sexta-feira, 19 de abril de 2019

Bolsonaro e o Museu.


Bill de Blasio: prefeito de Nova York agradeceu museu por não sediar evento no qual Bolsonaro será homenageado


"O conselho diretor dos museus americanos é responsável por aprovar a missão do museu, recrutar, dar suporte e avaliar o presidente e membros diretores. Além disso, os conselheiros orientam na gestão e também protegem a integridade financeira do museu. No caso do Museu Americano de História Natural, o conselho é formado por pessoas da sociedade civil, advogados, filantropos, empresários, diplomatas etc. Também fazem parte do conselho o prefeito de Nova York e outros membros da administração da cidade, como o chanceler do departamento de educação e o comissário da cultura."
(Do website ArteRef.Com - referência em arte contemporânea")


Não nos motiva neste texto o desejo de analizar se o Presidente Jair Bolsonaro "é um homem perigoso. Seu racismo evidente, sua homofobia e decisões destrutivas terão um impacto devastador no futuro do nosso planeta", como dito pelo Prefeito de Nova Iorque, Bill de Blasio.

Sequer motiva-nos avaliar se o Presidente é merecedor da escolha pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, como “Personalidade do Ano”.

O importante aqui é tentar compreender porque o Museu Americano de História Natural (AMNH) em Nova York, que tem entre suas diversas fontes de financiamento o aluguel de suas dependências para eventos estranhos à sua atividade fim, resolveu não mais sediar o evento de gala no dia 14 de maio, quando será homenageado o Presidente Bolsonaro.

A política interna americana vive um momento de muita tensão, com o país absolutamente dividido. De um lado o Partido Republicano, o Presidente Donald Trump (que não chega a ser um republicano de raiz) e seus seguidores, e de outro o Partido Democrata que detém desde a última eleição legislativa a maioria na Câmara e grande parte da sociedade daquele país. É óbvio que o alvo é a eleição presidencial de 2020.

Apesar de o Presidente Trump desde que assumiu a presidência se ver enredado com investigações de promotores em várias frentes, inclusive sobre sua campanha, sua conduta como presidente, seus negócios, sua instituição de caridade e sua universidade, a economia americana encontra-se num dos seus melhores momentos (o índice de desemprego é o menor nos últimos 19 anos, para citar apenas um dado). Isso não tem desencorajado as lideranças democratas que contam com cerca de 20 possíveis candidatos a Presidente. Alguns já em campanha, outros apenas fazendo prospecção. Do lado republicano não há quem acredite que algum membro consiga ameaçar a candidatura Trump à reeleição.

E o que tem isso a ver com a desistência do Museu de sediar a homenagem ao Presidente Bolsonaro? Tudo! Como pudemos acompanhar pela grande mídia nacional, há uma verdadeira "lua de mel" entre Trump e Bolsonaro. A viagem deste último aos Estados Unidos estreitou ainda mais o relacionamento entre ambos, não sem grande crítica de parte substancial da mídia e de segmentos da sociedade brasileira.

Ora, o Prefeito de Nova Iorque, Bill de Blasio, é uma das principais lideranças democratas nos Estados Unidos. Está entre aqueles 20 possíveis candidatos a Presidente. E aqui vale aquela regrinha que aprendí na escola como processo mnemônico, para decorar multiplicação entre números positivos e negativos: "o amigo do meu inimigo é meu inimigo".

Sem dúvida o Prefeito Blasio utilizou sua condição de membro do Conselho do Museu para negociar a desistência de sediar a homenagem ao Presidente brasileiro. Mesquinho? Talvez. Mas faz parte do luta política. Ainda mais quando está em jogo a posição do homem mais poderoso do planeta, com todas as implicações geopolíticas, econômicas etc. Nesse tabuleiro de xadrez o Brasil não é uma rainha, sequer um bispo. Não passa de um peão.


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Atualizado em 16/05/2019 às 09:21h



Nova York, Nova York (CNN) O prefeito da cidade de Nova York, Bill de Blasio, entrou para a primária presidencial democrata de 2020 nesta manhã, estabelecendo-se como o melhor candidato em uma corrida de 23 pessoas para desafiar o presidente Donald Trump.

Em um vídeo postado online, de Blasio delineou uma série de políticas que ele defendeu na cidade, incluindo um salário mínimo de US $ 15, garantia de assistência médica e licença médica paga. Ele também mirou diretamente em Trump, chamando o presidente de "valentão" e dizendo que ele estava melhor equipado para derrotá-lo em 2020.

"Sou nova-iorquino, conheço Trump como um valentão há muito tempo. Isso não é novidade para mim ou para qualquer outra pessoa aqui. E sei como enfrentá-lo", afirmou De Blasio. "Não recue diante de um valentão - confronte-o."

Ele acrescentou: "Donald Trump deve ser parado - eu já o derrotei antes e farei isso de novo. Sou Bill de Blasio e estou concorrendo à presidência porque é hora de colocarmos os trabalhadores em primeiro lugar".

A entrada de De Blasio na corrida, que foi noticiada pela primeira vez pela NBC News, eleva o número total de candidatos para 23 quase nove meses antes dos primeiros votos serem lançados.

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