domingo, 27 de setembro de 2020

Substituição na Suprema Corte dos Estados Unidos - II




Como eu presumia (https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2020/09/em-13-de-fevereiro-de-2016-o-membro-da.html), o Presidente Trump indicou ontem a juíza ultraconservadora Amy Coney Barrett para a Suprema Corte.

Juíza da corte de apelações de Chicago, Barrett precisa agora ser aprovada pelo Senado americano, casa legislativa controlada por maioria Republicana. Isso deverá asfaltar a estrada da aprovação. Ainda que Senadores republicanos entendam não votar a favor da indicação provocando um empate, o desempate será feito pelo Presidente do Senado. Pela Constituição americana, esse cargo é ocupado pelo Vice-Presidente Mike Pence, perfeitamente alinhado ao Presidente Trump e às suas causas conservadoras.

A Juíza Barret não é "terrivelmente evangélica", até porque é católica praticante. No entanto, abraça com entusiasmo as principais bandeiras conservadoras em temas como aborto, acesso a armas e imigração.

A se confirmar essa indicação pelo Senado, a jovem magistrada (tem apenas 48 anos), consolidará por muito tempo o viés conservador da Suprema Corte.

"Os nove juízes do tribunal têm cargos vitalícios e suas decisões podem moldar políticas públicas em tudo, desde armas e direitos de voto até aborto e financiamento de campanhas por décadas."

A indicação deverá provocar uma acirrada disputa no Senado pela aprovação. O ponto central da argumentação Democrata, será a não votação pelo Senado de indicação feita pelo então Presidente Barack Obama, restando-lhe ainda dez meses do seu segundo termo. Sabe-se que os Estados Unidos estão a apenas 40 dias da eleição presidencial. Certamente se Joe Biden for eleito, o indicado para a vacância jamais seria da Juiza Amy Barret, sequer de alguém com o seu perfil profissional.

sábado, 19 de setembro de 2020

Substituição na Suprema Corte dos Estados Unidos




Em 13 de fevereiro de 2016, o membro da Suprema Corte dos Estados Unidos, Antonin Scalia, foi encontrado morto em sua residência. Nomeado pelo então presidente Ronald Reagan em 1986, Scalia seguia interpretação rigorosa da Constituição e se posicionou contra decisões históricas do tribunal como a legalização do casamento gay.

O ano de 2016 representava o último ano do segundo mandato do Presidente Barack Obama, ainda que estivéssemos apenas no segundo mês do ano e seu mandato só terminaria em 31 de dezembro. Naquele momento, os conservadores tinham maioria na Suprema Corte (5X4), uma vez que o falecido formava nesse grupo. A indicação por Obama de um membro liberal, inverteria o desequilíbrio.

Em 16 de março de 2016, o Presidente Obama indicou Merrick Garland em substituição a Scalia. Merrick, profissional altamente preparado, havia sido advogado do Departamento de Justiça e era membro da Corte de Apelações do Distrito de Columbia. Em plena campanha das Primárias, todos os 11 Republicanos concorrentes à indicação para disputar a eleição presidencial (com a única exceção do ex-governador da Flórida Jeb Bush, filho e irmão de ex-presidentes) iniciaram uma campanha contra qualquer indicação de Obama, sob a alegação de que por estar no último ano de mandato, deveria deixar a nomeação para o próximo Presidente. 

O desenrolar desse processo foi que o Senado, responsável pela aprovação dos membros da Suprema Corte e com maioria Republicana, conseguiu não votar a indicação  do Presidente Obama, mesmo faltando ainda 10 meses para o fim do seu segundo termo (Donald Trump, que liderava a disputa pela nomeação republicana, disse que cabia a senadores barrarem a iniciativa. É o chamado 'postergue, postergue, postergue', disse Trump). Depois de um ano de vacância (apenas em abril de 2017), já na presidência de Donald Trump e indicado por ele, o Senado americano aprovou o nome do juiz conservador Neil Gorsuch. E ainda pela utilização de uma manobra legislativa denominada “Opção Nuclear”, que exigia um número menor de votos para a aprovação.

Ontem, dia 18/09/2020, faleceu aos 87 anos a Ministra Ruth Bader Ginsburg, a liberal decana da Suprema Corte dos Estados Unidos. Esse episódio é uma repetição do que já acontecera no último ano de mandato do Presidente Barack Obama com a morte de Antonin Scalia, com o agravante neste caso de que estamos a apenas pouco mais de 3 meses de um novo termo presidencial. A se repetir o processo daquela ocasião, o Senado devia esperar a indicação do futuro Presidente para preencher a vaga. Não é o que acontecerá, presumo. Os Republicanos continuam com a maioria absoluta nas cadeiras do Senado e o Presidente Trump já declarou através do twitter: "Fomos colocados nesta posição de poder e importância para tomar decisões para as pessoas que nos orgulharam com seu voto, e a escolha dos juízes da Suprema Corte dos Estados Unidos é considerada como uma das mais importantes. Temos esta obrigação, sem demora!".

Essa oportunidade rara, permitirá ao Presidente Trump expandir e consolidar a maioria conservadora na Corte, fazendo sua terceira indicação. Registre-se que o país atravessa um momento de profundas divisões só vistas na década de 1960, além de estar às vésperas das eleições presidenciais de 3 de novembro.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

QUE SÃO SEBASTIÃO SE APIADE DO RIO DE JANEIRO




Candidatos a Prefeito do Rio de Janeiro em 2020:


REPUBLICANOS - O prefeito Marcelo Crivella é candidato à reeleição pelo partido Republicanos. Antes, Crivella foi senador por dois mandatos.

- O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), foi alvo na manhã desta quinta-feira (10) de mandados de busca e apreensão em sua casa e em seu gabinete no Palácio da Cidade.

A ação é parte da investigação sobre um suposto esquema de corrupção na prefeitura.

Agentes da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro cumprem no total 22 mandados expedidos pelo 1º Grupo de Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, foro especial para investigação contra prefeitos.

Candidato à reeleição, Crivella é alvo de operação dois dias após as buscas na casa do ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), já oficializado como seu adversário na disputa pela prefeitura.


DEM - Prefeito do Rio de Janeiro entre 2009 e 2016, Eduardo Paes é o candidato do Democratas (DEM) às eleições municipais de 2020. Antes, foi vereador, deputado federal e secretário estadual do Turismo, Esporte e Lazer.

- MP-RJ denuncia Eduardo Paes por corrupção e lavagem de dinheiro. (https://noticias.uol.com.br/ - 08/09/2020)

O ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (DEM) foi denunciado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio) e se tornou réu por corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Um mandado de busca e apreensão também foi cumprido na casa onde ele mora, na zona sul do Rio. Com isso, Paes e outros quatro alvos da operação se tornaram réus.

De acordo com as investigações, entre 4 de junho e 19 de setembro de 2012, o ex-prefeito recebeu vantagens indevidas no valor de R$ 10,8 milhões que, segundo o MP-RJ, foram pagas a ele em espécie por executivos da Odebrecht por meio de caixa dois de campanha. A denúncia, no entanto, não torna o ex-prefeito do Rio inelegível.

Paes é candidato à prefeitura e aparece como principal nome da corrida eleitoral em pesquisas de intenção de votos realizadas até o momento.


PT - A deputada federal Benedita da Silva será a candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) a prefeita do Rio de Janeiro. Ela foi governadora do Rio, vice-governadora, senadora e vereadora.

- Justiça mantém bloqueio de bens de Benedita, acusada de improbidade quando era secretária de Cabral. (https://gazetabrasil.com.br/ - 29 de agosto de 2020)

O juiz da 6ª Vara da Fazenda Pública do Rio de Janeiro, Bruno Bodart, manteve o bloqueio de bens da deputada federal e ex-governadora petista, Benedita da Silva, em uma ação de improbidade administrativa.

A medida cautelar foi decretada ainda em 2015, quando a petista também teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados.

O objetivo da Justiça era recuperar R$ 32 milhões em supostos danos causados aos cofres do estado na época em que Benedita era secretária de Direitos Humanos da gestão de Sérgio Cabral.


PTB - A ex-deputada federal Cristiane Brasil, foi indicada pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) para disputar a prefeitura do Rio de Janeiro.

- Mesmo presa, a ex-deputada federal Cristiane Brasil (PTB) teve a candidatura à prefeitura do Rio protocolada nesta quarta-feira pelo seu partido, o PTB, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ). Como vice na chapa, foi registrada a candidatura de Fernando Bicudo, também filiado ao partido.

A protocolação foi feita no fim da tarde de ontem após a executiva municipal do PTB decidir, em reunião extraordinária, manter a candidatura de Cristiane, que está presa preventivamente (sem prazo para sair) desde o último dia 11. Ela é investigada por suposta participação em um esquema de corrupção que foi alvo da segunda etapa da Operação Catarata.


REDE - A Rede Sustentabilidade foi o último partido a lançar candidatura própria à prefeitura do Rio. O representante da legenda na disputa será o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello.

- Dirigente do Fla é conduzido à PF em investigação contra BNDES. (https://www.uol.com.br/ - 13/05/2017)

Mário Esteves Filho, foi conduzido coercitivamente à sede da PF no Rio de Janeiro na manhã da última sexta-feira (12) para prestar esclarecimentos na investigação que apura uma fraude de R$ 8,1 bilhões em repasses do BNDES ao grupo frigorífico JBS entre 2007 e 2011 - Operação Bullish.

O dirigente rubro-negro era chefe do Departamento de Política Financeira do Banco na época.


MDB - O vereador Paulo Messina é o candidato do partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB) a prefeito do Rio de Janeiro.

- O vereador Paulo Messina (MDB), ex-chefe da Casa Civil do governo de Marcelo Crivella, também teria participado do esquema de corrupção na Prefeitura do Rio, diz o Ministério Público do Rio.

O órgão chegou a essa conclusão após analisar as cerca de 11.200 mensagens de celular trocadas entre o empresário Rafael Alves, apontado como operador do suposto QG da propina na prefeitura, e o marqueteiro Marcelo Faulhaber.

Messina, que lançou nesta segunda-feira sua candidatura à Prefeitura do Rio, nega as acusações.


PROS - A deputada federal Clarissa Garotinho é a candidata a prefeita pelo Partido Republicano da Ordem Social (Pros).

- Inquérito contra Clarissa Garotinho deve permanecer na primeira instância, afirma PGR. (http://www.mpf.mp.br/ - 6 DE AGOSTO DE 2018)

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentou, nesta segunda-feira (06/08/2018), manifestação ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a manutenção da decisão monocrática do ministro Edson Fachin, que remeteu para a Justiça do Rio de Janeiro inquérito contra a deputada Clarissa Garotinho (Pros/RJ).

Filha do ex-governador do Rio Anthony Garotinho, ela é acusada de resistência e desacato contra policiais federais, em novembro de 2016, quando seu pai foi transferido do Hospital Souza Aguiar para o Hospital Penitenciário de Bangu.


NOVO - O engenheiro Fred Luz, ex-CEO do Flamengo, é o candidato do Partido Novo a prefeito do Rio. (https://noticias.uol.com.br/ - 01/09/2020)

Em convenção virtual, o Partido Novo oficializou a candidatura de Fred Luz para a prefeitura, tendo como candidata a vice a bióloga Giselle Gomes, servidora pública do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e mestre e doutora em biofísica.

Formado pela PUC-Rio, Luz trabalhou como engenheiro de equipamentos da Petrobras de 1975 a 1980. Depois passou por várias outras empresas, criou o próprio negócio e atuou também na gestão do Flamengo, a partir de 2013. Em 2018 filiou-se ao Partido Novo e integrou a equipe de transição do governador eleito de Minas Gerais, Romeu Zema.


PSC - O Partido Social Cristão (PSC), sigla do governador afastado Wilson Witzel e do interino Cláudio Castro, escolheu a ex-juíza Glória Heloiza Lima da Silva para concorrer ao cargo de Prefeita do Rio. (https://noticias.uol.com.br/ - 01/09/2020)

- A juíza Glória Heloiza Lima da Silva, 51 anos, sempre chama a atenção por onde passa. Com cabelos longos e bem cortados, vestidos curtos e ousados para o conservadorismo dos tribunais, a magistrada tem o gosto por se destacar. Falem bem ou mal.

Apontada como pré-candidata de Wilson Witzel (PSC) na eleição à Prefeitura do Rio, a juíza é tão chegada a usar uma faixa distintiva quanto o governador. Em abril, recebeu o adereço com a inscrição “Embaixadora da Educação” oferecida pela secretaria estadual da área. Um sinal de prestígio com o Palácio Guanabara.

Questionado pelo Valor, em recente entrevista na sede do governo, Witzel se esquivou, afirmando, de pronto, que a candidatura de Glória Heloiza seria “fofoca”. Depois, passou a elogiá-la. “É uma pessoa empolgada com o Rio, que gosta de carnaval. É religiosa, tem um bom perfil. É uma grande candidata, com vocação para ajudar, atuou na adoção [na Vara da Infância].Se ela estiver disposta e tomar essa decisão, será muito bem-vinda. Tem grande potencial. Até porque é magistrada e mulher”, disse o governador.

Na primeira pesquisa com seu nome, divulgada pelo Datafolha no dia 15, ela apareceu, em dois cenários, com zero e 1% das preferências.


PDT - A deputada estadual Martha Rocha é a candidata do Partido Democrático Trabalhista (PDT) a prefeita do Rio de Janeiro.

- A delação premiada de Carlos Miranda, apontado como operador financeiro do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), caiu como uma bomba. Ele revelou uma lista de 40 políticos do Rio de Janeiro cujas campanhas, segundo ele, foram financiadas por caixa dois. A delação foi divulgada, com exclusividade, pelo RJ TV deste sábado, 18 de agosto de 2018.

Miranda contou que executava a parte administrativa e financeira das campanhas do MDB no Rio de Janeiro e que havia combinações com os fornecedores para que eles sub-faturassem as notas apresentadas. Assim, havia nas notas o pagamento de parte dos valores de forma oficial e a outra parte por fora, em dinheiro, ou por meio de vantagens das empresas doadoras diretamente aos fornecedores.

Os repasses eram feitos principalmente por empreiteiras, como é o caso da OAS, Delta, Carioca e Andrade Gutierrez.

Entre os políticos que teriam sido beneficiados com a propina, encontram-se Luiz Fernando Pezão, e o ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), além de vários Deputados Estaduais, entre eles a Deputada Martha Rocha, que teria recebido 300 mil reais de caixa dois.


PCO - Henrique Simonard, integrante do Comitê Central do Partido da Causa Operária (PCO), será o candidato do partido a prefeito do Rio de Janeiro. (https://www.jusbrasil.com.br/ - 21/01/2020).

- O senhor HENRIQUE VITAL BRAZIL SIMONARD, deputado estadual pelo PCO, parece que não cultiva o hábito de prestação de contas de campanha eleitoral. Se o leitor tiver dúvida, apenas consulte o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro e o Processo Nº 0605053-46.2018.6.19.0000.

De qualquer forma, não faz muita diferença uma vez que o candidato na maioria das pesquisas de intenção de votos participa com traço, ou seja, menos de 1%.


PSL - O deputado federal Luiz Lima é o candidato do Partido Social Liberal (PSL) a prefeito do Rio de Janeiro. Antes, foi nadador profissional e secretário nacional de Esportes de Alto Rendimento. (https://blogdojuca.uol.com.br/ - 22/04/2020)

- O ex-nadador olímpico brasileiro Luiz Lima, com participações nas Olimpíadas de 1996 e 2000, elegeu-se deputado federal pelo PSL do Rio nas últimas eleições.

Já eleito liderou seus colegas de partido, então o mesmo de Jair Bolsonaro, no apoio a Wilson Witzel no segundo turno da eleição para governador dos fluminenses.

Ontem Lima chamou Witzel de ditador, desequilibrado, destemperado e escroto. Tudo porque a ex-mulher do deputado, Milene Comini, e a filha deles foram presas pela polícia carioca ao não obedecerem o decreto do isolamento social que proíbe a ida à praia.


PSTU - O ex-deputado federal Cyro Garcia será o candidato do PSTU a prefeitura do Rio de Janeiro pela quinta vez.

- Ele foi candidato a prefeito em 1996, 2000, 2012, 2016 e agora em 2020.

Garcia participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Foi diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro de 1982 a 1991. Entre 1988 e 1991 atuou como presidente da entidade.


PSOL - A deputada estadual Renata Souza é a candidata do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) a prefeita do Rio de Janeiro.

- Renata é jornalista e foi chefe de gabinete da então vereadora Marielle Franco, morta em 2018. O PSOL estará coligado com o PCB e o UP e o candidato a vice-prefeito é Íbis Pereira, coronel da reserva da Polícia Militar.


PMB - Suêd Haidar, presidente nacional do Partido da Mulher Brasileira (PMB), será a candidata da legenda a prefeita do Rio de Janeiro.

- Suêd Haidar reconhece a contradição que seu partido político vive. "Mesmo no Partido da Mulher Brasileira, os homens ainda são as lideranças", diz a presidente nacional da sigla. Criado em 2015 com a intenção declarada de representar o eleitorado feminino, o PMB lançou mais candidatos do que candidatas nas eleições de 2018. Foram 226 homens contra 163 mulheres disputando cargos nas assembleias estaduais, na Câmara e no Senado pelo partido.

No próximo pleito, em 2020, um nome masculino e polêmico também aspirava concorrer pelo partido a uma das principais vitrines eleitorais do país. Jerônimo Guimarães Filho, o ex-vereador Jerominho, anunciou que seria candidato a candidato do PMB à prefeitura do Rio de Janeiro. Jerominho foi preso de 2007 a 2018, acusado de comandar a maior milícia carioca. "Nós conversamos com qualquer cidadão que venha a nós com uma proposta de pleito", justifica Suêd, que confirma as negociações sem comentar o histórico carcerário do pré-candidato.

Semelhantes se atraem?




Na visita que o ex-Presidente Lula fez ontem (17/09/2020) ao Senador Renan Calheiros no Hospital, não desejo comentar que ambos estavam sem usar máscara.

Nesta foto estão dezenas de processos na Justiça brasileira. Como segue:

"Além do caso do sítio de Atibaia (SP), que rendeu a segunda condenação em segunda instância para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-presidente é réu em mais oito processos.

Eles tramitam em Brasília, Curitiba e em São Paulo. Dos oito, dois resultaram em condenação até o momento: o caso do tríplex do Guarujá (SP), pelo qual Lula passou 1 ano e 7 meses preso, e o do sítio, no qual ele foi condenado em primeira instância a 12 anos e 11 meses de prisão."

Com relação ao Senador Renan Calheiros, em 2017 o STF abriu o 18º inquérito para investigar o Senador. Com efeito:

"O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) se tornou alvo de mais um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). Essa já é a 18ª investigação contra o peemedebista em tramitação na Corte, sendo que ele já é réu em uma delas – que apura recebimento de propina em troca da apresentação de emendas parlamentares em favor da empreiteira Mendes Júnior."

A Lei de Coulomb estabelece que corpos carregados com cargas opostas se atraem e corpos carregados com cargas iguais se repelem. Este conceito está ligado à eletricidade. Não creio que valha para as relações humanas. Ao contrário, acredito que está certa a psicologia quando afirma que "há muito de nós naqueles que escolhemos como amigos".

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

A eleição presidencial e a animosidade social




O fosso entre as pessoas na sociedade americana tem sido cada vez mais profundo com a proximidade da eleição de novembro/2020. Distante ainda daquela ecologia social dos anos 60 (quando foram mortos John e Robert Kennedy, Martin Luther King Jr, para citar apenas os mais preeminentes), o sentimento de ódio interpessoal advindo da retórica política atual tem apagado a luz do "american dream".

Como registrei em agosto de 2019 (God bless America - https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2019/08/god-bless-america.html):

"Ouvi de um amigo, “baby boomer” americano (geração Woodstock), que desde a década de 1960 não havia visto a sociedade americana tão dividida. Naquela década, foram assassinados o Presidente John Kennedy, seu irmão e Senador Robert Kennedy, o líder religioso e maior expressão contra o apartheid Marthin Luther King Jr, entre outros. Era o auge da Guerra do Vietnam, o maior desastre bélico dos Estados Unidos e que encontrava enorme resistência do seu povo, principalmente dos jovens.

Nos dias atuais, a nação parece irrevogavelmente fraturada entre - republicano / democrata, elefante / burro, liberal / conservador, vermelho / azul, etc. O convite para o jantar de Ação de Graças (Thanksgiving - tradicional jantar anual da família americana) vem sempre acompanhado de uma recomendação para ser evitada a discussão de política ou religião."

As pesquisas de opinião sobre as intenções de voto, colocam o candidato Democrata, Joe Biden, á frente do Presidente Trump, candidato à reeleição, em percentuais que variam entre 5% e 11%, o que não quer dizer muita coisa. Em dois exemplos mais recentes, candidatos que ganharam no voto popular, perderam no colégio eleitoral. Foi assim na eleição de 2000, quando Al Gore venceu George Bush por 170.000 votos e perdeu no colégio eleitoral por 271 a 266 votos. Na última eleição presidencial americana, Hillary Clinton venceu o candidato Donald Trump por algo em torno de 2,9 milhões de votos e perdeu no colégio eleitoral por 304 a 227 votos.

No Brasil, a animosidade está presente entre membros do mesmo grupo social, no trabalho, nas universidades e mesmo entre indivíduos da mesma família. Provavelmente esse processo iniciou-se nos primeiros anos da década de 1990, com uma insistente mensagem do "nós contra eles". Apesar de estarmos a pouco mais de dois anos da próxima eleição presidencial, já existe uma corrida com vistas a 2022. Acirrada agora pela proximidade de eleições municipais, que se não são determinantes para o resultado de 2022, podem sinalizar para os candidatos mais provavelmente competitivos.

A grande questão é quanto a sociedade brasileira se permitirá dividir, num grupamento social tão enormemente atingido pela violência diária. Violência essa que vinha num crescendo até janeiro de 2019, quando o então Ministro Moro lançou as bases para neutralizar esse crescimento. E com sucesso, diga-se. Por menos que segmentos à esquerda e à direita do espectro político queiram reconhecer, o nome de Sérgio Moro é carta fortíssima no baralho da sucessão. Com reconhecido e respeitado trabalho seja como Juiz Federal na Lava Jato, seja como Ministro da Justiça, o ex-Ministro tem apelo popular e trajetória profissional como nenhum outro. Aqueles que duvidam, dêem uma olhada com mais vagar na recente Pesquisa de Opinião XP/IPESP, divulgada na última 2ª feira (14.set.2020). Nessa avaliação estatística, Moro é disparadamente o mais popular adversário de Bolsonaro, inclusive do que o próprio, e aquele que tem a menor rejeição.

Ainda que haja um esforço desesperado de "lulopetistas" e "bolsonaristas" para desconstruir a imagem de Sergio Moro, a ponto de termos lido essa semana declaração do ex-Presidente Lula em defesa de Bolsonaro e atacando Moro (soou meio que ridículo, no entender de alguns), há no país uma massa crítica sedimentada de admiração e respeito pelo ex-Ministro. Em um cenário no qual diariamente "pipocam" novos envolvidos em casos de corrupção (De hoje, 16/09 - Escritório de líder do governo na Câmara é alvo de operação - https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/09/16/mp-do-parana-cumpre-mandado-em-escritorio-do-deputado-ricardo-barros.htm), o que deveria ser obrigação de todos - a honestidade - torna-se um vantagem competitiva, mormente nas disputas políticas. E Sérgio Moro parte na frente nesse quesito!

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Luis Mir



Quem é Luis Mir? Pesquisador, médico, Doutor em História e escritor brasileiro, prefere apresentar-se como militante do velho Partido Comunista Brasileiro. Escreveu entre outros títulos, os livros:

A Revolução Impossível (uma história da luta armada da esquerda no Brasil) (1994)
Guerra Civil - Estado e Trauma (2004)
Genômica (2005)
O Partido de Deus - Fé, Poder e Política (2005)
O Paciente - O Caso Tancredo Neves (2010)

Em texto recentemente divulgado em redes sociais e aplicativos de comunicação, o senhor Luis Mir faz uma análise do atual cenário político nacional. Se por um lado mostra-se completamente desesperançado de uma construção alternativa para dirigir os destinos do país, por outro, choca profundamente os que transitam mais à esquerda no espectro político.

Ainda que não concorde com a totalidade das afirmações do escritor, sinto-me na obrigação de divulgar o texto, no sentido de fazê-lo conhecido para que seja analisado e criticado por todos os que se preocupam com os destinos da nossa nação. Leia abaixo.

"Com a reeleição assegurada do atual Presidente da República em 2022 - vai ser candidatura única - temos que nos preparar. Para mais uma derrota - merecida - e fazermos a autocrítica: o que fazer?

Candidatura única? Sim. Os concorrentes do atual ocupante foram estraçalhados com crueldade digna da Inquisição. E repito, não servem, diante dos desafios que temos atualmente como sociedade e civilização, para síndicos de prédio.

Sérgio Moro foi asfixiado politicamente no cargo e na vaidade. Virou uma viúva de luxo, mas uma viúva.

Luiz Henrique Mandetta uma viúva desesperada. É o rei das lamentações da República. Mas acima de tudo um covarde. Não reconhece que vergou a coluna o necessário para participar desde o início dessa hediondez que hoje critica, banhado em "falsa santidade", como apóstolo da saúde pública. Tentou, desde que sentou na cadeira ministerial, privatizar, em marcha batida, o SUS.

Ciro Gomes tem um pedra intransponível em seu caminho. Só ele, e mais ninguém, acredita que esteja preparado ou se tenha preparado para exercer a Presidência. É um autoritário que pode adotar atitudes tresloucadas, inconsequentes, irracionais, diante de adversários ou dificuldades que ameacem seu poder.

Sobre Luciano Huck: é o mais inviável de todos. Para ele, sua candidatura presidencial é um novo quadro do seu programa de auditório. E a Presidência o maior prêmio que seu programa ofereceu enquanto durou. Auditório não é eleitorado. Os profissionais vão ensinar-lhe isso a ferro e fogo.

Sobre João Dória: não conseguiu reverter a sina de São Paulo: é o estado brasileiro mais inepto e incapaz para produzir e alavancar candidaturas presidenciais. Há décadas. Não tem partido nacional, com vocação majoritária, atualmente em frangalhos. E não tem "cara de Brasil", isso me foi dito por um dos políticos mais importantes da história republicana brasileira, o Presidente Tancredo Neves.

Segundo ele, Minas Gerais tinha essa qualidade. Seus políticos tinham a "cara de Brasil". Como reconhecia que também aconteciam acidentes de percurso. Mas ninguém duvidava, disse ele sorrindo, que quando o país necessitava de rumo, todos os olhares se dirigiam para Minas.

Sobre o PT: vai cumprir sua missão com zelo, devoção, convicção. Ser novamente a correia de transmissão da extrema direita. Qualquer candidato que seja, não será candidato. Será um preposto do Guia Genial do Povo Brasileiro.

O que fazer? Recomeçar do zero a refundação da centro-esquerda brasileira. Que foi atropelada, prostituída, corrompida, estraçalhada, pelo Duo do Mal, vulgos PT e PSDB.

E com a candidatura única da extrema direita em 2022, teremos, ou melhor, teremos que ter, generosidade, humildade, visão estratégica, para retomar a marcha democrática do país, confiando-a a essa massa ignara, pobre, segregada, que é a maioria do povo brasileiro. Seus verdadeiros protagonistas.

Uma última observação: quem é o atual gênio político brasileiro? Jair Bolsonaro. De uma posição residual na relação de forças, anteviu a transformação histórica ansiada pelas massas, moldou o discurso e se lançou a disputa solitariamente como um gladiador marcado para morrer nos dez primeiros minutos da luta.

E derrotou todos os herói do Coliseu, para delírio das massas. Mas as massas vão querer mais. Ele tem ainda forças para uma última luta em 2022. Mas com certeza será a última. E para seu clã familiar, que será escorraçado junto com ele."

domingo, 6 de setembro de 2020

2022 está logo ali na esquina




Políticos, cientistas políticos e jornalistas/analistas em regra são ideólogos. Mantêm um conjunto coerente de posições que identificam como progressistas ou conservadoras (identificam-se também como esquerdistas ou de centro etc). Para a maioria dos eleitores, esses termos não significam nada. Não pensam em termos ideológicos e suas posições são freqüentemente inconsistentes e sem coerência. Muitas vezes dizem-se moderados ou centristas, o que não nos revela como irão votar.

As avaliações de uma eleição para outra são não confiáveis, uma vez que o eleitorado posiciona-se não ideologicamente diante das mais diversas questões, explicando a aparente volatilidade.

Não dá portanto para creditar a vitória do Presidente Bolsonaro a uma maioria da "direita" brasileira. Provavelmente havia uma fadiga eleitoral mixada com a revolta pela incontrolável desonestidade verticalizada que se apoderou do organismo público brasileiro nos seus mais diversos níveis. Isso foi inteligentemente explorado pela equipe do candidato Bolsonaro, farejando na sociedade o desejo de mudança.

Estamos vivendo o segundo ano do Governo, com a triste constatação de que ele não entrega o que prometeu em campanha. E não estamos falando da economia. Seria estupidez cobrar caminhos muito diferentes dos que estão sendo seguidos no meio dessa pandemia, especialmente quando se sabe que esses caminhos são assemelhados aos que a quase totalidade dos países do planeta estão trilhando. Mormente no Brasil, onde há profundas desigualdades interpessoal, intersetorial e interregional.

Com a Operação Lava Jato iniciamos um processo de "passar o país a limpo". Vimos nos últimos 6 anos o inusitado acontecer. Políticos de alto coturno, executivos do mais alto escalão do serviço público e donos das maiores empresas do Brasil serem julgados, condenados e alguns até presos. Centenas de milhões de reais devolvidos aos cofres públicos. Esses acontecimentos certamente fariam com que esses segmentos e a própria sociedade brasileira encontrassem novos caminhos de fazer política e desenvolver negócios. Respirava-se ares de esperança em um país melhor, mais justo, menos desigual.

Infelizmente, O Governo do senhor Jair Bolsonaro está sendo o maior responsável pelo desmanche da Operação Lava Jato. Suas reiteradas tentativas de interferência na Polícia Federal, a pressão continuada contra o Ministro Moro para que ele pedisse demissão, a aproximação, não se sabe em que condições, com o Ministro Toffoli, a cooptação do Centrão e por último mas não menos importante, a escolha do Procurador Geral da República fora da lista tríplice, configuram bem o cenário no qual navega o Governo Bolsonaro.

Esse senhor Aras, atual PGR, foi pinçado entre aqueles que já se admitiam contrários à Lava Jato. E não perdeu tempo. Cedo começou seu trabalho. O que esperar de uma autoridade que deseja conhecer/interferir em investigações sigilosas em andamento, ignorando o Art. 127 da Constituição Federal? Some-se a isso um Supremo Tribunal Federal que através de alguns dos seus membros, tem tomado decisões as mais heterodoxas, muita vez surpreendentemente conflitantes com coisa julgada e mesmo incongruências entre julgados de um mesmo membro.

O ano de 2022 está logo ali na esquina. Até lá, substitui-se os Presidentes das duas Casas Legislativas Federais, dois Ministros do Supremo serão aposentados compulsoriamente, e teremos (a Deus querer) vencido a pandemia do Covid 19, apesar da enorme perda de vidas humanas. Não guardo esperança de muita melhora nos vindouros Presidentes da Câmara e Senado. Ainda menos na qualidade dos Ministros do Supremo a serem indicados nas vacâncias próximas. Mas a eleição geral de 2022 poderá trazer uma nova ecologia social. Poderemos ter o ex-Ministro Moro como candidato, com forte apelo popular, menos por ele - Sérgio Moro - mais pelo que representa como ideia de combate à violência, ao crime organizado e à corrupção. E fazer renascer a esperança em mais justiça social!