Um velho engenheiro aposentado que combate o ócio tentando escrever textos inspirados nos acontecimentos do cotidiano. Autor dos livros “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 1” , “INQUIETAÇÕES NOTURNAS, REFLEXÕES NAS MADRUGADAS” e “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 2”.
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
A eleição presidencial e a animosidade social
O fosso entre as pessoas na sociedade americana tem sido cada vez mais profundo com a proximidade da eleição de novembro/2020. Distante ainda daquela ecologia social dos anos 60 (quando foram mortos John e Robert Kennedy, Martin Luther King Jr, para citar apenas os mais preeminentes), o sentimento de ódio interpessoal advindo da retórica política atual tem apagado a luz do "american dream".
Como registrei em agosto de 2019 (God bless America - https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2019/08/god-bless-america.html):
"Ouvi de um amigo, “baby boomer” americano (geração Woodstock), que desde a década de 1960 não havia visto a sociedade americana tão dividida. Naquela década, foram assassinados o Presidente John Kennedy, seu irmão e Senador Robert Kennedy, o líder religioso e maior expressão contra o apartheid Marthin Luther King Jr, entre outros. Era o auge da Guerra do Vietnam, o maior desastre bélico dos Estados Unidos e que encontrava enorme resistência do seu povo, principalmente dos jovens.
Nos dias atuais, a nação parece irrevogavelmente fraturada entre - republicano / democrata, elefante / burro, liberal / conservador, vermelho / azul, etc. O convite para o jantar de Ação de Graças (Thanksgiving - tradicional jantar anual da família americana) vem sempre acompanhado de uma recomendação para ser evitada a discussão de política ou religião."
As pesquisas de opinião sobre as intenções de voto, colocam o candidato Democrata, Joe Biden, á frente do Presidente Trump, candidato à reeleição, em percentuais que variam entre 5% e 11%, o que não quer dizer muita coisa. Em dois exemplos mais recentes, candidatos que ganharam no voto popular, perderam no colégio eleitoral. Foi assim na eleição de 2000, quando Al Gore venceu George Bush por 170.000 votos e perdeu no colégio eleitoral por 271 a 266 votos. Na última eleição presidencial americana, Hillary Clinton venceu o candidato Donald Trump por algo em torno de 2,9 milhões de votos e perdeu no colégio eleitoral por 304 a 227 votos.
No Brasil, a animosidade está presente entre membros do mesmo grupo social, no trabalho, nas universidades e mesmo entre indivíduos da mesma família. Provavelmente esse processo iniciou-se nos primeiros anos da década de 1990, com uma insistente mensagem do "nós contra eles". Apesar de estarmos a pouco mais de dois anos da próxima eleição presidencial, já existe uma corrida com vistas a 2022. Acirrada agora pela proximidade de eleições municipais, que se não são determinantes para o resultado de 2022, podem sinalizar para os candidatos mais provavelmente competitivos.
A grande questão é quanto a sociedade brasileira se permitirá dividir, num grupamento social tão enormemente atingido pela violência diária. Violência essa que vinha num crescendo até janeiro de 2019, quando o então Ministro Moro lançou as bases para neutralizar esse crescimento. E com sucesso, diga-se. Por menos que segmentos à esquerda e à direita do espectro político queiram reconhecer, o nome de Sérgio Moro é carta fortíssima no baralho da sucessão. Com reconhecido e respeitado trabalho seja como Juiz Federal na Lava Jato, seja como Ministro da Justiça, o ex-Ministro tem apelo popular e trajetória profissional como nenhum outro. Aqueles que duvidam, dêem uma olhada com mais vagar na recente Pesquisa de Opinião XP/IPESP, divulgada na última 2ª feira (14.set.2020). Nessa avaliação estatística, Moro é disparadamente o mais popular adversário de Bolsonaro, inclusive do que o próprio, e aquele que tem a menor rejeição.
Ainda que haja um esforço desesperado de "lulopetistas" e "bolsonaristas" para desconstruir a imagem de Sergio Moro, a ponto de termos lido essa semana declaração do ex-Presidente Lula em defesa de Bolsonaro e atacando Moro (soou meio que ridículo, no entender de alguns), há no país uma massa crítica sedimentada de admiração e respeito pelo ex-Ministro. Em um cenário no qual diariamente "pipocam" novos envolvidos em casos de corrupção (De hoje, 16/09 - Escritório de líder do governo na Câmara é alvo de operação - https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/09/16/mp-do-parana-cumpre-mandado-em-escritorio-do-deputado-ricardo-barros.htm), o que deveria ser obrigação de todos - a honestidade - torna-se um vantagem competitiva, mormente nas disputas políticas. E Sérgio Moro parte na frente nesse quesito!
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