Um velho engenheiro aposentado que combate o ócio tentando escrever textos inspirados nos acontecimentos do cotidiano. Autor dos livros “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 1” , “INQUIETAÇÕES NOTURNAS, REFLEXÕES NAS MADRUGADAS” e “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 2”.
segunda-feira, 2 de novembro de 2020
A eleição americana.
No ano de 2000 eu estava morando em Montgomery, capital do Alabama, nos Estados Unidos. Pude acompanhar de perto o desenrolar da eleição presidencial daquele ano, disputada pelo candidato Republicano George Walker Bush, Governador do Texas e Albert Arnold Gore Jr pelos Democratas. Tratava-se de dois pesos pesados da política americana. O primeiro, filho do ex-Presidente George Bush e irmão do Governador da Flórida, Jeb Bush. O segundo, ex-Deputado e ex-Senador pelo Tennessee, além de durante oito anos ter sido Vice-Presidente e um dos principais conselheiros de Clinton, e membro do Gabinete e do Conselho de Segurança Nacional.
Enquanto "Bush Filho" trazia a experiência de ter acompanhado a presidência do seu pai e governado um dos maiores estados do país, "Al Gore" tinha uma vasta atuação parlamentar e uma boa bagagem intelectual (bacharelado em artes na Universidade de Harvard e Filosofia, Fenomenologia e Direito na Universidade Vanderbilt). Gore foi também correspondente de guerra no Vietnã.
Registro essa eleição para lembrar que o resultado se arrastou durante semanas, causando uma espécie de vácuo momentâneo de perspectiva de poder. O pleito acontecido em 7 de novembro só teve seu desfecho (em julgamento pela Suprema Corte por 7X2 contra a recontagem dos votos da Florida) em 12 de dezembro. Apesar de "Bush Filho" perder no voto popular, quem ganhasse na Florida levaria todos os 25 votos para o Colégio Eleitoral, o que definiria a apertada eleição. Depois de um resultado pro-Bush de 537 votos na Florida, quarto mais populoso estado americano, os Democratas pediram recontagem de votos, o que foi autorizado pela Suprema Corte da Flórida, decisão posteriormente anulada pela Suprema Corte dos EUA. Há quem assegure até hoje que Al Gore venceu a eleição e que houve um golpe de Estado consagrado pela Suprema Corte, de maioria conservadora.
Amanhã teremos eleição para Presidente do gigante do Norte. Disputam o Republicano e atual Presidente, Donald John Trump, o Democrata e ex-Vice-presidente de Barack Obama, Joseph Robinette Biden Jr. A exemplo de 2000, prenuncia-se uma judicialização da eleição. O Presidente Trump já anunciou que deverá recorrer à Suprema Corte, no caso de derrota eleitoral. Considere-se que no momento a mais alta Corte de Justiça americana é majoritariamente conservadora e em números maiores que naquela oportunidade, desde a recentíssima indicação da Ministra Amy Coney Barrett. Sua Excelência contesta a enorme votação pelo correio, reconhecidamente feita por maioria Democrata.
Todas as pesquisas de intenção de votos dão "Joe Biden" como favorito. Evidente que isso não assegura resultado, uma vez que em 2016 a ex-Primeira Dama e Senadora por Nova Iorque, Hillary Clinton, era franca favorita, ganhou no voto popular e perdeu no Colégio Eleitoral. O importante é que os que acompanham a política americana e aqueles que têm interesse direto no resultado do pleito, preparem o espírito e a paciência para eventualmente aguardar algumas semanas pelo resultado final.
God bless America!
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