domingo, 8 de maio de 2022

Stalin, o Papa e as Divisões Militares




Em 1935 era Presidente da França o engenheiro Albert François Lebrun. O Sr. Lebrun encarregou seu Ministro de Negócios Estrangeiros, Pierre Laval, para ir à Rússia tentar negociar com Joseph Stalin, o todo-poderoso Secretário Geral do Partido Comunista da Rússia Soviética, um pacto de não-agressão franco-soviética. A França já antevia o desejo expansionista de Hitler e temia uma agressão alemã ao seu território (o que de fato aconteceu em maio de 1940).

Na reunião, Stalin teria demonstrado interesse em saber qual a situação do exército francês, de que equipamentos militares dispunha, quantas Divisões possuía, etc. O Ministro Pierre Laval tentava convencer Stalin usando toda espécie de argumentos. Stalin era um perseguidor implacável de católicos no seu território, por isso era visto com muito maus olhos pelo Vaticano. O Papa Pio XII não perdia oportunidade para fazer restrições públicas ao dirigente russo. O Ministro Laval fez saber a Stalin que a assinatura do pacto certamente atrairia a boa vontade do Papa para com ele. Quando ele teria dito: “Ah, o Papa! Quantas divisões tem o Papa?”

Existem várias versões dessa alegada frase de Stalin. Uma outra versão divulgada em 1944 pela mídia americana é que numa conferência em Teerã, em dezembro de 1943, entre Joseph Stalin, Franklin Roosevelt e Winston Churchill, este último teria sugerido a possibilidade de o Papa estar associado a algumas das decisões tomadas. “O Papa", teria dito Stalin pensativo. "O Papa. Quantas divisões ele tem?".

Entre tantas versões existentes, existe uma em que o Presidente Roosevelt expressara a confiança de que a liberdade de culto seria restaurada na Rússia. Como parte desse desejo, em Teerã sugerira que o papa pudesse ser convidado para a conferência de paz, ao que Stalin teria respondido: “Com quantas divisões ele contribuirá para a vitória?”

Se a história é autêntica ou não e em que circunstância, é irrelevante. Serve para ilustrar as tendências da época em quase todo o mundo de que a espada é mais poderosa do que o pensamento. De que a democracia é uma concessão das armas e que os exércitos garantem diretamente não apenas segurança e prosperidade, mas também direitos humanos e liberdades.

Li ontem nos veículos de comunicação que o Ministro da Defesa do Brasil havia pedido uma audiência ao Ministro do STF Luiz Edson Fachin. Fachin está Presidente do Tribunal Superior Eleitoral e sob a alegativa de agenda lotada, não concedera a audiência e sequer marcara para uma data qualquer. Não entendi porquê, mas veio-me imediatamente à mente a suposta frase de Stalin.

Freud explica!

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