Um velho engenheiro aposentado que combate o ócio tentando escrever textos inspirados nos acontecimentos do cotidiano. Autor dos livros “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 1” , “INQUIETAÇÕES NOTURNAS, REFLEXÕES NAS MADRUGADAS” e “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 2”.
domingo, 11 de agosto de 2024
Olimpíada
A análise da participação do Brasil nas Olimpíadas de Paris revela uma realidade que exige reflexão profunda e ações concretas. O desempenho do Brasil, quando comparado a potências esportivas como os Estados Unidos, destaca a necessidade de reavaliarmos nosso planejamento e investimento no esporte de alto rendimento. Os Estados Unidos, com apenas 1,5 vezes mais habitantes que o Brasil, conquistaram 6,3 vezes mais medalhas no total e 13,3 vezes mais medalhas de ouro. Essa disparidade não é apenas numérica, mas também estrutural, refletindo diferenças profundas em políticas esportivas, apoio governamental, infraestrutura, e desenvolvimento de talentos.
Em relação à nossa própria história recente, o desempenho em Paris foi inferior ao de Tóquio 2021, com menos da metade de medalhas de ouro e uma medalha a menos no total. Essa regressão é preocupante e sugere que o país não apenas falhou em avançar, mas também em manter o nível de competitividade que havia sido atingido.
Para aqueles que consideram desigual a comparação com os Estados Unidos, é importante lembrar que a verdadeira ambição esportiva deve mirar no alto. Comparar-nos com nações que conquistaram apenas uma medalha de bronze, como Peru, Cabo Verde, Catar, Singapura e Eslováquia, é uma estratégia de autoengano. Essas nações, com populações e recursos significativamente menores, podem celebrar cada medalha como um feito extraordinário, mas o Brasil, com sua dimensão continental e recursos disponíveis, não pode se contentar com resultados tão modestos.
Esse "fiasco", como alguns podem considerar, deve ser um chamado à ação. Não podemos continuar a subestimar o impacto do esporte no desenvolvimento social e na projeção internacional do Brasil. É necessário um compromisso sério, com políticas públicas que incentivem a prática esportiva desde a base, passando por escolas, clubes, forças armadas e comunidades, até chegar ao alto rendimento. Além disso, o apoio a treinadores, atletas e a melhoria das infraestruturas esportivas são imperativos.
A falta de continuidade nos investimentos e de visão de longo prazo são entraves que precisam ser superados. O esporte deve ser visto como uma prioridade nacional, não apenas como uma ferramenta de lazer ou entretenimento, mas como uma plataforma para o desenvolvimento humano, social e econômico do país. Ações isoladas ou de curto prazo não serão suficientes; é preciso um esforço coordenado, envolvendo governo, iniciativa privada e sociedade civil.
Em suma, a participação do Brasil nas Olimpíadas de Paris não deve ser esquecida como um simples fracasso, mas como um ponto de inflexão. Se o país quer se destacar no cenário esportivo mundial, é necessário que essa reflexão se transforme em um planejamento robusto e em um compromisso real com o esporte em todas as suas dimensões. O futuro do esporte brasileiro depende das decisões que tomarmos agora.
Por último, mas não menos importante, um palpite: apesar de a próxima Olimpîada estar programada para Los Angeles em 2028, em pleno território americano, é possível que a China tome definitivamente a hegemonia esportiva no mundo.
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