Um velho engenheiro aposentado que combate o ócio tentando escrever textos inspirados nos acontecimentos do cotidiano. Autor dos livros “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 1” , “INQUIETAÇÕES NOTURNAS, REFLEXÕES NAS MADRUGADAS” e “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 2”.
sexta-feira, 16 de setembro de 2022
Lula e a Caucaia
Nesta semana o ex-Presidente Lula, discursando em Minas Gerais pela sua campanha e para fortalecer a campanha do seu candidato a Governador, Alexandre Kalil, saudou o candidato mineiro como "futuro Governador do Rio de Janeiro". Estão sendo muito frequentes os lapsos de memória, gafes ou deslizes como preferem alguns, do candidato do PT (leia o artigo "Uma facada para Lula" - https://nilosergiobezerra.blogspot.com/search?q=uma+facada). Várias são as justificativas para essas "escorregadelas" e uma delas - a "água" que Lula tem bebido nos comícios, encontros, etc - remeteu-me a um evento também de campanha política.
O ano era 2002 e o pleito tinha como candidatos, Lúcio Alcântara para Governador, Tasso e Patrícia Sabóia para as duas vagas ao Senado da República. O coordenador geral da campanha era o Senador Luiz Pontes, com quem eu trabalhava. Na programação de eventos estava previsto um grande comício na cidade de Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, área não muito favorável à nossa chapa. Tínhamos um forte aliado no município, o Prefeito Domingos Pontes, empresário e político com grande presença local.
No dia do comício, agendado para começar às 19 horas, fui chamado por Luiz Pontes e recebi a seguinte determinação:
- Nilo, você tem que ir para Caucaia agora. Estão montando o palanque e ultimando os preparativos para o comício. O Tasso pediu para você "colar" em Domingão e não deixar ele beber nada. Consta que ele anda bebendo muito e causando vexame.
Assim ordenado, assim cumprido. Fui direto encontrar-me com o Prefeito no meio da tarde, fomos supervisionar o pessoal que estava coordenando a parte de transporte para trazer os eleitores, acompanhar a montagem do palanque, determinar locais onde deviam ser colocadas bandeirolas com as fotos dos candidatos, etc. A cada momento, meu querido amigo Domingão me incitava dizendo que "estava muito quente e que podíamos ir tomar uma cerveja". Eu desconversava argumentando que ainda tínhamos tarefas a cumprir e logo que concluíssemos iríamos "matar a sede".
Por volta de 18 horas o Prefeito me avisou ir em casa tomar um banho e que eu o esperasse na praça do evento, acompanhando os últimos trabalhos, que ele logo estaria de volta. E assim aconteceu. Na hora agendada para o início do comício, chega meu querido amigo Domingos Pontes (Domingão, que Deus lhe tenha concedido um bom lugar no Seu Reino!) completamente embriagado. Em pouco mais de uma hora, o alcaide conseguiu a proeza de embriagar-se de uma forma irremediável.
Esperamos a chegada da comitiva para definir a ordem dos oradores. Ficou determinado que o Prefeito falaria em primeiro lugar e então Patrícia, Tasso e o Dr. Lúcio.
Imaginem a cena no palanque, Tasso e dona Renata, Lúcio e dona Beatriz, Patrícia e outras senhoras. Domingão inicia seu discurso dizendo que os adversários o acusavam de cachaceiro e ele não era cachaceiro. Cachaceiro era dono de alambique e ele era apenas consumidor. "E eu quero que meus adversários vão tomar no fiiiuuuu!", completando a frase com um longo assovio. Foi o suficiente para Tasso Jereissati olhar para mim num misto de reprovação e questionamento. Entendi como "que diabo você veio fazer aqui?".
Quero concluir esta lembrança, perguntando-me: será que Lula está bebendo a "água" de Domingão?
segunda-feira, 12 de setembro de 2022
"Cesta de deploráveis" e a Ku Klux Klan
Na eleição para Presidente dos Estados Unidos em 2016, a candidata Democrata Hillary Clinton, estava em média 10 pontos percentuais à frente do seu principal oponente, o candidato Republicano Donald Trump.
Em discurso proferido em um evento de arrecadação de fundos para a campanha (reuniões comuns nos embates políticos americanos) em 9 de setembro daquele ano, Hillary disse o seguinte:
"...você poderia colocar metade dos apoiadores de Trump no que eu chamo de cesta de deploráveis. Certo? Eles são racistas, sexistas, homofóbicos, xenófobos, islamofóbicos – você escolhe."
A repercussão foi imediata e a reação por parte da equipe de Trump, avassaladora:
- "Enquanto minha oponente os calunia como deploráveis e irredimíveis, eu os chamo de patriotas americanos trabalhadores que amam seu país" (Donald Trump em discurso no dia seguinte em Des Moines, Iowa. Durante o resto da eleição, Trump continuamente convidou "americanos deploráveis" ao palco, para não deixar esquecer a "derrapada" da candidata Democrata).
- O candidato a vice-Presidente de Trump, Mike Pence, declarou em uma reunião no Capitólio: "Para Hillary Clinton expressar tanto desdém por milhões de americanos é mais uma razão que a desqualifica para servir no mais alto cargo".
- A principal coordenadora de campanha de Trump, Kellyanne Conway, divulgou uma declaração no Twitter, afirmando: "Um dia depois de prometer ser aspiracional e inspiradora, Hillary insulta milhões de americanos".
A própria Hillary admitiu em seu livro de 2017 "What Happened" que esse episódio foi um dos fatores para sua derrota.
Naquela oportunidade, assim como no Brasil de hoje, havia uma grande preocupação da sociedade americana com o profundo esgarçamento do tecido social do país (ver meu artigo "O desafio de unir uma nação dividida" - https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2020/02/o-artigo-ii-secao-3-da-constituicao-dos.html). No segundo debate presidencial em outubro de 2016, o moderador do debate, Anderson Cooper, perguntou a Hillary: "Como você pode unir um país se você descartou dezenas de milhões de americanos?" Hillary respondeu à pergunta de Cooper dizendo: "Meu argumento não é com seus apoiadores, é com ele e com a campanha odiosa e divisiva que ele fez".
Nesse ponto, transporto-me para o Brasil de hoje e sua campanha presidencial. Assim como no gigante do Norte, nosso país também se encontra irremediavelmente dividido. E como a candidata Hillary de 2016, o candidato Lula de 2022 fez uma declaração extremamente desastrada, para dizer o mínimo. Em comício na cidade de Nova Iguaçu, na noite de quinta-feira (8 de setembro), afirmou que o presidente Jair Bolsonaro fez dos atos do 7 de Setembro uma “festa pessoal” e comparou os eventos com uma “reunião da Ku Klux Klan”.
“...fez da festa do nosso país uma festa pessoal. Aliás, Dilma, eu não sei se você viu na televisão. Foi uma coisa muito engraçada, que no ato do Bolsonaro parecia uma reunião da Ku Klux Klan. Só faltou o capuz, porque não tinha negro, não tinha pardo, não tinha pobre, não tinha trabalhador”.
A exemplo de Hillary Clinton, o candidato Lula também tentou tangenciar o episódio, explicando de forma semelhante. Aquela disse que "Meu argumento não é com seus apoiadores, é com ele e a campanha..."; este tentou consertar, direcionando a afirmação ao palanque de Bolsonaro, não aos milhões de brasileiros no ato de 7 de setembro, como segue:
- "O palanque aqui de Copacabana, pela fotografia que eu vi, e eu só vi na televisão, era supremacia branca no palanque. Eu até comparei que parecia um pouco a Ku Klux Klan. Só faltou o ‘capucho’, só faltou a máscara. Porque era isso o palanque. É o palanque de uma elite, que tinha um cidadão vestido de Louro José, que era o artista principal da festa, ele pulava, ele gritava, ele animava, ele aplaudia". Sintomático o número de vezes que o ex-Presidente cita a palavra "palanque", numa tentativa exdrúxula e inverossímil de redirecionar seu alvo.
Não é a primeira vez que Lula dá munição aos adversários que gritam em uníssono: "Deixem o Lula falar!"
A Curva ABC
Normalmente quando publico algo, envio a meia dúzia de amigos que considero suficientemente íntimos com liberdade para criticar/corrigir, além de expor seus pontos de vista sobre o objeto. São indivíduos cultos, bem informados, estudiosos e sem compromisso ideológico.
Recentemente publiquei um artigo intitulado "O 'Senso de proporção' ou Bolsonaro é um tosco!" (https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2022/08/o-senso-de-proporcao-ou-bolsonaro-e-um.html). Recebi em retorno ao envio para aqueles amigos, uma observação que me fez refletir e remeteu-me aos tempos em que eu era Analista de Sistemas de Computação. Um dos citados amigos lembrou-me que o conteúdo aproximava-se muito da teoria da Curva ABC. Lembrei de quando eu era gerente do Centro de Processamento de Dados de uma rede de supermercados com 14 lojas e um depósito de distribuição. Era a maior rede do Estado e a empresa necessitava de algo que gerenciasse seu estoque, especialmente no seu depósito central.
O desenvolvimento do software de controle de estoque e de identificação do ponto de ordem de compra foi, para mim, um dos momentos mais desafiadores e gratificantes da minha coexistência com essas máquinas maravilhosas denominadas de computadores e com seus mágicos programadores. O controle sobre a movimentação de produtos, sobre as preferências dos clientes e a escolha matemática de quanto e em que momento fazer pedidos de reposição, era algo que me fascinava.
Para desenvolver esse software, utilizei a teoria da Curva ABC que anteriormente havia tido boa familiarização quando ainda trabalhava na IBM. A análise ABC, também conhecida como análise de Pareto, é um método usado para categorizar algo de acordo com sua importância ou valor em um determinado contexto. Essa prática é normalmente usada em tecnologia da informação e desenvolvimento de negócios para tornar eficientes recursos em áreas como compras, gerenciamento de estoque, negociação com fornecedores etc.
Ao receber o comentário desse meu amigo intelectual respeitável sobre meu despretensioso artigo, pensei: por que não? Por que não poderíamos nós utilizarmos o Teorema de Pareto para escolhermos nosso candidato a Presidente do Brasil? Em um exercício de abstração do verdadeiro objetivo da teoria do economista italiano Vilfredo Pareto ("onde ele percebeu que 80% das consequências acontecem devido a 20% das causas"), poderíamos por exemplo estabelecer "pesos" para os"malfeitos" de cada candidato, principalmente em um eventual segundo turno da eleição. Evidente que não seria fácil quantificar, por exemplo, afirmações como "...a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher" ou "Cadê as 'mulher de grelo duro' lá do nosso partido?"; "...prefiro filho morto em acidente a um homossexual" ou "Pelotas é polo exportador de viados". Mas há algo que é facilmente quantificável: "rachadinhas versus mensalão"; "queiroz versus palocci"; "imóveis versus Odebrecht", ainda que a "apuração" feita pela Folha de São Paulo haja envolvido pessoas que eram apenas agregados (e já não são há muito tempo) durante longos 30 anos e tenha estabelecido uma controvérsia sobre o significado de "moeda corrente nacional" enquanto o escândalo da Petrobrás é bem mais concentrado no tempo, nos agentes, em disparadamente maior volume e não há dúvida de que foi em "dinheiro em espécie".
Anteriormente já externei a opinião de que quem rouba um milhão é tão culpado quanto quem rouba um trilhão (com 't' de tapioca para usar uma expressão muito ao gosto de um candidato a Presidente, amigo de infância de Lula da Silva e recém eleito seu desafeto predileto). O que diferencia a gravidade do crime é a dosimetria da pena.
No caso em espécie, cabe a máxima popular "na falta do melhor, escolha o menos ruim" e não deixe, por omissão, que os mais "espertos" escolham por você. Reafirmo que é essencial que os brasileiros usemos o "senso de proporção" para nossas escolhas em 2022.
sexta-feira, 9 de setembro de 2022
Acusaram o golpe!
"Na peça central do livro, 'intelectuais e classe dirigente no Brasil (1920-1945)', o sociólogo Sergio Miceli examina as estratégias de sobrevivência de vários escritores consagrados. Especialmente delicado é o problema da cooptação de intelectuais pelo Estado Novo. Quando o trabalho foi publicado pela primeira vez, em 1979, o poeta Carlos Drummond de Andrade acusou o golpe. Drummond, ocupou cargo de confiança no Ministério da Educação no governo Vargas."
Pesquei da Tribuna da Bahia: "...esta breve manifestação poderia ser substituído por outras expressões da nossa rica linguagem coloquial, como 'passou recibo', 'mordeu a isca' ou 'vestiu a carapuça' (De Inaldo da Paixão)."
Pois bem: ontem o Brasil comemorou nas ruas 200 anos de independência. Desde sempre, o Dia da Independência é comemorado com um grande desfile das Forças Armadas, coordenado pelo seu Comandante em Chefe, o Presidente da República.
O bi-centenário da Independência foi uma festa popular jamais vista. Milhões de pessoas foram às ruas em todo o território nacional, trajando as cores do país e portando a nossa bandeira. Como estamos às vésperas de uma eleição para escolha do Presidente da República, quadriênio 2023 a 2026, é natural que esse processo estivesse presente. E inquestionavelmente, porque convocado pelo Presidente, o evento está sendo analisado como uma expressiva vitória e uma definitiva reafirmação da grande liderança de Bolsonaro.
De fato o dia 7 de setembro de 2022, pelo seu gigantismo, configurou uma humilhação para a oposição. Comentários de políticos e seus porta-vozes da mídia sobre a celebração desse feriado nacional, percorrem desde a piada mais infame até análises sérias, passando por opiniões de um primarismo risível, de uma desonestidade intelectual deplorável.
“Ao invés de discutir os problemas do Brasil, tentar falar para o povo brasileiro como ele vai resolver o problema da educação, da saúde, do desemprego, do arrocho do salário mínimo, ele tenta falar de campanha política e tenta me atacar”, disse Lula.
“Apropriação indébita do Bicentenário da Independência do Brasil por Bolsonaro. Ele roubou do povo a comemoração para fazer sua campanha. Apequenou o 7 de setembro”, disse pelo Twitter a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
O ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT), um dos coordenadores da campanha de Lula, afirmou: “O jeito pequeno, miúdo mesmo, de tratar os 200 anos da Independência do Brasil, tirando proveito para campanha eleitoral, de forma criminosa e ilegal, mostrou um presidente despreparado para o cargo."
Da jornalista Maria Cristina Fernandes, do Valor Econômico: “No dia em que o ‘imbrochável’ transforma o bicentenário da independência numa ode à vergonha nacional, nunca é demais relembrar Simone de Beauvoir: ‘Ninguém é mais arrogante, violento, agressivo e desdenhoso contra as mulheres, que um homem inseguro de sua própria virilidade'”.
Do jornalista Bernardo Mello Franco, de O Globo: “Momento Zorra Total no comício da Esplanada. Bolsonaro beija a primeira-dama e inicia um coro para si mesmo: ‘Imbrochável! Imbrochável! Imbrochável!’.”
Da jornalista Vera Magalhães: "Mensagem do presidente da República do Brasil no Bicentenário da Independência: 'Imbrochável, imbrochável, imbrochável'. E isso vai para os livros de História. Que vergonha."
De Andréia Sadi de O Globo: "Já deu Auxílio, aprovou Pec Kamikaze...Não tem fato novo na reta final. Ele precisava de uma demonstração de apoio popular..."
Gerson Camarotti destaca que uma "apropriação eleitoral" do Bicentenário da Independência está tendo reflexo em todas as campanhas dos Presidenciáveis.
Valdo Cruz afirmou que "...a fala de Bolsonaro manteve o tom preconceituoso e conservador, tentando passar a imagem de que a eleição é uma guerra do bem contra o mal."
"É um vexame internacional", analisa Octavio Guedes. "Será que não tinha nada para falar, em 200 anos de Independência, que exaltar seu próprio pênis. É algo muito grotesco. Não é um discurso normal. É grotesco".
Miriam Leitão disse sentir “tristeza no peito” após assistir ao “espetáculo deplorável” encenado por Jair Bolsonaro ao longo do feriado da Independência. "A Constituição do Brasil não se preparou para um presidente tão desrespeitoso da lei e de seu papel".
“E o país não precisa se preocupar – se é que muita gente com isso se preocupou – com a irrigação sanguínea do pênis de Bolsonaro. Ela está plenamente normal e satisfatória, ele assegurou”, disse William Waack.
Finalmente, a verdade é que a oposição política e a mídia amestrada acusaram o golpe. Eu prefiro ficar com a expressão de uma apresentadora da própria Rede Globo, em ocasião diversa: "O choro é livre!".
domingo, 4 de setembro de 2022
A ressaca do almoço do sábado!
Ao acordar da "siesta" neste sábado, fruto de umas cervejas a mais no Restaurante "O Paulinho da Maraponga" (agora sob a competente administração do conterrâneo "O Bom Bibi"), confesso que a intenção era escrever sobre o desastrado, insano, ilegítimo e violento Governo de Daniel Ortega na Nicarágua. Afinal, não é comum ter-se um Governo no continente americano que para reeleger-se (quarto mandato consecutivo de cinco anos, com sua esposa como vice), prendeu sete potenciais adversários para que não disputassem a eleição. Mais grave ainda, após assumir a chefia do Executivo do país, impediu a impressão e circulação de tradicionais jornais; fechou onze emissoras de rádio e quatro estações de televisão; permitiu mais de 190 ataques contra a igreja católica, seus padres e bispos, todos eles elaborados pelo Governo Ortega; prendeu empresários, expulsou religiosas e proibiu peregrinação e procissão cristãs. Voltaremos ao assunto oportunamente. Enquanto isso, leia o artigo "Uma amada esposa", publicado em 10 de novembro de 2021 - https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2022/09/a-ressaca-do-almoco-do-sabado.html
Na verdade, mudei de ideia sobre o objeto do artigo quando abri alguns portais de notícias e todos traziam manchetes muito semelhantes sobre a busca e apreensão ordenada pelo TRE do Paraná na casa do candidato ao Senado, Sérgio Moro. O episódio, mais do que conspícuo foi espalhafatoso, podendo criar há pouco menos de um mês da eleição, narrativas para prejudicar a candidatura do Dr. Moro. Evidente que busquei detalhadamente as razões para tão grave determinação. A denúncia do PT seria por desvio de recursos públicos, quem sabe sobre propina recebida e escondida em casa em dinheiro em espécie, não em “moeda corrente nacional” ou algo assim... Talvez por ter o ex-Ministro armazenado prova de formação de quadrilha.
Pasmem! A cinematográfica busca e apreensão na casa do candidato ao Senado pelo União Brasil no Paraná, foi autorizada porque no seu "santinho" de campanha, as letras dos nomes dos seus suplentes tinham alguns milímetros a menos do que o determinado em Lei. A defesa do candidato informa que "a alegação é mentirosa. Os nomes estão de acordo com as regras exigidas, sendo assim, a equipe jurídica pedirá a reconsideração da decisão.”
É estranho que a busca haja sido feita no apartamento do candidato e não em seu comitê ou escritório político. Ali nada se apreendeu porque nada existia. Além da apreensão do material impresso, a juíza ainda determinou a exclusão de diversas publicações no Facebook, Instagram, YouTube, Twitter etc.
O artigo 36 da lei eleitoral diz que na propaganda dos candidatos a cargo majoritário "deverão constar, também, os nomes dos candidatos a vice ou a suplentes de senador, de modo claro e legível, em tamanho não inferior a 30% (trinta por cento) do nome do titular." Imaginemos, apenas por amor ao debate, que o material de campanha do Dr. Moro esteja fora dos padrões exigidos no citado artigo 36 da lei eleitoral. Um simples ofício ao Partido, ou mesmo ao candidato exigindo a retirada da publicidade das redes sociais e a substituição do seu material impresso seria suficiente. Mas o esgoto político não se satisfaz com o suficiente. Há que haver uma espetacularização para prejudicar o candidato.
A ridícula determinação judicial, provocou em Sérgio Moro uma reação instantânea e contundente:
- "Hoje, o PT mostrou a 'democracia' que pretende instaurar no país, promovendo uma diligência abusiva em minha residência e sensacionalismo na divulgação da matéria. O crime? Imprimir santinhos com letras dos nomes dos suplentes supostamente menores do que o devido".
- “O que se discute nessa eleição não é o tamanho do santinho do Moro, mas sim o tamanho da corrupção do PT".
- "Nada comparável aos bilhões de reais roubados durante os Governos do PT e do Lula. Não me intimidarão, mas repudio a tentativa grotesca de me difamar e de intimidar minha família".
Preparem-se, brasileiros e brasileiras. Pelo menos nos próximos 30 dias ainda veremos cenas que agridem o senso comum e desafiam a nossa inteligência. Paciência, estamos no Brasil!
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