sábado, 26 de abril de 2025

terça-feira, 22 de abril de 2025

Quer entender o que é o comunismo? Venha a Praga. Fale com quem viveu.

Praça da Cidade Velha (Staroměstské náměstí) Praga,22/04/2025


Quem quiser fazer um verdadeiro exercício ideológico — sério, profundo e confrontador — deveria ir além dos livros didáticos enviesados e das narrativas prontas. A melhor maneira de entender o comunismo em sua essência não é através de teorias, mas de testemunhos. Venha a Praga, capital da República Tcheca. Esqueça os roteiros turísticos tradicionais por um instante. Converse com os moradores locais — jovens, adultos de meia-idade e, sobretudo, os idosos.

Pergunte sobre o comunismo. Não se limite a uma ou duas conversas: fale com dez, cem, quantas pessoas puder. Você ouvirá relatos reais, dolorosos e impactantes, de quem viveu sob um regime que prometia igualdade, mas entregou opressão.

Para tornar a experiência ainda mais rica, faça o Tour do Comunismo e visite o Museum of Communism in Prague. O acervo oferece um retrato cru e revelador do período entre 1948 e 1989, quando a antiga Tchecoslováquia foi transformada em um estado satélite da União Soviética. A exposição mostra como a ideologia comunista se infiltrou em todos os aspectos da vida cotidiana, da educação à cultura, da economia à espiritualidade.

Após o golpe de 1948, o Partido Comunista assumiu o controle total do país, eliminando as liberdades fundamentais. A imprensa passou a ser censurada, intelectuais perseguidos, e artistas silenciados. Um dos episódios mais simbólicos dessa repressão foi o julgamento e execução de Rudolf Slánský e outros acusados, em 1952, com base em falsas acusações de traição. Em 1968, a tentativa de abertura conhecida como Primavera de Praga foi esmagada brutalmente por tanques soviéticos, resultando em mortes de civis e no endurecimento da repressão nos anos seguintes.

A economia planificada, tida como o modelo ideal socialista, revelou-se um desastre. A Tchecoslováquia perdeu o bonde da revolução tecnológica e viu sua infraestrutura deteriorar-se enquanto a produção seguia metas absurdas e centralizadas. Os produtos eram obsoletos e de baixa qualidade, e até mesmo rodovias e pontes estavam em estado lamentável. O país, embora com dívida externa baixa, tornou-se completamente dependente da União Soviética, sofrendo diretamente os efeitos de crises como a queda das exportações de petróleo nos anos 80.

No campo internacional, a Tchecoslováquia ficou isolada. A recusa ao Plano Marshall e o alinhamento cego a Moscou colocaram o país à margem do progresso ocidental. Internamente, o regime tratou de infiltrar a ideologia comunista em todos os aspectos da vida. A religião foi reprimida, tradições locais sufocadas, e a cidadania, dissolvida. Muitas pessoas simplesmente se retiraram da vida pública, como forma de escapar do controle estatal.

Mesmo as manifestações culturais que conseguiam sobreviver, como o filme Closely Watched Trains ou o manifesto “Duas Mil Palavras”, de Ludvík Vaculík, eram constantemente reprimidas. E enquanto o regime falava em igualdade, uma elite comunista desfrutava de privilégios negados ao povo. A realidade era uma sociedade marcada por escassez, filas, vigilância constante e medo.

Mesmo com a Revolução de Veludo, em 1989, que trouxe de volta a democracia, as cicatrizes deixadas por quatro décadas de totalitarismo ainda são visíveis. Elas se expressam não apenas na arquitetura e na economia, mas no imaginário de um povo que aprendeu a desconfiar, a silenciar, a sobreviver à sombra de um Estado opressor.

Por isso, se quiser entender o que foi — e o que realmente significa — o comunismo, venha a Praga. Mas venha com os ouvidos e o coração abertos. Escute os que viveram. Aprenda com a dor alheia. E, ao voltar, reflita profundamente sobre os caminhos que estamos dispostos a trilhar como nação. Nem toda promessa de justiça é justa. Nem toda utopia leva à liberdade.

segunda-feira, 21 de abril de 2025

O Câncer Ideológico e Moral


Vivemos uma era em que os valores fundamentais da sociedade – como o mérito, a liberdade individual, o respeito à propriedade e à ordem – estão sendo corroídos por uma ideologia degenerada que se mascara de justiça social. A esquerda brasileira, com sua retórica populista e sua prática autoritária, representa hoje o verdadeiro câncer ideológico e moral da nossa era.

Essa doença não surgiu ontem. Vem sendo cultivada há décadas em universidades, sindicatos, ONGs e aparelhos de Estado – todos infiltrados por uma elite intelectual que despreza o povo real e idolatra teorias fracassadas, importadas de regimes totalitários. Essa elite vive de narrativas que invertem a realidade: o criminoso vira vítima, o trabalhador é explorado por existir, o empresário é inimigo, e o Estado é o grande salvador.

Lula da Silva, líder máximo dessa esquerda, não é a causa, mas sim a metástase. Sua trajetória é o espelho da degradação institucional e moral que tomou conta do país. Condenado por corrupção, solto por artifícios jurídicos, e alçado novamente ao poder com o apoio de uma imprensa cúmplice e de um Judiciário politizado, Lula encarna o triunfo da impunidade e da manipulação emocional em nome dos “pobres”.

Sua “entourage” – formada por políticos fisiológicos, intelectuais militantes e celebridades deslumbradas – age como parasitas do Estado, drenando recursos públicos para perpetuar sua influência, enquanto o povo comum continua refém da insegurança, da inflação, da baixa qualidade dos serviços e da ausência de oportunidades reais.

Esse câncer ideológico se espalha com o discurso do “nós contra eles”, instigando o ódio de classes, normalizando o ataque à liberdade de expressão e à liberdade econômica, e estimulando a dependência estatal como única forma de sobrevivência. O objetivo é claro: enfraquecer o cidadão para fortalecer o controle do governo.

É preciso, mais do que nunca, despertar a consciência nacional. Reagir a essa doença exige coragem, lucidez e compromisso com os valores que realmente edificam uma nação: trabalho, responsabilidade, família, fé, liberdade. O Brasil saudável, produtivo e honesto existe – e precisa retomar as rédeas antes que a metástase seja irreversível.

domingo, 20 de abril de 2025

A Nota Oficial do STF


Nos últimos 60 dias, importantes veículos de comunicação internacionais têm intensificado suas críticas ao Ministro Alexandre de Moraes e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Dentre essas manifestações, destaca-se uma série de matérias publicadas pela revista The Economist, que concentram foco nas decisões monocráticas do referido ministro, consideradas heterodoxas por analistas jurídicos e políticos.

Em reação a essa crescente onda de críticas, o Presidente do STF, Ministro Luís Roberto Barroso, em ato incomum, publicou nota oficial de apoio ao Ministro Alexandre de Moraes. A referida nota, publicada no site oficial do STF e assinada por seu presidente, levanta questionamentos sob diversas perspectivas.

Dentre os pontos problemáticos, encontra-se a negativa do presidente do STF em relação à declaração "nós vencemos o bolsonarismo", proferida em reunião da União Nacional dos Estudantes (UNE). Embora a nota negue tal afirmação, há registro em vídeo amplamente divulgado confirmando as palavras do ministro. A repercussão negativa foi tamanha que, posteriormente, o próprio Ministro Barroso tentou contextualizar ou esclarecer suas declarações.

Contudo, sob a ótica de um cidadão comum, ainda que sem formação jurídica, mas atento às práticas democráticas e às garantias processuais, o ponto mais preocupante da nota reside em seu conteúdo material e nos efeitos sobre a imparcialidade institucional do STF.

Existe atualmente um processo em andamento, sob relatoria do Ministro Alexandre de Moraes, cuja fase processual encontra-se, ao que tudo indica, na análise da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusa um grupo de indivíduos de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. Tal processo será julgado por uma das turmas do STF.

Nesse contexto, causa estranheza que o órgão que julgará o processo tenha emitido nota oficial, assinada por seu presidente, com declarações que indicam juízo de valor antecipado. No primeiro parágrafo da nota, afirma-se haver uma "alegada tentativa de golpe, com plano de assassinato do presidente, do vice-presidente e de um ministro do tribunal". No último parágrafo, a nota encerra com a expressão de que o enfoque dado pela imprensa “corresponde mais à narrativa dos que tentaram o golpe de Estado".

Essa construção discursiva suscita dúvidas jurídicas fundamentais: se o STF, por meio de documento oficial, declara que há uma "narrativa dos que tentaram o golpe de Estado", não estaria a Corte, antes mesmo da instrução probatória, antecipando um juízo de mérito? Em termos práticos, tal assertiva não comprometeria o princípio da imparcialidade e da presunção de inocência dos acusados?

Diante disso, duas conclusões se colocam, ainda que de forma provocativa: ou se aceita que já houve, de fato, uma forma velada de sentença antecipada, tornando desnecessárias as etapas processuais subsequentes e restando apenas aplicar a pena; ou se admite que o STF, ao emitir tal declaração pública, comprometeu sua própria autoridade como instância julgadora imparcial nesse caso específico.

Cabe aos juristas, operadores do direito e à própria sociedade civil refletirem sobre os limites da comunicação institucional de um tribunal e os impactos que tais manifestações podem gerar sobre o devido processo legal e a credibilidade da Justiça.

quarta-feira, 16 de abril de 2025

De Várzea Alegre a Viena


Datando de cinco séculos antes de Cristo, a região onde hoje floresce Viena integrava a rota do imponente Rio Danúbio. No entanto, foi apenas no século VIII da nossa era que passou a ser oficialmente chamada assim. Atualmente, Viena abriga cerca de dois milhões de habitantes, com um setor de serviços robusto e um expressivo polo industrial.

Cheguei ao hotel após uma noite inesquecível: um concerto de clássicos como Mozart, Bach e Vivaldi na Saint Peter's Catholic Church, uma igreja barroca construída no início dos anos 1700. Confesso que não fui educado a admirar música erudita. Ainda assim, não sei se pela majestade do local ou pela beleza intocável das melodias, senti-me profundamente emocionado — tanto quanto me emocionava, na juventude, ouvindo os boleros extraídos do acordeon de Chico de Amadeu e as baladas românticas no saxofone do inesquecível Mestre Chagas.

Durante o concerto, reparei que a igreja mantinha a tradição de cobrir as imagens dos santos com tecidos roxos quando da Semana Santa. Isso me transportou diretamente à minha infância, à igreja matriz de São Raimundo Nonato, em Várzea Alegre. Não sei se lá ainda se cultiva essa bela tradição católica, mas a lembrança ficou muito viva.

Descobri, ao longo do dia, que Viena não compartilha com minha terra apenas a inicial do nome ou a fé católica de seus habitantes. Há algo mais profundo. A Ringstrasse, sua principal avenida, abriga a Prefeitura (Rathaus), a Universidade de Viena, o Parlamento Austríaco e o famoso Burgtheater. Curiosamente, em Várzea Alegre, a então Rua Major Joaquim Alves (hoje Deputado Otacílio Correia), onde eu nasci, também concentrava símbolos de vida cívica e cultural: a Prefeitura Municipal, o Educandário Santa Inês de dona Eliza Gomes Correia, o Cine Odeon e, até há pouco tempo, a Câmara Municipal — nosso Parlamento varzealegrense, plantado diante da Praça dos Motoristas.

Outro elo invisível une as duas cidades. Viena possui o lago Alte Donau (Velho Danúbio), muito querido pelos vienenses. Embora não seja natural — é um antigo braço do Rio Danúbio — suas águas são límpidas, ideais para nadar, remar, velejar ou simplesmente andar de pedalinho. Várzea Alegre, por sua vez, tem a Lagoa de São Raimundo. Ainda que parcialmente aterrada para dar lugar a um moderno polo de lazer, no inverno, acredito que ela ainda ressurge, como nos tempos da minha infância. Talvez não tão limpa, talvez ainda sem pedalinhos — mas é nossa lagoa, espelho das nossas lembranças, enlevo da meninice.

Enfim, se você ainda não conhece nenhuma das duas, recomendo: conheça ambas. Mas vá primeiro à Várzea Alegre — porque é mais alegre e mais próxima. Depois, então, venha a Viena. Ela o receberá com violinos e muita história.

sexta-feira, 11 de abril de 2025

quinta-feira, 10 de abril de 2025

"Ave Elon! Dá-lhe DOGE!"


Tem coisas que só vendo pra crer. E, neste caso, nem vendo a gente acredita de primeira. Uma investigação recente sobre pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos, feita desde 2020 revela coisas inacreditáveis na fila dos benefícios.

24.500 idosos com mais de 115 anos — provavelmente grandes fãs de vitamina C e yoga — receberam US$ 59 milhões. Deve ter rolado um surto de Matusaléns querendo uma graninha extra.

28 mil crianças de 1 a 5 anos — que mal aprenderam a dizer “mamãe” — embolsaram impressionantes US$ 254 milhões. Talvez elas estivessem exaustas depois de tantos meses de brincadeiras e decidiram “se aposentar” cedo.

9.700 pessoas que ainda nem nasceram, com datas de nascimento previstas para daqui a mais de 15 anos, conseguiram US$ 69 milhões. Aparentemente, o multiverso existe — e paga bem!

E o troféu de ouro vai para:

Um cidadão com data de nascimento em 2154 que pediu — e recebeu — nada menos que US$ 41 mil.

Durante a pandemia, os sistemas de pagamento de benefícios nos EUA ficaram sobrecarregados. A pressão para liberar dinheiro rapidamente foi tanta que esqueceram de checar se a pessoa existia de verdade — ou se ainda estava na barriga da mãe, ou nos arquivos secretos da NASA.

Claro, alguns casos podem ter sido erro de digitação. Mas vamos combinar: quase 10 mil pedidos de viajantes do tempo? Difícil acreditar que seja coincidência.

Apesar da risada, o buraco é mais embaixo: esses pagamentos indevidos custaram centenas de milhões de dólares aos cofres públicos. Dinheiro que deveria ir para trabalhadores reais, que perderam seus empregos de verdade, num momento crítico.

Essa situação toda mostra como sistemas mal protegidos podem virar um verdadeiro vale-tudo. É hora de modernizar esses processos, investir em tecnologia, inteligência artificial e, principalmente, em um botão bem grande escrito: “CONFIRMAR DATA DE NASCIMENTO”.

Porque da próxima vez, talvez o Homem-Aranha ou um bebê alienígena apareça pedindo pensão.

domingo, 6 de abril de 2025

Bem pouquinha gente!

Aprenda, Brasil!!

União Europeia enfrenta enorme lacuna de inovação: Andrew McAfee, do MIT, destaca uma disparidade gritante com os EUA.

Em seu boletim informativo The Geek Way, o cientista do MIT Andrew McAfee visualiza a batalha árdua da Europa para promover startups globalmente competitivas.