domingo, 27 de setembro de 2020

Substituição na Suprema Corte dos Estados Unidos - II




Como eu presumia (https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2020/09/em-13-de-fevereiro-de-2016-o-membro-da.html), o Presidente Trump indicou ontem a juíza ultraconservadora Amy Coney Barrett para a Suprema Corte.

Juíza da corte de apelações de Chicago, Barrett precisa agora ser aprovada pelo Senado americano, casa legislativa controlada por maioria Republicana. Isso deverá asfaltar a estrada da aprovação. Ainda que Senadores republicanos entendam não votar a favor da indicação provocando um empate, o desempate será feito pelo Presidente do Senado. Pela Constituição americana, esse cargo é ocupado pelo Vice-Presidente Mike Pence, perfeitamente alinhado ao Presidente Trump e às suas causas conservadoras.

A Juíza Barret não é "terrivelmente evangélica", até porque é católica praticante. No entanto, abraça com entusiasmo as principais bandeiras conservadoras em temas como aborto, acesso a armas e imigração.

A se confirmar essa indicação pelo Senado, a jovem magistrada (tem apenas 48 anos), consolidará por muito tempo o viés conservador da Suprema Corte.

"Os nove juízes do tribunal têm cargos vitalícios e suas decisões podem moldar políticas públicas em tudo, desde armas e direitos de voto até aborto e financiamento de campanhas por décadas."

A indicação deverá provocar uma acirrada disputa no Senado pela aprovação. O ponto central da argumentação Democrata, será a não votação pelo Senado de indicação feita pelo então Presidente Barack Obama, restando-lhe ainda dez meses do seu segundo termo. Sabe-se que os Estados Unidos estão a apenas 40 dias da eleição presidencial. Certamente se Joe Biden for eleito, o indicado para a vacância jamais seria da Juiza Amy Barret, sequer de alguém com o seu perfil profissional.

Nenhum comentário:

Postar um comentário