terça-feira, 8 de outubro de 2024

Eleições Municipais de 2024


Nas eleições municipais de 2024, os resultados mostram um cenário político marcado pela consolidação de partidos que compõem o Centrão, conhecido por seu pragmatismo e práticas fisiológicas. Ainda que a extrema esquerda, representada pelo PT, PSOL e outros pequenos partidos, tenha sofrido uma derrota significativa, o maior destaque ficou por conta dos partidos que historicamente são associados à troca de favores e à política patrimonialista.

O PSD foi o maior vencedor do pleito, conquistando 887 prefeituras em todo o Brasil, seguido de perto pelo MDB, que elegeu 862 prefeitos. Esses dois partidos, que formam a espinha dorsal do Centrão, têm uma longa tradição de atuação política baseada no toma-lá-dá-cá, em que cargos e apoios são negociados em troca de vantagens pessoais ou políticas. Outros partidos de destaque incluem o PP, com 752 prefeituras, e o União Brasil, que venceu em 589 municípios.

Embora o PL, partido ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, tenha obtido um desempenho relevante, elegendo 520 prefeitos, ele ficou abaixo da meta ambiciosa de conquistar 1.000 prefeituras, um sinal de que sua força não foi suficiente para ultrapassar os partidos centristas em número de cargos municipais. No entanto, o PL demonstrou forte presença nas grandes capitais, consolidando-se como uma força relevante em áreas urbanas.

O que esses resultados deixam claro é que, apesar da polarização entre direita e esquerda, o Centrão mantém sua força dominante na política brasileira. Partidos como PSD, MDB, PP e União Brasil seguem moldando o cenário político através de alianças flexíveis e uma postura focada na manutenção de poder e benefícios. Essas siglas, conhecidas pela aplicação da "Lei de Gerson" – a máxima de "levar vantagem em tudo" – e pelo mantra "É dando que se recebe", são o retrato de uma política em que interesses pessoais e partidários prevalecem sobre projetos de transformação.

Resumindo, os números expressivos de prefeituras conquistadas por esses partidos do Centrão indicam que a política brasileira continuará sendo pautada pelo fisiologismo e por práticas negocistas, com pouca expectativa de mudança estrutural significativa. Infelizmente, o domínio desses partidos no cenário municipal nos deixa com uma sensação de frustração, e, como muitos diriam de forma crua: "Estamos fudidos, amigo!".

Essa avaliação nos faz refletir sobre o impacto do Centrão nas políticas públicas e no futuro do país, já que a governabilidade frequentemente se resume a negociações para atender interesses de grupos específicos, em detrimento de projetos que busquem o bem comum.

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