quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Não esperem de mim...



"Meu dever é falar, não quero ser cúmplice." (Émile Zola)


Circula nas redes sociais, tornou-se viral para usar a expressão da moda, texto que defende eventuais "mal feitos" do Senador Flávio Bolsonaro. Justifica o "perdão" para proteger o Governo e o País de uma possível volta da quadrilha que por quase uma década e meia assaltou o Brasil.

A par disso, ou por causa disso, "compreendem" acordos espúrios feitos com outros poderes, intervenções indevidas em instituições de Estado (Polícia Federal, Receita Federal, COAF, etc), defendendo incondicionalmente o Governo Bolsonaro.

Não contem comigo. Não esperem de mim, estabelecer contorcionismos intelectuais para justificar deslizes, sejam eles de ordem legal, moral, éticos ou administrativos.

Ainda que você odeie isso, é inegável que este Governo tem virtudes. Tem políticas bem definidas, um roteiro claramente estabelecido mesmo que você não concorde com ele. O surpreendente é que, de forma endógena, cria suas próprias crises. Seja pela incontinência verbal do seu comandante, seja por decisões domésticas absolutamente incompreensíveis. Quanto custará ao País, por exemplo, a proteção ao primeiro filho, Senador Flávio? Quanto de concessões deverão ser feitas, com evidente desgaste para a imagem do Poder, para ter o Deputado Eduardo como Embaixador nos Estados Unidos? São apenas dois episódios, entre inúmeros, que vão desidratando a credibilidade e esperança do brasileiro comum.

Propriamente registra o Estadão: “foram pautas sem importância para o país que fizeram Jair Bolsonaro contrariar promessas de campanha e dar sinal verde para negociações fisiológicas com parlamentares. O esforço para resolver assuntos de interesse familiar é tanto que Bolsonaro cobra não apenas o voto, mas lealdade: os deputados e senadores foram advertidos de que haverá retaliação contra aqueles que falarem mal do governo nas redes sociais..."

Ainda há tempo, creio, de retomar o roteiro que a sociedade brasileira elegeu em outubro de 2018. O controle das contas públicas e investimento em infraestrutura, diminuição das desigualdades inter-regionais, intersetoriais e interpessoais, o combate aos privilégios, a guerra sem trégua à corrupção e ao crime organizado, são bandeiras que não podem ser esquecidas. Menos Brasília e mais Brasil, sem esquecer de menos família e mais País.

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Atualizado em 05/08/2020

Flávio Bolsonaro critica Lava-Jato e defende atuação de Aras

Senador elogia procurador-geral da República. Sobre o caso Queiroz, admite pela primeira vez que ex-assessor pagou suas contas, mas diz que dinheiro tinha origem lícita e dá sua versão sobre investigação da 'rachadinha'.

https://oglobo.globo.com/brasil/entrevista-exclusiva-flavio-bolsonaro

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