
A minha formação acadêmica cartesiana mete-me em cada enrascada...
Nesta semana o Supremo Tribunal Federal decidiu que o Presidente da República não pode extinguir através de Decreto, Conselhos criados por lei. Justo e lógico. Se para fazer nascer um Organismo você precisa da autorização legislativa, reza o bom senso que para matá-lo exija-se também a concordância desse poder da República.
No mesmo dia, se não estou enganado, o mesmo STF decide criminalizar a homofobia, aprovando matéria que determina que casos de agressões contra o público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis) sejam enquadrados, num verdadeiro contorcionismo jurídico, como crime de racismo. Não me consta que os membros dessa "tribo" formem uma raça. E mais que isso, também não é do meu conhecimento que a Constituição autorize ao STF criar uma imposição de sanções por algo que não haja sido definido em norma jurídica.
Partidos de esquerda, sindicatos e simpatizantes resolvem convocar uma greve geral contra a Emenda Constitucional em análise no Congresso que estabelece uma Nova Previdência, contra os contingenciamentos do orçamento federal (mormente na Educação), pela liberdade do ex-Presidente Lula, etc. Até aqui, tudo bem. "A Constituição Federal, em seu artigo 9.º e a Lei n.º 7.783/89 asseguram o direito de greve a todo trabalhador, competindo-lhe a oportunidade de exercê-lo sobre os interesses que devam por meio dele defender". Uma greve pressupõe que uma das principais metas é angariar apoio e simpatia da sociedade para suas bandeiras. Pois bem: a greve foi marcada para uma sexta-feira. Um dia já naturalmente mais efervescente. Como você acha que vai ser o sentimento relativo a essa greve, do pai de família que não pode levar seu filho à escola por ter a via impedida por pneus sendo queimados? Ou o trabalhador que deseja chegar ao trabalho e é impedido por ausência de transporte público? Ou ainda, aquela senhora que esperou meses para ser atendida pelo Sistema de Saúde pública para um exame ou consulta e não pode chegar ao seu destino?
Oh, Senhor! Dai-me a felicidade da ignorância...
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Atualizada em 15/06/2019 às 09:04h
Greve “parcial, localizada e inoportuna”
O cientista político e professor da USP Alcindo Gonçalves disse ao Estadão que a greve contra a reforma da Previdência foi “bastante parcial, localizada e, de certo ponto, inoportuna”.
“Da maneira como as paralisações de hoje [sexta-feira] estão acontecendo, como se fosse um grande movimento sindical, a greve passa a gerar antipatia e revolta das pessoas impedidas de trabalhar e de se locomover.”
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