sexta-feira, 28 de junho de 2019

Suprema Corte dos Estados Unidos bloqueia censo de 2020




Com o voto de desempate do Presidente, o Ministro John Roberts, a Suprema Corte americana impediu que uma questão de cidadania fosse acrescentada ao Censo de 2020, por enquanto, um grande golpe para o presidente Donald Trump.

A decisão é vista como uma vitória impressionante para grupos de direitos civis e defensores da oposição. O pano de fundo desse pedido de inclusão da pergunta é a eleição presidencial do próximo ano. Desconfia-se que isso poderia levar a uma contagem imprecisa da população do país. Trump almejaria reduzir o número de habitantes (minorias) nos distritos democráticos. Os dados do censo de 2020 serão usados para alocar as cadeiras no Congresso e distribuir bilhões de dólares da União para Estados e Condados na próxima década.

O Tribunal decidiu que a administração Trump não ofereceu razões convincentes para adicionar uma questão sobre cidadania ao censo do próximo ano. Os Ministros resolveram devolver a questão ao Departamento de Comércio, responsável pelo censo, pedindo mais explicações.

Em rara oportunidade, o Presidente conservador John Roberts somou-se aos liberais da Corte, Ruth Bader Ginsburg, Stephen Breyer, Sonia Sotomayor e Elana Kagan, no bloqueio da questão da cidadania.

Enquanto isso, um irritado Presidente Trump usando uma das suas "especialidades" (Twitter), digitou: "Parece totalmente ridículo que o nosso governo, e de fato o País, não possa fazer uma pergunta básica sobre Cidadania em um censo muito caro, detalhado e importante, neste caso para 2020. Eu perguntei aos advogados se eles podem retardar o Censo, não importa por quanto tempo, até que a Suprema Corte dos Estados Unidos receba informações adicionais a partir das quais pode tomar uma decisão final e decisiva sobre esse assunto muito crítico. Alguém pode realmente acreditar que, como um grande país, não podemos perguntar se alguém é ou não cidadão? Só na América!"

A União Americana das Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês) publicou na última quinta-feira que a decisão é "uma vitória" para imigrantes e comunidades de cor.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

A montanha pariu um rato




Há cerca de quatro dias, o site panfletário TheIntercept_Brasil registrou em letras garrafais que havia feito "uma parceria jornalística" com o Jornal Folha de São Paulo. Era o anúncio do apocalipse. Não ia ficar pedra sobre pedra.

Dia seguinte o Jornal publicou a primeira leva de mensagens subtraídas, Deus sabe como, de supostas conversas entre o Procurador Dallagnol e o então Juiz Federal Sergio Moro.

Como bem dito pelo Ministro Moro em recente mensagem postada em aplicativo popular, a montanha pariu um rato. Sem dúvida, o Jornal não está satisfeito com o conteúdo das mensagens, ainda que sejam verdadeiras. Há um clima de decepção pelo menos com relação às mensagens iniciais.

Em participação em comissão da Câmara Federal, o principal responsável pelo vazamento das supostas mensagens, o Sr. Greenwald, cobrado para divulgar os áudios, afirmou que "Vamos soltar quando estiverem prontos jornalisticamente..." O que significa estarem prontas jornalisticamente?

Hoje o parceiro jornalístico do site TheIntercept publica um editorial, portanto o pensamento oficial do veículo, que entre outras coisas afirma: "Em uma operação de longo prazo, essa proximidade seria natural. Além disso, as conversas até aqui divulgadas não mostraram, de modo inquestionável, condutas ilícitas de Moro ou dos procuradores."

A imagem mostra parte do que foi divulgado pelo Jornal. Para ler o editorial completo, acesse o site https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/06/o-caso-lula.shtml?fbclid=IwAR34557crQ6PD7PHpASLhXqvEp80gy_S4DomcpTD97gUUvPRMaViNWd2GnQ

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Desonestidade Intelectual




"Tu quoque, Brute, fili mi?"

Ao Le Monde, Chico Buarque defende Lula, mas se afasta do PT: “Teve corrupção”.

Em entrevista ao jornal francês, o cantor falou sobre o atual cenário político brasileiro e disse ter reservas ao partido do ex-presidente.

“Tenho muitas reservas ao PT, o partido teve episódios de corrupção, como os governos precedentes”.

Veja texto aqui ===> https://www.metropoles.com/brasil/ao-le-monde-chico-defende-lula-mas-se-afasta-do-pt-teve-corrupcao

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Da mesma forma que "não cai uma folha (da árvore) sem que Ele disso tenha ciência", frase do Alcorão dedicada ao Senhor, não se pronuncia uma palavra no PT sem que seja autorizada pelo ex-presidente.

Chico Buarque sabe mais do que ninguém que Lula é o PT e o PT é Lula. Querer culpar o partido por todos os "malfeitos" acontecidos no tempo em que esteve no poder, isentando o ex-presidente, é submeter os fatos a um contorcionismo imperdoável.

Desculpe, Chico! Apesar de toda admiração que tenho pela sua obra, o que você tenta fazer na sua entrevista ao Jornal francês Le Monde é uma desonestidade intelectual.

domingo, 16 de junho de 2019

A quem interessa?




De Carlos Velloso, ex-presidente do STF em sua entrevista ao Correio Braziliense:

“A quem interessa [a saída de Moro]? Dr. Pedro Aleixo, que foi vice-presidente da República, um jurista mineiro de grande porte e envergadura, diante de questões como essa, indagava: ‘Cui prodest?’ A quem interessa? A quem interessa que Moro deixe o ministério? Os homens de bem não devem pensar assim. Moro foi um bom juiz. Um juiz severo, mas garantidor das garantias individuais. É meu modo de ver. In Moro, I trust.”

“Agentes públicos e do poder econômico em conluio se apropriaram de bilhões de reais de dinheiro público. Homens poderosos do poder econômico e do poder público estão presos ou estão sendo processados. Há acordos de delação premiada que escancaram essa corrupção. Muito dinheiro público roubado está sendo recuperado. Quem estaria por trás dessa articulação contra Sérgio Moro e a força-tarefa da Lava-Jato? É fácil responder. Sem dúvida existe campanha para desacreditar a operação Lava Jato, mediante meios ilegais, ilícitos, como ocorreu.”

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Oh, Senhor! Dai-me a felicidade da ignorância...




A minha formação acadêmica cartesiana mete-me em cada enrascada...

Nesta semana o Supremo Tribunal Federal decidiu que o Presidente da República não pode extinguir através de Decreto, Conselhos criados por lei. Justo e lógico. Se para fazer nascer um Organismo você precisa da autorização legislativa, reza o bom senso que para matá-lo exija-se também a concordância desse poder da República.

No mesmo dia, se não estou enganado, o mesmo STF decide criminalizar a homofobia, aprovando matéria que determina que casos de agressões contra o público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis) sejam enquadrados, num verdadeiro contorcionismo jurídico, como crime de racismo. Não me consta que os membros dessa "tribo" formem uma raça. E mais que isso, também não é do meu conhecimento que a Constituição autorize ao STF criar uma imposição de sanções por algo que não haja sido definido em norma jurídica.

Partidos de esquerda, sindicatos e simpatizantes resolvem convocar uma greve geral contra a Emenda Constitucional em análise no Congresso que estabelece uma Nova Previdência, contra os contingenciamentos do orçamento federal (mormente na Educação), pela liberdade do ex-Presidente Lula, etc. Até aqui, tudo bem. "A Constituição Federal, em seu artigo 9.º e a Lei n.º 7.783/89 asseguram o direito de greve a todo trabalhador, competindo-lhe a oportunidade de exercê-lo sobre os interesses que devam por meio dele defender". Uma greve pressupõe que uma das principais metas é angariar apoio e simpatia da sociedade para suas bandeiras. Pois bem: a greve foi marcada para uma sexta-feira. Um dia já naturalmente mais efervescente. Como você acha que vai ser o sentimento relativo a essa greve, do pai de família que não pode levar seu filho à escola por ter a via impedida por pneus sendo queimados? Ou o trabalhador que deseja chegar ao trabalho e é impedido por ausência de transporte público? Ou ainda, aquela senhora que esperou meses para ser atendida pelo Sistema de Saúde pública para um exame ou consulta e não pode chegar ao seu destino?

Oh, Senhor! Dai-me a felicidade da ignorância...


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Atualizada em 15/06/2019 às 09:04h

Greve “parcial, localizada e inoportuna”

O cientista político e professor da USP Alcindo Gonçalves disse ao Estadão que a greve contra a reforma da Previdência foi “bastante parcial, localizada e, de certo ponto, inoportuna”.

“Da maneira como as paralisações de hoje [sexta-feira] estão acontecendo, como se fosse um grande movimento sindical, a greve passa a gerar antipatia e revolta das pessoas impedidas de trabalhar e de se locomover.”

segunda-feira, 10 de junho de 2019

A esquerda reage!




Li atentamente a reportagem do The Intercept Brasil, repercutida depois pelos blogs de esquerda e pela própria Rede Globo. Se é verdade que "não se vislumbra quaquer anormalidade ou direcionamento de atuação", como alega em nota o Ministro Sergio Moro, há no mínimo um desvio ético nos diálogos.

Isso posto, há de lamentar-se a criminosa invasão por hackers de telefones de autoridades, mas é inegável que em sendo matéria de interesse público deve sempre ser veiculada. A esquerda brasileira, que via minguar seu apoio no seio da sociedade, reage e cria novo fôlego. Como consequência imediata, fortalece-se o movimento "LulaLIvre", inviabiliza a possível indicação de Deltan Dallagnol para a PGR e provavelmente "engorda" a greve geral anunciada para o dia 14 corrente.

Independente do que poderá acontecer no desdobramento dessa notícia, o que não se pode negar é "o gigantesco esquema de corrupção revelado pela Operação Lava Jato" e os bilhões de dólares e reais de desvio de recursos públicos para partidos e políticos, comprometendo a própria democracia e enriquecendo indivíduos.

Como afirma Josias de Souza, “o PT deixou pistas em profusão, para ser flagrado. Resta torcer para que Moro e a Lava Jato não tenham percorrido o caminho inverso, cometendo violações em quantidade suficiente para anular os avanços obtidos na maior operação anticorrupção da história. O noticiário dos próximos dias será efervescente.”

Continuo apoiando incondicionalmente a busca incansável pelas instituições nacionais para limpar o tecido social desse câncer metástico que é a corrupção.