quarta-feira, 20 de março de 2024

Uma fábula moderna



Em tempos remotos, nas terras do imaginário país Bombril, onde as nuvens dançavam ao som de risadas e os rios cantavam canções antigas, havia um ditador implacável. Seu nome era Calvino Semprecareca, e sua sede de poder não conhecia limites. Calvino sonhava com uma nação submissa, onde sua vontade fosse a única lei.

Mas como impor sua vontade sem despertar suspeitas? Foi então que Calvino teve uma ideia brilhante. Ele coroou um rei, um homem tão medíocre e alcoólatra que mal conseguia lembrar seu próprio nome. O rei, chamado Nacho Noel, era um fantoche nas mãos de Calvino.

Calvino e Nacho montaram um espetáculo para o povo de Bombril. Eles ergueram um manto de democracia, com eleições e discursos inflamados. O povo aplaudia, acreditando que finalmente tinham voz. Mas nos bastidores, Calvino sussurrava ordens no ouvido de Nacho, que as repetia como um papagaio bêbado.

Os adversários políticos de Calvino eram os primeiros a sentir sua ira. Ele criava narrativas enviesadas, acusando-os de traição, conspiração e até mesmo de importunar baleias. Sim, você leu corretamente: importunar baleias. Calvino espalhava boatos de que seus oponentes importunavam as baleias em seus passeios matinais, falsificavam autenticidade de pergaminhos Imunológicos e tramavam contra o reino.

As acusações variavam das mais graves às mais absurdas. Alguns eram rotulados como golpistas, outros como perseguidores de baleias e outros ainda por falsidade ideológica. Os tribunais de Bombril, controlados por Calvino, condenavam esses adversários sem piedade. Alguns eram exilados, outros simplesmente presos com sentenças excessivas e irrazoáveis.

Mas o povo de Bombril não era tolo. Alguns começaram a questionar as histórias mirabolantes. “Como alguém pode importunar uma baleia?” perguntavam.

Um jovem chamado Yahir Bolzano decidiu contrapor-se ao Sistema. Ele vasculhou os arquivos secretos dos pergaminhos do palácio, estudou os hábitos das baleias, buscou informações sobre os que tramavam contra o reino etc. E o que ele descobriu foi surpreendente: não havia evidências de absolutamente nada. Era tudo uma farsa.

Yahir começou a percorrer todo o território de Bombril, reunindo o povo nas praças centrais. Ele revelou as mentiras de Calvino, mostrando que os adversários políticos eram inocentes. O povo revoltou-se. Nacho, o rei bêbado, foi deposto, e Calvino Semprecareca fugiu para as sombras. Bombril finalmente encontrou sua verdadeira voz, e a democracia floresceu.

E assim, nos anais da história de Bombril, ficou registrado que a busca pela verdade e a coragem de um jovem foram mais poderosos do que qualquer narrativa enviesada. E as baleias? Bem, elas continuaram a nadar, alheias aos jogos políticos dos humanos.

Aqui termina nossa fábula, com uma lição: nunca subestime o poder da verdade.

* ATENÇÃO: qualquer semelhança com personagens vivos ou mortos e situações aqui ou alhures, é mera coincidência. 🌟

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