Um velho engenheiro aposentado que combate o ócio tentando escrever textos inspirados nos acontecimentos do cotidiano. Autor dos livros “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 1” , “INQUIETAÇÕES NOTURNAS, REFLEXÕES NAS MADRUGADAS” e “… E A VIDA ACONTECEU! FASE 2”.
domingo, 18 de julho de 2021
Cuba em chamas
A tão decantada "excelência" da saúde de Cuba que não consegue conter um recorde de infecções por coronavírus, somada à pior crise econômica da ilha desde a queda da União Soviética, às restrições continuadas às liberdades civis e ainda à escassez de produtos básicos, provocaram as maiores manifestações antigovernamentais naquele país comunista em décadas. Pedindo a renúncia do Presidente Miguel Diaz-Canel e gritando "liberdade", dezenas de milhares de cubanos foram às ruas.
Mesmo a presença ostensiva e intensa da polícia rondando vários sítios de Havana nos seus Jipes das forças especiais com metralhadoras montadas na retaguarda, não inibiram as manifestações. A multidão voltou às suas casas apenas nas proximidades das 21:00h, obedecendo ao toque de recolher devido à pandemia.
O Presidente Diaz-Canel que também dirige o Partido Comunista, em pronunciamento televisionado para toda a ilha, culpou o antigo inimigo, os Estados Unidos, adicionando uma pitada de ingredientes à velha desculpa do embargo. Agora, segundo Diaz-Canel, existem campanhas de mídia social orquestradas pelos EUA, além de "mercenários" infiltrados. Tudo ao gosto das ditaduras e suas eternas teorias da conspiração. No pronunciamento, Sua Excelência não falou na falta de papel higiênico nas prateleiras das bodegas, local onde os cubanos se abastecem com produtos básicos subsidiados com a caderneta de racionamento. Nem sequer pronunciou-se sobre a falta de vacinas contra o coronavírus e os inevitáveis apagões diários.
A economia contraiu 10,9% no ano passado. Isso resultou numa crise de caixa, o que gerou escassez obrigando os cubanos a fazerem fila por horas para comprar produtos básicos durante a pandemia. O já combalido combate à pandemia sofreu muito com a chegada da variante Delta, o que fez com que os casos aumentassem rapidamente. No domingo, dia 11/07, autoridades de saúde relataram um recorde de 6.923 casos e 47 mortes - o dobro da semana anterior.
A Human Rights Watch acusa os Castro de terem "liderado um regime cuja administração cometeu múltiplas violações de direitos humanos, levou ao êxodo de mais de um milhão de cubanos e ao empobrecimento da economia do país".
A grande interrogação é até aonde pode ir a indignação do povo cubano com a falta de liberdade, o aumento dos preços, a escassez de produtos e a precária assistência médica em meio à pandemia de COVID-19.
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