Um velho engenheiro aposentado que combate o ócio tentando escrever textos inspirados nos acontecimentos do cotidiano. Autor dos livros “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 1” , “INQUIETAÇÕES NOTURNAS, REFLEXÕES NAS MADRUGADAS” e “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 2”.
sexta-feira, 31 de maio de 2024
O Silêncio das Ruas e os Estertores da Madrugada
A noite desce sobre a cidade, envolta em um manto de quietude e sombras. Nas sombras, a cidade assume uma aura de mistério, seus edifícios se erguem como gigantes adormecidos, testemunhas silenciosas de histórias que se desenrolam sob o luar. As luzes da cidade cintilam como estrelas em miniatura, salpicando a escuridão com pontos de brilho tênue.
No coração da noite, a madrugada se aproxima, anunciando sua chegada com os estertores da aurora. O céu se tinge de tons de azul e púrpura, enquanto as primeiras luzes da manhã começam a despontar no horizonte. As ruas, antes vazias e silenciosas, começam a despertar com o anúncio do novo dia.
Mas, antes que a cidade se entregue completamente ao ritmo frenético do dia, há um momento mágico, um instante de transição entre a noite e o dia, quando o silêncio reina absoluto. É nesse momento que a cidade se revela em toda sua beleza e fragilidade, convidando-nos a refletir sobre a efemeridade da vida e a vastidão do universo.
O silêncio das ruas desenha-se na ausência de vozes e passos. É quando os edifícios, monumentos e árvores parecem sussurrar segredos uns aos outros. As ruas, normalmente cheias de movimento e agitação, agora são um palco vazio, esperando que algo aconteça.
A madrugada é um momento de transição. É quando o dia e a noite se encontram, dançando em uma coreografia silenciosa. Os estertores da madrugada são os últimos suspiros da noite, os momentos finais antes do amanhecer. Nessa hora, os bares fecham, e os últimos boêmios saem cambaleando pelas calçadas. Os pássaros começam a ensaiar seus cantos, como músicos afinando seus instrumentos. Os primeiros raios de sol espreitam timidamente, pintando o céu de tons pastéis.
O silêncio das ruas e os estertores da madrugada nos convidam a refletir sobre nossas próprias vidas. O que estamos fazendo aqui? O que nos move? Quais são nossos medos, inquietações e desejos? À medida que a cidade dorme, nossos pensamentos ganham asas. Talvez seja nesse silêncio que encontramos respostas para perguntas que nem sabíamos que tínhamos. Talvez seja nesses estertores que descobrimos que a vida é uma dança delicada entre o visível e o invisível, o palpável e o intangível.
Portanto, quando a madrugada chegar, abra a janela e escute. Escute o silêncio das ruas e os estertores que ecoam no ar. E quem sabe, talvez você encontre algo que estava perdido — ou algo que nunca soube que estava lá.
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