segunda-feira, 25 de setembro de 2023

A greve das montadoras



O United Auto Workers (UAW) é um sindicato internacional que representa trabalhadores nos Estados Unidos, Canadá e Porto Rico. É um dos maiores e mais diversificados sindicatos da América do Norte, com membros em praticamente todos os setores da economia. Os locais de trabalho representados pelo UAW variam desde corporações multinacionais, pequenos fabricantes e governos estaduais e locais até faculdades e universidades, hospitais e organizações privadas sem fins lucrativos. O UAW tem mais de 400 mil membros ativos e mais de 580 mil membros aposentados.

No último dia 15 de setembro o UAW entrou em greve contra a General Motors, Ford e Stellantis (sucessora da Fiat Crysler nos Estados Unidos). Esta é a primeira vez na história do sindicato que atinge todos os três fabricantes de automóveis sindicalizados da América ao mesmo tempo. A greve começou após o sindicato não ter conseguido garantir um acordo de última hora antes do prazo final da meia-noite. A greve direcionada do UAW a três fábricas, uma de cada montadora, começou em Missouri, Michigan e Ohio.

Hoje, dia 25 de setembro, a greve dos trabalhadores do setor automotivo expandiu, envolvendo 38 centros de distribuição de peças operados pela General Motors e pela Stellantis, proprietária da Jeep and Ram, em 20 estados. A Ford foi poupada da expansão porque a empresa atendeu a algumas das demandas do sindicato durante as negociações da semana passada.

Em vez de visar mais fábricas na sexta-feira, o UAW buscou centros distribuidores de peças aos departamentos de serviço das concessionárias de automóveis. Isso fatalmente arrastará os consumidores para o miolo do furacão, se os revendedores ficarem sem peças. Estima-se que as montadoras GM, Ford e Stellantis perderam a produção de mais de 16.000 veículos até o momento, com perdas econômicas de mais de US$ 1,6 bilhão.

As montadoras e alguns de seus fornecedores demitiram cerca de 6 mil trabalhadores em ações que dizem estar relacionadas à greve. A GM fechou uma fábrica no Kansas que dependia de peças estampadas na fábrica de Wentzville.

Mesmo com a expansão, os grevistas representam apenas pouco mais de 10% dos 146.000 membros do sindicato. O restante continua trabalhando normalmente, mas contribuindo para o enorme fundo de greve de 825 milhões de dólares do sindicato, o que permite o pagamento semanal de 500 dólares a cada grevista.

Os trabalhadores reinvindicam aumento salarial de 36% escalonado em quatro anos, reposição anual da inflacão, planos de pensões de benefício definido para todos os empregados, limitação da utilização de trabalhadores temporários, semana de trabalho de quatro dias com remuneração de cinco dias e mais proteções trabalhistas, incluindo o direito de greve em caso de fechamento de fábricas.

Enquanto não houver acordo e o fundo de greve durar, esse processo vai arrastar-se. É assim que a banda toca por aqui.

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