade única de assistir, aqui em Las Vegas, ao show que talvez seja o último nos Estados Unidos desse ex-Beatle que é uma lenda viva: Paul McCartney.

Aos 83 anos, Sir Paul emocionou às lágrimas a multidão que lotava o Allegiant Stadium, reunindo pessoas de todas as idades. Impressiona a vitalidade com que ele conduz as duas horas e quarenta minutos de espetáculo, revezando-se entre baixo, violão, guitarra, piano e teclados, e surpreendendo o público com incríveis efeitos especiais. Acompanhado por uma banda de oito músicos, sua voz e seu carisma mantêm intacta a magia que atravessa gerações.

Ao ouvir “Hey Jude”, “I Want to Hold Your Hand”, “Let It Be” e “Help!”, entre tantas outras, senti-me voltar aos meus 17 anos, a um tempo em que a música abria janelas para sonhar. A música tem esse poder: o de nos transportar no tempo, reacender memórias e reconectar-nos à nossa própria essência. Foi exatamente isso que vivi hoje à noite: um reencontro comigo mesmo, com minhas raízes e com minha juventude.

Ave, Paul! 🎶👏

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Um País Sem Rumo


"Os números são como as cartas, não mentem jamais!" Se olharmos com atenção para os indicadores econômicos, sociais e ambientais, vemos um retrato preocupante do Brasil em 2025. O governo atual parece caminhar na contramão de políticas eficazes, acumulando déficits, aumentando a dependência assistencial e afastando investimentos.

A Amazônia sofre com um ritmo de destruição alarmante. Em 2025, segundo o Imazon, a degradação atingiu 33.807 km², um salto de 482% em apenas dois anos. As queimadas e a exploração madeireira se intensificam sem a devida fiscalização, deixando o Brasil em posição desconfortável no cenário internacional e fragilizando a imagem do país.


A crise econômica se reflete na vida real. O Brasil chegou a 8 milhões de empresas inadimplentes em julho de 2025, segundo a Serasa Experian. São 1,6 milhão a mais do que em janeiro de 2023, recorde histórico. O cenário é agravado pelo aumento dos pedidos de recuperação judicial, que em 2024 alcançaram 2.273 casos, o maior número em 10 anos.


Enquanto isso, o Bolsa Família se torna a única fonte de renda para milhões. Em dez estados brasileiros há mais beneficiários do programa do que empregos formais, como no Maranhão, onde a diferença passa de meio milhão de pessoas. Isso mostra uma economia incapaz de gerar oportunidades, sustentada artificialmente por transferências de renda.


O endividamento público é outro alerta. O Brasil gastou R$ 941,2 bilhões em juros da dívida apenas nos últimos 12 meses, consumindo recursos que poderiam estar em saúde, educação e infraestrutura. Ao mesmo tempo, as estatais federais fecharam 2025 com déficit de R$ 5,6 bilhões, enquanto as estaduais acumularam rombo de R$ 2,3 bilhões. É um retrocesso em relação aos superávits de anos anteriores.


Outro dado gritante é a posição do Brasil entre os países com as maiores taxas de juros reais do mundo: 9,51% ao ano, atrás apenas da Turquia. Juros tão altos sufocam empresas e famílias, alimentando a inadimplência. Não por acaso, os Estados Unidos anunciaram redução de investimentos diretos no Brasil, enfraquecendo ainda mais o setor produtivo.


Degradação ambiental, empresas quebrando, aumento da dependência social, dívida fora de controle, juros estrangulando a economia, fuga de capitais estrangeiros e um sistema político vulnerável à instabilidade institucional. Este é o retrato do Brasil atual.

Enquanto a população sente os efeitos no bolso e na qualidade de vida, o governo insiste em discursos triunfalistas que não resistem à realidade dos números. O país precisa urgentemente de reformas estruturais, seriedade fiscal e políticas de desenvolvimento sustentável. Sem isso, continuaremos a assistir a um Brasil cada vez mais pobre, desigual e desacreditado no cenário internacional.