segunda-feira, 18 de maio de 2020

Do direito de manifestar opiniões




Ontem recebi um telefonema de uma pessoa próxima. Sem mais delongas ela foi dizendo que amigos comuns, conhecidos e nem tão amigos assim a haviam procurado para falar comigo. Sentiam-se altamente incomodados pelos meus textos no Blog – https://nilosergiobezerra.blogspot.com/ – e principalmente pelo que eu postava em redes sociais.

Todos temos o direito de manifestar livremente opiniões, ideias e pensamentos pessoais sem medo de retaliação ou censura, conforme Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, no seu Artigo XIX. Assim também, a Constituição brasileira de 1988 registra o direito à liberdade de expressão, como abaixo:

Art. 5.º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;


É verdade que tenho usado meu Blog e mais frequentemente as redes sociais para externar opiniões as mais diversas. Em 20 de outubro de 2018 escrevi sobre a suposta democracia da Venezuela, em 9 de janeiro de 2019 postei texto sobre a construção do muro pelo Governo americano na fronteira com o México, escrevi também sobre as supostas “rachadinhas” e o caso Queiroz em 5 de setembro de 2019. Muitas das opiniões externadas falam sobre a ecologia política contemporânea, focando na roubalheira que permeou os Governos do PT e nas permanentes tentativas do Presidente Bolsonaro de interferir em órgãos de controle do Estado brasileiro. Isso faz com que o espectro político “de A a Z” dos meus parcos leitores sintam-se tremendamente incomodados.

Sou extremamente grato aos poucos que dedicam pequena parte do seu precioso tempo para ler o que escrevo. Mais ainda aos que se dão ao trabalho de fazer comentários. Estes últimos enriquecem sobremaneira o conteúdo dos escritos com seus debates, suas opiniões contrárias, etc. Só não pretendo parar de escrever o que “me der na telha” para atender ao apelo do telefonema de ontem.

Raramente posto comentários em escritos de terceiros. Seja porque não me interessam, seja porque um simples “like” é suficiente para externar minha aprovação. Quando leio opiniões sobre qualquer assunto que me desagrada, e confesso que não o faço com frequência, simplesmente “salto a página”. A vida é muito curta para perder tempo com incompetências, irracionalidades ou paixões desenfreadas. A não ser que essas paixões tenham por objeto uma bela mulher. Ficar ruminando rancores, alimentando debates hostis, desgostando de ideias que desagradam, não fazem festa no meu coração. Divertem-me, muita vez.

O tempo é inexorável. No fim da juventude o corpo começa a perder a mobilidade, surgem as dificuldades próprias da velhice (doenças e dores), compensadas pela mente que se torna mais esperta, precavida e freia os ímpetos incontroláveis daqueles de pouca idade. Às vezes não se trata da pouca idade, é burrice mesmo. Perdoável porque “várias pesquisas psicológicas estão chegando à conclusão que a incompetência priva as pessoas da capacidade de reconhecer sua própria incompetência. Ou seja: as pessoas burras são burras demais para saber que são burras.”

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