terça-feira, 17 de outubro de 2023

A esquerda americana pirou de vez!



Escrevendo sobre a candidatura do Senador esquerdista Bernie Sanders a Presidente dos Estados Unidos na última eleição, registrei:

"Ouso dizer que nos próximos anos, no berço da democracia mais liberal do mundo, deverá nascer um forte Partido Socialista (talvez a recriação do Socialist Party of America, que cessou atividades na década de 70), ou quem sabe sejam eles os hegemônicos dentro do Partido Democrata." (Em "Bernie Sanders again" de 19 da fevereiro de 2019 - https://nilosergiobezerra.blogspot.com/2019/02/bernie-sanders-again.html).

Uma pesquisa da Ipsos realizada entre 12 e 13 de outubro de 2023, em nome da Thomson Reuters, apurou conclusões interessantes, como abaixo:

Dois terços dos americanos relatam acompanhar de perto a situação em Israel e Gaza, com cerca de um em cada três americanos acompanhando a situação de muito perto (30%).
Quando apresentada uma série de opções para o envolvimento americano no conflito entre os israelitas e o Hamas em Gaza, mais americanos (41%) dizem que os EUA deveriam apoiar a posição de Israel do que qualquer outra opção. Os republicanos (54%) são mais propensos a dizer isso do que os democratas (37%).

Cerca de um quarto dos americanos (27%) dizem que os EUA deveriam ser um mediador neutro, um em cada cinco americanos (21%) dizem que os EUA não deveriam estar envolvidos de forma alguma, 10% dizem “nada disso” e 2% dos americanos dizem que os EUA deveriam apoiar os palestinos. Em 2014, 22% dos americanos disseram que os EUA deveriam apoiar a posição de Israel num conflito entre israelenses e palestinos em Gaza, e um terço dos americanos (36%) disse que os EUA deveriam ser um mediador neutro, e 27% disseram que os EUA não deveria estar envolvido.

Pouco menos de metade dos americanos (49%) afirma que o Hamas é o maior responsável pelo conflito actual, e isto inclui uma percentagem igual de Democratas (52%) e Republicanos (52%). A segunda maior porcentagem de americanos diz “Nada disso” (19%). Oitenta e três por cento dos americanos dizem que é claro que o Hamas é uma organização terrorista – os republicanos (88%) e os democratas (90%) têm a mesma probabilidade de concordar.

Sessenta e quatro por cento dos americanos vêem Israel de forma favorável. A maioria de ambos os partidos vê o país de forma favorável, mas os republicanos (76%) são mais propensos do que os democratas (59%) a dizer isto, e os sentimentos dos republicanos são mais fortes, com 36% a dizer que vêem Israel “muito favoravelmente” em comparação com 20% de democratas.

Os americanos são menos propensos a ver outros países da região de forma favorável: o Egipto é visto de forma favorável por 45% dos americanos, a Arábia Saudita é vista de forma favorável por pouco mais de um quarto dos americanos (28%) e apenas um em cada dez americanos vê o Irão de forma favorável ( 12%).

Oitenta e sete por cento dos americanos dizem que os civis que fogem de Gaza deveriam ser autorizados a fugir para um país seguro, com a grande maioria dos Democratas (94%) e dos Republicanos (84%) a concordarem com esta afirmação. Setenta e oito por cento dos americanos dizem que os diplomatas americanos deveriam estar a trabalhar ativamente num plano para permitir que os civis que fogem dos combates em Gaza se mudem para um país seguro. Oitenta e um por cento dos americanos dizem que Israel deveria evitar matar civis em ataques de retaliação contra o Hamas, com o apoio maioritário de ambos os partidos, mas os Democratas (93%) são mais propensos a concordar do que os Republicanos (76%).

A pesquisa é bem mais ampla, trazendo um expandido retrato do que pensa a sociedade americana em respeito à guerra Isreal X Hamas. Mas dentre todos os dados, o que realmente surpreende é que 49% de eleitores democratas "manifestam simpatia pelos palestinos, um número que ultrapassa pela primeira vez o percentual de democratas que apoiam Israel, fixado em 38%". Esse dado, de uma certa forma, comprova minha especulação de fevereiro de 2019 de que a esquerda americana tornar-se-ia hegemônica dentro do Partido Democrata.

God Bless America!