Um velho engenheiro aposentado que combate o ócio tentando escrever textos inspirados nos acontecimentos do cotidiano. Autor dos livros “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 1” , “INQUIETAÇÕES NOTURNAS, REFLEXÕES NAS MADRUGADAS” e “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 2”.
segunda-feira, 28 de outubro de 2024
Eleições Municipais de 2024 - II
A eleição municipal de 2024 no Brasil revelou um cenário político onde a esquerda sofreu uma derrota considerável, enquanto o centro consolidou-se como grande vencedor, e a direita também ampliou seu espaço, embora ainda fragmentada em múltiplas lideranças e partidos. A coalizão de partidos de centro, incluindo PSD, MDB e Progressistas, saiu amplamente fortalecida, com esses partidos somando quase 2.500 prefeituras e, o mais importante, assumindo a governança de aproximadamente 93 milhões de brasileiros. Esse número representa um poder de influência significativo, visto que muitas dessas prefeituras incluem municípios de médio e grande porte, onde a administração impacta diretamente a vida de milhões de cidadãos.
Entre os partidos de esquerda, o PSB foi o que obteve o maior número de prefeituras, com 305 administrações conquistadas. Mesmo assim, a diferença é expressiva em relação ao bloco de centro e direita, destacando o declínio da esquerda em número de prefeitos eleitos e abrangência geográfica. Outro aspecto notável foi a derrota de figuras icônicas da esquerda, como Guilherme Boulos e Maria do Rosário, que não conseguiram garantir uma vitória em seus municípios e enfrentaram resultados desapontadores. Esses reveses sugerem uma possível necessidade de reavaliação das estratégias políticas da esquerda em face de um eleitorado que, nesta eleição, preferiu optar por uma gestão mais voltada para o centro e, em alguns casos, pela direita.
Embora os partidos de direita continuem fragmentados, essa eleição registrou um crescimento de forças e lideranças nesse espectro político. Essa expansão reflete uma insatisfação com as propostas mais à esquerda e uma busca por alternativas alinhadas com uma postura conservadora e econômica mais liberal. Mesmo com a fragmentação entre diversas lideranças, a direita sai mais robusta, com um número ampliado de prefeituras e uma representatividade maior nas regiões onde já vinha consolidando bases. No confronto direto, o PL, Partido identificado com Jair Bolsonaro e legítimo representante da Direita conseguiu ganhar em 4 capitais e 516 Municípios no total, onde governará 25.900.804 brasileiros, enquanto o PT, o tradicional Partido de Esquerda do Presidente Lula venceu apenas em 252 Prefeituras (1 capital), governando 10.104.110 brasileiros.
Um ponto que chamou atenção foi a taxa de 81% de reeleição dos prefeitos que buscaram um novo mandato, um número que contrasta fortemente com a média histórica de aproximadamente 60%. Esse dado sugere uma mudança na percepção do eleitorado, que optou pela continuidade das gestões locais, talvez como uma resposta positiva às administrações recentes ou como uma preferência pela estabilidade em tempos de incerteza. Esse fenômeno pode indicar que os eleitores valorizam administrações que conseguiram se destacar em áreas críticas, como saúde, educação e infraestrutura, temas que se tornaram centrais na agenda pública devido aos desafios do contexto socioeconômico.
Esse cenário eleitoral marca uma mudança expressiva e ressalta uma possível predominância de políticas mais centristas e de direita no curto prazo, especialmente com a força consolidada do centro e uma esquerda em retração. A taxa elevada de reeleição sinaliza que a população tem, em grande parte, aprovado a gestão dos prefeitos e optado por continuidade em busca de estabilidade. Essa eleição municipal lança desafios e reflexões para todos os espectros, que precisarão considerar novas estratégias para dialogar com um eleitorado que, cada vez mais, demonstra preferências claras por gestões moderadas e, em muitos casos, conservadoras.
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